Combater as violações de direitos contra a pessoa idosa foi tema de reunião entre as secretarias municipais de Assistência Social, Saúde, o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e a Residência Multiprofissional em Atenção Básica da UFRN, na manhã desta terça-feira (13) no Salão Nobre do “Palácio Raul Macedo”.
De acordo com o CREAS, 53% das denúncias de violações de direitos que chegam até o Centro são de violência contra a pessoa idosa. São casos como negligência, autonegligência, violência financeira, sexual, física ou psicológica, entre outros. Dentre as sugestões e ações que serão realizadas com o objetivo de zerar essas violações, estão a criação de grupos de apoio nas Unidades Básicas de Saúde com a busca ativa e acompanhamento, Campanha Municipal envolvendo órgãos da saúde, assistência, segurança, cultura e educação, e o fortalecimento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos “Tereza Bezerra Salustino”.
Celebrando a partir desta terça-feira (13) a 27ª edição da Festa de Santa Luzia, o Povoado Totoró em Currais Novos terá em breve dois novos espaços de convivência para os moradores da comunidade. O Prefeito Odon Jr esteve na manhã de hoje visitando as obras de construção de uma praça e quadra de futevôlei de areia próximo à sede da associação dos moradores.
O secretário municipal de obras e serviços urbanos, Elton do Ó, e o vereador João Gustavo, acompanharam o prefeito na visita. Povoado histórico por ser considerado o “berço” do início da povoação de Currais Novos, o Totoró também ganhará um local importante para o turismo, o Centro de Apoio ao Turista. O local escolhido será o antigo hospital, que será reformado e construído uma nova estrutura para sediar o ponto. O projeto básico está sendo finalizado e os recursos no valor de R$ 120 mil, são provenientes de emenda parlamentar do Deputado Federal Rafael Motta por intermédio do vereador João Gustavo.
Na Escola Municipal Cipriano Lopes Galvão, a Prefeitura instalou um parquinho infantil que atenderá as crianças e jovens da unidade escolar. “Estamos aqui no Totoró nesta semana tão festiva para visitarmos algumas ações e prestarmos conta do trabalho que estamos realizando em prol da comunidade”, disse o Prefeito.
Em Currais Novos/RN, no km 166 da BR 226, por volta das 20h do dia 12/12/2022, ocorreu um acidente do tipo saída de pista seguida de tombamento, envolvendo um FIAT/UNO MILLE FIRE, de cor branca.
O condutor, um homem de 42 anos, veio a óbito no local. PRF, SAMU, Corpo de Bombeiros, ITEP e Polícia Civil em atendimento da ocorrência.
No próximo dia 19 de dezembro, a partir das 16h30, no prédio da antiga Prefeitura de Caicó, acontece o lançamento da primeira obra literária do seridoense José Roberto Bezerra de Medeiros, o livro “Famílias Pioneiras dos Açores e do Seridó”. O evento é voltado para todo o público e convidados. O autor, natural de Caicó, lançou o livro no último dia 8 de dezembro em Natal e foi um sucesso.
Após dedicar anos de trabalho nos cargos de gestão e presidência das concessionárias de distribuição de energia elétrica, como a Neoenergia Cosern e a Neoenergia Coelba, o engenheiro eletricista José Roberto Bezerra de Medeiros, decidiu desbravar um novo caminho, o da literatura. Resultado de pesquisas históricas e genealógicas para a comprovação da ascendência sefardita (termo usado para referir aos descendentes de judeus originários de Portugal e Espanha) de sua família e de outras tantas que compõem a estrutura familiar formadora da sociedade dos sertões do Seridó do RN, o livro convida o leitor para uma tocante viagem ao tempo, dividida em 17 capítulos em mais de 500 páginas, nas quais são traçados relevantes contextos históricos das famílias pioneiras dos Açores (região de Portugal) e do Seridó (região do RN), com revelações de como se formaram e como se relacionaram nos dois lados do Atlântico.
“Famílias Pioneiras dos Açores e do Seridó” é fruto de um trabalho minucioso, costurado com precisão, os fatos históricos importantes desde as Grandes Navegações dos Açores ao Brasil e perpassa até os relatos sombrios da Inquisição, na qual antepassados sefarditas do povo seridoense sofreram perversos suplícios. José Roberto iniciou suas pesquisas há alguns anos e, a escrita da obra, ocorreu no início do período pandêmico, quando se viu inquieto quanto a história dos seus descendentes e formação das famílias do Seridó do RN. “No verão de 2020, após uma conversa com minha irmã Luciane Maria Bezerra de Medeiros, que tem muita afinidade com estudos genealógicos e já vinha pesquisando as origens da nossa família, embarcamos longe nesse papo sobre genealogias. Eu fiquei inquieto, aprofundei, fiz pesquisas e partimos para esta aventura com a finalidade de chegarmos aos nossos antepassados, suas histórias, mas, neste percurso, percebi que poderia contribuir, inclusive, com a história do RN, com ênfase nos seridoenses”, relata José Roberto.
As histórias impressas na obra, trazem hábitos, costumes, fé, devoção e os elos familiares, entregando ao leitor, uma fiel delineação das sociedades açoriana e seridoense no período da Idade Moderna. A revisora da obra e irmã do autor, Leila Maria Medeiros de Chiriboga, descreve o livro como “uma obra de inestimável valor, que vem contribuir grandemente para a compreensão de importantes acontecimentos que marcam a história do nosso Seridó. Retrata, sobretudo, a saga dos valentes colonizadores da região, que deixaram sua terra natal em busca de um novo porvir”.
Informações técnicas Autor: José Roberto Bezerra de Medeiros Capa: Fernando Chiriboga Projeto Gráfico e diagramação: Leila Maria Medeiros de Chiriboga
Revisão: Leila Maria Medeiros de Chiriboga, Aline Dantas de Medeiros, Alice Dantas de Medeiros e Diogo Emanuel Bezerra Nelson
Serviço – Lançamento do livro “Famílias Pioneiras dos Açores e do Seridó” em Caicó Data: 19/12/2022 Local: no prédio da antiga Prefeitura de Caicó Horário: das 16h30 às 18h30 Evento aberto ao público e convidados
Aconteceu no último sábado, dia 10 de dezembro, a 2ª edição do concurso “Chef Acariense”. O evento, promovido pela #PrefeituraDeAcari, através da secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, é sempre um sucesso, atraindo os olhares e o interesse pela gastronomia, que é um ponto forte do nosso turismo regional.
O grande prêmio ficou para a Chef Dielle Guimarães, que além do destaque de 1º lugar, ganhou um estágio no Camarões Restaurante em Natal e o prêmio em dinheiro de R$ 1.000,00. Confira o resultado:
1º LUGAR: Dielle Guimarães (50 PONTOS) Prato: Ouro do Sertão Descrição: Medalhão de carne de sol, acompanhado de musseline de jerimum, com farofa de castanha de cajú, router de rapadura e tuile de coentro.
2º LUGAR: Lidiane Luciana (42.3 PONTOS) Prato: Baião de Dois Acariense Descrição: Baião de Dois acompanhado de chips de batata doce. Prêmio: R$ 500,00 + pernoite com café da manhã e almoço com acompanhante na Pousada Cordilheiras.
3º LUGAR: Maria Daguia (39,3 PONTOS) Prato: Sabores da Terra Descrição: Coxa/Sobrecoxa de galinha caipira, acompanhada com creme de macaxeira e salada de feijão verde. Prêmio: 400,00 + refeição e bebida com acompanhante na Pousada Gargalheiras.
Na mesma ocasião, de forma simultânea, aconteceu também o 1º Festival de Gastronomia, aonde acarienses disponibilizaram pratos diferenciados para degustação e venda. Um trabalho coordenado pelo chefe de cozinha e fotógrafo, Evaldo Parreira.
O empresário curraisnovense Sérgio Dantas e sua esposa, Micheline, receberam o prefeito Odon Júnior e a governadora Fátima Bezerra em seu apartamento na praia de Pirangi, em Parnamirim.
A conversa foi descontraída, mas levou ao conhecimento da gestora estadual pautas relevantes na nossa cidade.
O verão, que ainda não chegou, deve receber inúmeras reuniões como essa. Que o sol e belas paisagens tragam boas novas para a nossa cidade.
Um acidente aconteceu na tarde de sábado (10) na BR-427, no trecho que liga as cidades de Currais Novos e Acari na Região Seridó potiguar.
Um carro bateu em uma ponte, capotou e logo em seguida pegou fogo. O veículo ficou destruído.
De acordo com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar as vítimas teriam sido socorridas antes da chegada das equipes ao local do acidnete e não há registros de vítimas nos hospitais da região.
De aordo com pessoas que presenciaram o acidente, as vítimas foram retiradas do carro logo após o capotamento, antes dele pegar fogo, por motoristas que passavam pelo local.
As chamas foram controladas pelo Corpo e o carro retirado em seguida da pista.
Após queda nas exportações durante a pandemia, o setor produtor de cachaça já vinha mostrando recuperação em 2021, mas agora tem motivos maiores para comemorar. O setor registra, este ano, um recorde no valor exportado. Foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior valor dos últimos 12 anos e 54,74% maior que as exportações de 2021. O levantamento do Comex Stat, o sistema de dados de comércio exterior do governo federal, e compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), traz dados de janeiro a novembro.
Os números se destacam principalmente por serem de um período imediatamente após os piores anos da pandemia da covid-19 e, mesmo assim, trazerem cifras superiores ao período anterior à crise sanitária mundial. Em 2019, por exemplo, foi registrado um valor de exportação de US$ 14,60 milhões. Os números de 2022 superam os de 2019 em aproximadamente US$ 4 milhões. Houve ainda um crescimento no volume exportado. Foram 8,6 milhões de litros exportados, um aumento de 30,38%.
Para Carlos Lima, diretor executivo do Ibrac, as boas notícias são resultados da soma de alguns fatores, principalmente o retorno das atividades econômicas após a retração provocada pela covid-19. “Acho que isso se deve a um momento de retomada pós-pandemia. Apesar de termos tido um crescimento no ano passado, a volta efetiva dos bares e restaurantes trouxe um otimismo no mercado”, disse à Agência Brasil. Lima também atribuiu a retomada dos eventos como um fator de influência nesses números.
Atualmente, a cachaça é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai. Este ano trouxe, inclusive, um aumento significativo na participação de alguns desses países, que até então não estavam entre os principais mercados. Portugal mais que dobrou nos valores de cachaça importada do Brasil e a Itália teve um aumento de 180% nas cifras.
Lima entende que as ações de promoção da cachaça como um produto para exportação também contribuíram. O Ibrac realiza com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) um projeto de promoção de exportação da cachaça. Consiste em ações de promoção da cachaça e com proteção da denominação da cachaça como uma marca.
Micro e pequenas empresas, inclusive, têm sido inseridas no mercado internacional no contexto desse programa. A intenção do Ibrac é aumentar a base exportadora e manter os bons números nos próximos anos. “O Ibrac vem ao longo dos últimos anos investindo em ações de imagem da cachaça e promoção de oportunidade da cachaça. Empresas já investem há alguns anos no mercado internacional, e agora o país está desfrutando disso”, disse Carlos Lima.
Aproximadamente, 1,5 milhão de potiguares devem ir às compras para presentear durante o Natal deste ano. A movimentação equivale a uma injeção de cerca de R$ 440 milhões no comércio do Rio Grande do Norte. A estimativa é do Instituto Fecomércio RN. O valor é nominalmente 7,8% maior do que o computado na mesma pesquisa realizada em 2021, quando o valor registrado havia sido aproximadamente R$ 408 milhões.
Em Natal, com base nos dados levantados pelo Instituto Fecomércio RN, estima-se que 530 mil pessoas devam ir às compras no período que antecede o Natal, o que representa um incremento de R$ 160 milhões na economia da cidade, número superior aos 128 milhões de reais projetados no levantamento de 2021.
Enquanto em Mossoró, a projeção é que cerca de 95 mil mossoroenses vá às compras visando esta data comemorativa, movimentando cerca de R$ 25 milhões no comércio local.
“Todos os anos, o Natal se coloca não apenas como a data mais importante para o comércio, em termos de vendas e faturamento, mas também como um termômetro para avaliar a confiança das pessoas quanto à economia atual”, pontua o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.
Números em Natal No topo do ranking das categorias de produtos mais procurados para presentear estão itens de vestuário, com 66,49% das respostas. Em segundo lugar ficaram os brinquedos, com 22,16% das menções.
Também merecem destaque perfumes e cosméticos (19,33%); calçados (11,34%); e eletrônicos (6,19%). Outros itens foram citados por 5,93% dos entrevistados.
A maioria (53,90%) pretende comprar três ou mais presentes. Essa compra de múltiplos produtos é a principal característica do Natal e o que torna a data a mais importante para o comércio, resultando em um gasto médio mais elevado do que as demais datas comemorativas. Neste ano, o ticket médio gasto na compra do presente de Natal será de R$ 302,81. O valor é 2,6% maior do que o registrado no ano passado (R$ 295,00).
Nesse quesito, 35,25% declararam que pretendem direcionar entre R$ 101 e R$ 200 para aquisição dos produtos, outros 28% têm a intenção de gastar entre R$ 201 e R$ 500.
Os gastos de até R$ 100 somam 20,75% das pretensões, enquanto acima de R$ 500 são 16%. Quanto aos locais para as compras, os shoppings seguem como o principal local de buscas pelos moradores da capital potiguar, preferidos por 58,33% dos consumidores. Em segundo lugar, aparece o comércio de rua (22,55%), seguido das compras pela internet (13,97%), entre outros (5,15%). A pesquisa também mostra que 77% dos consumidores afirmaram que pretendem fazer pesquisa de preço antes de realizarem as compras.
As categorias de presentes para as compras natalinas mais citadas são, por ordem: vestuário (74,43%); brinquedos (42,01%); perfumes/cosméticos (28,77%); calçados (13,70%); acessórios pessoais (6,85%); eletrônicos/celulares (6,39%); eletrodomésticos (4,11%); móveis e decoração (3,20%); entre outros. A respeito do número de itens comprados, 52,78% devem comprar três ou mais itens.
No tocante à pretensão de gastos com presentes, 37,70% dos consumidores pretendem gastar entre R$ 201 e R$ 500; 23,81% gastará de R$ 101 a R$ 200; e 12,28% até R$ 100. Outros 11,01% declararam que vão desembolsar acima de R$ 500. Cerca de 15% ainda não definiram quanto iriam desembolsar na compra do presente.
O gasto médio com presentes deve ficar em torno de R$ 268,85, valor inferior ao calculado em 2021 que foi de R$ 288,02. Porém, a média de gastos aumenta conforme o perfil dos entrevistados. Os dados do Instituto Fecomércio revelam que 46,83% dos consumidores mossoroenses pretendem adquirir os produtos em lojas do comércio de rua, 37,30% declararam que planejam consumir em lojas de shopping. Em terceiro lugar, está a internet, com 12,30% da preferência dos entrevistados. Outros meios foram citados por 3,57% dos consumidores.
Em Natal, 23,83% das pessoas pretendem viajar Além de consultar as intenções de compras, a pesquisa também buscou medir a pretensão de viajar dos consumidores. Em Natal, a pesquisa revelou que 23,83% dos natalenses manifestaram intenção de viajar neste final de ano. O índice é quase 7 pontos percentuais maior do que o de 2021, quando 17% dos entrevistados planejavam viajar durante a época.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 487,8 mil pessoas (13,7% da população) sobreviviam na faixa da extrema pobreza, com uma renda per capita de até R$ 168 por mês, ou R$ 5,60 por dia, no Rio Grande do Norte em 2021. No comparativo com 2020, o Estado tinha 215,2 mil (6,1% da população) pessoas nesta condição, o que corresponde a um aumento de 126% na extrema pobreza de um ano para o outro. Em números absolutos, cerca de 272 mil pessoas se tornaram pobres extremos no período. O número de pessoas em extrema pobreza em 2021 é o maior desde 2012.
Na faixa da pobreza, em 2021, o RN tinha 1.538.352 pessoas neste grupo ou 43,2% da população. Em 2020 esta taxa era de 34,2%, o que correspondia a 1.206.918 pessoas. De um ano para o outro o aumento de pobres foi de 27,4%. Todos os números constam na “Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira” e consideram as linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, que adota como linha de extrema pobreza os rendimentos per capita US$ 1,90 PPC (Poder de Paridade de Compra), equivalentes a R$ 168 mensais per capita. Já a linha de pobreza é de US$ 5,50 PPC, ou R$ 486 mensais per capita.
A série histórica apresentada pelo IBGE revela que a proporção de potiguares extremamente pobres em relação à população oscilou de 7,9% a 10,9% entre 2012 e 2019. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, esse índice caiu para 6,1% e voltou a subir em 2021 quando atingiu o maior patamar em nove anos: 13,7%. O economista e professor universitário Cassiano Trovão diz que o cenário é preocupante e reflete a fragilidade social da população. Ele diz que a série histórica revela o impacto dos programas sociais de transferência de renda, sobretudo em 2020.
“A gente estava no meio da pandemia e o governo fez um programa emergencial de distribuição de renda expressivo, só que em 2021, nos três primeiros meses do ano o programa foi extinto. Então um programa que estava atendendo a mais de 60 milhões de brasileiros foi extinto durante três meses de 2021 e quando ele retorna pela necessidade, porque a pandemia não tinha acabado ainda, ele retorna com uma dimensão muito menor”, explica.
Além disso, outro elemento que ajuda a explicar o aumento da miséria é a não recuperação do mercado de trabalho, também em decorrência da crise da covid-19, avalia Cassiano Trovão. “A gente estava ainda num cenário em que achar emprego era muito difícil, o número de desempregados era muito elevado e o emprego que estava sendo gerado era de baixa qualificação, na informalidade. O Rio Grande do Norte tem quase metade da sua população ocupada na informalidade”, acrescenta Trovão, que também é doutor em Desenvolvimento Econômico.
Todas as grandes regiões do País registraram aumento da extrema pobreza, mas o crescimento foi mais intenso nas regiões Norte e no Nordeste do País, regiões que foram mais impactadas pelos programas emergenciais de transferência de renda em 2020 e que, portanto, tiveram queda mais acentuada deste indicador neste último ano.
Entre 2020 e 2021, por sua vez, a proporção de extremamente pobres passou de 8,5% para 12,5% na Região Norte e de 10,4% para 16,5% no Nordeste, variações superiores ao verificado para as demais regiões. Mesmo com os dados alarmantes, a proporção de extrema pobreza registrada no Rio Grande do Norte em 2021 (13,7%) é a segunda melhor do Nordeste, atrás apenas de Sergipe. “Apesar disso, o Estado não é um dos piores do Brasil. Isso denota a triste realidade do nosso País”, diz Damião de Souza, superintendente do IBGE no RN.
“O IBGE divulga as estatísticas oficiais e não faz juízo de valor sobre, por exemplo, o aumento da população de rua, mas de maneira geral os números se refletem nas ruas. O cidadão vê o aumento de pedintes, de pessoas em situação de mendicância, isso reflete bem a situação encontrada pelas pesquisas. Claro que existem outros fenômenos ligados a isso, como a desmobilização de empresas que tinham aqui no Estado e isso faz com que a gente tenha um impacto importante”, complementa Damião.
O crescimento da pobreza é mais flagrante na classe mais vulnerável aos impactos econômicos, explica o administrador e especialista em mercado financeiro Henrique Souza. “Foram pessoas que acabaram perdendo suas condições de estarem em habitações alugadas ou até mesmo habitações que não eram dignas, e foram levadas por situações de perda de emprego ou perda do acesso a um benefício do governo federal”, comenta.
“As situações de rua em que essas pessoas se encontram dão uma visibilidade muito maior da proporção de pessoas em extrema pobreza, mostrando uma situação de mendicância e de necessidade de auxílio de terceiros para sobreviver”, complementa Henrique Souza.
Famílias acampam em canteiros de Natal No mês de dezembro é comum famílias ocuparem canteiros de avenidas movimentadas de Natal à espera da solidariedade de quem trafega pela região. Na avenida das Alagoas, no bairro Neópolis, zona Sul da capital, cerca de 10 barracas já estão montadas no canteiro central da via. Vinda de São Tomé, no Agreste potiguar, aos 75 anos, Romeiga Lessi se “mudou” para passar o último mês do ano no canteiro da Avenida das Alagoas em busca de doações de roupas e alimentos.
Retrato fiel da pobreza extrema no Rio Grande do Norte, a idosa diz que o acampamento improvisado no fim de ano já virou uma triste tradição. “Venho para cá desde quando tinha 20 anos. É uma dificuldade muito grande, já morei um ano aqui. Em São Tomé a situação é muito complicada e a gente aproveita esse tempo para vir aqui pedir ao pessoal. Comida é o principal para mim porque você come hoje e amanhã já tem que comer de novo. Aqui ainda é melhor que em São Tomé porque lá a comida é xique-xique e água é só com carro-pipa”, relata.
Laércio Carlos é outro que também veio de São Tomé. “A gente juntou um dinheiro e veio de transporte. A situação é difícil demais, meu sonho era trabalhar, nunca trabalhei de carteira assinada. Emprego está difícil, tudo caro, comida cara, a gente vem aqui numa medida de desespero para ver se consegue alguma coisa por aqui em Natal”, diz o homem.
Além dos moradores do interior do Estado há também famílias que vivem em Natal. Segundo levantamento prévio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), 16 famílias residentes de Natal já foram identificadas. Em contato com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a pasta informou que faz abordagem para encaminhar as famílias à rede socioassistencial e Sistema de Garantia de Direitos.
“Iniciamos em 23 de novembro o processo de identificação dessas famílias. De início, identificamos 11 famílias e atualmente identificamos o surgimento de mais 7 famílias, tendo sempre a tendência de aumentar no decorrer no mês. O perfil dos responsáveis familiares são catadores de material reciclável residentes (tem moradia) do bairro Lenigrado e Planalto e 02 famílias são do interior”, informou o órgão.A Semtas comunicou também que todas as 16 famílias que moram em Natal já são acompanhadas pelos programas de assistência da Prefeitura. “Existe apenas um responsável familiar que já é aposentado. Eles têm casa, são famílias que estão na rua e não em situação de rua e vão neste período natalino, como também em outras datas comemorativas como Dia das Crianças e Semana Santa, se aglomerando em busca de receber doações”, enfatizou a pasta.
Pobreza atingiu patamar recorde no Brasil Em 2021, considerando-se as linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, cerca de 62,5 milhões de pessoas (ou 29,4% da população do país) estavam na pobreza. Entre estas, 17,9 milhões (ou 8,4% da população) estavam na extrema pobreza. Foram os maiores números e os maiores percentuais de ambos os grupos, desde o início da série, em 2012.
Além disso, entre 2020 e 2021 houve aumento recorde nestes dois grupos: o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7% (ou mais 11,6 milhões de pessoas) e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2% (ou mais 5,8 milhões).
Em 2021, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza chegou a 46,2%, o maior percentual da série, iniciada em 2012. Esta proporção tinha caído ao seu menor nível (38,6%) em 2020, mas teve alta recorde. A proporção de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza (37,7%) é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%). O percentual de jovens de 15 a 29 anos pobres (33,2%) é o triplo dos idosos (10,4%).
Ainda em 2021, cerca de 62,8% das pessoas que vivem em domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza. No recorte regional, Nordeste (48,7%) e Norte (44,9%) tinham as maiores proporções de pessoas pobres na sua população. No Sudeste e também no Centro-Oeste, 20,6% (ou um em cada cinco habitantes) estavam abaixo da linha de pobreza. O menor percentual foi registrado no Sul: 14,2%.