Após o encerramento do aterro hidráulico em Ponta Negra, no último sábado (25), a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) já estuda os próximos passos para a reestruturação daquela parte da orla natalense.

“A engorda, como o aterro é popularmente chamado, representa um ganho enorme para nossa cidade, é um resgate do turismo em Ponta Negra, garantia de preservação do Morro do Careca e de melhoria das condições de trabalho das pessoas que precisam e comercializam na praia, consequentemente gerando mais emprego e renda. O nosso próximo passo é a urbanização do calçadão, que virá depois do período de acomodação da areia, previsto para no mínimo quatro meses”, informa a secretária municipal de Infraestrutura, Shirley Cavalcanti.

A drenagem, que servirá para escoamento de toda a água da chuva, está em fase de conclusão dos seus últimos cinco dissipadores, com previsão para término até março deste ano. O projeto vai, também, identificar e eliminar eventuais ligações clandestinas de esgoto junto à rede de drenagem.

“Para mim, isso significa uma coisa muito boa por causa do meu trabalho”. Foi assim que Maria de Lourdes de Lima, a Vó Maria, de 90 anos, recebeu a homenagem da 30ª edição da da Feira Internacional de Artesanato (FIART). A artesã com maior idade no estado do Rio Grande do Norte aprendeu a fazer Renda de Bilros aos sete anos de idade. O início, conta, não foi fácil, as vendas eram feitas de porta em porta. Agora, suas peças são expostas na Associação que recebe seu nome, na Vila de Ponta Negra.

A FIART 2025 segue até o dia 2 de fevereiro no Centro de Convenções de Natal. O evento reúne expositores de seis países – Senegal, Equador, Peru, Quênia, Colômbia e Turquia – e artesãos de todo o Brasil, além de oferecer ao público uma programação cultural diversificada.

Durante a abertura, nesta segunda-feira (27), a governadora Fátima Bezerra destacou a relevância do evento para a cultura e a economia do estado. “A FIART não apenas celebra o talento dos nossos artesãos e artesãs, mas também fortalece as raízes da nossa identidade cultural e impulsiona a economia criativa”, afirmou a governadora.

“Este evento é muito mais do que uma feira, é uma celebração da alma do povo potiguar, do talento inigualável das nossas artesãs e artesãos, e da força transformadora da cultura como instrumento de inclusão social e desenvolvimento econômico”, afirmou a chefe do executivo estadual.

Fátima comemorou, ainda, a sanção da lei que reconhece a feira como Patrimônio Cultural Imaterial do nosso Estado. “Essa é mais uma conquista que reforça o nosso compromisso com a valorização do que é nosso”.

Entre as novidades da feira estão um Museu Interativo, uma Loja Conceito do Artesanato e uma Mostra de Arte e Cultura. O evento também contou com um show nacional do cantor e compositor Chico César, realizado na noite da abertura.

Para Alerte Silva, expositora do Seridó, a FIART é uma oportunidade importante para valorizar o artesanato potiguar. “Estar aqui significa mais do que vender peças, é mostrar a força da nossa cultura e tradição para o Brasil e o mundo.”

O público também destacou a diversidade e a riqueza cultural do evento. “É impressionante ver tantos produtos e histórias reunidos em um só lugar. A feira é uma vitrine da identidade brasileira”, comentou o visitante João Silva.

Segundo Neiwaldo Guedes, idealizador e organizador da FIART, a expectativa é movimentar cerca de R$ 6 milhões em negócios. “O evento se consolida como uma plataforma para artesãos, dando visibilidade ao talento e à criatividade, enquanto reforça a economia criativa e cultural do Rio Grande do Norte.”

O protagonismo das mulheres no artesanato foi destacado pelo presidente nacional do Sebrae, Décio Lima. Em todo o Brasil, são mais de 8 milhões de artesãos cadastrados, dos quais 77% são mulheres. “Esse não é um acontecimento qualquer, porque o artesanato não é apenas uma atividade individual, não é apenas um lazer, não é apenas uma atividade que transforma a natureza O artesanato é realizado por mãos, por conhecimentos próprios da vida das pessoas que lapidam a natureza. Portanto, este evento é um exemplo para o Brasil”.

Para o diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, José Aldemir Freire, “a feira é uma importante ação para o desenvolvimento do artesanato, do turismo e da cultura do Rio Grande do Norte. Parabenizo o governo do Rio Grande do Norte pela realização desta grande feira e por este momento especial, que celebra as 30 edições da FIART. Desejo a todos uma excelente feira e reafirmo o compromisso do Banco do Nordeste com o trabalho e a presença em iniciativas como esta”.

Além dos estandes, o Festival FIART Cultural apresenta grupos de parafolclore, literatura de cordel, bandas potiguares e dançarinos, totalizando mais de 300 artistas envolvidos.

A FIART acontece diariamente, das 16h às 22h, no Centro de Convenções de Natal, com ingressos disponíveis na bilheteria local.