Quase duas semanas depois que os primeiros tanques russos cruzaram a fronteira ucraniana, a invasão do país pela Rússia teve um impacto profundo na Europa, dentro e fora da Otan, e especialmente no caso da Suécia e da Finlândia.
A União Europeia aplicou, em coordenação com os Estados Unidos, uma série de sanções contra a Rússia, incluindo a suspensão do sistema Swift, na tentativa de pressionar Moscou a cessar suas ações militares.
Ao mesmo tempo, a Alemanha quebrou uma tradição histórica e anunciou o envio de remessas de armas para a Ucrânia – algo que se recusou a fazer durante a preparação da Rússia para a invasão – e a Polônia está tentando fornecer aos ucranianos aeronaves caças MiG-29.
A Suécia e a Finlândia, que pertencem à UE, mas não fazem parte da Otan, mantêm uma estreita cooperação militar entre si e com a Aliança Atlântica, e agora são alvo da Rússia.
Helsinque e Estocolmo ante a invasão russa da Ucrânia
A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse no sábado (5) que “a guerra da Rússia contra uma nação europeia soberana põe em perigo a ordem de segurança europeia”.
“Neste ambiente de segurança em mudança, a Finlândia e a Suécia continuarão a fortalecer sua cooperação”, acrescentou durante uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra sueca Magdalena Andersson, informou a Reuters.
Todas as zonas do estado encontram-se em índice seguro. Fonte: Divulgação
A taxa de transmissibilidade da Covid atingiu o menor patamar no Rio Grande do Norte desde o início da pandemia. É o que aponta o Laboratório de Inovação em Saúde da UFRN (LAIS), que monitora os dados da pandemia no estado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
De acordo com o laboratório, entre os dias 1 e 2 de março, a taxa de transmissibilidade (Rt) chegou a 0,40. Quando a taxa está abaixo de 1, significa que o cenário é considerado seguro em relação à transmissão da doença, já que o número significa que uma pessoa teria a capacidade de transmitir a doença também para uma pessoa e não mais que isso.
Os dados fechados até esta segunda-feira (7) são até o dia 2 de março – a partir dessa data, eles ainda podem ser alterados de acordo com a atualização do número de casos.
Antes desse fim de fevereiro e início de março, antiga melhor marca havia sido registrada 27 de julho de 2021, quando a taxa de Rt foi de 0,59.
Regiões e cidades
Segundo o LAIS, todas as regiões do estado estão em zona considerada segura, com destaque para a Região de São José de Mipibu, que está com Rt de 0,16. A Região Metropolitana está com taxa de 0,35.
Ao todo, 164 das 167 cidades também estão com taxa de transmissão abaixo de 1. Outras três cidades estão em zona de risco, quando a taxa de transmissão é entre 1,03 e 2: José da Penha, Apodi e Caiçara do Norte.
Internações e solicitações
A queda na transmissão também impacta na redução das internações no estado. Atualmente o estado está com 28% dos leitos de UTI ocupados – esse número voltou a passar dos 50% em janeiro.
Em 28 de janeiro, o estado teve 96 solicitações de leitos de UTI das unidades de saúde para os hospitais pela Covid. Nesta segunda-feira (7), foram 15.
Após as fortes chuvas do fim de semana e a previsão de mais precipitações, Natal possui três áreas em alerta para deslizamentos. O comunicado foi emitido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e confirmado pela Defesa Civil do RN, em entrevista à TV Tropical.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Marcos Carvalho, as áreas que estão sendo monitoradas são Mãe Luíza, Comunidade do Jacó e o Paço da Pátria, todos na zona Leste da capital. A área, inclusive, foi a mais atingida pelas chuvas do domingo (06), com 257 milímetros em poucas horas.
“Esses alertas acontecem em virtude de já terem ocorrido índices de chuvas bem elevados e quando o solo já está enxarcado, aliado com a previsão de mais chuvas. Então, qualquer chuva já pode provocar esses movimentos de massa, que é o movimento do terreno, podendo atingir a população”, explicou o coordenador.
Carvalho falou ainda que assim que a Defesa Civil do RN recebeu o alerta, a informação já foi repassada para o município. “O alerta foi emitido pelo Cemaden e a gente passa imediatamente as orientações para os municípios adotarem os procedimentos”, acrescentou.
O coordenador destacou ainda que os alertas “são medidas preventivas”. “Não quer dizer que haverá [deslizamento], mas se houver, as pessoas que estão nessas áreas precisam saber o que fazer, inclusive acionando as nossas equipes através do Ciosp, no 190 ou 193”, pontuou.
Para o coronel Marcos Carvalho, as ações da Prefeitura de Natal são avaliadas como positivas. “O dever de casa é feito no período não chuvoso. Natal está de parabéns, pois executou um levantamento de áreas de risco e, após esse mapeamento, elaborou um plano de contingência, que está em execução”, avaliou.
Ainda segundo ele, “esse plano reconhece se a área tem possibilidade de movimento de massa e diz que, caso ocorra, os órgãos devem agir para informar e retirar a população dessas áreas, se for necessário”, concluiu.
O município do Rio de Janeiro vai abolir, a partir de hoje (8), o uso de máscaras em locais abertos e fechados. A decisão partiu de uma recomendação do Comitê Científico da prefeitura, em reunião esta manhã. Em seu perfil no Twitter, o prefeito Eduardo Paes anunciou que a medida será publicada na edição do Diário Oficial do município. “Cumprindo as determinações do Comitê Científico amanhã sai decreto acabando com a obrigatoriedade de máscaras em espaços abertos e fechados”, escreveu na rede social.
Na mensagem, Paes acrescentou que também em três semanas não será mais necessária a apresentação do passaporte de vacinação. Junto às duas medidas, a prefeitura vai incentivar a vacinação das doses de reforço. “Com um esforço para vacinar aqueles que podem tomar dose de reforço, em 3 semanas acabamos tb com o passaporte”, informou.
Na quinta-feira (3), um decreto do governador Cláudio Castro, publicado no Diário Oficial, suspendeu o uso de máscara de proteção contra a covid-19 no estado do Rio de Janeiro, deixando a decisão para cada município. No entendimento do governo estadual, as melhoras sucessivas no cenário epidemiológico da doença no estado permitem o fim da obrigatoriedade.
O governo fluminense levou ainda em consideração a elevada cobertura vacinal contra a covid-19 no estado e o avanço da imunização para todas as faixas etárias maiores de 5 anos de idade nos 92 municípios fluminenses.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou a apreensão e proibição da fabricação, importação, comercialização, distribuição, propaganda e uso de autoteste de covid-19 falsificados. A Resolução da Gerência-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta sexta-feira com a proibição.
Em nota, a Anvisa esclarece que trata-se de falsificação do produto Novel Coronavírus (Covid-19) Autoteste Antígeno, registrado em nome da empresa Comércio e Indústria de Produtos médico-hospitalares e Odontológicos Ltda (CPMH). “O produto falsificado possui características diferentes do produto original, que podem ser identificadas pelo consumidor ao observar a embalagem do produto”, diz o órgão regulador em nota.
Na Resolução publicada no Diário Oficial, a Anvisa informa que a própria CPMH, detentora do registro do Novel Coronavírus, identificou no mercado unidades do produto com características divergentes. O produto falsificado tem as seguintes características: presença de guia ilustrado explicando como realizar a execução do teste no verso da embalagem, sendo que o original não possui guia ilustrado; número de registro diferente do aprovado (o número do registro do produto original na Anvisa é 80859840213); tampa de rosca sem orifício para gotejamento, sendo que o original possui uma tampa com orifício para gotejamento; e swab cotonete maior do que 9 centímetros – o swab cotonete do produto original possui 9 centímetros.
A Anvisa ainda alerta que os consumidores devem adquirir os autotestes somente em farmácias e drogarias. “Venda em plataformas de comércio eletrônico e por meio de grupo de mensagens são proibidas”, afirma.
A falta de noites bem dormidas pode gerar ganho de peso, aumento da vontade de comer e diminuição da sensação de saciedade. Segundo alerta do Instituto do Sono, por ocasião do Dia Mundial da Obesidade, celebrado nessa sexta-feira (04), os impactos negativos no organismo decorrentes da falta de sono ocorrem em pessoas de todas as idades, principalmente pela desregulamentação metabólica.
“Tem se comprovado nos últimos anos, cada vez mais, tanto em crianças ou adolescentes quanto em adultos, que dormir pouco tem suas consequências. E uma delas é o ganho de peso”, destaca a especialista em Medicina do Sono e pesquisadora do Instituto do Sono, Érika Treptow.
“Um dos motivos [para o ganho de peso] é que a gente desregula o organismo. Algumas substâncias começam a ser produzidas de maneira que não é o normal. Por exemplo, há uma substância chamada grelina, que está associada à vontade de comer, e ela aumenta bastante [com a falta de sono]. Apenas uma noite que a gente dorme pouco já é o suficiente para aumentar essa substância”, afirma.
Além da elevação da grelina, a falta de sono pode reduzir a produção da leptina, que é o hormônio associado à saciedade, ressalta a pesquisadora. Estudo publicado em 2022 na revista científica JAMA Internal Medicine, mostrou que o aumento de 90 minutos de sono por noite foi capaz de reduzir em 270 Kcal a ingestão calórica diária, o que, a longo prazo, pode resultar em perda de peso significativa.
Segundo a pesquisadora, o sono insuficiente também encurta o jejum que ocorre quando o corpo está adormecido. “Quem acaba dormindo menos tem tempo maior, oportunidade maior, número maior de horas em que pode se alimentar. O dormir menos também dá muito cansaço, então a pessoa tem dificuldade maior de realizar exercícios, por exemplo”.
Mas não é somente a falta de sono que acaba por gerar ganho de peso. O contrário também pode ocorrer. De acordo com Treptow, o excesso de gordura pode atrapalhar o sono. “Quando a gente ganha muito peso, principalmente dependendo do local onde esse peso se acumula, há tendência ao ronco, à apneia do sono e a um sono de pior qualidade”.
Para melhorar o sono, a especialista recomenda, principalmente, a regularidade dos horários de dormir. “Nosso organismo funciona conforme um ritmo e esse ritmo é ditado, principalmente, pelo nosso horário de dormir, de levantar, pelo horário das nossas refeições e pela luminosidade que a gente recebe durante o dia”.
“Todas as células do organismo funcionam conforme esse ritmo. A partir do momento em que eu durmo a cada dia num horário diferente, essa saída do ritmo provoca maior chance de doenças”, ressalta.
Érika Treptow orienta as pessoas a não se alimentarem, ingerirem bebidas alcoólicas ou estimulantes em horário próximo ao de dormir. O indicado é realizar uma refeição leve no período noturno. “As pessoas não devem também levar os problemas para a cama. Uma dica que a gente dá é ter um diário de preocupações, onde a pessoa anota tudo aquilo com que está preocupada, é como se esvaziasse a cabeça e conseguisse ir pra cama dormir”.
De acordo com a pesquisadora, outra dica importante é sair da cama, caso a pessoa acorde no meio da noite e não consiga mais dormir. “Tome um copo d’água, vá ao banheiro e depois você volta a dormir. Porque ficar fritando na cama, como algumas pessoas dizem, também reduz a chance de trazer qualidade boa do sono”.
Um ambiente adequado também é recomendado. O quarto deve ter pouca luminosidade, pouco barulho, uma temperatura boa. “Isso, agora no verão, a gente vê como prejudica para adormecer”.
Faltam dois meses para tirar o título pela primeira vez ou regularizar pendências com a Justiça Eleitoral e ficar apto para votar nas Eleições 2022. Termina no dia 4 de maio o prazo para solicitar a emissão da primeira via do título, inclusão do nome social, transferência, atualização ou regularização do título de eleitor. Nessa data, o cadastro eleitoral será fechado, conforme prevê a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97 – artigo 91).
No Rio Grande do Norte, a regularização precisa ser solicitada por 68.384 eleitores, que estão com o título cancelado. Os motivos desses cancelamentos são: 49.832 pessoas: não participação da revisão do eleitorado; e 18.552 pessoas: ausência de voto e justificativa em três eleições consecutivas.
Como regularizar?
No site do TRE-RN há um destaque principal que leva o internauta até a página do Atendimento On-Line. Lá o eleitor acessa o sistema Título Net, preenche o formulário com suas informações e anexa os documentos solicitados. Após o preenchimento, é gerado protocolo para acompanhamento. Na sequência, os dados são enviados imediatamente para a Zona Eleitoral correspondente e, caso estejam todos corretos, após verificação pela equipe do cartório, as informações são encaminhadas para o Tribunal Superior Eleitoral para validação. Vale lembrar que quem possui débito com a Justiça Eleitoral deve quitar a dívida antes de iniciar o requerimento.
Na página do Atendimento On-Line também é possível acompanhar o andamento da solicitação. Havendo necessidade de ajustes nos dados, o cartório eleitoral entrará em contato por e-mail ou WhatsApp para a complementação. Por isso, o TRE-RN reforça a importância do preenchimento correto das informações solicitadas no requerimento para agilizar o atendimento.
Biometria
É importante lembrar que a coleta da biometria está suspensa, conforme estabelecido na Resolução nº 23.615/2020 e confirmado pela Resolução TSE nº 23.667/2021. Portanto, quem está com o título em dia e quer apenas cadastrar a biometria não precisa buscar atendimento por enquanto. Essas pessoas poderão votar normalmente nas Eleições 2022.
Contatos
Para solucionar dúvidas sobre o requerimento do Título Net e sobre a situação eleitoral é possível entrar em contato direto com sua Zona Eleitoral. Acesse AQUI os telefones.
Vai começar mais uma Campanha de Destinação Cidadã 2022, em Currais Novos. A mobilização terá início a partir de 7 de março e seguirá até 29 de abril. A campanha incentiva a doação de parte do Imposto de Renda de pessoas físicas para o Fundo Municipal da Infância e Adolescência (FIA), sem custos adicionais para os contribuintes.
Através dessa ação solidária, os benefícios são muitos com os recursos aplicados, ONGs como: Agentes da Paz, Casa irmã Ananília, APAE, Associações dos bairros Dr José Bezerra e Paizinho Maria, Escolinha do Ninha, Casarão de Poesia entre outros. Estas entidades desenvolvem projetos voltados para o fortalecimento dos direitos da criança e do adolescente com ações de acolhimento, educação, cultura, esporte, convivência familiar e comunitária e lazer.
Em 2021 o município arrecadou cerca de R$ 54.000,00 através da destinação direto na declaração de Imposto de Renda. Em 2022 a campanha espera aumentar este valor. Currais Novos tem um potencial de arrecadação anual previsto de R$ 478.623,55.
Dúvidas e informações pelo fone//zap: (84) 3405-2757, na sede do CMDCA na casa dos Conselhos em frente ao Geraldão ou solicite uma visita.
Relatório publicado ontem (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”.
De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.
“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento. “O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.
“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou.
Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.
Injustiça climática
De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.
“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.
O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.
“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.
O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.
Financiamento, tecnologia e compromisso
O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.
António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.
Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.
“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.
A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barato, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.
O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.
Atraso é morte
“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.
Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.
Por conta de uma decisão do Superior Tribunal Federal (STF), desde o ano passado o Rio Grande do Norte deixou de cobrar o imposto sobre produtos (ICMS) que são vendidos pela internet oriundos de outros estados para consumidores locais.
Esse imposto pode voltar a ser cobrado após uma lei federal publicada em janeiro deste ano, que o regulamentou novamente. Apesar disso, o RN só vai voltar a cobrar esse ICMS dos produtos interestaduais em abril, segundo a Secretaria de Tributação.
De acordo com a pasta, a ideia é concluir um portal com as informações dos impostos e também buscar no STF uma decisão que permita a cobrança do retroativo desde janeiro deste ano. Segundo a pasta, a retirada do imposto gerou uma queda de arrecadação de até R$ 10 milhões por mês no RN.
O Difal, ou diferença de alíquota, foi criado em 2015, por meio de um convênio entre os estados, para garantir um maior equilíbrio no recolhimento de impostos no país, já que existe uma diferença na cobrança de ICMS entre os estados, q que fazia pessoas e empresas comprarem produtos onde o imposto fosse menor.
Em 2021, uma decisão do STF proibiu os estados de recolherem o Difal, por entender que a cobrança só poderia ter sido instituída por meio de uma lei complementar, que foi criada em janeiro deste ano pelo governo federal.
Comerciantes apontam dificuldade em competir
Além da queda de arrecadação, o benefício incomoda ainda os comerciantes locais, que veem desvantagem na competitividade pela venda dos produtos. Um desses exemplos é o empresário Tarcísio Fernandes, que montou uma ótica há 38 anos ao lado da esposa no centro da cidade de Natal.
Ele diz que nessas quase quatro décadas utilizou várias estratégias para garantir a sobrevivência do próprio negócio e um dos maiores desafios neste momento, segundo ele, é garantir preços acessíveis e competitivos diante da cobrança de todos os impostos.
“A carga tributária é muito alta ainda. Apesar de ser do simples, pesa bastante ainda, em torno de 40%. E a cada ano a gente vai diminuindo nosso lucro”, lamenta Tarcísio.
Esse sentimento é compartilhado pela empresária Francisca Fernandes, que vê dificuldade de competir com produtos da internet no atual cenário.
“Eu chamo desigualdade de concorrência. Porque se eu posso pedir um produto, o mesmo que eu vendo aqui, e ele pode chegar mais barato pra mim, alguém vai comprar numa loja física? Não vai”.
Desde o inicio do ano passado, esses produtos vendidos de forma virtual têm tido uma certa vantagem, porque a cobrança do ICMS só está sendo feita no estado de origem na mercadoria e não mais também no estado destino do produto. Antes, os dois estados ficavam com um percentual da cobrança.
Diante desse novo movimento, os produtos ficam mais baratos, segundo explica o contador especialista em tributação André Macêdo.
“Os comerciantes do RN como um todo, que vendem somente dentro do RN continuam com o mesmo nível de carga tributária. Enquanto outros comerciantes, outras empresas que estão aqui, fora do estado, comercializam pra cá, acabam tendo um benefício fiscal”, explicou André.