Acordei com o barulho das bombas, diz brasileiro na Ucrânia

O jogador de futebol brasileiro Rodrigo Albatroz, 29, está há seis meses na Ucrânia e relata ter despertado na madrugada desta quinta-feira (24) com o barulho de explosões registradas na cidade em que estava, Kharkiv, próxima à fronteira com a Rússia.

Albatroz joga no FC Volchansk e treinou normalmente na noite anterior ao bombardeio. Em seguida, foi comunicado pelo treinador que, diante do estado de emergência decretado pela Ucrânia na tarde desta quarta-feira (23), os campeonatos de futebol seriam suspensos.

A recomendação passada pelo time foi para que Albatroz e os outros cinco brasileiros da equipe deixassem Kharkiv o mais rápido possível. Localizada ao leste da Ucrânia, a cidade é a segunda maior do país e está a cerca de uma hora da Rússia.

“Nós pensamos: ‘Ok, vamos sair o mais rápido possível, mas [com] certa tranquilidade’. É uma região que tem conflito há anos, ao leste, mas achávamos difícil de acontecer [um bombardeio] da noite para o dia, tão rapidamente, na nossa cidade, imagina na Ucrânia toda”, diz.

“Conversamos [os jogadores] o que tínhamos que conversar, dormimos, e acordei, literalmente, com o barulho da bomba. Fomos para a janela e dava para ver o clarão das bombas. Foram uns dez minutos sem reação, para tentar entender. Saímos da janela e ficamos no corredor, por proteção.”

Às 5h13, o brasileiro acordou com as explosões e, às 5h43, partiu para a casa da avó da namorada, com a sogra, todas ucranianas. Em cerca de quatro horas chegaram a Krasnokutsk, cidade mais distante da fronteira com a Rússia, onde ainda está à espera de uma saída segura da Ucrânia.

Albatroz relatou que pela manhã começaram se a formar filas em mercados, farmácias e engarrafamentos ao longo do caminho. Um trajeto que ele faria em duas horas até a casa da avó da namorada foi percorrido no dobro do tempo.

Em contato com a embaixada brasileira, ele ainda não sabe como sairá do país. Segundo Albatroz, o consulado afirmou que em até dois dias promoverá a primeira retirada de brasileiros via Kiev, capital ucraniana que também já foi alvo de ataques.

O problema é que o trajeto para chegar à cidade, que duraria mais de seis horas se não houvesse trânsito, pode ser mais perigoso do que ficar em Krasnokutsk, relata o jogador. Por isso, Albatroz diz que permanecerá no local até receber orientações concretas de como sair.

Na casa da avó da namorada há espaços subterrâneos onde a família poderia se proteger de bombardeios.

O brasileiro espera deixar a Ucrânia assim que puder e ir para a Letônia, onde morou desde 2013 antes de ir para o país onde está atualmente.



Embaixada da Ucrânia diz que invasão põe em risco a ordem mundial

Foto: Serviço de emergência da Ucrânia

Em comunicado divulgado hoje (24), a Embaixada da Ucrânia no Brasil afirma que a invasão russa no país é um ato de guerra e tem como objetivo destruir o estado ucraniano, tomar o território à força e estabelecer o controle da ocupação.

A nota diz ainda que o conflito é um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do Direito Internacional.

“A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Nossos parceiros devem ativar imediatamente um pacote de novas sanções. Apelamos também às capitais amigas, para que continuem fortalecendo as capacidades de defesa de nosso Estado, fornecendo armas e equipamentos militares. A nossa resposta conjunta depende agora não só da segurança dos cidadãos ucranianos, mas também da segurança dos cidadãos em toda a Europa e do futuro da ordem mundial”, diz a nota.



Brasil apela por resolução pacífica de conflito entre Rússia e Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota à imprensa hoje (22) em que reafirma a necessidade de uma solução negociada e que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de se respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas.

O MRE apela para que a negociação tenha como base os Acordos de Minsk, assinados em 2014 por representantes da Ucrânia, da Rússia, da República Popular de Donetsk (DNR) e da República Popular de Luhansk (LNR) para pôr fim à guerra no leste da Ucrânia.

Na nota, o MRE afirma ainda que, diante da situação criada em torno do status das auto proclamadas entidades estatais do Donetsk e do Luhansk, o Brasil “apela a todas as partes envolvidas para que evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno”.

Ontem (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu a independência das auto proclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk e anunciou o envio do que chamou de forças de “manutenção de paz” para solo ucraniano.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou a decisão presidente russo de assinar um decreto reconhecendo duas regiões do leste da Ucrânia como independentes. 

“Eu condeno a decisão da Rússia de reconhecer a auto proclamada ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso mina a soberania e integridade territorial ucraniana, corrói os esforços em prol da solução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária”, afirmou Stoltenberg em nota.

Conselho de Segurança

O representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Ronaldo Costa Filho, fez ontem (21) uma declaração no debate do Conselho de Segurança da Nações Unidas sobre a questão da Ucrânia. Ele alertou que a “tensão dentro e ao redor da Ucrânia está se agravando diariamente – na verdade, a cada hora”.

Costa Filho disse ainda que a situação tornou-se crítica e o Brasil vem acompanhando os últimos acontecimentos com extrema preocupação. “Nas atuais circunstâncias, nós, neste conselho, em representação da comunidade internacional, devemos reiterar os apelos à imediata desescalada e nosso firme compromisso de apoiar os esforços políticos e diplomáticos para criar as condições para uma solução pacífica para esta crise”.

O embaixador reafirmou o “apelo a todas as partes interessadas para que mantenham o diálogo com espírito de abertura, compreensão, flexibilidade e senso de urgência para encontrar caminhos para uma paz duradoura na Ucrânia e em toda a região. Um primeiro objetivo inescapável é obter um cessar-fogo imediato, com a retirada abrangente de tropas e equipamentos militares no terreno. Tal desengajamento militar será um passo importante para construir confiança entre as partes, fortalecer a diplomacia e buscar uma solução sustentável para a crise”.



OMS traça quadro de pandemia sem confinamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que mesmo que surjam novas variantes do SARS-CoV-2, não vai ser preciso voltar aos confinamentos. O diretor regional da organização para a Europa, Hans Kluge, explica que é preciso melhor distribuição das vacinas para que isso ocorra.

A OMS informa que, na última semana, houve 12 milhões de casos positivos de covid-19 só na Europa – quase um terço de todos os casos de infecção desde o início da pandemia. 

Apesar do crescente número de casos, o novo coronavírus parece estar sob controle no Continente Europeu. Hans Kluge reafirma que ainda não é o fim da pandemia, mas para lá se caminha.

O diretor regional da OMS Europa pede também que, nesta fase, os profissionais de saúde retomem os serviços não limitados à covid-19. Na véspera do Dia Mundial de Luta contra o Câncer, Hans Kluge lembra que muitas doenças ficaram por diagnosticar. Agora é preciso recuperar o tempo perdido, diz.



Guia explica por que recusou ajudar coach em trilha no Pico dos Marins: ‘Arrogância’

Um dos guias de turismo do Pico dos Marins disse ter alertado a equipe de Pablo Marçal sobre os riscos de concluir a subida e se recusado a subir com o grupo. Após a repercussão do caso na internet, o profissional se manifestou pelas redes sociais e disse que recusou o apoio pela “arrogância” do coach. Após ser resgatado, Pablo Marçal minimizou o episódio em uma transmissão.

“A maioria dos guias não se propuseram a subir por um simples fato, o cara é arrogante. O cara maltratou, desmereceu os guias que ali estavam e que falaram com ele”, publicou o guia Ricardo de Oliveira.

De acordo com Ricardo, Pablo Marçal chegou com um grupo de pessoas e pediu aos guias que acompanhassem a subida. Há uma base no Pico dos Marins onde o serviço pode ser contratado. Já no local, os profissionais avisaram do risco e alguns recusaram o serviço. 

“Os guias alertaram ele, e teve profissional que nem quis se arriscar a subir. Quando a gente disse isso, ele respondeu ‘se vocês não sobem, a gente sobe’. Subiu e o resultado foi ter que acionar o resgate e inclusive guias para prestar apoio e tirá-los de lá”, conto Ricardo.



EUA: especialistas alertam para maior risco de infecção no Natal

Dr. Anthony Fauci© Reuters/Kevin Lamarque

O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos (EUA), Anthony Fauci, alertou para o maior risco de transmissão da variante Ômicron com as viagens de Natal, afirmando que a nova cepa está “devastando o mundo”. Especialistas norte-americanos apelam ao uso de máscara e à vacinação com a dose de reforço, à medida que antecipam um aumento brusco do número de casos nas próximas semanas.

Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Fauci, alertou para a “capacidade extraordinária de disseminação” da variante Ômicron e para o maior risco de infecção, mesmo em pessoas vacinadas.

“Uma coisa que está clara é a extraordinária capacidade [da Ômicron] de propagação, a sua capacidade de transmissibilidade”, disse Fauci. “Ela está devastando o mundo”, afirmou.

Fauci explicou que a nova variante do vírus SARS-CoV-2 tem período de duplicação de dois a três dias em certas regiões do país, o que significa que se irá tornar dominante nos EUA.

“Vai ser difícil. Não podemos fugir desse cenário porque, com a Ômicron, enfrentaremos semanas e meses difíceis, à medida que avançamos no inverno. Vamos assistir a uma pressão significativa em algumas regiões do país, no sistema hospitalar, principalmente nas áreas onde existe baixo nível de vacinação”, explicou.

Com a aproximação da época festiva, os especialistas alertam para o maior risco de disseminação e de infecção pela nova variante. Apesar de não recomendaram aos vacinados que cancelem as viagens, apelam apenas para  que viajem com cuidado.

Apelo à vacinação

O alerta de Fauci ocorre após uma semana em que os EUA ultrapassaram as 800 mil mortes por covid-19 e assistiram a um aumento de 17% nos casos e de 9% nos óbitos.

Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), disse ao programa Face the Nation, da CBS, que o número de casos de infecção pela variante Ômicron aumentará de forma significativa nas duas próximas semanas e deixou um apelo à vacinação.

“Se foi vacinado e recebeu a dose de reforço, está muito bem protegido contra o Ômicron, que pode causar doença grave. Qualquer um que esteja a ouvir esta mensagem e pertença aos 60% dos norte-americanos que são elegíveis para uma dose de reforço mas não o fizeram, esta é a semana para fazê-lo. Não esperem”, apelou Collins. Fauci e outros especialistas explicam que a imunização por si só não evitará a disseminação da Ômicron, mas estão confiantes de que o risco de doença grave ou de morte é amplamente reduzido com a vacinação.

Collins mostrou-se preocupado com os 27% dos norte-americanos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a covid-19. “A Ômicron é uma versão totalmente nova [do vírus] e tão diferente que tem as propriedades para evitar os benefícios das vacinas e de outras medidas que tomamos”, afirmou o diretor do NIH.

O presidente norte-americano, Joe Biden, planeja fazer um discurso nesta terça-feira (21) sobre a evolução da covid-19 no país. Fauci antecipou alguns dos pontos que poderão ser abordados no discurso de Biden: “O presidente vai enfatizar várias coisas: a vacinação com a dose de reforço, vacinar as crianças, disponibilizar mais testes e equipes de urgência, porque sabemos que vai haver maior necessidade de internações”.

Em algumas regiões dos EUA, os hospitais estão ficando novamente superlotados com doentes de covid e a expectativa, segundo os especialistas, é que as coisas piorem.

A variante Ômicron já foi detectada em 43 dos 50 estados norte-americanos e em 90 países até o momento.



Conferência da ONU chega a acordo para evitar catástrofe climática

A conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia terminou com um acordo global que busca pelo menos manter viva a esperança de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius e, portanto, uma chance realista de salvar o mundo das catastróficas mudanças climáticas.

Alok Sharma, presidente da conferência, bateu o martelo para sinalizar que não houve objeções decisivas das quase 200 delegações nacionais presentes em Glasgow. As delegações incluem desde superpotência alimentadas a carvão e gás a produtores de petróleo e ilhas do Pacífico, que estão sendo engolidas pela elevação do nível do mar.

Após revisão, o acordo foi aprovado, depois de uma mudança de última hora no texto em relação ao carvão, o que provocou reclamações de países vulneráveis quer queriam um comunicado mais definitivo sobre subsídios a combustíveis fósseis.

Depois de uma mudança de última hora na linguagem em torno do carvão, com a Índia sugerindo substituir a palavra “eliminar” por “reduzir”, Sharma sinalizou que o texto foi aprovado.

O acordo é o resultado de duas semanas de negociações duras em Glasgow, que foram estendidas por um dia para equilibrar as demandas de nações vulneráveis ao clima, grandes potências industriais e países em que o consumo ou exportação de combustíveis fósseis é vital para o desenvolvimento econômico.

“Por favor, não se pergunte o que mais você pode querer, mas se pergunte o que é o suficiente”, disse Sharma aos delegados nas horas finais.

“E ainda mais importante – por favor, perguntem-se se, no fim das contas, esses textos funcionam para todas as pessoas e para nosso planeta”.

O objetivo geral da conferência, sediada pelo Reino Unido, era modesto demais, na opinião de ativistas do clima e países vulneráveis – manter a meta do Acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Um rascunho de acordo, que circulou no começo deste sábado, na prática reconheceu que os compromissos feitos até agora, para cortar as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, não estão nem perto do suficiente. Também pediu que as nações façam promessas mais duras em relação ao clima no ano que vem, em vez de a cada cinco anos, como atualmente são obrigadas a fazer.

Cientistas dizem que um aquecimento acima de 1,5 grau Celsius geraria um crescimento extremo do nível do mar e catástrofes como secas, tempestades e incêndios muito piores do que as que o mundo está sofrendo neste momento.

Mas, até agora, as promessas dos países para cortar emissões de gases de efeito estufa – principalmente dióxido de carbono da queima de carvão, óleo e gás – limitariam o crescimento da temperatura global média em 2,4 graus Celsius.

No entanto, o rascunho deste sábado, publicado pela ONU, cobrou esforços para reduzir o uso de carvão e os enormes subsídios que governos ao redor do mundo dão ao petróleo, carvão e gás que alimentam fábricas e aquecem casas – o que nunca foi acordado em nenhuma outra conferência do clima.

A Índia, cujas demandas de energia são muito dependentes do carvão, fez objeções de última hora a essa parte do acordo.

Países em desenvolvimento argumentam que as nações ricas, cujo histórico de emissões é amplamente responsável por aquecer o planeta, precisam pagar mais para ajudá-los a se adaptar às consequências e também para reduzir suas pegadas de carbono.

Agência Brasil



Melhores países, cidades e regiões para visitar em 2022, segundo marca de viagens mundiais

Em 1973, o jovem casal britânico Tony e Maureen Wheeler publicou um guia intitulado “Across Asia on The Cheap”, sobre viajar pela Ásia de forma econômica. Mal sabiam eles que um guia despretensioso seria a base para uma marca de viagens mundial chamada Lonely Planet.

Quase 50 anos depois, o império de guias de viagens Lonely Planet está em pleno trabalho.

Como grande parte do mundo está reabrindo lentamente após a pandemia do coronavírus, muita gente só quer saber de viajar. A esperança é que 2022 verá famílias reunidas, pessoas queridas recuperando o atraso após longos períodos separados e férias acumuladas usadas em experiências únicas.

O guia Best in Travel 2022 (“O Melhor de Viagem”, sem tradução no Brasil) já está à venda no exterior. Apresentamos uma prévia dos lugares que eles acham que você deveria ter em sua lista de desejos, desde as joias escondidas do deserto de Omã às águas azuis e transparentes de Belize.

“Depois de um hiato forçado, é hora de tirar os planos de viagem há muito adiados da gaveta e torná-los realidade”, disse Tom Hall, vice-presidente de experiência da Lonely Planet, em um comunicado. “As listas celebram o mundo em toda a sua variedade maravilhosa e atraente”.

Em 2021, o Lonely Planet destacou suas 10 principais cidades, regiões e países. Veja as listas abaixo.

10 principais países

10. Egito

Complexo de Gizé, em Cairo, no Egito, uma das sete maravilhas do mundo /Foto: Pxhere

O Egito é o lar das Pirâmides de Gizé, uma das sete maravilhas do mundo.

Mas não pense que “velho” é sinônimo de “tedioso”. Apesar de seus 4.500 anos de história, ainda estamos aprendendo mais sobre essas maravilhas arquitetônicas a cada ano.

A joia da vez: a Pirâmide de Dozer, com 63 metros de altura, a mais velha do grupo, foi reaberta ao público apenas no ano passado.

9. Malawi

Um dos Grandes Lagos Africanos, o Lago Malawi é o nono maior lago do mundo/Foto: Skip Russell/Flickr

Com apenas 118 quilômetros quadrados, Malawi às vezes pode ser ofuscado por seus vizinhos maiores, como Moçambique e Tanzânia.

Mas há tesouros disponíveis no “Coração Quente da África”, todos com menos turistas para competir por espaço ao longo do deslumbrante Lago Malawi, o nono maior lago do mundo.

O Malawi tem muitas das mesmas atrações pelas quais seus primos africanos são amados, como safáris para observar elefantes, babuínos, hipopótamos e outros animais em seus habitats nativos, tudo por uma fração do preço.

8. Nepal

Vista da vila de Gyakar cercada por um bosque e os picos do Damodar Himal, do Purkung Himal e do Annapurna/Foto: reprodução/Trek Dream Nepal

É quase impossível mencionar o Nepal sem mencionar o Monte Everest. Mas esta nação do Himalaia tem muito mais a oferecer para os viajantes que não vão escalar a montanha mais alta do mundo.

Na remota região de Mustang (que significa “planície fértil’), os trekkers podem explorar o alto deserto e encontrar os habitantes locais em casas de família ao longo do caminho, saboreando especialidades nepalesas, como café com manteiga de iaque e momos, um bolinho salgado servido em estilo “kothey”, metade frito, metade cozido no vapor.

7. Omã

Península de Musandam, no Omã, território limitado ao norte pelo Estreito de Ormuz/Foto: Robert Haandrikman/Wikimedia Commons

Você acha que a Noruega é o único lugar no mundo com fiordes? Pois você está errado.

Em Musandam, Omã, na fronteira com o Estreito de Ormuz, as montanhas atingem alturas de 2.000 metros para criar um cenário espetacular em trechos estreitos de água entre desfiladeiros.

Mas isso não é tudo o que Omã tem a oferecer. Na mesma viagem, você também pode experimentar o “Bairro Vazio”, uma extensão de deserto onde Omã encontra Iêmen, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. São quatro países ao mesmo tempo – e você não precisa levar um casaco para aproveitar o fiorde.

6. Anguilla

Território britânico ultramarino, Anguila é uma estonteante e paradisíaca ilha caribenha/Foto: Daniela Filomeno

Ok, Anguilla é um território britânico ultramarino e não tecnicamente um país. Dito isso, a linda ilha caribenha merece um olhar mais atento.

O cuidadoso plano de reabertura de Anguilla tornou-a o destino de escolha para a colaboradora da CNN Hannah Seligson, que viajou para lá com seus filhos pequenos em janeiro.

Ela elogiou o “mar azul esverdeado, as 33 praias públicas, a temperatura na casa dos 26°C, os hotéis e comida incríveis” da ilha, bem como sua abordagem responsável à saúde pública em plena pandemia.

5. Eslovênia

Lago de Bled, no noroeste da Eslovénia, é um dos principais destinos turísticos do país Europeu/Foto: Dumphasizer/Flickr

Em meio aos muitos destinos populares da Europa Oriental, a Eslovênia às vezes pode se perder no conjunto. Não mais. Chris Dwyer, colaborador da CNN, descreve a nação como “nem balcânica, nem mediterrânea, nem alpina – a Eslovênia é mais um coquetel dos três, servido com seu próprio toque distinto”.

Graças ao pequeno tamanho do país, os visitantes podem cobrir uma ampla variedade de terrenos em um curto período, do deslumbrante Lago Bled até a agitada capital Ljubljana.

O Lonely Planet não é o único a notar. Em 2021, o Guia Michelin atribuiu estrelas a sete restaurantes na Eslovênia.

4. Belize

Vista aérea da Ilha Caye Caulker, um dos mais belos e conhecidos destinos do país, que é banhado pelo Mar do Caribe/Foto: Wikimedia Commons

Quer explorar as ruínas maias, nadar em águas translúcidas e ver uma incrível vida selvagem? Belize tem tudo isso e muito mais, acessível por voos diretos de várias cidades da América do Norte.

Se você está esperando que a Austrália abra suas fronteiras, experimente Belize: seu Sistema de Reservas de Barreira de Corais de Belize, listado como Patrimônio Mundial da UNESCO, é de tirar o fôlego, e os viajantes dos EUA não precisam se preocupar com o jet lag.

Em tempo: a língua nacional de Belize é o inglês.

3. Maurício

Localizado no Oceano Índico, Maurício é conhecido pelas belas praias, lagoas e recifes/Foto: Pxfuel

O tópico mais pesquisado no Google sobre esta ilha paradisíaca é “onde fica Maurício?” Vamos direto à resposta: o país fica no Oceano Índico, cerca de 1.100 quilômetros a leste de Madagascar.

Agora que você sabe onde fica, aqui estão alguns motivos para visitar este subestimado refúgio africano, cortesia de Tony Smart, da CNN: ele é “habitado por um povo multirracial e pacífico, coberto por ótimos campos de golfe, oferecendo uma infinidade de esportes aquáticos, caminhadas nas montanhas, caça, observação de pássaros, resorts luxuosos, uma antiga capital colonial, boa comida, hotéis de três e quatro estrelas, um dos melhores jardins botânicos do mundo, boa vida noturna, belos bares de praia, Patrimônios Mundiais da UNESCO, uma das pistas de corrida de cavalos mais antigas do mundo e ótimos passeios”.

2. Noruega

No litoral sul da Noruega, a capital Oslo é conhecida por suas áreas verdes e vida cultural agitada/Foto: Pixabay

A Noruega está consistentemente incluída nas listas dos países mais felizes do mundo. Qual é o segredo deles? A CNN perguntou a dois membros da realeza do país, o príncipe herdeiro Haakon e a princesa Mette-Marit, sobre suas teorias.

Mette-Marit tem uma resposta: “adoramos estar ao ar livre, na natureza. Se você está em uma casa norueguesa em um domingo e não vai dar um passeio na floresta, isso não é um bom sinal”.

Se você quiser canalizar essa energia pacífica para si mesmo, vá para Bøkeskogen, a floresta de faias mais ao norte do mundo. Fica a cerca de duas horas da capital, Oslo, o que possibilita passear na cidade e pelo país no mesmo dia.

1. Ilhas Cook

Ilhas Cook, no Pacífico Sul, possui águas azuis cristalinas e é recheada de atividades aquáticas/Foto: Robert Linsdell/Flickr

Um fato curioso: a companhia aérea Air New Zealand opera apenas um voo dos Estados Unidos que não vai para a Nova Zelândia. Ele conecta Los Angeles a Rarotonga, capital das Ilhas Cook e porta de entrada para alguns dos lugares mais bonitos do planeta.

O grupo de 15 ilhas no Pacífico Sul estava no topo da lista de desejos de muitos funcionários da Lonely Planet para 2022.

O que há por lá? Atividades aquáticas, como mergulho com snorkel, mergulho e pesca, sem mencionar a visão da comunidade maori nativa na vila de Te Vara Nui.

Está pensando em escolher uma cidade ou região para sua próxima viagem? Aqui está a lista das regiões e das cidades do Lonely Planet para conhecer em 2022:

10 principais regiões

1. Westfjords, Islândia
2. West Virginia, EUA
3. Xishuangbanna, China
4. Costa do Patrimônio de Kent, Reino Unido
5. Porto Rico, EUA
6. Shikoku, Japão
7. Deserto de Atacama, Chile
8. The Scenic Rim, Austrália
9. Ilha de Vancouver, Canadá
10. Borgonha, França

10 principais cidades

1. Auckland, Nova Zelândia
2. Taipei, Taiwan
3. Freiburg, Alemanha
4. Atlanta, EUA
5. Lagos, Nigéria
6. Nicosia/Lefkosia, Chipre
7. Dublin, Irlanda
8. Mérida, México
9. Florença, Itália
10. Gyeongju, Coreia do Sul



Rio Grande do Norte volta a receber voos de Portugal

O Rio Grande do Norte volta a receber voos de Portugal esta semana. O primeiro avião da ligação entre Lisboa e Natal, após 1 ano e 9 meses, está previsto para pousar no Aeroporto Internacional Aluízio Alves às 21h30. O voo é operado pela TAP Air Portugal.

A rota terá uma frequência semanal de três voos diretos. Para marcar a retomada, a Secretaria de Estado de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur-RN) a Emprotur vão realizar ações para recepcionar os passageiros do voo desta quarta-feira. No site da empresa, as passagens para os voos diretos custam a partir R$ 3 mil tanto no trecho Natal/Lisboa quanto no trecho Lisboa/Natal e variam de acordo com o dia escolhido.

A TAP anunciou a suspensão dos voos para Natal no início da pandemia, ainda no mês de março de 2020. Inicialmente, a previsão era de que a paralisação durasse até o final do mês de abril. No entanto, o agravamento da crise de covid-19 fez com que a rota ficasse suspensa até agora.



Famílias afegãs vendem suas filhas para não morrerem de fome

 Foto: Hoshang Hashimi/AFP

Fahima não para de chorar desde que seu marido disse que eles deveriam vender suas duas filhas, de seis anos e um ano e meio, para que a família não morresse de fome no Afeganistão.

  • Farishteh, a mais velha: foi vendida por cerca de US$ 3,3 mil (cerca de R$ 18,7 mil).
  • Shokriya, a mais nova: foi vendidapor US$ 2,8 mil (cerca de R$ 15,7 mil).

A família foi deslocada pela seca no oeste do país e hoje vive em uma casa de barro coberta por lonas furadas no campo de pessoas deslocadas de Shamal Darya, em Qala-i-Naw, na província de Badghis.

Farishteh e Shokriya sorriem para a reportagem da agência de notícias France Presse, com o rosto cheio de lama e ao lado da mãe, sem saber que foram dadas em troca de dinheiro às famílias de seus futuros maridos, também menores de idade.

Assim que o valor total for pago — o que pode levar anos —, as duas meninas terão de se despedir de seus pais e do campo para deslocados onde eles encontraram refúgio.

Milhares de famílias deslocadas para a região — uma das mais pobres do país que é um dos mais pobres do mundo — também vivem esta trágica história (e também se mudaram fugindo da seca).

Vendem para sobreviver

Jornalistas da France Presse identificaram pelo menos 15 famílias que vivem em acampamentos de refugiados e vilarejos e venderam suas filhas por quantias de vão US$ 550 a US$ 4 mil para sobreviver.

O casamento infantil ocorre há séculos no Afeganistão, mas a guerra, a seca e a pobreza levaram muitas famílias a recorrer a acordos cada vez mais cedo na vida das meninas.

Segundo um relatório de 2018 da Unicef (Fundo da ONU para a Infância), 42% das famílias afegãs têm uma filha que se casa antes dos 18 anos. A principal motivação é econômica, porque o casamento é visto muitas vezes como um meio de garantir a sobrevivência de uma família.

A prática é generalizada nos campos de deslocados. Os responsáveis pelos acampamentos e aldeias contabilizam dezenas de casos desde a seca de 2018 — um número que só aumentou com a de 2021.

Dívida na mercearia

Sabehreh, de 25 anos, é vizinha de Fahima. Sua família pegou comida fiado em uma mercearia, e o dono do comércio ameaçou “prendê-los” caso não pagassem.

Para pagar a dívida, a família vendeu Zakereh, de três anos de idade, e ela vai se casar com Zabiullah, filho do dono da mercearia que tem quatro anos. A menina não suspeita de nada, e o pai do seu futuro marido decidiu esperar até que ela tivesse idade suficiente para levá-la embora.

“Não estou feliz por ter feito isso, mas não temos nada para comer nem beber”, desespera-se Sabehreh. “Se continuar assim, teremos que vender nossa filha de três meses”.

“Muitas pessoas estão vendendo suas filhas”, diz outro vizinho, Gul Bibi, que deu sua filha Asho, de menos de dez anos, para um homem de 23 anos com quem a sua família tinha uma dívida.

Asho ainda vive com a família, e Bibi teme que o comprador volte do Irã para tirá-la de seu colo. “Sabemos que isso não é certo, mas não temos outra opção”.