Natal sedia o “Curso Nacional de Capacitação para o Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar”, na modalidade presencial, promovido pela Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (Segen), órgão integrante do Ministério da Justiça, em Parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
O objetivo é qualificar profissionais da área de segurança pública (Policiais Civis, Militares, Bombeiros e Guarda Municipais) aprimorando o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica.
O curso conta com docentes de vários Estados da Federação, inclusive a Secretária Nacional de Gestão e Ensino, Ana Cristina Melo Santiago. “O curso tem a proposta de atualizar os conhecimentos e os procedimentos dos agentes de segurança que já atuam no atendimento especializado à mulher. As aulas são ministradas por especialistas em temas como relações de gênero, legislação, atendimento especializado e direitos humanos”, explica Paoulla Maués, delegada de Polícia e coordenadora do curso.
O curso ocorre na escola de Governo, entre os dias 21 a 25 de fevereiro.
A sexta-feira, para muitos, é o dia de tomar uma cervejinha com os amigos ou outra bebida para relaxar das atividades do dia a dia. Mais da metade da população brasileira, 55%, têm o costume, mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), sendo que 17,2% declararam aumento do consumo durante a pandemia de covid-19, associado a quadros de ansiedade graves por causa do isolamento social.
Hoje, 18 de fevereiro, é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data destinada a conscientizar sobre danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar, tanto em homens quanto em mulheres.
De acordo com o levantamento da Ibrafig, uma em cada três pessoas no país consome álcool pelo menos uma vez na semana. O consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi relatado por 18,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa. Os dados foram levantados com base na resposta de 1,9 mil pessoas, nas cinco regiões do país. O estudo mostra ainda que, em média, os brasileiros ingerem três doses de álcool por ocasião, o que representa 450ml de vinho ou três latas de cerveja.
Diversos fatores podem desencadear a dependência alcoólica, diz o psiquiatra Rafael Maksud, da Clínica Ame.C. “Fatores que podem desencadear a dependência alcoólica são a predisposição genética, o início precoce do uso, doenças mentais preexistentes, condições culturais como associar o álcool à diversão, histórico de abuso sexual, violência doméstica, curiosidade, insegurança, entre outros”.
Maksud é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e especialista em Saúde Pública, Dependência Química e Psiquiatria Integrativa pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).
Ele lembra que as consequências do alcoolismo a longo prazo são negativas sobre a saúde física e psíquica e, na maioria das vezes, causam prejuízos graves em todos os âmbitos da vida – laboral, familiar ou social. “Como exemplo, podemos citar a hepatite, cirrose, hipertensão, o aumento do risco de acidente vascular isquêmico, distúrbios sexuais diversos, demência, abstinências severas, depressão, ansiedade e psicoses induzidas pelo álcool”.
O consumo de bebidas nos fins de semana, que geralmente começa na sexta-feira e só termina no domingo, leva muita gente a crer que não é dependente do álcool, mas o hábito também pode causar danos à saúde, alertou o médico.
“Nesse caso, inicialmente não se caracteriza uma dependência alcoólica, podendo, porém, ser entendido como uso nocivo de bebida alcoólica. O uso nocivo é um padrão de consumo que causa danos à saúde, físicos (como hepatite alcoólica) ou mentais (como piora de quadros ansiosos e depressivos). Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão associados a consequências sociais adversas de vários tipos”.
Danos
O psiquiatra explicou como o álcool atua no cérebro. “Quando a pessoa bebe se sente relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e, principalmente, a depressão”.
A psicóloga Monica Machado, formada pela Universidade de São Paulo, fundadora da Clínica Ame.C, reforça que o consumo frequente de bebidas alcoólicas descontrola a liberação regular de substâncias cerebrais responsáveis pelo controle emocional, o que eleva a vulnerabilidade às crises de ansiedade”.
Por isso, acrescenta, “entender a relação entre ansiedade e álcool ajuda na busca de respostas mais concretas para reduzir as consequências do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e do transtorno de ansiedade”.
O inverso também pode acontecer, ou seja, quem não tem distúrbios pode desenvolvê-los com o consumo excessivo de álcool. “A dependência em álcool pode ser uma das razões para o desenvolvimento de distúrbios, como a ansiedade, mas essa situação é complexa, já que a ansiedade também pode levar à dependência alcoólica”, afirma Mônica.
Além dos danos psíquicos e físicos, o alcoolismo pode comprometer o raciocínio mesmo quando a pessoa está sóbria. “Mesmo sóbrio, o paciente dependente de álcool, principalmente após vários de anos de uso da susbstância, tende a apresentar diversos déficits cognitivos que podem, inclusive, se tornar permanentes. Por exemplo, dificuldades de memória, consolidação de novos aprendizados, redução da capacidade de abstração e resolução de problemas, elementos importantes para a construção do raciocínio”, alerta Maksud.
Mulheres e álcool
O alcoolismo atinge homens e mulheres, mas, para elas, os problemas de saúde ocorrem com maior rapidez, afirma o médico. “Pesquisadores descobriram que as mulheres têm maior vulnerabilidade fisiológica ao álcool. De acordo com cientistas, as mulheres produzem quantidades menores da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool. Além disso, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Logo, graças a seus níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam resposta fisiológica ainda mais complicada”.
Sendo assim, completa, “mulheres que consomem álcool em excesso também tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. Elas costumam começar a beber mais tarde que os homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar doenças hepáticas ou cardíacas, por exemplo.
Tratamento
Segundo o psiquiatra, o tratamento para o alcoolismo geralmente é feito com acompanhamento médico e terapêutico e alguns medicamentos podem colaborar. “Quando bem avaliado e diagnosticado, os medicamentos são bons coadjuvantes nos tratamentos do alcoolismo, pois ajudam no processo de abstinência e na prevenção das recaídas. O álcool estimula indiretamente a atividade opióide endógena, ao promover a liberação dos peptídeos endógenos na fenda sináptica. Existe um tipo de medicação que atua como antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, a administração de antagonistas opióides reduziria o consumo de álcool por meio do bloqueio pós-sináptico de alguns receptores”.
Tratamento gratuito
Alcoólicos Anônimos (AA): o grupo de ajuda mútua é referência no apoio ao alcoólatra que quer parar de beber. A participação é gratuita e um dos grandes princípios é o sigilo. Presente no Brasil há 80 anos, o Alcoólicos Anônimos possui reuniões em quase todas as cidades do Brasil.
Caps – AD: os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas são unidades de saúde feitas para atender gratuitamente quem precisa tratar o alcoolismo. O acompanhamento é feito por médicos, psicólogos e terapeutas. Também há abertura para a participação da família.
Quando o dependente mora em uma cidade que não tem o Caps – AD, pode procurar uma unidade tradicional (que cuida da saúde mental) ou uma unidade básica de saúde de seu município para fazer o tratamento. Se houver necessidade de internação, é o próprio Caps que faz a solicitação e encaminha o paciente para alguma das instituições associadas.
Prevenção
Para quem não quer ser dependente, algumas atitudes podem contribuir para inibir o consumo excessivo de álcool, observa Monica Machado.
“Primeiramente é necessário saber identificar pessoas com maior tendência a dependências e, para isso, procurar a ajuda de um profissional capacitado. Existem algumas dicas para pessoas que consomem álcool em excesso e gostariam de parar de beber: não tenha bebidas alcoólicas em casa; evite situações onde acha que irá perder o controle do uso; aprenda a dizer não ou peça ajuda enquanto não tenha esse controle; escolha um dia para deixar de beber e confine o consumo de álcool a situações específicas. E novamente, o principal: procure ajuda profissional adequada”.
Outra atitude, reforça o psiquiatra, é evitar o contato com bebidas na adolescência. “Quanto mais tardio o contato com bebidas alcoólicas, menor o risco de dependência. Alguns estudos mostram que adolescentes que começam a beber antes dos 15 anos têm quatro vezes mais risco de desenvolver uso abusivo de álcool do que quem inicia mais tarde, após os 21 anos. Também já foi relatado na literatura médica que os riscos para uso problemático do álcool diminuem cerca de 14% a cada ano que se adia o início do consumo. Isso ocorre pela vulnerabilidade que a imaturidade neurológica própria da idade acarreta”, diz Maksud.
O número de famílias contempladas com o Auxílio Gás do Governo Federal aumentou em fevereiro. São 110 mil novos beneficiários que vão receber R$ 50 reais a partir desta semana .
Os repasses para os 5 milhões 580 mil contemplados neste mês seguem o mesmo cronograma do Auxílio Brasil, de acordo com o Número de Identificação Social (NIS) das pessoas cadastradas. As transferências vão até o dia 25 de fevereiro.
O investimento do Governo Federal no Auxílio Gás neste mês será de R$ 279 milhões de reais . O valor do benefício corresponde a 50% da média do preço do botijão de 13 quilos de gás .
O benefício visa gerar maior qualidade de vida aos brasileiros em situação de vulnerabilidade e melhorar a situação econômica das famílias afetadas pela pandemia da Covid-19. É concedido um benefício por família a cada dois meses.
Não é necessário realizar inscrição para receber o Auxílio Gás. As famílias são selecionadas pelo Ministério da Cidadania de acordo com os critérios estabelecidos na lei do programa.
A aposentadoria por idade do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) segue refletindo as novas regras previstas na reforma da Previdência, em vigor desde novembro de 2019. As mais prejudicadas pelas mudanças na lei são as mulheres, que terão que esperar mais tempo para acessar o benefício.
Em 2022, a aposentadoria por idade é concedida aos segurados que cumprem os seguintes requisitos:
Homem: 65 anos de idade e 15 anos de contribuição (quando já contribuía antes da reforma) ou 20 anos de contribuição (quando começou a contribuir após a reforma).
Mulher: 61 anos e seis meses de idade e 15 anos de contribuição.
Entretanto a idade mínima exigida das trabalhadoras vai aumentar ainda mais em 2023. A partir do próximo ano, somente as seguradas com mais de 62 anos de idade poderão solicitar o benefício do INSS.
Tabela da aposentadoria por idade para mulheres
AnoIdade mínima202060 anos e seis meses de idade 202161 anos de idade202261 anos e seis meses de idade202362 anos de idade
Como é possível perceber, a regra de transição determina um aumento de seis meses no tempo de contribuição, a cada ano, até o limite de 62 anos. A partir do próximo ano, essa será a nova idade mínima oficial para solicitar essa modalidade e aposentadoria.
Nascidas no segundo semestre
As trabalhadoras que fazem aniversário no segundo semestre do ano são as que precisam ficar mais atentas às mudanças. Isso porque, com a exigência dos seis meses a mais, elas podem ter que adiar a aposentadoria.
Por exemplo: quem faz 61 anos em agosto de 2022 não poderá se aposentar neste ano por não ter a idade exigida (61 anos e seis meses). Assim, ela terá que aguardar até 2023 para atingir o tempo necessário e dar entrada no benefício.
Os usuários, servidores e prestadores de serviços do Hospital Geral Dr. João Machado (HGJM) deverão apresentar comprovante de vacinação para entrada no prédio, a partir da próxima segunda-feira (14).
A medida segue as orientações da Secretaria de Saúde e do Governo do Estado, que recomendaram em portaria conjunta medidas que disciplinam o acesso de servidores e da população às dependências dos órgãos da administração pública direta e indireta do estado.
Em decisão publicada na tarde desta sexta-feira (11), através do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), a direção do hospital resolve adotar a obrigatoriedade de comprovação do passaporte vacinal, sendo exigência para servidores, funcionários terceirizados, contratados, cooperados, estudantes, público e afins nos termos dos decretos nº 30.940, de 30 de setembro de 2021 e nº 31.265, de 17 de janeiro de 2022.
A medida tem como principal finalidade prevenir a transmissão do novo coronavírus dentro do hospital, em razão do aumento crescente no número de casos da doença no estado, sobretudo pela variante ômicron mais transmissível, inclusive entre servidores e pacientes.
Para atender as exigências, os cidadãos devem apresentar nas recepções o comprovante do esquema vacinal, excluindo-se aqueles que, por atestado médico ou que, nos termos do Plano Nacional de Imunização (PNI) não integrem, temporária ou permanentemente, grupo elegível para recebimento do imunizante, mediante apresentação do documento comprobatório. Sendo preciso comprovar a justificativa, ainda assim.
A apresentação do comprovante de vacinação poderá ser realizada por meio de qualquer dos seguintes documentos oficiais: aplicativo RN Mais Vacina; certificado de vacinas digital, disponível na plataforma do Sistema Único de Saúde – ConectaSUS; comprovante/caderneta/cartão de vacinação impresso em papel timbrado, emitido no momento da vacinação pelas Secretarias de Saúde, estadual ou municipal, institutos de pesquisa clínica ou outras instituições governamentais, nacionais ou estrangeiras.
A Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Epidemiológica, confirma na manhã desta quinta-feira (10), mais 53 novos casos de Covid19 e 184 pacientes de alta, totalizando 9820 casos de Coronavírus confirmados no município de Currais Novos.
A SEMSA, por meio da Vigilância Epidemiológica, pede a toda a população precaução. Que continuemos alertas com todos os cuidados já conhecidos como o uso de máscara e a higiene pessoal, evitando se possível, locais com aglomeração.
É muito importante que quem está na faixa etária já contemplada com a vacina, que compareça aos pontos de vacinação para tomar a primeira, a segunda ou a terceira dose, que é a dose de reforço, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.
A vacinação é a forma mais eficaz de frear a contaminação e o surgimento de novas variantes do coronavírus. Apenas a imunização em massa protege todas as pessoas e diminui o risco de contágio.
O Departamento Estadual de Trânsito do RN (Detran) orienta aos motoristas e proprietários de veículos automotores a fazerem o download do aplicativo “Carteira Digital de Trânsito (CDT)”.
O sistema, que é destinado a instalação em smartphones, concede o benefício ao cidadão de ter no seu telefone celular a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV), no formato digital.
Ambos os documentos têm validade oficial da mesma maneira da CNH e do CRLV em formato físico, ou seja, impresso em papel. Com essa modalidade, o condutor e o proprietário de veículo podem ter acesso aos documentos até mesmo em sistema offline, isto é, sem acesso a sinal de internet no ato do acesso, podendo apresentar os registros em situação de blitz fiscalizatória e outros momentos que requerem a apresentação dos documentos.
O diretor-geral do Detran/RN, Jonielson Pereira, lembrou que no aplicativo CDT, além dos botões de acesso a “Habilitação” e “Veículos”, também conta com o botão “Infrações”, onde é possível que o proprietário de automóvel registrado no seu nome possa acompanhar as notificações de infrações e multas geradas no cadastro do seu veículo.
“Esse é um ponto muito importante, pois o cidadão pode aderir, no próprio aplicativo, ao Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) e conseguir desconto de 40% no valor das multas emitidas pelo Detran/RN, que desde agosto do ano passado passou a integrar o SNE e conceder esse benefício aos condutores que abrem mão de interpor defesa ou recurso da infração notificada pela autoridade de trânsito”, explicou o diretor Jonielson.
Nesse mesmo sistema é possível visualizar, caso haja, notificações “por infrator” ou “por veículo” e com outro importante benefício que é a agilidade do conhecimento e recebimento da notificação, já que o cidadão recebe a informação quase que imediata no seu celular, assim que a notificação for implantada no sistema dos órgãos que aderiram ao SNE, evitando até mesmo que o cidadão precise comparecer ao órgão de trânsito autuador para retirar segunda via de notificações ou esperar a notificação via postal. O usuário também poderá inserir ou excluir os veículos cadastrados a qualquer tempo.
De posse do aplicativo CDT e com a adesão ao SNE ainda é possível saber das notificações de recall emitidas pelas montadoras de veículos, notificações sobre alterações ocorridas na infração, disponibilidade de boleto para pagamento da infração e lembretes de vencimento dos boletos gerados.
“Esse aplicativo é uma ferramenta gratuita que facilita muito a vida do condutor e do proprietário de veículo automotor. Por isso orientamos o uso no sentido de ampliar o acesso desse benefício para mais motoristas norte-rio-grandenses”, concluiu o diretor do Detran/RN.
O Banco Central informou nesta segunda-feira (7) que será criada uma nova página na internet para o serviço de consultas a recursos esquecidos em bancos.
Esse novo site entrará em operação na próxima segunda-feira (14), data já anunciada pelo BC para a retomada do serviço de consultas, suspenso após a grande procura derrubar a página do Banco Central na Internet.
Devolução a partir de março A instituição informou, ainda, que os valores esquecidos nos bancos serão devolvidos somente a partir de 7 de março.
Para ter acesso ao sistema de consultas, é preciso fazer um cadastro pelo site Acesso (https://sso.acesso.gov.br) ou pelo aplicativo Gov.br
O BC explicou que apenas depois de acessar o sistema, e somente no caso de pedir o resgate sem indicar uma chave Pix, a instituição financeira escolhida entrará em contato para realizar a transferência.
O Rio Grande do Norte registrou três mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. No período, não houve atualização de novos casos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN), os sistemas utilizados estão fora do ar.
“Hoje, não foi possível a atualização dos casos, pois os sistemas estão fora do ar. Atualizados apenas os números dos óbitos”, informou a Sesap.
As mortes foram registradas em Natal, Parnamirim e Santo Antônio. Ao todo, o RN já perdeu 7.793 vidas para o coronavírus desde o início da pandemia. A Sesap investiga ainda 1.540 óbitos e já descartou 1.064.
Sem atualização, o estado segue com 440.390 casos confirmados, mesmo número registrado nesse sábado (05). Além disso, são 7.717 casos suspeitos, 872.095 descartados, 394.268 casos recuperados e 38.332 em acompanhamento.
No Brasil, a Doença de Chagas é a 4º causa de morte por doenças infecto-parasitárias e atinge entre 1,9 a 4,6 milhões de pessoas no país. Aliada à covid-19, ela pode desencadear em uma coinfecção pouco descrita na literatura científica.
Com o propósito de analisar o impacto dessa ligação a nível local, novo projeto investiga casos de infecção por Doença de Chagas em amostras enviadas para testagem de sorologia para Covid-19, coletadas no município de Apodi, na região Oeste do RN, e como a junção das patologias são manifestadas nos pacientes. A expectativa é que o trabalho favoreça o aumento de diagnósticos e amparo das populações mais atingidas pela Doença de Chagas.
João Firmino Rodrigues Neto, professor na Escola Multicampi de Ciências Médicas do RN (EMCM/UFRN) e responsável pela iniciativa, explica que a Doença de Chagas é um problema crônico, transmitido principalmente pelo inseto barbeiro e, na maioria dos casos, com início assintomático. Isso significa que muitas pessoas só apresentam os sintomas após trinta a quarenta anos de infecção. No caso da população sintomática, a tendência é o surgimento de sinais como problemas cardíacos, digestivos e a articulação entre os dois. “Nesse sentido, como essas pessoas já são mais propensas a terem problemas cardíacos, a ideia é que pessoas com a Doença de Chagas crônica e que tenham adquirido a covid possam responder de forma diferente a doença”, esclarece.
O projeto é uma iniciativa da EMCM com o Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas (DACT/UFRN) e Instituto de Medicina Tropical (IMT-RN). As amostras de sorologia foram coletadas pela Prefeitura Municipal de Apodi (RN) e estão armazenadas e serão avaliadas no IMT/UFRN. João Firmino observa que uma grande porcentagem do município foi testada ao longo da pandemia da covid-19 e, por se tratar de uma área endêmica para doença de Chagas, a região foi escolhida para analisar casos de coinfecção e promover um trabalho de qualidade em torno do tema.
O professor continua explicando que ainda há poucos trabalhos sobre os efeitos causados pela infecção paralela entre a covid-19 e a Doença de Chagas. Buscando preencher parte dessa lacuna, o esperado é que a pesquisa identifique como pacientes atingidos pelo problema reagem às infecções, quais os processos de manifestação dos sintomas e se o uso de suporte ventilatório ou hospitalizações foram mais necessárias ou não. “A gente ainda tem muito o que descobrir e o que avaliar. Para o universo de casos de covid-19 e número de pessoas que têm a Doença de Chagas no país, ainda tem poucos trabalhos”, ressalta.
Difícil diagnóstico
Na busca pelo combate à Doença de Chagas no Brasil, o principal desafio está no diagnóstico. Isso porque a infecção atinge as camadas da população mais vulneráveis e com baixo acesso aos serviços de saúde. O resultado disso é que muitas pessoas infectadas podem nunca descobrir que apresentam a doença, especialmente, em seu estado crônico. Além da necessidade do monitoramento, outra barreira está na infraestrutura de moradia dos grupos afetados. João Firmino adverte que essas populações têm condições habitacionais mais precárias, como as construções de pau a pique, favoráveis ao barbeiro que aproveita-se para ficar instalado nas casas.
Para controlar o número de casos pela doença, o docente afirma que antes da pandemia o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais promoviam acompanhamentos entomológicos rotineiros junto à população. Em virtude da crise sanitária e outros fatores, o trabalho foi reduzido. Já à nível estadual a investigação é realizada pela Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP). “Com relação ao município, nosso trabalho está sendo desenvolvido em parceria com a prefeitura municipal. O pessoal da secretaria de saúde faz um acompanhamento dessas pessoas. Eles já tem mapeado quais são as áreas da cidade mais propícias e mais endêmicas para a Doença de Chagas”, complementa.
O município de Apodi faz o gerenciamento mediante visitas realizadas por agentes de saúde aos moradores da região. Além disso, o órgão estabelece uma relação direta com o Instituto de Medicina Tropical e com a população apodiense. “A gente precisa buscar, entender e conseguir o maior número de informações e diagnósticos para que, mesmo passado o quadro da covid e da pandemia, as pessoas que não conseguiram realizar o diagnóstico da Doença de Chagas possam ser diagnosticadas, acompanhadas e submetidas ao tratamento adequado”, enfatiza.