Na noite de domingo (09), o IV Festival da Música Carnaubense “Tonheca Dantas” chegou ao final em grande estilo. Ao longo da semana, diversas bandas e filarmônicas se apresentaram na praça Caetano Dantas, oferecendo ao público uma experiência musical de alta qualidade. O encerramento do evento foi um enorme sucesso, contando com a presença do prefeito Gilson Dantas e vários convidados, além da participação da sociedade carnaubense, de maneira que consolidou o festival como uma importante plataforma de celebração da música potiguar.
Um dos principais convidados foi o pianista, professor da UFRN e bisneto de Tonheca Dantas, Tarcísio Gomes Filho. O artista foi o responsável por dar início a cerimônia de encerramento e ressaltou o quanto estava feliz por estar ali, num evento que leva o nome de seu ancestral. Na ocasião, Tarcísio revelou que iria tocar uma valsa que seria executada pela primeira vez em Carnaúba dos Dantas, pois tratava-se de uma partitura que estava desaparecida, mas que graças a ajuda do maestro Victor Dantas, que também estava presente no local, ela foi encontrada e chegou até suas mãos.
A valsa se chama “Amor Constante” e foi escrita para a sua bisavó, Ana Florentina Dantas. Era visível a emoção do pianista em fazer parte do festival, não deixando de enfatizar o quanto se sentia emocionado por estar vivenciando um momento que o conectava com sua ancestralidade, com esse lado que ele e seu bisavô compartilham, que é o amor e a dedicação pela música.
Outras duas canções foram executadas por Tarcísio, as valsas Daguimar Dantas e a clássica Royal Cinema. Logo após, na companhia de Franz Ribeiro, aluno de canto da UFRN e contratenor, apresentaram algumas canções, dentre elas Habanera e Que Será.
O pianista formou-se bacharel em música pela UFRN e possui doutorado realizado na UNICAMP. Em sua atividade musical constam apresentações em cidades do nordeste e sudeste do país, Estados Unidos e Sérvia. Foi solista junto à Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte e Orquestra Sinfônica da UFRN. Participou do Bačka Palanka International Piano Festival (2015), na Sérvia, onde se apresentou tocando obras de Heitor Villa-Lobos e Johannes Brahms.
mês de junho teve deflação, ou seja, houve um recuo nos preços na comparação com maio. A inflação oficial – calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – ficou em -0,08%. É a primeira vez no ano que a inflação fica abaixo de zero. A última vez em que a inflação apresentou queda foi em setembro do ano passado. Esse é também o menor resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para um mês de junho desde 2017 – quando o índice foi de -0,23%. Esse é também o menor resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) para um mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.
O resultado, divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE, no Rio de Janeiro, representa o quarto mês seguido em que a inflação perde força. Em maio, o IPCA foi de 0,23%. No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Na comparação com maio, os grupos que mais ajudaram a colocar a inflação no campo negativo foram alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 e -0,08 ponto percentual (pp) no índice geral, respectivamente.
Fator de influência
Segundo o IBGE, alimentação e bebidas e transportes integram o grupo com maior influência dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA.
O grupo alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação em casa (-1,07%). Contribuíram para isso as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Já o custo da alimentação fora de casa subiu, porém, com menos força (0,46%) em relação ao mês anterior (0,58%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explicou André Almeida, analista da pesquisa, no site do IBGE.
“O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 pp. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados”, explica o IBGE.
No comportamento dos preços durante maio, destaque também para o resultado de combustíveis (-1,85%), com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). “A gasolina é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca Almeida.
Pelo lado da pressão de preços para cima, a maior contribuição foi do grupo Habitação (aumento de 0,69% e impacto de 0,10 p.p.). A maior contribuição veio da energia elétrica residencial (1,43%), por causa de reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Porto Alegre. A taxa de água e esgoto (1,69%) também foi impactada por reajustes aplicados em Belém, Curitiba, São Paulo e Aracaju. O cálculo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos.
Mais deflação
O IBGE também divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve queda de 0,10% em junho (primeira deflação desde setembro de 2022) e acumula 3% nos últimos doze meses. O INPC abrange o custo de vida para famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.
A apresentação da DITR é obrigatória para pessoas físicas e jurídicas que tenham imóvel rural e deve ser apresentada na forma de dois formulários, o Documento de Informação e Atualização Cadastral do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (Diac) e o Documento de Informação e Apuração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (Diat).
A prestação de contas é obrigatória mesmo para quem recebeu ou deixou de ter a propriedade do imóvel, no ano de 2023.
Para entregar a documentação, é necessário baixar, pela internet, o Programa Gerador da Declaração do ITR relativo ao exercício de 2023 (Programa ITR 2023), no site da Receita Federal.
Na declaração, para excluir áreas não tributáveis, é necessário preencher e informar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o Ato Declaratório Ambiental (ADA). Outro dado que também deve ser informado é o número do recibo de inscrição do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
O recibo que comprova a apresentação da DITR é gerado pelo programa, logo após a transmissão. O documento pode ser gravado no disco rígido do computador, ou em mídia USB, e deve ser impresso, no caso em que o contribuinte optar por fazer a entrega do documento diretamente em uma unidade da Receita Federal.
Pagamento
O valor do ITR apurado poderá ser pago em até quatro parcelas mensais, desde que as quotas não sejam inferiores ao valor de R$ 50. O parcelamento só poderá ser feito em caso de imposto acima de R$ 100 e o prazo para o pagamento da primeira parcela, ou quota única, também será até 29 de setembro.
O valor devido poderá ser pago por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), por transferência bancária, ou PIX.
Retificação
Caso, após a entrega, seja apurada alguma inconsistência será possível retificar a DITR com a entrega de uma nova declaração, na qual deverá conter todas as informações do primeiro documento, com as alterações, exclusões e adições de informação necessárias, além do número do recibo da primeira DITR entregue.
Ainda que a retificadora seja entregue o após o prazo para a declaração, o imposto apurado deve ser pago no prazo estabelecido, para não gerar multa. O atraso na entrega gera multa de 1% ao mês, ou fração, sobre o total do imposto devido e começa a contar a partir do dia 30 de setembro.
O Rio Grande do Norte terá uma semana com previsão de céu parcialmente nublado e possibilidade de pancadas de chuvas isoladas em algumas regiões, de acordo com o Portal Clima Tempo.
Em Natal, a segunda-feira começou com sol e algumas nuvens, havendo chance de chuva rápida ao longo do dia e à noite. Para terça, quarta, quinta e sexta-feira, a previsão é de céu parcialmente nublado com ocorrência de chuvas. As temperaturas variam entre 22º C de mínima e 31º C de máxima.
Na cidade de Mossoró, região Oeste do Estado, a segunda-feira terá sol com algumas nuvens e névoa ao amanhecer, com poucas nuvens durante à noite. Para o restante da semana, espera-se sol com algumas nuvens, mas sem ocorrência de chuvas. As temperaturas mínimas serão de 22º C e as máximas de 35º C.
Em Caicó, região do Seridó, a segunda-feira também terá sol com algumas nuvens e névoa ao amanhecer, com poucas nuvens durante a noite. Nos dias seguintes, terça, quarta, quinta e sexta-feira, a previsão é de sol com algumas nuvens e ausência de chuvas. As temperaturas mínimas serão de 22º C e as máximas de 34º C.
Por fim, em Pau dos Ferros, no Alto Oeste potiguar, a segunda-feira terá sol com algumas nuvens e névoa ao amanhecer, com poucas nuvens durante à noite. Para o restante da semana, espera-se sol com algumas nuvens, sem previsão de chuvas. As temperaturas mínimas serão de 22º C e as máximas de 34º C.
A Assembleia Legislativa do RN promoveu audiência pública, na tarde desta segunda-feira (10), para debater a necessidade da humanização do luto parental nos hospitais públicos e privados do Rio Grande do Norte. Proposto por Cristiane Dantas (SDD), o encontro contou com representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde, médicos, assistentes sociais, enfermeiros, profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e membros de entidades ligadas ao assunto.
“Um sofrimento não reconhecido. Por muitas vezes assim pode ser visto o luto parental, o contexto em que os pais perdem seus filhos. Pela lei da natureza, é a inversão da ordem, pois é desolador ver partir quem se desejou e esperou para nascer. Trazer esse tema ao debate se insere dentro de um movimento que tem crescido Brasil afora e que deve ser abordado pelo viés da sensibilidade, da empatia e, como centralizamos, pelo olhar da humanização perante essas famílias que atravessam esse acontecimento devastador e que traz grandes impactos psicológicos para os pais”, iniciou a parlamentar.
Segundo a deputada, existem diferentes formas e reação ao luto pela perda de um filho, e uma das situações não reconhecidas socialmente é quando o luto ocorre por uma perda gestacional ou infantil. E a nossa preocupação maior ao propor esta audiência pública é que nem todas as unidades de Saúde, hospitais e maternidades estão preparados ou capacitaram seus profissionais para acolher pais enlutados, enquanto a maioria de outros casais celebra a chegada de um filho.
Ainda de acordo com Cristiane Dantas, após participar de uma reunião tratando do assunto na Maternidade Escola Januário Cicco, ano passado, ela e sua equipe elaboraram uma legislação acerca do tema.
Finalizando seu discurso, a deputada destacou que um dos grandes objetivos do debate é dar publicidade à citada lei estadual, para que os hospitais, maternidades e unidades de Saúde se capacitem, prestando um atendimento, de fato, humanizado para os casos de luto parental, acrescentando que “a audiência acontece dentro de uma campanha que a cada ano se expande para o conhecimento da sociedade, que é o Julho Âmbar, mês de conscientização do luto parental”.
Psicóloga da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN), Caroline Lemos começou sua fala agradecendo a todos pela sensibilidade e acolhimento.
A respeito do processo de luto e suas fases, Caroline Lemos disse que os sentimentos vão mudando ao longo do tempo. “Tem certas situações e vivências que facilitam e/ou dificultam o enfrentamento do luto. E, nesse processo, nós não vamos conseguir eliminar a tristeza da pessoa. Além disso, a forma como se aprende a viver o luto no contexto familiar, com os amigos, no ambiente de trabalho, enfim, vai facilitar ou dificultar a forma como se vivencia esse processo”, detalhou.
Em seguida, a psicóloga falou sobre os impactos na saúde mental de quem vive o luto parental. “Dentre as repercussões do enlutamento, quando ele não é bem cuidado, existem os sintomas depressivos, a ansiedade, os transtornos de estresse pós-traumático, a ideação suicida, o pânico, as fobias, os comportamentos autodestrutivos, o uso abusivo de álcool e drogas”, disse, complementando que ainda há as consequências físicas, como o risco aumentado para doenças cardiovasculares, o isolamento social e o afastamento do mercado de trabalho.
“Percebam que os efeitos são para além do que a gente imagina. E muitos dizem para as pessoas seguirem em frente ou olharem o lado bom da vida, mas seus corações estão dilacerados. Daí, os enlutados se sentem pressionados ou exigidos a seguir em frente. Por isso, é necessário compreender melhor o processo, para que possamos tratar a situação com uma maior humanização”, frisou.
A profissional de saúde mental elencou também os fatores que dificultam o processo de luto, a exemplo do tipo de morte e da ausência de uma rede de apoio; bem como as situações que ajudam as pessoas a lidarem com a perda, como a possibilidade de experienciar a despedida e os rituais funerais.
Ao final do seu pronunciamento, a psicóloga falou sobre o trabalho que realiza na MJEC, chamado “Projeto com amor: apoio à perda gestacional e neonatal”, o qual funciona desde 2016 e tem o objetivo de promover o cuidado integral à mulher diante da perda gestacional ou neonatal, através do acolhimento humanizado do processo de enlutamento.
Dando continuidade aos discursos, Fernanda Braga, fundadora do grupo “Picadinhas do Amor”, que atua no Estado há seis anos, disse que a equipe surgiu da união de mulheres com Trombofilia que sentiam a necessidade de partilhar suas dores e dificuldades.
“A gente ouvia dos médicos que precisava perder o bebê mais de uma vez para ser investigada. E a partir dessas dores a gente se uniu para tentar trazer à sociedade e aos profissionais um pouco das nossas necessidades. Para a nossa surpresa, hoje o nosso Instagram tem mais de 8 mil seguidores, geralmente mulheres em busca de informações, não apenas do RN, mas de todo o Brasil”, contou.
Segundo a fundadora do grupo, a orientação é voluntária e gratuita, sem qualquer financiamento público. Ela explicou ainda que o maior problema enfrentado pelos pais enlutados é a falta de acolhimento na perda.
“Diante desse cenário, a gente precisava fazer alguma coisa. Eu me senti na obrigação de procurar e achei a ‘ONG Amada Helena’, que atua há mais de dez anos no Rio Grande do Sul. Mas tudo ainda é muito novo. Quase ninguém ouviu falar no ‘Julho Âmbar’. A lei só existe aqui no RN e no RS. Porém, é um movimento muito importante. Eu, por exemplo, que perdi dois filhos, se alguém me perguntasse naquele momento o que eu queria, eu diria: ‘Não sei… Eu quero meu filho… Quero ouvir novamente os batimentos cardíacos dele’. Então, a importância de se ter profissionais habilitados para nos acolher nesse momento é inexplicável”, finalizou, emocionada.
Para a ginecologista, obstetra e especialista em infertilidade, Kyvia Mota, a reação à dor é algo particular.
“Algumas pacientes lidam bem com isso, outras desmoronam. Então, é muito individual e varia de acordo com o número de perdas. Eu já tive paciente com 13 perdas gestacionais. Naquela época não se conhecia ainda a Trombofilia, a gente só desconfiava que existia alguma coisa. E, nessa paciente, nós conseguimos que a gestação fosse adiante fazendo heparina. Ela já tinha me dito que queria interromper a gravidez, mas depois de muita conversa decidiu investir, e hoje as meninas estão bem, graças a Deus, já estão terminando a faculdade”, relatou.
De acordo com a médica, não se deve comparar situações de pacientes diferentes, pois cada caso é único.
“Mas o conhecimento da causa da perda ajuda muito as mulheres a aceitarem o acontecimento. Sabe-se hoje que 80 ou 90% das perdas gestacionais precoces têm causa genética. Então, quando a mulher toma conhecimento disso, ela pensa que a natureza a protegeu de ter um bebê com problemas genéticos, e isso facilita muito a sua compreensão. Mas quando é Trombofilia, já é bem diferente. Mesmo tratando, algumas continuam tendo perdas e seguem sofrendo, porque é uma doença que ainda conhecemos pouco”, detalhou a ginecologista e obstetra.
Kyvia Mota relatou ainda que, no início da sua carreira, sentiu-se incomodada com a falta de humanização do seu primeiro local de trabalho.
“Eu fiz residência na maternidade modelo e, quando eu cheguei aqui em Natal, fiquei muito impactada com a superlotação e a falta de humanização do lugar onde eu fui trabalhar. Eu pensava: ‘como pode uma mulher que acabou de perder o bebê ser colocada no mesmo quarto de uma que está amamentando e festejando a chegada do seu filho?’. Isso é muito dolorido, e eu nunca entendi como não separavam essas mulheres. Mas as minhas pacientes eu levava para outro local do hospital”, enfatizou.
Técnica da Rede de Atenção Materna e Infantil da Secretaria Estadual de Saúde, Ane Caroline Sobral externou as medidas pensadas pela sua equipe a fim de efetivar a nova legislação no Estado.
“Nós temos um grupo com todos os diretores de maternidades da rede de referência e nos encontramos bimestralmente. A nossa proposta é criar um protocolo estadual para padronizar os processos. Eu queria frisar aqui que a equipe da MJEC é muito parceira da gente e sempre colabora na construção desses protocolos. Nós sempre acreditamos que o melhor é construir esses procedimentos em conjunto, dentro das nossas possibilidades. Portanto, o principal objetivo é montar esses protocolos, orientar o acesso aos serviços e analisar como podemos ajudar a implementar esse olhar mais humano em toda a rede”, destacou.
Em seguida, a psicóloga do Centro de Referência em Luto da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, Milena Câmara, desabafou que vem lutando por espaços de discussão como o de hoje há mais de 23 anos.
“Eu fico muito feliz por estarmos aqui hoje debatendo um tema tão importante e necessário, porém ainda muito desvalorizado pela sociedade de um modo geral. E essa mudança humanizada é necessária para todos, não apenas para os profissionais de Saúde. Isso porque a dificuldade de validação da perda e de um olhar cuidadoso com o luto muitas vezes começa ao nosso lado, com um companheiro, uma mãe, um amigo. Eles muitas vezes dizem que a gente tem que ser forte e seguir, mas não é exatamente essa a ajuda que precisamos naquele momento difícil”, explicou.
Segundo a representante municipal, o mundo interno da pessoa enlutada desaba, enquanto o mundo externo continua exigindo que ela siga com suas atividades normalmente.
“Não é simples, só sabe quem vive, é uma dor muito subjetiva. Pensando nisso, eu fiz um projeto para criar um centro de referência em luto em Natal, no ano de 2016. Recentemente, em 2022, eu consegui implantá-lo. O objetivo é que as pessoas enlutadas não fiquem correndo de um lado para o outro sem receber assistência. Nós consideramos, reconhecemos, respeitamos a sua dor, entendendo que é preciso um olhar especializado. Portanto, o centro hoje é uma realidade e funciona na Unidade Básica de Candelária, na Atenção Primária, e a nossa proposta é que possamos cuidar desses enlutados para que eles não adoeçam”, detalhou a psicóloga.
De acordo com Flávio Fontes, coordenador do curso de Psicologia da UFRN, no município de Santa Cruz, tudo que ele ouviu no debate reflete bastante o seu dia a dia.
“Tenho atuado no curso desde 2017 e trabalho de juntamente com o Hospital Maternidade Ana Bezerra. Nesse contato, eu fui me aproximando cada vez mais das temáticas da Psicologia Perinatal. E tudo que nós ouvimos hoje, de maneira tão emocionante, ressaltando o quão doloroso pode ser o momento da perda, nos sensibiliza bastante e reflete muito as nossas atividades diárias”, disse.
O coordenador contou ainda que se recordou de uma pesquisa que leu anos atrás em que se entrevistava profissionais de Saúde a respeito da temática.
“Uma das entrevistadas dizia: ‘a gente não fala morte, e sim, óbito’. E isso ficou marcado para mim, porque quando se fala em óbito, é algo muito impessoal e distante. Então, é importante percebermos que, para o outro, trata-se sempre de uma perda pessoal. Ainda que para o profissional aquela situação seja também um óbito, é preciso lembrar que para o outro é uma filha ou filho, não somente uma estatística. Por isso, eu acho importantíssimo que esse assunto seja trabalhado nos cursos de Saúde e sinto que ainda temos muito a percorrer”, finalizou.
Ao final da audiência, a deputada reforçou que o propósito do debate era divulgar a existência da Lei 11.357/2023, para que se somem todos os protocolos, conselhos, entidades, secretarias e grupos de apoio em prol da causa.
Ela ainda pediu a todas as maternidades, tanto públicas quanto privadas, que já comecem a implementar a referida lei no que for possível, sem esperar o Poder Público, “pois muitas ações são simples e podem ser feitas desde já, só dependem dos gestores”, concluiu a parlamentar.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta sexta-feira (7) projeto de lei que retoma o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), extinguindo o Programa Alimenta Brasil, versão implementada no governo Bolsonaro. A proposta será enviada ao Senado.
O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), para o Projeto de Lei 2920/23, do Poder Executivo. Ele aproveitou conteúdo da Medida Provisória 1166/23, que perde a vigência no começo de agosto.
Segundo o projeto, depois de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), terão prioridade de venda ao programa os seguintes grupos: povos indígenas; povos e comunidades tradicionais; assentados da reforma agrária; pescadores; negros; mulheres; juventude rural; idosos; pessoas com deficiência; e famílias de pessoas com deficiência como dependentes.
A maior novidade no texto é a criação do Programa Cozinha Solidária, com o objetivo de fornecer alimentação gratuita e de qualidade à população, preferencialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social, incluindo a população em situação de rua e com insegurança alimentar.
O relator defendeu a importância do projeto na atual situação da fome no Brasil. “Nós não podemos permitir que o nosso País ainda carregue a injustiça de ser um dos maiores produtores de alimentos do planeta e ter mais de 30 milhões de pessoas com fome”, afirmou Boulos.
A Prefeitura de Currais Novos iniciou na manhã desta terça-feira (11) a obra de pavimentação da rua “Thiaguinho Vinícius” no bairro “Dr. Sílvio Bezerra de Melo”. No total, serão investidos com recursos próprios do município o valor de R4 78.343,33, e a extensão da rua é de 1.185,55 m².
O Prefeito Odon Jr, a Vice-Prefeita Ana Albuquerque, o secretário iterino de Obras e Serviços Urbanos (Lucas Galvão), e o Presidente da Câmara Municipal, Cleyber Trajano, estiveram na rua nesta manhã para acompanhar o início da obra.
A Paróquia de Sant’Ana confirmou para esta quarta-feira (12) o início da venda das mesas para o Pavilhão, que será realizado nos dias 23, 24 e 25 de julho.
De acordo com o padre Cláudio Oliveira, a venda será feita exclusivamente por um sistema de gestão de vendas on-line. O link será divulgado nas redes sociais da Paróquia de Sant’Ana e às 8h desta quarta-feira (12).
Para a edição 2023, serão disponibilizadas 1.000 mesas, distribuídas em blocos que vão do A ao K. O preço será de R$ 210, com direito aos três dias de festejos. Só serão permitidas as vendas de duas mesas por CPF.
O Governo do Estado deu o pontapé para a instalação de uma nova policlínica no Rio Grande do Norte. As secretarias de Estado da Saúde Pública (Sesap) e da Infraestrutura (SIN) assinaram a ordem de serviço para a recuperação do prédio que será a Policlínica do Agreste/Litoral Sul.
Para a secretária de Saúde Pública, Lyane Ramalho, a nova obra representa o compromisso da Sesap e do Governo do RN na ampliação da saúde pública no estado. “Essa assinatura de hoje é o começo de uma nova realidade para a saúde do Agreste e do Litoral Sul potiguar. E mostra que o Governo do Estado está trabalhando diariamente em prol de melhorias para a população”, afirmou a gestora.
A futura unidade é planejada para atender mais de 20 municípios da região com diversas especialidades médicas, exames e pequenas cirurgias. O plano traçado pela Sesap é que a unidade seja gerida pelo consórcio de saúde a ser formado em parcerias com as gestões locais, seguindo o modelo que já vem sendo colocado em funcionamento no Seridó e no Vale do Açu. “Essa obra é muito bem vinda para Canguaretama e toda região. Vamos fazer uma parceria boa entre prefeitura e a Secretaria de Saúde”, disse Wilson Ribeiro, prefeito de Canguaretama.
O investimento de R$ 3,7 milhões para reforma e adequação do prédio faz parte de um pacote de obras para a saúde pública, financiado por emendas parlamentares e recursos próprios do Governo, com um valor total superior a R$ 40 milhões.
O secretário da Infraestrutura Gustavo Coêlho ressaltou o trabalho realizado e os órgãos mobilizados pelo Governo do Estado para garantir a formulação e aprovação de todos esses projetos. “Trata-se de uma reforma que, assim como as demais obras da Saúde, contou com um esforço grande da nossa equipe técnica, principalmente dos engenheiros e arquitetos, para entregar um equipamento com toda a estrutura necessária para receber uma grande policlínica. Temos aqui os nossos engenheiros, responsáveis pela fiscalização da Secretaria, mas o principal fiscal é o povo”, afirmou Gustavo Coêlho.
A previsão é de que a obra em Canguaretama dure cerca de 300 dias. Também estiveram presentes ao evento as prefeitas Hosanira Galvão (Goianinha) e Thuanne Souza (Vila Flor), Jalmir Simões, superintendente do Ministério da Saúde no RN, Kristiane Fialho, gerente da I egional de Saúde Pública, vereadores e outras autoridades da região.
No universo acadêmico, há histórias que transcendem fronteiras e inspiram gerações. Uma dessas histórias é a do professor e diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, Hamilton Varela, um natalense que trilha uma carreira de sucesso no exterior, destacando-se como um renomado educador ao redor do mundo. Sua trajetória é marcada por determinação, oportunidades e uma paixão inabalável pela Química. Ele foi indicado como professor adjunto do Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju (GIST, Gwangju Institute of Science and Technology), na cidade de Gwangju, Coréia do Sul.
Nascido em 1973, Hamilton Varela cresceu em Natal, onde seus pais, o professor Hélio Varela de Albuquerque, da Engenharia Civil, e Maria Lúcia Brandão, do curso de Enfermagem, ambos da UFRN, o incentivaram desde cedo a buscar o conhecimento e a excelência acadêmica. Ele estudou no Colégio Salesiano São José, na Ribeira, durante o ensino fundamental e médio, e, na época do vestibular, foi confrontado com a difícil escolha entre Matemática e Química. Influenciado pelo pai, optou por cursar Engenharia Química na UFRN, dando início a uma jornada repleta de descobertas e conquistas.
Durante sua graduação em Natal, o potiguar teve a oportunidade de realizar uma iniciação científica no Departamento de Química, despertando seu interesse pela pesquisa. Sua dedicação e talento foram recompensados quando ele conquistou o primeiro lugar no vestibular para Engenharia Química. Após concluir sua graduação, decidiu buscar novos horizontes e mudou-se para São Carlos, em São Paulo, para realizar seu mestrado na Universidade de São Paulo (USP).
“E aí eu vim fazer o mestrado aqui em São Carlos, mas uma vez fui primeiro colocado no exame de seleção e ingresso, e durante o mestrado, tive a oportunidade de conhecer um professor alemão, muito importante. Ele estava aposentado na Alemanha, mas estava seguindo como pesquisador na USP. Ele assistiu a apresentação de um seminário meu e falou: ‘Gostei muito, e se algum dia você precisar de mim, eu te ajudo, faço uma carta de recomendação para você’. E isso ficou na minha cabeça. Durante o mestrado, fui fazer estágio nos Estados Unidos e passei umas três ou quatro semanas, e surgiu a oportunidade de fazer o doutorado lá”.
E completou: “Quando eu voltei, comentei com ele: ‘Olha, agora se você oferecer aquela carta de recomendação, pois de fato preciso’. Ele falou: ‘Ah, não sei, veja melhor’. Fiquei decepcionado. Só que ele disse que poderia conseguir um lugar bem mais interessante para mim, segundo a expectativa dele. E assim foi feito. No final de semana seguinte, ele ligou para essa pessoa, que eu terminei indo trabalhar com ela, e ele me falou: ‘na semana que vem, você vai receber uma carta para fazer doutrorado no Instituto Fritz Auber da Sociedade Max Planck, em Berlin, na Alemanha’, rememorou.
Essa oportunidade, aparentemente impossível, se tornou realidade quando Hamilton Varela recebeu uma carta informando que todas as despesas seriam cobertas. Assim, em abril de 2000, ele embarcou para Berlim para realizar seu doutorado. Os anos que se seguiram foram de intenso aprendizado e pesquisa, culminando com a defesa de sua tese e a obtenção do título de Doutor no dia de seu aniversário de 30 anos. Sua conquista foi ainda mais notável, ao receber uma nota “magna cum laude”, um reconhecimento raro na Alemanha.
Após concluir seu doutorado, o natalense teve a oportunidade de trabalhar na Universidade Técnica de Munique, antes de retornar a São Carlos, onde sempre sonhou em fincar raízes. Sua paixão pela USP e o desejo de compartilhar seu conhecimento com a próxima geração, o levaram a se tornar um Jovem Pesquisador da FAPESP e, posteriormente, aprovado em um concurso para se tornar professor titular na USP.
“Era um lugar que eu sonhava em voltar um dia, a minha esposa é daqui e queria fincar raízes na cidade. Era um sonho muito grande ser professor aonde estudei, na USP, e assim foi feito. Voltei em 2004 da Alemanha, fiquei como Jovem Pesquisador da Fapesp e em 2007, fui aprovado no concurso para professor da USP. A minha carreira foi muito rápida para os moldes da USP, já que todas as projeções internas são feitas por meio de consursos. Então, o que aconteceu comigo foi o seguinte: entrei em 2007, com 5 anos de USP, fiz a minha Livre- Docência em Termodinâmica Química, e com mais 5 anos, virei professor titular e com outros cinco anos, me tornei diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP”.
E continuou: “Em relação aos professores titulares, passei no meu primeiro concurso, e fui o titular mais jovem do Instituito. Tem outros mais jovens na USP, mas no Instituto de Química de São Carlos, eu fui o mais jovem, com 43 anos. E para diretor também, fui eleito o diretor mais jovem da história do Instituto”, completou Hamilton Varela.
Sua jornada científica continuou durante o doutorado, realizado em Berlim, onde teve a oportunidade de trabalhar com uma orientadora e também conhecer o renomado Gerhard Ertl, diretor do Institut e ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2007. A inspiração e o apoio recebidos de Ertl foram fundamentais para sua trajetória.
Em homenagem a Gerhard Ertl, o pesquisador natalense e um contemporâneo, que havia sido aluno de Ertl, fundaram um Centro com o nome do cientista na Coreia do Sul. O centro tem se desenvolvido de forma significativa, realizando eventos periódicos. Na primeira edição do evento, foi lançado o Prêmio Gerhard Ertl, que homenageia o cientista e foi concedido ao próprio pesquisador potiguar.
Além de suas contribuições internacionais, o professor Hamilton Varela recebeu um convite do Gwangju Institute of Science and Technology, na cidade de Gwangju, Coreia do Sul, para atuar como professor adjunto em um contrato temporário. Inicialmente, o contrato era de dois anos e não poderia ser renovado, mas devido ao seu trabalho excepcional durante a pandemia, ele teve seu contrato estendido por mais três anos.
Recentemente, recebeu um novo contrato de mais dois anos. Durante sua estadia, ele visita a universidade uma vez por ano para ministrar aulas, participar de eventos e manter contato com os alunos, enquanto também colabora remotamente. Essa oportunidade é considerada prestigiosa e tem proporcionado grandes colaborações em sua carreira, incluindo palestras ministradas em diversos países ao redor do mundo.
Devido aos seus contatos frequentes com a China desde 2011, é possível que em breve o pesquisador natalense também tenha um contrato naquele país. Sua relação com a China tem sido fortalecida ao longo dos anos, e ele está se preparando para sua sétima visita ao país no próximo mês de setembro.
“Vou com muita frequência para a China, é possível que em breve eu tenha um contrato desses lá também, porque tenho muito contato com a China, desde 2011. E no próximo mês de setembro vou para lá, essa já é a sétima vez que vou para a China”, ressaltou.
Quanto à sua paixão pela Química, ela despertou durante o ensino médio, quando Hamilton estudava no Colégio Salesiano e teve a influência de três professores que apresentaram a química de uma forma diferente. Sua afinidade com as ciências exatas e a química foi impulsionada pela versatilidade, interdisciplinaridade e pela estreita relação com a matemática e a física.
Apesar de ter passado a maior parte do tempo fora de Natal, sua cidade natal, o pesquisador destaca a importância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em sua formação acadêmica. Ele considera a UFRN como sua “Alma Pátria” e valoriza os excelentes professores que teve durante sua graduação.
Desafios
Quando questionado sobre os desafios enfrentados no Brasil, Hamilton Varela ressalta que o país possui profissionais altamente capacitados e que podem competir em igualdade de condições com os melhores do mundo. No entanto, ele destaca a necessidade de uma política de estado consistente e de longo prazo para financiar a pesquisa e a inovação.
De acordo com ele, a continuidade das políticas, independentemente das mudanças de governo, é essencial para que o país possa trilhar um caminho do desenvolvimento sustentável. O investimento em educação, ciência e tecnologia é fundamental para o crescimento do Brasil, e o pesquisador acredita que o país tem muito a oferecer nesses campos.
Ao refletir sobre sua trajetória até o momento, o professor Hamilton Varela se sente realizado e motivado a continuar contribuindo para a universidade pública no Brasil e para o sistema de ciência, tecnologia e inovação do país. Com mais duas décadas ou mais de carreira acadêmica pela frente, ele acredita que ainda há muito a ser realizado em prol do avanço científico e do desenvolvimento do Brasil.
“Um dia desses eu morava ali perto do Cefet, ali em Morro Branco, estava cordando cedo para pegar o ônibus para ir para o Salesiano e de repente me vi nos maiores centros do mundo, no Instituto Fritz Auber da Sociedade Max Planck, da Alemanha. Estudar em um lugar onde passou Fritz Auber, Albert Einstein, tanta gente importante, é completamente impensável. E de vez em quando, parecia que eu estava sonhando”. pontuou.
Universidade da Coreia do Sul
O professor e diretor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, Hamilton Varela, foi indicado como professor adjunto do Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju (GIST, Gwangju Institute of Science and Technology), na cidade de Gwangju, Coréia do Sul.
Ele foi recomendado pelo Comitê de Pessoal do Corpo Docente do GIST e atuará na Escola de Ciências da Terra e Engenharia Ambiental do Instituto, entre 1º de junho deste ano e 31 de maio de 2025.
A previsão é de que Varela passe cerca de dez dias por ano em Gwangju, onde ministrará palestras sobre eletrocatálise e termodinâmica. O docente também irá realizar pesquisas em colaboração com o Grupo do professor Jaeyoung Lee, sobre a interconversão entre as energias química e elétrica.