Relatório mostra RN com a quinta maior fila de cirurgias do Brasil

Foto: Magnus Nascimento

Um relatório do Ministério da Saúde, divulgado na última sexta-feira, aponta que o Rio Grande do Norte é o quinto Estado do país com a maior fila de espera por cirurgias eletivas proporcional ao número de habitantes. No RN, são 27.492 pessoas aguardando um procedimento cirúrgico, o que representa o número de 772 cirurgias por 100 mil habitantes. Os dados foram entregues ao Ministério pelos estados e o DF dentro dos planos de redução de filas, instaurado neste ano e que conta com verbas federais para diminuir as filas no Brasil, que ultrapassa mais de 1 milhão de procedimentos travados.

Ao todo, o Rio Grande do Norte vai receber cerca de R$ 10 milhões para aliviar as filas de espera. Desse montante, R$ 3,338 milhões já passaram a ser usados em cirurgias no Estado. Mesmo com o dinheiro investido, a quantia não será suficiente para zerar a quantidade de procedimentos que são aguardadas, segundo cálculo do próprio Ministério da Saúde. O valor deverá suprir apenas 24% da quantidade total de cirurgias pendentes, o correspondente a 6.676 procedimentos.

De R$ 600 milhões a serem distribuídos aos Estados, o Governo Federal já enviou um terço do total. O restante do valor anunciado vai ser liberado pelo Ministério da Saúde mediante a prestação de contas pelos Estados e municípios do investimento da verba em cirurgias eletivas. A presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RN), Maria Eliza Garcia, afirma que os serviços no Rio Grande do Norte deveriam ser oferecidos com maior agilidade para a redução da fila e consequente liberação de mais recursos. 

“A gente sabe que cirurgias são um grande gargalo no Rio Grande do Norte. O recurso é insuficiente e mesmo assim ainda temos regiões que não conseguem dar uma vazão mais rápida para a liberação de mais recursos, por isso que nós somos o quinto do Brasil [estado com maior fila proporcional de cirurgias]. A gente precisaria de mais serviços e uma regulação que fluísse mais rápido”, disse a presidente do Cosems-RN.

De acordo com ela, mais da metade das oito regiões de saúde do Estado não oferecem, atualmente, serviços de cirurgias eletivas a contento. Maria Eliza Garcia propõe a criação de uma força-tarefa pelo Executivo estadual para resolver a situação.

“Nós temos hospitais regionais bons dentro do desenho, temos municípios com fluxos bons. Então, é fazer um projeto emergencial para tentar minimizar. Porque se colocar uma força-tarefa, consegue”, frisou a presidente do Cosems-RN.

Segundo o Plano Estadual de Redução das Filas, o procedimento com maior número de pessoas na fila é a cirurgia de catarata, com 17 mil pacientes à espera. Ao todo, cerca de 2.596 cirurgias serão realizadas, ou seja, 15% da fila será atendida. A colecistectomia – remoção da vesícula biliar – é o segundo procedimento mais procurado, com cerca de 3 mil cirurgias pendentes. Pouco mais de 1,8 mil pessoas serão atendidas, ou 60% da fila. A cirurgia de hérnia também é um dos procedimentos mais procurados. São mais de 1,7 pessoas à espera, nas duas modalidades descritas no documento.

Esses procedimentos estão dentro do rol de  cirurgias que terão investimento dos valores repassados pelo Ministério da Saúde, de acordo com o Cosems. São eles: cirurgias ortopédicas, ginecológicas, oftalmológicas, gerais de média complexidade e de traumas.

O cenário de milhares de cirurgias eletivas represadas na rede pública de Saúde no Rio Grande do Norte é o reflexo de falta de investimentos na área, segundo a servidora do Hospital Walfredo Gurgel e uma das coordenadoras do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde (Sindsaúde-RN), Rosália Fernandes. Ela diz que nos últimos anos houve um aumento da privatização e terceirização dos serviços.

“A saúde se transformou numa mercadoria, que não é prioridade e não é uma necessidade. Infelizmente a vida das pessoas se transformou numa mercadoria porque os super-ricos e os políticos não entram nessa lista de espera. Eles tem dinheiro para fazer esses procedimentos na rede privada, inclusive até fora do estado. Quem sofre nessa fila é exatamente a parcela da classe trabalhadora e da população pobre que utiliza e busca os serviços do SUS”, disse Rosália Fernandes.

Ela lembra que as filas se acentuaram durante o início da pandemia de Covid-19, em que houve a suspensão  das cirurgias eletivas por razões sanitárias, mas cobra maior investimento agora para amenizar a situação atual. A sindicalista também reforça que a “falta de prioridade na saúde” se reflete em unidades hospitalares e de atendimento à população lotadas em Natal.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap) para saber da execução do Plano Estadual de Redução das Filas, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.

Números

Quanto o Ministério da Saúde já enviou para o RN:

R$ 3.338.592,17

Verba que o RN receberá no Programa Nacional de Redução de Filas:

R$ 10.015.776,52

Tribuna do Norte



Polícia procura suspeitos por furto dentro de agência bancária em Caicó

A Delegacia Especializada em Furtos e Roubos de Caicó divulgou nesta quarta-feira (07) imagens de dois suspeitos de um furto que ocorreu na cidade no dia 15 de dezembro de 2022.

De acordo com as investigações, o crime teria acontecido dentro de uma agência bancária e a vítima seria uma idosa.

A Polícia Civil faz um apelo à quem identificar um dos suspeitos, para enviar informações de forma anônima por meio do Disque Denúncia 181.

Portal da Tropical



Frente Parlamentar é instalada com foco na garantia de nutrição à população

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte instalou, nesta quarta-feira (7), a Frente Parlamentar de Soberania Alimentar e Nutricional: Nutrição Para Todos. Por iniciativa da deputada Divaneide Basílio (PT), diversos representantes do Poder Público e da sociedade civil discutiram temas que deverão ser abordados durante o funcionamento do grupo.

A Frente Parlamentar foi instalada após as assinaturas de requerimento por parte dos deputados Francisco do PT, Isolda Dantas (PT), George Soares (PV), Kleber Rodrigues (PSDB), além da própria Divaneide Basílio. Para a parlamentar, a fome tem “endereço e cor”.

“Essa insegurança alimentar está mais acentuada no campo e nas zonas mais pobres da cidade, sobre as mulheres e crianças. Nós queremos ajudar a mudar esse cenário. Não podemos aceitar que as pessoas não tenham acesso à comida, isso é básico e, sobretudo, um cuidado humano” apontou Divaneide.

O foco do grupo é discutir o direito da população definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos, fomentando esse trabalho através da parceria entre os setores públicos, privados e sociedade civil, especialmente com a participação das Federações da Agricultura Familiar, Movimentos da Agricultura Urbana e Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. “Não é somente combate à fome, é nutrir a população”, enfatizou Divaneide.

No debate, representantes diversas entidades discutiram por quase três horas vários pontos que precisam ser abordados nos trabalhos da Frente Parlamentar. Entre os encaminhamentos, ficou definido que o grupo vai trabalhar para fortalecer as frentes nas cidades, começando por Pedro Avelino; ampliar a discussão debate sobre a lei de segurança alimentar e PPA; foco em sistemas alimentares sustentáveis, além de fazer o mapeamento e diálogo com pesquisas existentes; debate do acesso à terra e é tratada a titulação das terras; questões ambientais; apoio ao MST; fortalecimento do espaço e parceria das hortas em escolas e universidades; além da primeira reunião, que será no dia 28 de junho, com foco na discussão sobre a criação de abelhas e produção de mel no interior potiguar.



Caicoense viraliza nas redes sociais ao produzir arte de colagem em TV encontrada no lixo: ‘Atrelei reciclagem com minhas origens’

Foto: Divulgação

Tesouras, colas, papéis, madeira e muita inspiração. Esses são os principais materiais de trabalho de Gabriel Fernandes, de 23 anos, natural da cidade de Caicó, na Região do Seridó. O artista potiguar viralizou nas redes sociais com a produção de obras de arte em colagem.

Um dos vídeos compartilhados por ele, uma produção inspirada em xilogravuras de cordel com uma base de televisão encontrada no lixo, atingiu mais de 6,7 milhões de visualizações somente no Instagram.

“Foi um desafio para fazer algo diferente, atrelando a questão da reciclagem com as minhas origens. A produção juntou todas as metas que eu gostaria que o meu trabalho representasse”, contou ao g1.

Segundo o artista, a arte demorou duas semanas para ser produzida. Nesse meio tempo, ele chegou a jogar a televisão no lixo e desistir do trabalho por três vezes. “A minha sorte é que nenhum carro do lixo passou”, brincou.

A repercussão do vídeo nas redes sociais foi instantânea. Até o momento, são mais de 6,7 milhões de visualizações somente no Instagram. Ele possui quase 280 mil seguidores – a soma das contas no Instagram e no Tik Tok.

Gabriel recebeu seus primeiros incentivos ainda na infância. Por influência da mãe, sempre esteve ligado a tintas, lápis e pinceis, como forma de amenizar a ansiedade.

“A ansiedade sempre foi um tema bastante recorrente para mim durante a infância e adolescência. Aos 17 anos, quando iniciei a graduação em Contabilidade, surgiu a necessidade de me expressar de forma artística, foi quando conheci a colagem”, afirmou Gabriel.

Para relaxar e decorar o quarto, o artista começou a produzir obras inspiradas por pôsteres dos anos 2000. “Entendi que era possível contar histórias por meio das artes, criar narrativas, fazer com que nossas origens e nossa experiência sejam relatadas de forma visual”, disse.

O trabalho criativo de Gabriel tem início ao analisar revistas, livros, tecidos, panos de prato e outros materiais que possam gerar recortes. As colas, tesouras e outros objetos fazem a lapidação do projeto em bases de madeira.

Família e inspirações

Apesar do destaque, Gabriel não é o único artista da família. Ele acompanha de perto o trabalho de bordadeira realizado pela sua avó, Maria Lins Fernandes, conhecida em Caicó como “Mariquinha”, de 83 anos. Do trabalho de sua avó, o artista incorporou o bordado de flores e folhas, aplicando a botânica em suas obras.

Entre os criadores que se espelha, destaca Frida Kahlo, Salvador Dalí, Van Gogh, além de artistas de produções em xilogravura. Uma das inspirações de carreira é Vik Muniz, um dos maiores colagistas do Brasil e do Mundo.

Somente com o incentivo dos amigos, Gabriel passou a compartilhar, em dezembro de 2020, suas obras nas redes sociais.

“Os vídeos viralizaram e assim comecei a receber minhas primeiras encomendas”, explicou o colagista.

Hoje as produções são enviadas para vários estados do país e até para o exterior. De acordo com Gabriel, ele consegue fechar as encomendas para o ano inteiro em apenas dois meses.

O marco artístico nas redes sociais aconteceu em julho de 2022. Ao compartilhar um vídeo sobre suas origens, ele viu a repercussão sobre o seu trabalho aumentar ainda mais. Atualmente, expressar suas narrativas e experiências é o foco principal das suas produções.

Próximo de concluir sua graduação em Contabilidade, o colagista afirma que pretende seguir na carreira artística. “Me sinto abençoado com esse reconhecimento. Quero trabalhar cada vez mais para ser algo sustentável e se perdure por muito tempo. Quero aproveitar todas as oportunidades e fazer arte pelo resto da minha vida”, completou.

g1 RN



Em Acari tradição do tapete de Corpus Christi reúne movimentos paroquiais

A tradição do tapete de Corpus Christi também ocorre em Acari. Por lá, uma missa será realizada às 16h30, com procissão pelas principais ruas do Centro da cidade.

O tapete contou com a confecção feita por toda a madrugada. Voluntários de diversos grupo de oração e pastorais ajudaram nos trabalhos. Cada parte do tapete representa um dos grupos que atuaram na cidade.

Após a procissão haverá uma quermesse.



Após trabalhos na madrugada, Paróquia da Imaculada Conceição conclui tapete de Corpus Christi

A Paróquia de Imaculada Conceição concluiu na manhã desta quinta-feira (8) a confecção do tapete de Corpus Christi. Essa foi a primeira vez que essa tradição da igreja católica é feira em Currais Novos em trabalhos que se transcorreram pela madrugada.

Atuaram na confecção voluntários de grupos de oração, como ABBA e Shalom, e fiéis de toda a comunidade. De acordo com o Padre Fagner Medeiros, foram utilizados pó de café, sal, sabão em pó, areia, serragem, entre outros materiais.

“Momento muito importante pra nossa comunidade. São 50 metros de tapete e será por cima dele que encerraremos as atividades após a missa noturna, com a procissão”, afirmou.



Processo seletivo: Secretaria de Administração de Currais Novos publica ato de convocação; veja datas

A Secretaria Municipal de Administração de Currais Novos publicou aviso de convocação do processo seletivo em vigor do município. De acordo com o documento, publicado na edição desta quinta-feira (8) do Diário Oficial dos Municípios da Femurn, os candidatos aprovados deverão se apresentar entre os dias 12 a 23 de junho com a documentação exigida para assumir as vagas.

O processo seletivo em questão vai preencher mais de 230 vagas no âmbito da administração pública direta do município. O resultado foi divulgado no último dia 12 de maio e os aprovados aguardavam o ato de convocação, que foi oficializado nesta quinta-feira.

Os aprovados no certame devem ingressar no quadro de funcionários do município a partir do dia 3 de julho, com exceção dos profissionais com cargos vinculados à Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, que terá absorção dos aprovados apenas no dia 31 de julho.

Fonte: Anthony Medeiros



RN pode ter paralisação de 60 serviços de saúde nesta quinta-feira

Foto: Magnus Nascimento

A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) confirmou a paralisação dos profissionais a partir desta quinta-feira (8) em serviços prestados às secretarias de Saúde Pública do Estado (Sesap) e do município de Natal (SMS-Natal). O motivo apresentado é a falta de avanço nas negociações sobre pagamentos dos honorários médicos, que já somam cinco meses de atraso, segundo a Coopmed.

A paralisação havia sido anunciada no dia 1º de junho. Na ocasião, a cooperativa colocou condições para evitar o movimento de paralisação. Para a SMS, foi estipulado que se até a última segunda-feira (5) a pasta não tivesse feito o repasse dos valores, referente aos serviços prestados no mês de janeiro de 2023, seria deflagrada a paralisação a partir das 7h da quinta-feira. O mesmo dia e horário foi apontado para a Sesap devido ao atraso e imprevisibilidade de pagamentos.

Ao todo, a Coopmed conta com 1.800 profissionais em mais de 60 serviços. A suspensão anunciada é para serviços contratados referentes às escalas médicas na rede municipal de Natal e na rede estadual de saúde. A paralisação vai afetar atendimentos de médicos cooperados nas UPAs e hospitais da capital, bem como nos hospitais regionais, entre outros serviços.

Médicos estiveram reunidos na tarde dessa terça-feira na sede da Coopmed, na avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, para atualizar a situação dos atrasos dos honorários. Sem pagamentos e sem previsão de quitação das dívidas, os cooperados mantiveram o posicionamento de iniciar uma paralisação. 

“Não estamos querendo parar, até porque o médico ganha pelo serviço que presta. Na hora que ele não está prestando serviço, ele está deixando de ganhar”, disse um médico da cooperativa que preferiu não se identificar. 

A reportagem da Tribuna do Norte entrou em contato com as duas secretárias. A SMS não respondeu os questionamentos até o fechamento desta edição. Porém, a reportagem apurou que a Prefeitura do Natal ainda não tem previsão de quando será feito o pagamento à cooperativa.

Já a Sesap informou que o pagamento estava previsto para ser feito nesta quarta-feira. A Coopmed, no entanto, disse que não foi notificada dessa informação. Em segundo contato, a secretaria estadual afirmou que o setor financeiro havia sinalizado a possibilidade de pagamento na data. A Sesap garantiu que se posicionaria sobre a situação nesta quarta.

Mesmo com a confirmação da paralisação, a cooperativa sinalizou que suspenderia o movimento se houver o pagamento dos valores em atraso. “Se houver cumprimento, não há sentido de haver a greve. O problema é que existe uma tolerância mínima que foi ultrapassada com seis meses de atraso”, disse um médico cooperado.

A Coopmed afirmou que os profissionais estão sem receber há seis meses e que está reivindicando neste momento apenas o mês de janeiro das secretarias. Questionada sobre o montante de honorários médicos em atraso, a cooperativa afirmou que tem uma política de não divulgação dos valores.

“Todos os esforços por parte da Cooperativa foram feitos para evitar chegar a este ponto e os profissionais  lamentam profundamente a atual situação aguardando que seja resolvida com brevidade de modo a minimizar o prejuízo a população”, disse a Coopmed, por meio de nota. 

Lista de serviços

Veja quais unidades de saúde serão afetadas caso haja paralisação

Serviços paralisados na SMS/Natal:

UPA Pajuçara

UPA Potengi

UPA Esperança

PS Mãe Luiza

Hospital dos Pescadores

Hospital Nivaldo Rocha

UPA Satélite 

Samu Natal

Transporte Sanitário

Brasília termosa (Ped)

Ambulatórios

Psiquiatria (CAPS)

Ortopedia

Alta/média complexidade 

Leide Morais

Maternidade Araken 

Serviços paralisados SESAP/RN:

Hospital Walfredo Gurgel 

Hospital Giselda Trigueiro , 

Hospital João Machado , 

Hospital Regional de Santo Antônio, 

Hospital Regional Pau dos ferros, 

Hospital Regional João câmara , 

Hospital Regional Caicó

Hospital Santa Catarina

Central de Regulação das porta de Urgências

Obstetrícia 

Clinica médica 

Cirurgia Torácica

Pediatria 

Ortopedia

Tribuna do Norte



Governo do RN autoriza realização de concurso público para a Emater em 2024

Foto: Emater/Divulgação

O Governo do Rio Grande do Norte autorizou a realização de concurso público para provimento de vagas em cargos efetivos no Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RN) em 2024.

A seleção tem previsão de 67 vagas e será organizada pela Secretaria Estadual de Administração (Sead).

As áreas a serem selecionadas ainda não foram definidas pela Emater e serão avaliadas em conjunto com a Unidade Instrumental de Recursos Humanos (UIRH) da autarquia, para serem anunciadas posteriormente.

O último concurso público para preenchimento de cargos efetivos da Emater foi realizado em 2006, com as primeiras nomeações ainda naquele ano.

As últimas convocações ocorreram em 2010. Ao longo desse período, segundo o governo, vários servidores se aposentaram, gerando a necessidade de novas contratações.

A Emater possui 156 escritórios locais, 10 escritórios regionais e um escritório central, que funciona no Centro Administrativo do Estado, em Natal.

A autarquia oferece serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural a agricultores e agricultoras familiares do Rio Grande do Norte e executa programas e projetos voltados ao setor rural.

g1 RN



Professora plagiada por interventora da Ufersa pesquisou tema por 4 anos e sem remuneração

Foto: divulgação IFRN Mossoró

A arquiteta e urbanista Karisa Lorena Carmo Barbosa, que teve trechos da sua dissertação de mestrado plagiadas em ao menos 13 páginas pela interventora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, demorou quatro anos para concluir a obra original de 247 páginas. A profissional também teve que produzir os chamados dados primários sobre a história urbanística de Mossoró, traçando informações de 234 anos que descrevem o crescimento da zona urbana da cidade do interior.

Tudo isso, conta Karisa, foi executado sem nenhuma remuneração, já que ela não recebia bolsa para produzir a pesquisa. O trabalho foi apresentado no Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN, com o título “O processo de urbanização da cidade de Mossoró: Dos processos históricos à estrutura urbana atual”.

“Eu peguei desde o período colonial, desde quando era uma comunidade ao longo do Rio Mossoró, com fazendas de gado, passando pela criação da Freguesia, depois da Vila, para chegar à cidade, mostrando o crescimento da zona urbana ao longo desses períodos”, diz a docente.

“O objetivo principal da pesquisa foi a conexão da expansão urbana com os ciclos econômicos da cidade. Eu detectei cinco ciclos econômicos do período colonial até os dias atuais, onde cada período tem uma forma de se expandir, e o trabalho maior que teve foi que eu coletei todos os mapas que na época não eram digitalizados. Eu peguei os mapas da Caern, da Prefeitura, IBGE, de diversos órgãos que eram todos físicos, e digitalizei no Autocad”, lembra.

O trabalho foi tanto, diz a docente, que as pessoas brincavam afirmando que ela “queimou um cartucho” ao fazer um trabalho equivalente a uma tese de doutorado ainda no mestrado. Ela se vê orgulhosa com o produto.

“Como tava faltando aqui em Mossoró muita informação documentada, foi bom porque essa dissertação depois virou um livro, foram publicadas três mil unidades, e serviu de base para muitos estudantes de história, geografia, arquitetura, gestão ambiental, engenharia, de muitas áreas que até hoje em Mossoró utilizam meu livro como referência para apoio de estudo histórico da cidade”, afirma.

Desde 2005, Karisa é professora efetiva do IFRN Campus Mossoró, tendo também atuado no instituto como substituta entre 2001 e 2003. Ainda passou pela coordenação do curso de Arquitetura e Urbanismo na UnP e teve escritório de arquitetura. Desde 2021, está com o doutorado em andamento na UFRN. Na instituição em Natal, ela pretende atualizar a produção do mestrado, mas agora sobre outro olhar:

“Pretendo realmente atualizar, só que agora vou fazer num viés ambiental, pegando mais a questão urbano ambiental de Mossoró.”

Plágio

O caso de plágio do trabalho de Karisa pela interventora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, foi revelado com exclusividade pela agência Saiba Mais em 2020. A tese de doutorado da interventora tem 16 páginas plagiadas de outras obras, sendo 13 advindas da produção intelectual de Barbosa. Neste mês, a UFRN cassou o título de doutorado da reitora após a constatação do plágio.

Segundo Karisa, pela densidade da sua pesquisa, é comum que seu trabalho seja utilizado por outros estudantes, mas sempre referenciado. A descoberta do plágio foi uma surpresa.

“Por estar bastante divulgado na internet, em sebo virtual, em cópia física em livraria ou no próprio repositório da UFRN, era comum que estudantes, colegas, me procurassem para tirar dúvidas. Então as pessoas ou tiram da internet ou ligam pra mim, tiram dúvida, pedem mapa, pedem alguma coisa, mas referenciam”, diz.

Ao ficar sabendo da infração, ela afirma que a primeira reação foi nem acreditar, mas quando depois percebeu que realmente se tratava de uma tese com trechos copiados indevidamente. 

“[Ela] poderia realmente ter consultado, ter conversado, ter referenciado, porque hoje eu sou professora, sou orientadora, também sou aluna, e eu sei como é importante na Academia a gente reconhecer, fazer a pesquisa responsável. Hoje a gente tem todo o conhecimento do mundo à disposição pela internet ou em bibliotecas presenciais ou virtuais, mas a gente precisa realmente valorizar a pesquisa”, aponta Barbosa.

Para concluir a dissertação, a professora do IFRN levantou dados primários, aqueles originais e coletados pela primeira vez

“Você tem que tirar conhecimento de onde não existe, sair nas casas, levantando mapa antigo, pegando mapa de praça no IBGE, na Caern, passando meses para digitalizar aquilo. Realmente é um trabalho muito oneroso que o mínimo que a gente merece como acadêmico, como aluno, como professor, é ter o reconhecimento”, afirma.

Na sua própria pesquisa, Barbosa disse que utilizou dezenas de citações. 

“Todas estão lá, tanto de títulos muito antigos que eu peguei em biblioteca de Mossoró, nas traças, cópia única, com uns até escrito na mão, como de títulos captados na internet, de forma virtual, por pesquisadores mais contemporâneos, mas é importante fazer essa referência porque só quem tá na Academia sabe como é relevante e dispendioso fazer pesquisa no Brasil”, crava.

Agência Saiba Mais