Rússia diz que retaliará EUA após expulsão de 12 diplomatas russos da ONU

Rússia disse nesta terça-feira (1) que vai retaliar a expulsão dos Estados Unidos de 12 de seus diplomatas na Organização das Nações Unidas (ONU) por suposta espionagem.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que a ação dos EUA “não ficará sem uma reação adequada e uma resposta – não necessariamente simétrica”.

Os Estados Unidos disseram na segunda-feira que os diplomatas expulsos eram “operadores de inteligência” que estavam “envolvidos em atividades de espionagem adversas à nossa segurança nacional”.

Segundo a porta-voz da Missão dos EUA, a medida está em concordância com a sede e estava em andamento há meses.



Líderes do G7 se reúnem nesta segunda (28) com chefes da Otan e da UE

Líderes do Grupo dos Sete principais países industrializados farão uma ligação às 13h15 (horário de Brasília) nesta segunda-feira (28) com o secretário-geral da Otan, chefes da União Europeia e líderes da Romênia e da Polônia, disse a Itália.

O gabinete do primeiro-ministro Mario Draghi disse em comunicado que os líderes da Itália, França e Alemanha, juntamente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, realizarão uma ligação subsequente às 16h30.

Na última quinta-feira, países membros da Otan na Europa Oriental – Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia – acionaram o Artigo 4º da organização para lançar consultas dentro da aliança sobre o ataque da Rússia à Ucrânia. A cláusula versa sobre possíveis ameaças à integridade e segurança de qualquer um dos Estados membros.

“As partes se consultarão sempre que, na opinião de qualquer uma delas, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”, diz o artigo 4º do tratado. A consulta pode levar a uma ação coletiva entre os 30 membros da Otan.

No dia seguinte, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou, pela primeira vez na história, a ativação da Força de Resposta da aliança.

Com potencial de envolver até 40 mil soldados, a medida defensiva trata-se de uma “força multinacional altamente preparada e tecnologicamente avançada composta por componentes terrestres, aéreos, marítimos e Forças de Operações Especiais que a aliança pode mobilizar rapidamente, sempre que necessário”.

Enquanto o conflito escala, ucranianos fogem da guerra em direção a países vizinhos, em especial Polônia e Romênia. Segundo o Itamaraty, há cerca de 100 brasileiros que, nos documentos oficiais do Ministério das Relações Exteriroes, constam como presentes no território do país. Cerca de 80 já conseguiram se deslocar para países fronteiriços.



EUA vão enviar R$ 1,8 bilhão para ajudar ucranianos

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou neste sábado (26) que vai enviar mais US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão) em assistência militar à Ucrânia para lutar contra a invasão russa.

“Este pacote incluirá mais assistência defensiva letal para ajudar a abordar as ameaças blindadas, aéreas e de outro tipo que a Ucrânia enfrenta atualmente”, declarou Blinken, em um comunicado.



Ucranianos em fuga começam a chegar à Europa Central

Milhares de ucranianos fugindo da guerra com a Rússia começaram a chegar a países vizinhos da Europa Central, nesta quinta-feira (24), e a região se prepara para muitos mais, estabelecendo pontos de recepção e enviando tropas às fronteiras para prestar assistência.

Os países do flanco leste da União Europeia já fizeram parte do Pacto de Varsóvia liderado por Moscou, mas agora são membros da Otan. Entre eles, Polônia, Hungria, Eslováquia e Romênia compartilham fronteiras terrestres com a Ucrânia.

A Rússia realizou uma invasão da Ucrânia por terra, ar e mar, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Isso alimentou temores de uma enxurrada de refugiados fugindo da Ucrânia, uma nação de 44 milhões de pessoas.

Na geralmente tranquila passagem de fronteira em Medyka, no sul da Polônia, dezenas chegaram da Ucrânia a pé na manhã de quinta-feira, carregando bagagem. Uma fila de carros à espera de passagem aumentou ao longo do dia.

Uma polonesa, Olena Bogucka, de 39 anos, disse que estava esperando há quatro horas enquanto seu marido e filho ucranianos estavam presos do outro lado.

“Você não pode passar”, disse. “Não consigo falar com eles pelo telefone… não sei como tirar meu filho de lá… não sei o que fazer.”

Para facilitar as travessias de fronteira, a Polônia suspendeu as regras de quarentena na quinta-feira para pessoas que chegam de fora da UE sem um teste de Covid-19 negativo certificado em laboratório.

A Polônia abriga a maior comunidade ucraniana da região, com cerca de 1 milhão, e é o país da UE mais fácil de chegar a partir de Kiev.



Acordei com o barulho das bombas, diz brasileiro na Ucrânia

O jogador de futebol brasileiro Rodrigo Albatroz, 29, está há seis meses na Ucrânia e relata ter despertado na madrugada desta quinta-feira (24) com o barulho de explosões registradas na cidade em que estava, Kharkiv, próxima à fronteira com a Rússia.

Albatroz joga no FC Volchansk e treinou normalmente na noite anterior ao bombardeio. Em seguida, foi comunicado pelo treinador que, diante do estado de emergência decretado pela Ucrânia na tarde desta quarta-feira (23), os campeonatos de futebol seriam suspensos.

A recomendação passada pelo time foi para que Albatroz e os outros cinco brasileiros da equipe deixassem Kharkiv o mais rápido possível. Localizada ao leste da Ucrânia, a cidade é a segunda maior do país e está a cerca de uma hora da Rússia.

“Nós pensamos: ‘Ok, vamos sair o mais rápido possível, mas [com] certa tranquilidade’. É uma região que tem conflito há anos, ao leste, mas achávamos difícil de acontecer [um bombardeio] da noite para o dia, tão rapidamente, na nossa cidade, imagina na Ucrânia toda”, diz.

“Conversamos [os jogadores] o que tínhamos que conversar, dormimos, e acordei, literalmente, com o barulho da bomba. Fomos para a janela e dava para ver o clarão das bombas. Foram uns dez minutos sem reação, para tentar entender. Saímos da janela e ficamos no corredor, por proteção.”

Às 5h13, o brasileiro acordou com as explosões e, às 5h43, partiu para a casa da avó da namorada, com a sogra, todas ucranianas. Em cerca de quatro horas chegaram a Krasnokutsk, cidade mais distante da fronteira com a Rússia, onde ainda está à espera de uma saída segura da Ucrânia.

Albatroz relatou que pela manhã começaram se a formar filas em mercados, farmácias e engarrafamentos ao longo do caminho. Um trajeto que ele faria em duas horas até a casa da avó da namorada foi percorrido no dobro do tempo.

Em contato com a embaixada brasileira, ele ainda não sabe como sairá do país. Segundo Albatroz, o consulado afirmou que em até dois dias promoverá a primeira retirada de brasileiros via Kiev, capital ucraniana que também já foi alvo de ataques.

O problema é que o trajeto para chegar à cidade, que duraria mais de seis horas se não houvesse trânsito, pode ser mais perigoso do que ficar em Krasnokutsk, relata o jogador. Por isso, Albatroz diz que permanecerá no local até receber orientações concretas de como sair.

Na casa da avó da namorada há espaços subterrâneos onde a família poderia se proteger de bombardeios.

O brasileiro espera deixar a Ucrânia assim que puder e ir para a Letônia, onde morou desde 2013 antes de ir para o país onde está atualmente.



Embaixada da Ucrânia diz que invasão põe em risco a ordem mundial

Foto: Serviço de emergência da Ucrânia

Em comunicado divulgado hoje (24), a Embaixada da Ucrânia no Brasil afirma que a invasão russa no país é um ato de guerra e tem como objetivo destruir o estado ucraniano, tomar o território à força e estabelecer o controle da ocupação.

A nota diz ainda que o conflito é um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do Direito Internacional.

“A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Nossos parceiros devem ativar imediatamente um pacote de novas sanções. Apelamos também às capitais amigas, para que continuem fortalecendo as capacidades de defesa de nosso Estado, fornecendo armas e equipamentos militares. A nossa resposta conjunta depende agora não só da segurança dos cidadãos ucranianos, mas também da segurança dos cidadãos em toda a Europa e do futuro da ordem mundial”, diz a nota.



Brasil apela por resolução pacífica de conflito entre Rússia e Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota à imprensa hoje (22) em que reafirma a necessidade de uma solução negociada e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de se respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas.

O MRE apela para que a negociação tenha como base os Acordos de Minsk, assinados em 2014 por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR) e da República Popular de Luhansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia.

Na nota, o MRE afirma ainda que, diante da situação criada em torno do status das auto proclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil “apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno”.

Ontem (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência das auto proclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk e anunciou o envio do que chamou de forças de “manutenção de paz” para solo ucraniano.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou a decisão presidente russo de assinar um decreto reconhecendo duas regiões do leste da Ucrânia como independentes. 

“Eu condeno a decisão da Rússia de reconhecer a auto proclamada ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso mina a soberania e integridade territorial ucraniana, corrói os esforços em prol da solução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária”, afirmou Stoltenberg em nota.

Conselho de Segurança

O representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Ronaldo Costa Filho, fez ontem (21) uma declaração no debate do Conselho de Segurança da Nações Unidas sobre a questão da Ucrânia. Ele alertou que a “tensão dentro e ao redor da Ucrânia está se agravando diariamente – na verdade, a cada hora”.

Costa Filho disse ainda que a situação tornou-se crítica e o Brasil vem acompanhando os últimos acontecimentos com extrema preocupação. “Nas atuais circunstâncias, nós, neste conselho, em representação da comunidade internacional, devemos reiterar os apelos à imediata desescalada e nosso firme compromisso de apoiar os esforços políticos e diplomáticos para criar as condições para uma solução pacífica para esta crise”.

O embaixador reafirmou o “apelo a todas as partes interessadas para que mantenham o diálogo com espírito de abertura, compreensão, flexibilidade e senso de urgência para encontrar caminhos para uma paz duradoura na Ucrânia e em toda a região. Um primeiro objetivo inescapável é obter um cessar-fogo imediato, com a retirada abrangente de tropas e equipamentos militares no terreno. Tal desengajamento militar será um passo importante para construir confiança entre as partes, fortalecer a diplomacia e buscar uma solução sustentável para a crise”.



OMS traça quadro de pandemia sem confinamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que mesmo que surjam novas variantes do SARS-CoV-2, não vai ser preciso voltar aos confinamentos. O diretor regional da organização para a Europa, Hans Kluge, explica que é preciso melhor distribuição das vacinas para que isso ocorra.

A OMS informa que, na última semana, houve 12 milhões de casos positivos de covid-19 só na Europa – quase um terço de todos os casos de infecção desde o início da pandemia. 

Apesar do crescente número de casos, o novo coronavírus parece estar sob controle no Continente Europeu. Hans Kluge reafirma que ainda não é o fim da pandemia, mas para lá se caminha.

O diretor regional da OMS Europa pede também que, nesta fase, os profissionais de saúde retomem os serviços não limitados à covid-19. Na véspera do Dia Mundial de Luta contra o Câncer, Hans Kluge lembra que muitas doenças ficaram por diagnosticar. Agora é preciso recuperar o tempo perdido, diz.



Guia explica por que recusou ajudar coach em trilha no Pico dos Marins: ‘Arrogância’

Um dos guias de turismo do Pico dos Marins disse ter alertado a equipe de Pablo Marçal sobre os riscos de concluir a subida e se recusado a subir com o grupo. Após a repercussão do caso na internet, o profissional se manifestou pelas redes sociais e disse que recusou o apoio pela “arrogância” do coach. Após ser resgatado, Pablo Marçal minimizou o episódio em uma transmissão.

“A maioria dos guias não se propuseram a subir por um simples fato, o cara é arrogante. O cara maltratou, desmereceu os guias que ali estavam e que falaram com ele”, publicou o guia Ricardo de Oliveira.

De acordo com Ricardo, Pablo Marçal chegou com um grupo de pessoas e pediu aos guias que acompanhassem a subida. Há uma base no Pico dos Marins onde o serviço pode ser contratado. Já no local, os profissionais avisaram do risco e alguns recusaram o serviço. 

“Os guias alertaram ele, e teve profissional que nem quis se arriscar a subir. Quando a gente disse isso, ele respondeu ‘se vocês não sobem, a gente sobe’. Subiu e o resultado foi ter que acionar o resgate e inclusive guias para prestar apoio e tirá-los de lá”, conto Ricardo.



EUA: especialistas alertam para maior risco de infecção no Natal

Dr. Anthony Fauci© Reuters/Kevin Lamarque

O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos (EUA), Anthony Fauci, alertou para o maior risco de transmissão da variante Ômicron com as viagens de Natal, afirmando que a nova cepa está “devastando o mundo”. Especialistas norte-americanos apelam ao uso de máscara e à vacinação com a dose de reforço, à medida que antecipam um aumento brusco do número de casos nas próximas semanas.

Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Fauci, alertou para a “capacidade extraordinária de disseminação” da variante Ômicron e para o maior risco de infecção, mesmo em pessoas vacinadas.

“Uma coisa que está clara é a extraordinária capacidade [da Ômicron] de propagação, a sua capacidade de transmissibilidade”, disse Fauci. “Ela está devastando o mundo”, afirmou.

Fauci explicou que a nova variante do vírus SARS-CoV-2 tem período de duplicação de dois a três dias em certas regiões do país, o que significa que se irá tornar dominante nos EUA.

“Vai ser difícil. Não podemos fugir desse cenário porque, com a Ômicron, enfrentaremos semanas e meses difíceis, à medida que avançamos no inverno. Vamos assistir a uma pressão significativa em algumas regiões do país, no sistema hospitalar, principalmente nas áreas onde existe baixo nível de vacinação”, explicou.

Com a aproximação da época festiva, os especialistas alertam para o maior risco de disseminação e de infecção pela nova variante. Apesar de não recomendaram aos vacinados que cancelem as viagens, apelam apenas para  que viajem com cuidado.

Apelo à vacinação

O alerta de Fauci ocorre após uma semana em que os EUA ultrapassaram as 800 mil mortes por covid-19 e assistiram a um aumento de 17% nos casos e de 9% nos óbitos.

Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), disse ao programa Face the Nation, da CBS, que o número de casos de infecção pela variante Ômicron aumentará de forma significativa nas duas próximas semanas e deixou um apelo à vacinação.

“Se foi vacinado e recebeu a dose de reforço, está muito bem protegido contra o Ômicron, que pode causar doença grave. Qualquer um que esteja a ouvir esta mensagem e pertença aos 60% dos norte-americanos que são elegíveis para uma dose de reforço mas não o fizeram, esta é a semana para fazê-lo. Não esperem”, apelou Collins. Fauci e outros especialistas explicam que a imunização por si só não evitará a disseminação da Ômicron, mas estão confiantes de que o risco de doença grave ou de morte é amplamente reduzido com a vacinação.

Collins mostrou-se preocupado com os 27% dos norte-americanos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a covid-19. “A Ômicron é uma versão totalmente nova [do vírus] e tão diferente que tem as propriedades para evitar os benefícios das vacinas e de outras medidas que tomamos”, afirmou o diretor do NIH.

O presidente norte-americano, Joe Biden, planeja fazer um discurso nesta terça-feira (21) sobre a evolução da covid-19 no país. Fauci antecipou alguns dos pontos que poderão ser abordados no discurso de Biden: “O presidente vai enfatizar várias coisas: a vacinação com a dose de reforço, vacinar as crianças, disponibilizar mais testes e equipes de urgência, porque sabemos que vai haver maior necessidade de internações”.

Em algumas regiões dos EUA, os hospitais estão ficando novamente superlotados com doentes de covid e a expectativa, segundo os especialistas, é que as coisas piorem.

A variante Ômicron já foi detectada em 43 dos 50 estados norte-americanos e em 90 países até o momento.