A Paróquia de Sant’Ana, através de projeto aprovado na Lei Câmara Cascudo, promoverá como programação da Festa do Rosário de Caicó 2021 duas oficinas artísticas culturais, gratuitas. As oficinas remetem às tradições dos Negros do Rosário, sendo oficina de fabricação de tambores e pífanos e oficina de dança do espontão.
A oficina de tambores e pífanos será de 18 a 21 de outubro, com instrução de Emanuel Bonequeiro, na Casa de Cultura Popular de Caicó. A oficina segue cronograma de corte e montagem dos tambores, papietagem, pintura e preparação das peles, montagem e confecção das baquetas e talabardes. No último dia será ensinada a confecção dos pífanos, instrumento de sopro característico dos Negros do Rosário.
As aulas de dança do espontão serão ministradas por alguns integrantes dos Negros do Rosário de Caicó, na praça por trás da Catedral de Sant’Ana. A dança do espontão é a dança guerreira integrante das festividades de Nossa Senhora do Rosário, usando lanças e espontões ao som do tambor marcial.
A culminância das duas oficinas será no primeiro domingo da Festa do Rosário de Caicó, dia 24, às 17h, quando os alunos farão um cortejo da Catedral de Sant’Ana à Igreja do Rosário para apresentação artística.
Também já está acontecendo a oficina de design para artesanato, realizada pela Paróquia de Sant’Ana em parceria com Caicó Criativa, Sebrae-RN e Casa de Cultura de Caicó. Os artesãos estão aprendendo sobre como incrementar o design das suas peças a partir da identidade regional e sobre a importância da produção associada ao turismo. Os produtos serão comercializados na edição especial da Caicó Mostra Caicó, de 28 a 30 de outubro, ao lado da Igreja do Rosário.
O projeto cultural realizado pela Paróquia de Sant’Ana de Caicó tem patrocínio da Lei Câmara Cascudo, Fundação José Augusto, Governo do Estado, Lig Zarb Supermercado, Seridó Plast, Del Rayssa Lingerie, Slup Sorvetes e TIM MC Telecom. Apoio: Casa de Cultura de Caicó e Caicó Criativa.
A combinação da vacinação com medidas como o uso de máscaras, o distanciamento social e a exigência do comprovante de vacinação para acesso a alguns espaços é fundamental para a retomada das atividades, reforçou hoje (15) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no boletim semanal do Observatório Covid-19.
Segundo os pesquisadores da fundação, a exigência do passaporte vacinal para acesso a locais de convívio fechados ou com aglomeração propicia maior tranquilidade, pois reduz o risco de exposição ao novo coronavírus nesses ambientes. Sobre as máscaras, o boletim sublinha que, se pelo menos de 80% da população estiver com esquema vacinal completo, o uso delas pode ser flexibilizado em atividades ao ar livre que não envolvam aglomeração, mas deve ser exigido em locais fechados ou locais abertos em que haja aglomeração.
“Com menos de 50% da população com esquema vacinal completo, reforçamos a importância do passaporte vacinal como uma política pública de estímulo à vacinação e proteção coletiva, sem deixar de reforçar a importância da manutenção de outras medidas, como o uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento físico e social. A combinação deste conjunto de medidas é fundamental para que possamos ter um processo prudente de retomada das atividades, a exemplo do que vem sendo realizado em Singapura, país exemplar no enfrentamento da pandemia”, diz o texto divulgado hoje pela Fiocruz.
Os pesquisadores ressaltam que Singapura acertou em diversos momentos da pandemia, desde o rastreio de casos suspeitos até a combinação da vacinação com outras estratégias. Apesar de ter mais de 80% da população totalmente vacinada, o país asiático voltou a registrar aumento de casos e internações em setembro e reagiu com novas medidas restritivas e de isolamento. “A atual estratégia do país consiste em revisar suas restrições e realizar ajustes de acordo com a situação epidemiológica, sendo considerada a necessidade do uso de máscaras, da limitação de viagens e do distanciamento físico e social até 2024.”
A condução cautelosa da pandemia em Singapura contrasta com o exemplo da Inglaterra, que se destacou inicialmente com uma vacinação acelerada, mas decidiu suspender todas as outras medidas restritivas de uma só vez, quando tinha apenas 54% da população com esquema vacinal completo. “Atualmente, o país apresenta registros de mais de 500 mortes e entre 150 mil e 200 mil casos confirmados de covid-19 por semana, muitos dos quais possivelmente resultarão na covid longa”, analisam os pesquisadores.
“Os exemplos de Singapura e da Inglaterra nos dão algumas evidências de que trabalhar com a vacina como estratégia isolada não é o mais apropriado, não se devendo naturalizar os elevados valores de óbitos e casos registrados por semana na Inglaterra. Experiências de outros países já vêm demonstrando que o sucesso no controle da pandemia neste novo estágio requer, além da elevada cobertura vacinal, a associação de outras medidas.”
Redução de casos e óbitos Indicadores de monitoramento da pandemia no Brasil estão em queda contínua desde julho, o que em grande parte é devido ao aumento do número de vacinados. A Fiocruz destaca que estão em queda a proporção de testes positivos, a incidência de novos casos, a ocupação de leitos unidade de terapia intensiva (UTI) e taxas de mortalidade.
Apesar disso, a Fiocruz mostra que o movimento de queda vem perdendo velocidade. Em agosto e setembro, houve redução média de 2% nos casos e óbitos por dia, enquanto no fim de setembro e início de outubro o ritmo diário de queda foi de 0,5% para os casos e de 1,2% para os óbitos.
De acordo com o boletim da Fioruz que ainda são altas as taxas de transmissão do SARS-CoV-2 no país, o que torna fundamental que se continue aumentando a cobertura vacinal para diferentes grupos, combinada com a busca ativa dos faltosos para segunda dose e ampliação de dose de reforço para os grupos vulneráveis.
As internações de adultos com covid-19 em UTIs estão fora da zona de alerta em 25 estados, nos quais a taxa de ocupação não supera os 60%. As exceções são o Distrito Federal, que está na zona de alerta crítico (89%) por causa da redução do número de leitos, e o Espírito Santo, que se mantém na zona de alerta intermediário (65%).
Em uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) entre a União e governadores do Nordeste, o governo federal propôs o corte de 100 mil beneficiários do Bolsa Família. A Advocacia-Geral da União (AGU) alega que uma decisão do ex-ministro Marco Aurélio Mello, que vedou exclusões do programa, fez com que beneficiários que não têm direito ao programa permaneçam entre os contemplados.
De acordo com o governo, famílias que têm renda per capita superior a meio salário-mínimo (R$ 550) não se enquadram mais nas regras para continuar no programa. A proposta do governo foi feita em uma audiência realizada pelo gabinete do ministro Gilmar Mendes.
A proposição dos cortes gerou reação de governos de estados nordestinos, pois todas as exclusões seriam de moradores da região. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que a pandemia agrava a situação da fome no país. Ele alegou que milhares de pessoas estão na fila para receber o benefício e não conseguem acesso ao programa. “É humilhante uma pessoa ter que ficar em uma fila para ter seu sustento. Agora temos uma outra forma de corte, que é de não apreciar quem precisa do benefício. Temos uma fila de espera de 2,3 milhões de pessoas, sendo que 800 mil são do Nordeste”, disse.
A advogada da União, Andreia Dantas, da AGU, afirmou que a decisão do ministro Marco Aurélio mantém no Bolsa Família pessoas que mudaram de renda. “Em relação à liminar, precisamos pensar sobre isso. Ela sustenta pessoas que não atendem à elegibilidade do benefício. Temos 22 mil casos mais graves. São falta de cadastro, uma questão de operacionalização. Temos casos de posse em cargo público e renda excessivamente alta. Se a gente pudesse ter um acordo ao menos nestes 22 mil, já seria um avanço de operacionalização para a União”, disse.
Ela ressaltou que os cortes, se autorizados pelo Supremo em eventual acordo com os governadores, atingem 100 mil pessoas. Entre os alvos estariam pessoas sem cadastro no Ministério da Cidadania. “Completo são aproximadamente 100 mil. Seriam critérios detalhados dos cancelamentos. Isso é possível fazer. Os cancelamentos são sempre automatizados”, completou Andreia.
Fábio Andrade, da Procuradoria-Geral do Estado da Bahia, afirmou que não podem ocorrer cortes sem que as bolsas ofertadas sejam repostas. “Não pode tirar 22 mil sem repor 22 mil aos estados do Nordeste. Na Paraíba temos 66 mil pessoas que deveriam acessar o Bolsa Família e não acessaram. Não defendemos o recebimento do benefício por parte de quem está fora dos critérios. Mas isso não pode ser um corte sem reposição”, disse Andrade.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) orientou que os municípios do Rio Grande do Norte reduzam para cinco meses o intervalo para aplicação da dose de reforço contra a Covid em idosos e profissionais da saúde. Atualmente, esse prazo é de seis meses.
A recomendação da Sesap foi emitida em uma nota informativa nesta sexta-feira (15) após decisão tomada em conjunto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems/RN) e a Câmara Técnica das Vacinas.
Segundo a nota, a vacina da Pfizer, que é a de reforço, deve ser administrada em idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde que já completaram o esquema vacinal há cinco meses – ou seja, tomaram a segunda dose ou a dose única nesse tempo.
De acordo com a Sesap, a mudança se deu após alguns municípios sinalizarem a iminência da perda de doses da Pfizer por conta do prazo de validade após o descongelamento. Isso ocorreu em decorrência da baixa procura para dose de reforço e D2. “Chegamos a conclusão que temos um quantitativo de doses da vacina da Pfizer junto aos municípios, descongeladas há mais de 20 dias, que devem ser aplicadas de forma imediata, considerando o intervalo de vencimento de 31 dias. Então, decidimos, em parceria com os municípios, antecipar a terceira dose”, informou a coordenadora em Vigilância em Saúde da Sesap, Kelly Lima.
Além disso, foi considerado ainda que boa parte da população idosa na faixa etária abaixo de 70 anos ainda não completou os 6 meses após a segunda dose. Ou seja, poderiam tomar a vacina devido à idade, mas não conseguiam por não terem o tempo necessário de intervalo.
Os municípios precisam oficializar a redução do tempo de intervalo para esse público, o que deve ocorrer a partir da próxima semana, segundo a coordenadora da Sesap.
Para a mudança, a Sesap se embasou na recomendação emitida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual estabelece que a aplicação da dose de reforço tem aprazamento três a seis meses após a completude do esquema vacinal.
“Entendendo esse cenário de taxa de ocupação e número de óbitos reduzidos nos últimos 15, 30 dias no estado, nós começamos a fazer uma análise um pouco mais detalhada desse perfil das pessoas que tem ido a óbito e identificamos que existe uma proporção de idosos que já estão na fase de tomar a terceira dose, mas com esse intervalo de seis meses não chegaria o dia”, explicou a subcoordenadora de vigilância epidemiológica, Diana Rêgo. “Nós temos um cenário que, embora estejamos confortáveis com relação a taxa de ocupação de leitos, a gente precisa estar atento que temos aí uma grande parcela ainda da população que não foi buscar a segunda dose da imunização e isso nos preocupa já que agora estamos vivendo essa retomada de eventos, do comércio e da circulação das pessoas”, reforçou.
O município de Currais Novos completa nesta sexta-feira (15), 131 anos de emancipação política. A data marca o desmembramento da cidade do município de Acari, ocorrido em 15 de outubro de 1890. Segundo dados históricos, durante a Monarquia, Currais Novos foi instituída Distrito de Paz, através da resolução provincial nº 301 de 06 de setembro de 1854.
O Distrito pertenceu primeiramente ao município de Vila do Príncipe (Caicó), de 31 de julho de 1788 a 11 de abril de 1833, quando passou a pertencer ao município de Acari. Somente em 15 de outubro de 1890, o decreto nº 59, do então governador provisório Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, declarou instituído o município de Currais Novos, com instalação em Sessão Solene realizada no dia 26 de fevereiro de 1891 pelo então presidente da Intendência acariense, o Capitão Cipriano Bezerra de Santa Rosa.
Após o desmembramento, o município de Currais Novos teve sua área delimitada pelo topógrafo Juventino da Silveira Borges. Teve como primeiro administrador, Quintino Galvão, que governou o município de 06/02/1891 a 03/04/1892. Somente em 29 de novembro de 1920, o município foi elevado à condição de cidade pela Lei nº 486, sancionada pelo Governador Antônio José de Melo e Sousa, durante o segundo mandato do então prefeito João Alfredo Pires. Nessa época, a população era de 14 mil habitantes, com 12 ruas, 1 avenida, 2 praças e 3 travessas. Posteriormente, do município de Currais Novos foram desmembrados Cerro Corá, em 1953, e Lagoa Nova, em 1962.
A Associação dos Municípios da Microrregião do Seridó Oriental-AMSO promoveu, nesta quinta-feira (14), reunião ordinária com a presença dos prefeitos associados. Na pauta assuntos importantes como a avaliação do andamento de obras que estão sendo planejadas no escritório de projetos que presta serviços a instituição. Outra pauta foi quanto ao lançamento do Projeto Seridó de Oportunidades, em parceria com o Sebrae.
Fernando Bezerra, que preside a AMSO, contou que na próxima semana estará viajando a Brasília junto com outros prefeitos para encontro com a bancada federal. “Nossa reunião também serviu para preparar o nosso próximo encontro que acontecerá em Brasília no dia 20 de outubro. Estaremos juntos com prefeitos de outras regiões em uma audiência com a bancada, traremos alguns projetos que estão em tramitação no Congresso Nacional e emendas. Esta missão terá expressiva participação do Seridó ”, contou.
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, nesta quinta-feira (14), a quebra dos sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal do secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Eduardo Gabas. O requerimento do presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), foi aprovado à unanimidade pelos membros presentes: Francisco do PT, que é o relator, Gustavo Carvalho (PSDB) e Ubaldo Fernandes (PL), suplente do deputado George Soares (PL) na comissão.
Durante a reunião, o deputado Kelps Lima apresentou o requerimento, mas disse que os dados que justificavam a quebra do sigilo das informações são confidenciais e somente os parlamentares terão acesso, assim como aos dados que forem repassados à CPI pelas instituições. O período dos dados que serão solicitados também não foram expostos pela CPI, que vai oficiar as instituições devidas para que as informações sejam repassadas à comissão.
O secretário-executivo foi convocado pela CPI da Covid na condição de investigado e permaneceu em silêncio durante o depoimento, no dia 6 de outubro, sendo liberado pelos parlamentares após informar que não responderia a nenhuma das perguntas. A Justiça do Rio Grande do Norte havia concedido habeas corpus para que Carlos Gabas não precisasse responder aos questionamentos dos parlamentares.
Depoimentos
Ainda na reunião, os deputados ouviram mais dois depoimentos sobre contratos investigados pela CPI. O ex-subcoordenador de Serviços Gerais da Sesap Carlos Thomas Araújo da Silva falou sobre o processo de busca para a contratação de empresa do Piauí para realização de inquérito sorológico. Além dele, que falou como testemunha, a CPI ouviu na condição de convidado Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira, servidor da PPGScol/UFRN, que participou da discussão sobre a necessidade do inquérito.
Ambos responderam a questionamentos dos parlamentares, principalmente, sobre os motivos pelos quais o inquérito precisou ser realizado, sobre como foi a escolha da empresa, os motivos pelos quais as empresas de pesquisa do Rio Grande do Norte não foram contatadas e se a não realização de parte dos testes necessários prejudicou a pesquisa.
Chegou hoje (14) ao Brasil, pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, mais uma remessa de vacinas da Pfizer contra covid-19 entre as previstas para serem entregues nesta semana. O lote de hoje é de 912.600 mil doses. Até domingo chegam ao país mais 9.128.512 doses.
As entregas são parte do segundo contrato entre a Pfizer e governo federal, assinado em 14 de maio, que prevê mais 100 milhões de doses de vacinas entre outubro e dezembro. O primeiro lote desse contrato chegou ao Brasil no último sábado (9), com 1.989.000 doses.
A tecnologia de fabricação da Pfizer consiste na injeção de parte do código genético do novo coronavírus para que o organismo humano seja capaz de identificar o vetor em caso de contaminação.
Segundo o Ministério da Saúde, desde o início da campanha, em janeiro de 2021, já foram distribuídas mais de 94 milhões de doses da Pfizer. Antes de serem distribuídas, as vacinas passam por um rigoroso controle de qualidade para que cheguem com segurança aos braços dos brasileiros.
Após quase 16 meses da morte e ocultação de cadáver de Gabriel Souza, 18 anos, a Justiça do Rio Grande do Norte definiu que os quatro policiais denunciados pela morte do estudante irão a Júri Popular. A data do julgamento ainda não está marcada. A mãe de Gabriel, a assistente de serviços gerais Priscila Souza, 35, cobra justiça pela morte do filho. “Espero justiça, para mostrar que nossa luta não foi em vão, que valeu a pena todo nosso esforço. É isso que eu quero”, diz a mãe à reportagem da Tribuna do Norte.
A determinação partiu do juiz Marcos José Sampaio de Freitas Júnior, da 1ª Vara Criminal de Parnamirim, e foi anunciada no último dia 1º de outubro. Os acusados seguem presos de forma preventiva no quartel da PM e a decisão também ratificou o decreto de prisão preventiva. A data do julgamento depende ainda da apreciação de recursos por parte da defesa, que garante que irá recorrer da decisão judicial. O prazo após intimação é de 5 dias.
“Não fomos intimados, mas adianto que pretendemos recorrer sim”, afirma o advogado Francisco Heriberto Rodrigues Barreto, que representa, ao lado de outros cinco advogados, os policiais militares denunciados. “Eles alegam a nós que são inocentes e contam que se encontravam em local certo e sábido. Acreditamos na inocência deles”, falou.
As audiências de instrução e depoimento de acusados e testemunhas começaram em fevereiro deste ano, mas chegaram a ser adiadas em pelo menos duas situações, uma delas em virtude do agravamento da pandemia de Covid-19 e por indicação de novas testemunhas por parte do Ministério Público e da defesa.
Um dos pontos recentes que dividiu os advogados foi um mandado de segurança junto ao Tribunal de Justiça para impugnar documentos apresentados pela defesa dos policiais, que seria uma perícia particular a respeito do vídeo da abordagem policial em que mostra o momento em que o jovem Gabriel se depara com os agentes. Os advogados da família, Hélio Miguel Santos e Daniel Pessoa, defendem que a prova é irregular.
“A defesa juntou essa opinião dizendo que o vídeo não estava bom, que não dava para ver a placa. Mas nitidamente a ampliação feita pela Polícia Civil dá para ver a placa. É algo extraprocessual, foi produzido sem nossa participação, sem que pudéssemos questionar. Impugnamos esse parecer porque não tivemos direito ao contraditório. Isso está pendente do juiz e do TJ analisar”, informou, acrescentando que a defesa entrou com um mandado de segurança para extrair a prova do processo.
A tese é refutada pelo advogado Francisco Heriberto Rodrigues Barreto. “Fizemos uma perícia no vídeo, que apontou que é impossível identificar qual viatura passou naquele dia, naquele momento, a partir daquelas imagens. Na verdade, quem disse que viu uma viatura foi uma testemunha. Não há como concluir que aquela viatura é a que eles indicam como a que esteve lá”, reforça.
“Um abraço que não vai vir”, diz mãe de Gabriel
Prestes a completar 36 anos na próxima quinta-feira (14), a ASG Priscila Souza diz que sua vida não é mais a mesma após a morte do filho e que sente saudades diárias do jovem estudante. “De presente de aniversário eu queria um abraço de Gabriel, que não vai vir mais”, chora. Ela cita que tem sido acompanhada por psicóloga desde a morte do filho.
Morando no bairro dos Guarapes, onde cresceu e viveu com Gabriel e sua outra filha, ela pede justiça para o caso, além de relembrar que o estudante não se envolvia “em coisas erradas” e tinha sonhos de seguir a carreira militar.
“Era um rapaz bom. Tinha cursos de informática, pré-militar, administração, tenho os certificados. Não merecia isso. Gabriel não gostava de festas, de estar em esquina. Era um rapaz tranquilo, só queria crescer, estudar, fazer cursos”, lembra a mãe, segurando fotos do filho e dizendo que, no último dia 19 de setembro, Gabriel teria feito 20 anos.
A família lembra ainda que o bairro “abraçou” a causa em prol de Gabriel, promovendo uma série de atos clamando por justiça e para lembrar a história do jovem. Na praça principal do bairro, há uma frase pintada em 2020 com os dizeres “Gabriel Presente”. Na época do sumiço de Gabriel, a comunidade organizou uma série de protestos, ações e buscas coletivas.
O caso
Giovani Gabriel de Souza Gomes desapareceu no dia 5 de junho de 2020. Seu corpo só foi encontrado no dia 14. Ele saiu nas primeiras horas da manhã do bairro em que morava, Guarapes, em direção à casa da namorada, em Parnamirim. O namoro, segundo familiares, não tinha aprovação dos pais da jovem, o que fez com que Gabriel guardasse sua bicicleta num terreno próximo à casa, para evitar que o pai tomasse conhecimento de sua visita.
Quando saía do matagal do terreno onde havia deixado a bicicleta, Gabriel foi surpreendido pela viatura onde estavam Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, que levaram o rapaz.
Segundo a denúncia do Ministério Público, repercutida pela TRIBUNA DO NORTE na edição do dia 23 de janeiro de 2021, os policiais militares lotados no Batalhão da PM de Goianinha, estavam longe de sua área de patrulhamento atribuída. Segundo a denúncia, naquele dia, Paulinelle Sidney Campos Silva informou que sua cunhada havia sido vítima de um assalto na manhã do sumiço de Gabriel e que seu veículo, um Hyundai i30, foi roubado pelos assaltantes.
O assalto aconteceu por volta das 6h40 e, às 7h15, Paullinelle telefonou para os colegas a fim de iniciar a busca pelos assaltantes, ignorando os procedimentos previstos dentro da Corporação e sua área definida de patrulhamento. Às 7h49, o PM foi informado pelo irmão, Platinny Willer Campos Silva, que o carro de Nicole havia sido encontrado em uma área próxima ao loteamento onde vivia a namorada de Giovani Gabriel.
Mesmo depois de achar o veículo, os policiais seguiram na busca pelos responsáveis pelo crime, e foi próximo ao local onde o carro havia sido abandonado que se depararam com Giovani Gabriel, que acabava de guardar sua bicicleta. Foi neste momento que os policiais colocaram Gabriel dentro da viatura e, em seguida, o levaram até a zona rural de São José do Mipibu. Graças à quebra do sigilo telefônico, é possível constatar que Paullinelle, que não estava na mesma viatura dos três colegas, recebeu ligações e foi informado sobre o sequestro e, posteriormente, sobre a iminente execução de Giovani Gabriel. Após efetuarem dois tiros na nuca do estudante e largarem seu corpo no matagal, os PMs retornaram à sede do 8º Batalhão, onde permaneceram ao longo do dia, dando prosseguimento normal às suas atividades.
O corpo de Gabriel só veio a ser encontrado no dia 14 de junho, nove dias depois, numa área rural em São José de Mipibu, já em estado avançado de decomposição.
Boletim Covid-19 Hospital Regional Telecila Freitas Fontes 14/10/21 ▪️ Esse boletim é referente a pacientes internados nas últimas 24 horas no Hospital Regional do Seridó. ▪️
❤️ Alta Hospitalar por COVID-19 no HRS em 14/10/21 :