Cobertura da febre amarela está abaixo de 20% em cidade potiguar
A Secretaria de Saúde de Natal promoveu no sábado (06) o Dia D para incentivar a vacinação contra a febre amarela, disponibilizada à população desde o começo do mês. A ideia é incentivar a adesão da capital, já que menos de 20% do público-alvo recebeu a dose única do imunizante.
“Desde 2019, a vacina está na rotina, não tem mais a situação do viajante ou da pessoa que faria uma viagem internacional ou porque vai para o Norte do País. Agora a vacina da febre amarela faz parte do nosso calendário. Natal tem uma cobertura de menos de 20% da população-alvo, porque ainda está na mente das pessoas que é uma vacina de viajantes. Temos agora a missão de trabalhar o profissional de saúde para a adesão e ofertar a população em busca da vacinação”, disse Vaneska Gadelha, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Natal.
O Dia D aconteceu em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital, mas o lançamento simbólico da ação ocorreu na Unidade de Saúde da Família (USF) de Nordelândia, em Lagoa Azul, na zona Norte de Natal. Segundo Vaneska Gadelha, a escolha da unidade foi pela baixa adesão à vacina na zona Norte da capital. Até as 10h, 100 doses haviam sido aplicadas no local.
“É uma unidade recém-reformada e a escolha foi para termos uma melhor adesão da zona Norte. Por exemplo, em uma semana, tivemos adesão de mais de 800 pessoas, fazendo e cumprindo sua rotina da vacinação. No Distrito Sul, em três dias, tivemos 200 doses, uma boa adesão. Na zona Norte, pela sua extensão e grande população, teve adesão pequena, por isso pensamos a ação para conscientizar aqui na região, explica Gadelha.
Ainda segundo a diretora, a ação faz parte de um projeto permanente em que todos os meses uma unidade será escolhida para capitanear uma vacina específica. No mês de setembro, por exemplo, o incentivo à vacinação contra a poliomielite já está definido e a expectativa é de que o Dia D aconteça no primeiro final de semana de cada mês.
“Esse projeto tem como finalidade melhorar a cobertura vacinal, porque em algumas situações de prevenção da doença, estava muito baixa. Pensamos em algo para incentivar à população para fazer a adesão dessa cobertura. Esse dia, o primeiro final de semana de cada mês, escolhemos porque percebemos que após o Dia D, temos aumento na procura das pessoas”, comenta.
Quem chegou cedo à unidade foi a dona de casa Gleisyelle Nascimento, 28 anos. Além de ter ido tomar a vacina contra a febre amarela, ela levou suas duas filhas, Maria Cecília, 7, e Rachelly Beatriz, 8, para se vacinar.
“O atendimento foi bom. Vim com minhas filhas, com minha tia e meu tio, a família toda tomar a vacina da febre amarela. Soube pela televisão e vim me vacinar, porque é importante para a proteção das crianças”, disse.
Morador do bairro Lagoa Azul, o aposentado Itamar Pereira de Lima, 56 anos, soube da possibilidade de tomar o imunizante pelas redes sociais. “Vim tomar pela nossa saúde, para se prevenir. Quanto mais vacina tomar melhor”, comentou.
Público-alvo para a imunização
O imunizante contra a Febre Amarela está disponível para crianças que completaram 09 meses e ainda não tomaram a primeira dose; crianças que completaram 04 anos e não tomaram a dose de reforço; e pessoas de 05 a 59 anos não vacinadas, com apenas uma dose ou nenhuma dose registrada. Não podem se vacinar menores de 09 meses, mulheres amamentando crianças menores de 06 meses de idade, pessoas com alergia grave a ovo, pessoas que convivem com HIV e que têm contagem de células CD4 menor que 350, usuários em tratamento de quimioterapia/radioterapia, portadores de doenças autoimunes e pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem as defesas do corpo).
A Febre Amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já nas áreas urbanas, o vetor do vírus é o Aedes aegypti.