Maiores procuras estão ocorrendo para os municípios de Caicó, Pau dos Ferros, Mossoró, São Miguel do Gostoso, Touros, Pipa e Macau – Foto: Reprodução
O Setor de Transportes do Rio Grande do Norte espera um aumento na demanda de até 30% nas viagens de Natal para o interior no período natalino. A estimativa é da Associação das Empresas de Transporte Intermunicipais de Passageiros do RN – Transpasse, que reúne as empresas do segmento rodoviário intermunicipal. Com a projeção, haverá aumento de frota e horários extras para quem for viajar.
Segundo o diretor de comunicação da Transpasse, Wellington Oliveira, as empresas já estão prontas para garantir o atendimento aos clientes. “Neste ano, uma vez que o Natal cai em um final de semana, acreditamos que o aumento da demanda deverá ser no máximo de 30%, não devendo ultrapassar esse patamar. Mesmo assim, as empresas vão disponibilizar ônibus extras já na sexta-feira saindo de Natal e na segunda-feira, retornando do interior”, explica.
Wellington também afirma que a Transpasse segue funcionando das 5h às 22h desde o início desta semana, para venda de passagens de forma antecipada. “Os clientes podem se dirigir à Rodoviária e procurar o guichê da Transpasse, que funciona das 5h às 22h, e comprar a passagem antecipadamente, podendo escolher a poltrona onde vai viajar”, afirma.
O diretor diz ainda que as maiores procuras estão ocorrendo para os municípios de Caicó, Pau dos Ferros, Mossoró, São Miguel do Gostoso, Touros, Pipa e Macau.
A Subsecretaria do Trabalho da Sethas-RN, por meio do SINE-RN, oferece hoje, dia 21 de dezembro, 24 vagas de empregos para Natal, Mossoró, Caicó e regiões.
Para concorrer às vagas, o(a) candidato(a) deve se cadastrar via Internet no Portal Emprega Brasil do Ministério do Trabalho e Emprego, através do endereço empregabrasil.mte.gov.br ou nos aplicativos Sine Fácil e Carteira de Trabalho Digital, disponíveis para Android e IOS.
As vagas para pessoas com deficiência são uma parceria da Subsecretaria do Trabalho da SETHAS com a Coordenadoria de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Semjidh.
Todas as oportunidades estão sujeitas a alteração. Para saber em tempo real qual ocupação está de acordo com seu perfil profissional é necessário acessar o empregabrasil.mte.gov.br com o seu login (PIS) e senha ou através do celular no aplicativo SINE Fácil.
Quer tirar alguma dúvida ou agendar um atendimento para Seguro Desemprego? Ligue: (84) 3190-0783 e 3190-0788. O atendimento é de segunda a sexta, das 8 às 14h.
Siga o Sine-RN no Instagram: @sine.rn para maiores informações sobre os serviços do SINE Estadual RN.
NÚMERO DE VAGAS POR MUNICÍPIO
NATAL e REGIÃO METROPOLITANA – VAGAS PERMANENTES VENDEDOR PRACISTA 11 TOTAL 11
MOSSORÓ E REGIÃO ATENDENTE BALCONISTA 1 ATENDENTE DE LANCHONETE 1 OPERADOR DE CAIXA 2 SERVENTE DE OBRAS 1 TÉCNICO DE ENFERMAGEM 1 TOTAL 6
PARNAMIRIM E REGIÃO CARREGADOR E DESCARREGADOR DE CAMINHÕES 2 OPERADOR DE EMPILHADEIRA 2 TECNÓLOGO EM LOGÍSTICA DE TRANSPORTE 1 TOTAL 5
CAICÓ E REGIÃO REPOSITOR – EM SUPERMERCADOS 2 TOTAL 2
O consumo de gás natural da União Europeia recuou 20,1% entre agosto e novembro deste ano, na comparação com o consumo médio dos mesmos meses entre 2017 e 2021, informou nesta terça-feira, 20, a Eurostat, agência de estatísticas do bloco.
O órgão lembra que houve medidas coordenadas para reduzir essa demanda pelo produto, no âmbito do plano para encerrar a dependência da UE de combustíveis fósseis da Rússia.
A meta para redução no consumo de gás era de 15%, para o período entre agosto de 2022 e março de 2023, lembra a Eurostat, na comparação com a média do mesmo período dos cinco anos anteriores. Até agora, portanto, essa meta está sendo cumprida com folga.
Entre agosto e novembro deste ano, o consumo de gás natural recuou na maioria dos países do bloco. Em 18 países, o consumo recuou acima da meta de 15% e em alguns, como Finlândia, Letônia e Lituânia, bem acima disso.
Já seis países tiveram corte no consumo, porém sem alcançar os 15%, enquanto em Malta (+7,1%) e na Eslováquia (+2,6%) houve aumento, de acordo com a Eurostat.
O Governo do Estado do Rio Grande do Norte envia nesta terça-feira (20) para o Banco do Brasil o complemento do décimo terceiro salário para os servidores ativos da Educação e dos órgãos da administração indireta com recursos próprios, como é o caso do Detran, Idema, Jucern, entre outros. Os valores estarão amanhã (21) na conta dos servidores.
Na próxima sexta-feira (23/12), o governo enviará o complemento do 13° para quem ganha até R$ 5 mil. Os recursos estarão nas contas dos servidores no sábado (24/12).
Em 2022, o governo antecipou a primeira parcela do 13°, efetuando em 30 de setembro o pagamento de 30% para ativos, aposentados e pensionistas que ganham até R$ 4 mil, brutos, e para as forças de segurança, independente de faixa salarial. No final de novembro foi paga uma nova parcela de 30% para que recebe salário acima de R$ 4 mil. Na próxima semana será anunciada a data de depósito do restante da folha do décimo terceiro.
As agências bancárias não funcionarão nos dias 24, 25, 30 e 31 de dezembro, tampouco no dia 1º de janeiro, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No dia 23 de dezembro, antevéspera de Natal, haverá expediente bancário normal, informa a entidade. Após o Ano Novo, os bancos voltarão com o expediente tradicional em 2 de janeiro.
A Febraban orienta a população a utilizar os canais digitais das instituições nos dias em que não houver atendimento nas agências físicas, bem como os caixas eletrônicos.
Para carnês e contas de consumo (como água, energia e telefone) com vencimento no feriado, os pagamentos poderão ser feitos no dia útil seguinte sem acréscimo. Os tributos normalmente têm datas de pagamento ajustadas ao calendário de feriados, de acordo com a entidade.
Com uma média de 90 mil doses aplicadas em novembro, a procura por imunização contra a covid-19 disparou no Rio Grande do Norte no mês passado e cresceu cerca de 369% em relação a outubro, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da pasta atribui o crescimento, dentre outros fatores, à elevação de casos de doenças respiratórias registradas do mês passado para cá. Segundo ela, a perspectiva é de que a alta procura se mantenha também em dezembro, uma vez que os casos confirmados de covid-19 têm crescido nos últimos dias.
Na última terça-feira (6), conforme divulgado pela Sesap, foi registrado um aumento de 46,33% para as confirmações de covid-19 no RN em relação ao mesmo período imediatamente anterior à data da divulgação. Em números reais, foram 5.224 casos, segundo os dados do período divulgado pela Secretaria na semana passada. De quarta-feira (7) até esta terça-feira (13), de acordo com um levantamento feito pela Tribuna do Norte, a partir dos boletins epidemiológicos emitidos diariamente pela pasta, foram 4.077 confirmações.
A tendência, segundo Kelly Lima, da Sesap, é de aumento dos casos em dezembro e também em janeiro, atribuído, especialmente, ao período de férias. Por isso, afirma, espera-se que a procura por vacina nesses dois meses também se mantenha expressiva. “A Sesap acredita que a tendência de aumento de casos registrada recentemente seguirá até o próximo mês”, explica.
Para evitar uma escalada de casos e prejuízos à rede assistencial, Kelly Maia orienta que a recomendação é o uso de máscaras em ambientes fechados, como prevê o último decreto governamental e a aplicação das doses de reforço. “Em relação à vacina, a gente observa que o aumento na procura deve seguir a mesma perspectiva de novembro também agora, neste mês e ainda em janeiro, se a gente levar em conta o último ano, quando nós tivemos uma procura bastante latente nesses dois meses”, acrescenta Kelly Lima.
A coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap esclarece que a maior parte das buscas registradas em novembro se deu por pessoas que estão com as doses de reforço atrasadas – especialmente a D3 e D4. Os dados divulgados pela Secretaria se referem ao número de vacinas aplicadas entre os dias 1º de novembro e 1º de dezembro.
“Nós observamos um crescimento na procura tanto pela terceira quanto pela quarta dose – de forma mais considerável, pela terceira dose. Além do aumento das síndromes virais e respiratórias, que faz com que as pessoas se sintam mais mobilizadas a buscar proteção, estamos colocando na mídia a importância da aplicação das doses de reforço”, pontua Kelly Lima.
Estado aguarda novas doses do Ministério A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) segue sem previsão de quando receberá novas doses do Ministério da Saúde (MS) para ampliar a imunização de crianças de três a quatro anos de idade. Na edição de ontem da Tribuna do Norte, Kelly Lima indicou que o MS não deu “nenhuma esperança” de recebimento das doses neste ano.
A esta reportagem, a gestora reforçou que não há perspectiva quanto à data de chegada de novas doses. “Não existe nenhum calendário que nos garanta ampliar essa vacinação, nem com o imunizante CoronaVac, nem com a Pfizer Baby [para crianças acima de 6 meses e menores de 3 anos). Por isso, a orientação é segurar as doses para todas as crianças que tomaram a primeira, para que a gente possa completar o sistema vacinal delas”, disse.
De acordo com dados da Sesap, o Ministério da Saúde repassou ao Estado cerca de 16 mil doses em setembro e mais 16 mil em novembro. Segundo a pasta, seriam necessárias ao menos mais 90 mil doses para garantir a imunização deste grupo.
Sem o reabastecimento de imunizantes, grande parte dos municípios potiguares relata insuficiência na quantidade de doses. No entanto, ainda não se sabe ao certo o número exato e quais municípios relatam falta de vacina. O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems) informou que é necessário buscar os dados município por município, o que ainda não foi feito.
A TRribuna do Norte procurou a Secretaria de Municipal de Saúde de Natal (SMS) para saber como está a situação nas Unidades Básicas de Saúde em relação aos imunizantes para crianças. “Só aplicamos as doses que recebemos. Assim que recebermos, elas serão aplicadas”, limitou-se a responder a pasta, sem informar como estão os estoques e administração das doses.
Na outra ponta, a Sesap e as gestões municipais pactuaram na semana passada a ampliação da campanha de vacinação para idosos, com a implementação da quinta dose (D5), a chamada terceira dose de reforço, para esse público-alvo. De acordo com a pasta, foram distribuídas 59,1 mil doses para os 167 municípios potiguares. Ao todo, segundo Kelly Lima, são 250 mil pessoas acima dos 60 anos aptos a tomar a D5.
“A distribuição das doses já aconteceu a contento e a ideia é que a gente consiga avançar com essa vacinação o quanto antes”, destacou a coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap. A decisão foi tomada pela Secretaria e pelos municípios a partir do atual cenário epidemiológico da covid-19 no Estado e da possível sazonalidade da doença e outros fatores.
Até esta terça-feira, com o avanço do número de confirmações, o Rio Grande do Norte registrava 575.909 casos de covid-19 e 8.589 óbitos em razão da doença, sendo oito mortes nos últimos sete dias, três a menos do que igual período anterior, quando foram registrados 11 óbitos pela doença.
Novo lote O governo federal recebeu, na madrugada de hoje (13), um lote de 1,4 milhão de doses de vacinas contra covid-19. Os imunizantes, do tipo bivalente, protegem contra a variante Ômicron original e a variante BA1.
As vacinas vão passar por avaliação e análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e serão distribuídas após divulgação de nota técnica pelo Ministério da Saúde, com orientações sobre aplicação e público-alvo.
Pelas redes sociais, o ministério registrou a chegada do carregamento de vacinas com um vídeo curto: “Chegou, nesta madrugada, mais um lote de vacinas bivalentes contra a covid-19. Os imunizantes ficam disponíveis para os brasileiros menos de um mês após a aprovação para uso emergencial pela Anvisa.” O governo brasileiro já encomendou, junto a farmacêutica Pfizer, imunizantes adaptados às variantes Ômicron BA4 e BA5. A previsão é que cerca de 9 milhões de doses bivalentes já estejam à disposição até o dia 19.
Vacinas bivalentes são aquelas já atualizadas em relação às mutações do vírus e protegem também contra suas variantes.
Após queda nas exportações durante a pandemia, o setor produtor de cachaça já vinha mostrando recuperação em 2021, mas agora tem motivos maiores para comemorar. O setor registra, este ano, um recorde no valor exportado. Foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior valor dos últimos 12 anos e 54,74% maior que as exportações de 2021. O levantamento do Comex Stat, o sistema de dados de comércio exterior do governo federal, e compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), traz dados de janeiro a novembro.
Os números se destacam principalmente por serem de um período imediatamente após os piores anos da pandemia da covid-19 e, mesmo assim, trazerem cifras superiores ao período anterior à crise sanitária mundial. Em 2019, por exemplo, foi registrado um valor de exportação de US$ 14,60 milhões. Os números de 2022 superam os de 2019 em aproximadamente US$ 4 milhões. Houve ainda um crescimento no volume exportado. Foram 8,6 milhões de litros exportados, um aumento de 30,38%.
Para Carlos Lima, diretor executivo do Ibrac, as boas notícias são resultados da soma de alguns fatores, principalmente o retorno das atividades econômicas após a retração provocada pela covid-19. “Acho que isso se deve a um momento de retomada pós-pandemia. Apesar de termos tido um crescimento no ano passado, a volta efetiva dos bares e restaurantes trouxe um otimismo no mercado”, disse à Agência Brasil. Lima também atribuiu a retomada dos eventos como um fator de influência nesses números.
Atualmente, a cachaça é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai. Este ano trouxe, inclusive, um aumento significativo na participação de alguns desses países, que até então não estavam entre os principais mercados. Portugal mais que dobrou nos valores de cachaça importada do Brasil e a Itália teve um aumento de 180% nas cifras.
Lima entende que as ações de promoção da cachaça como um produto para exportação também contribuíram. O Ibrac realiza com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) um projeto de promoção de exportação da cachaça. Consiste em ações de promoção da cachaça e com proteção da denominação da cachaça como uma marca.
Micro e pequenas empresas, inclusive, têm sido inseridas no mercado internacional no contexto desse programa. A intenção do Ibrac é aumentar a base exportadora e manter os bons números nos próximos anos. “O Ibrac vem ao longo dos últimos anos investindo em ações de imagem da cachaça e promoção de oportunidade da cachaça. Empresas já investem há alguns anos no mercado internacional, e agora o país está desfrutando disso”, disse Carlos Lima.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 487,8 mil pessoas (13,7% da população) sobreviviam na faixa da extrema pobreza, com uma renda per capita de até R$ 168 por mês, ou R$ 5,60 por dia, no Rio Grande do Norte em 2021. No comparativo com 2020, o Estado tinha 215,2 mil (6,1% da população) pessoas nesta condição, o que corresponde a um aumento de 126% na extrema pobreza de um ano para o outro. Em números absolutos, cerca de 272 mil pessoas se tornaram pobres extremos no período. O número de pessoas em extrema pobreza em 2021 é o maior desde 2012.
Na faixa da pobreza, em 2021, o RN tinha 1.538.352 pessoas neste grupo ou 43,2% da população. Em 2020 esta taxa era de 34,2%, o que correspondia a 1.206.918 pessoas. De um ano para o outro o aumento de pobres foi de 27,4%. Todos os números constam na “Síntese de Indicadores Sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira” e consideram as linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, que adota como linha de extrema pobreza os rendimentos per capita US$ 1,90 PPC (Poder de Paridade de Compra), equivalentes a R$ 168 mensais per capita. Já a linha de pobreza é de US$ 5,50 PPC, ou R$ 486 mensais per capita.
A série histórica apresentada pelo IBGE revela que a proporção de potiguares extremamente pobres em relação à população oscilou de 7,9% a 10,9% entre 2012 e 2019. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, esse índice caiu para 6,1% e voltou a subir em 2021 quando atingiu o maior patamar em nove anos: 13,7%. O economista e professor universitário Cassiano Trovão diz que o cenário é preocupante e reflete a fragilidade social da população. Ele diz que a série histórica revela o impacto dos programas sociais de transferência de renda, sobretudo em 2020.
“A gente estava no meio da pandemia e o governo fez um programa emergencial de distribuição de renda expressivo, só que em 2021, nos três primeiros meses do ano o programa foi extinto. Então um programa que estava atendendo a mais de 60 milhões de brasileiros foi extinto durante três meses de 2021 e quando ele retorna pela necessidade, porque a pandemia não tinha acabado ainda, ele retorna com uma dimensão muito menor”, explica.
Além disso, outro elemento que ajuda a explicar o aumento da miséria é a não recuperação do mercado de trabalho, também em decorrência da crise da covid-19, avalia Cassiano Trovão. “A gente estava ainda num cenário em que achar emprego era muito difícil, o número de desempregados era muito elevado e o emprego que estava sendo gerado era de baixa qualificação, na informalidade. O Rio Grande do Norte tem quase metade da sua população ocupada na informalidade”, acrescenta Trovão, que também é doutor em Desenvolvimento Econômico.
Todas as grandes regiões do País registraram aumento da extrema pobreza, mas o crescimento foi mais intenso nas regiões Norte e no Nordeste do País, regiões que foram mais impactadas pelos programas emergenciais de transferência de renda em 2020 e que, portanto, tiveram queda mais acentuada deste indicador neste último ano.
Entre 2020 e 2021, por sua vez, a proporção de extremamente pobres passou de 8,5% para 12,5% na Região Norte e de 10,4% para 16,5% no Nordeste, variações superiores ao verificado para as demais regiões. Mesmo com os dados alarmantes, a proporção de extrema pobreza registrada no Rio Grande do Norte em 2021 (13,7%) é a segunda melhor do Nordeste, atrás apenas de Sergipe. “Apesar disso, o Estado não é um dos piores do Brasil. Isso denota a triste realidade do nosso País”, diz Damião de Souza, superintendente do IBGE no RN.
“O IBGE divulga as estatísticas oficiais e não faz juízo de valor sobre, por exemplo, o aumento da população de rua, mas de maneira geral os números se refletem nas ruas. O cidadão vê o aumento de pedintes, de pessoas em situação de mendicância, isso reflete bem a situação encontrada pelas pesquisas. Claro que existem outros fenômenos ligados a isso, como a desmobilização de empresas que tinham aqui no Estado e isso faz com que a gente tenha um impacto importante”, complementa Damião.
O crescimento da pobreza é mais flagrante na classe mais vulnerável aos impactos econômicos, explica o administrador e especialista em mercado financeiro Henrique Souza. “Foram pessoas que acabaram perdendo suas condições de estarem em habitações alugadas ou até mesmo habitações que não eram dignas, e foram levadas por situações de perda de emprego ou perda do acesso a um benefício do governo federal”, comenta.
“As situações de rua em que essas pessoas se encontram dão uma visibilidade muito maior da proporção de pessoas em extrema pobreza, mostrando uma situação de mendicância e de necessidade de auxílio de terceiros para sobreviver”, complementa Henrique Souza.
Famílias acampam em canteiros de Natal No mês de dezembro é comum famílias ocuparem canteiros de avenidas movimentadas de Natal à espera da solidariedade de quem trafega pela região. Na avenida das Alagoas, no bairro Neópolis, zona Sul da capital, cerca de 10 barracas já estão montadas no canteiro central da via. Vinda de São Tomé, no Agreste potiguar, aos 75 anos, Romeiga Lessi se “mudou” para passar o último mês do ano no canteiro da Avenida das Alagoas em busca de doações de roupas e alimentos.
Retrato fiel da pobreza extrema no Rio Grande do Norte, a idosa diz que o acampamento improvisado no fim de ano já virou uma triste tradição. “Venho para cá desde quando tinha 20 anos. É uma dificuldade muito grande, já morei um ano aqui. Em São Tomé a situação é muito complicada e a gente aproveita esse tempo para vir aqui pedir ao pessoal. Comida é o principal para mim porque você come hoje e amanhã já tem que comer de novo. Aqui ainda é melhor que em São Tomé porque lá a comida é xique-xique e água é só com carro-pipa”, relata.
Laércio Carlos é outro que também veio de São Tomé. “A gente juntou um dinheiro e veio de transporte. A situação é difícil demais, meu sonho era trabalhar, nunca trabalhei de carteira assinada. Emprego está difícil, tudo caro, comida cara, a gente vem aqui numa medida de desespero para ver se consegue alguma coisa por aqui em Natal”, diz o homem.
Além dos moradores do interior do Estado há também famílias que vivem em Natal. Segundo levantamento prévio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), 16 famílias residentes de Natal já foram identificadas. Em contato com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a pasta informou que faz abordagem para encaminhar as famílias à rede socioassistencial e Sistema de Garantia de Direitos.
“Iniciamos em 23 de novembro o processo de identificação dessas famílias. De início, identificamos 11 famílias e atualmente identificamos o surgimento de mais 7 famílias, tendo sempre a tendência de aumentar no decorrer no mês. O perfil dos responsáveis familiares são catadores de material reciclável residentes (tem moradia) do bairro Lenigrado e Planalto e 02 famílias são do interior”, informou o órgão.A Semtas comunicou também que todas as 16 famílias que moram em Natal já são acompanhadas pelos programas de assistência da Prefeitura. “Existe apenas um responsável familiar que já é aposentado. Eles têm casa, são famílias que estão na rua e não em situação de rua e vão neste período natalino, como também em outras datas comemorativas como Dia das Crianças e Semana Santa, se aglomerando em busca de receber doações”, enfatizou a pasta.
Pobreza atingiu patamar recorde no Brasil Em 2021, considerando-se as linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, cerca de 62,5 milhões de pessoas (ou 29,4% da população do país) estavam na pobreza. Entre estas, 17,9 milhões (ou 8,4% da população) estavam na extrema pobreza. Foram os maiores números e os maiores percentuais de ambos os grupos, desde o início da série, em 2012.
Além disso, entre 2020 e 2021 houve aumento recorde nestes dois grupos: o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7% (ou mais 11,6 milhões de pessoas) e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2% (ou mais 5,8 milhões).
Em 2021, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza chegou a 46,2%, o maior percentual da série, iniciada em 2012. Esta proporção tinha caído ao seu menor nível (38,6%) em 2020, mas teve alta recorde. A proporção de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza (37,7%) é praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%). O percentual de jovens de 15 a 29 anos pobres (33,2%) é o triplo dos idosos (10,4%).
Ainda em 2021, cerca de 62,8% das pessoas que vivem em domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza. No recorte regional, Nordeste (48,7%) e Norte (44,9%) tinham as maiores proporções de pessoas pobres na sua população. No Sudeste e também no Centro-Oeste, 20,6% (ou um em cada cinco habitantes) estavam abaixo da linha de pobreza. O menor percentual foi registrado no Sul: 14,2%.
Independentemente do que acontecer com o desmatamento em dezembro na Amazônia, o último ano do governo Jair Bolsonaro (PL) será o mais destrutivo da história recente do bioma.
Os dados do Deter, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) destinado ao auxílio às atividades de fiscalização ambiental, apontam mais de 10 mil km² de floresta derrubada -ou sob alerta de desmatamento, como se costuma falar no caso do Deter- em 2022.
Nessa conta, novembro contribuiu com 554,6 km², segundo maior número para o mês, com um aumento de 122% de destruição em relação a novembro do ano passado (que teve 249,49 km² de desmate). O recorde para o mês é de 2019 (com 562,8 km² de mata derrubada), primeiro ano do governo Bolsonaro.
Os anos Bolsonaro dominam, com ampla margem, o ranking de derrubada de floresta do histórico recente do Deter, a partir de agosto de 2015 -o sistema teve início antes, mas a partir desse ano houve uma atualização dos sensores, o que inviabiliza comparações apropriadas.
Depois de 2022, a maior derrubada da série histórica recente foi registrada no primeiro ano sob Bolsonaro, 2019, com mais de 9,1 mil km² de floresta ao chão. Em seguida, vem 2020, com mais de 8,4 mil km².
O recorde de 2022 está recheado de recordes mensais. Dos 11 meses do ano já totalmente computados, 6 tiveram desmatamentos recordes para os meses em questão. E vários deles tomaram o recorde de outros anos do governo Bolsonaro.
Além disso, cinco meses tiveram registro de mais de 1.000 km² de floresta derrubada. Para ter ideia do que significa esse número, é possível compará-lo ao tamanho do município de São Paulo, que tem pouco mais de 1.500 km².
Praticamente todos os recordes de desmatamento mensal na Amazônia estão nos quatro anos sob Bolsonaro. A única exceção -pelo menos até o momento- é dezembro, um mês que, costumeiramente, tem taxas mais tímidas de desmate. O recordista, nesse caso, é dezembro de 2017, sob o governo Michel Temer (MDB), com cerca de 287 km² de derrubada.
Vale mencionar que o dado considerado nesta reportagem leva em conta o período de um ano normal, ou seja, de janeiro até dezembro. Há algumas semanas, foi divulgado o dado do Prodes, um outro programa do Inpe que é destinado especificamente à mensuração do desmatamento.
No caso do Prodes, porém, o espaço de tempo considerado começa em agosto de um ano e se estende até julho do ano seguinte.
Segundo o Prodes recentemente divulgado, de agosto de 2021 a julho de 2022 foram ao chão 11.568 km² de floresta. É o quarto período de 12 meses consecutivos (lembrando, de agosto de um ano a julho de outro) em que a destruição ultrapassou os 10 mil km².
A última medição, no entanto, representou uma queda de 11% em relação à taxa do período anterior e interrompeu uma sequência de crescimento que vinha desde 2018.
O Prodes e o Deter diferem em finalidade e também em precisão. O primeiro é “o dado” de desmatamento em si, usado para apresentação e negociação internacional.
O Fundo Amazônia -que foi paralisado por ações do governo Bolsonaro- é um bom exemplo de uso da taxa registrada pelo Prodes. Os recursos para o fundo eram captados conforme eram registradas reduções de emissões de gases-estufa associadas a desmatamento -no Brasil, a maior parte das emissões tem essa origem. Os dados do Prodes são parte do cálculo.
Já o Deter foi criado para possibilitar ações mais rápidas de fiscalização e combate a crimes ambientais. Até por isso, as áreas apontadas no programa Deter são, costumeiramente, associadas à ideia de avisos de desmatamento. A precisão de detecção de derrubada do Deter é, de forma geral, menor em relação à do Prodes.
Apesar de não ser destinado à mensuração de desmate, o Deter pode ser usado para observar as tendências de crescimento, queda ou manutenção do desmatamento na Amazônia.
Durante o governo Bolsonaro, o desmatamento, que já apresentava crescimento anterior, explodiu. Ao mesmo tempo, o atual presidente minimizou a questão e chegou até mesmo a colocar em dúvida -sem quaisquer provas- os dados produzidos pelo Inpe.
Também sem provas, Bolsonaro e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles acusaram e insinuaram o envolvimento de ONGs em crimes ambientais.
A segunda parcela do 13º salário deverá apresentar um impacto menor no setor de varejo este ano que, segundo o IBGE, teve um aumento de 0,4% no volume de vendas no mês de outubro. Pelo segundo ano seguido, o pagamento de dívidas deverá ser o principal destino desse recurso (38% do total ou R$ 42,7 bilhões), seguido pelos gastos com consumo de bens (33% do total), gastos com serviços (17%) e poupança (12%). A avaliação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), publicada nesta quinta-feira (8).
O pagamento do décimo terceiro salário, conforme aponta o estudo, terá totalizado R$ 251,6 bilhões. O montante é, portanto, 6,4% maior em relação aos R$ 236,4 bilhões pagos ao longo de todo o ano passado, já descontada a inflação. Considerando a primeira parcela do benefício paga aos 87,6 milhões de beneficiários até 20 de novembro e os descontos incidentes sobre o 13º salário, a segunda parcela deve perfazer um montante de R$ 112,96 bilhões. O valor médio do benefício equivale a R$ 2.870, revelando, portanto, estabilidade em relação aos R$ 2.868 pagos em 2021
“A escalada dos juros ao consumidor e o comprometimento médio da renda familiar são as principais causas para que os consumidores utilizem o benefício para quitação ou abatimento de dívidas”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. A taxa média de juros das operações com recursos livres destinados às pessoas físicas atingiu 53,65% ao ano no fim do terceiro trimestre – patamar superior ao verificado nos mesmos períodos de 2021 (41,20% a.a.) e 2020 (38,08% a.a.).
Segundo Fabio Bentes, ao contrário do último ciclo de aumento dos juros, o comprometimento médio da renda não resistiu aos impactos negativos da crise sanitária na renda agregada. “Assim, reduziu-se a capacidade de consumo por meio da elevação da parcela do rendimento médio comprometida com o endividamento a patamares inéditos, ao longo de 2022”, analisa Bentes. Cálculos da CNC apontam que, historicamente, para cada ponto percentual de comprometimento da renda, a propensão marginal a consumir cede 1,1%.
Para o comércio, a concentração da segunda parcela do décimo terceiro no mês de dezembro representa o período de maior aquecimento das vendas. Historicamente, a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas (33%).