Decisão do TSE impede aliança de Rafael Motta com Fátima Bezerra

Deputado federal Rafael Motta. Foto: José Aldenir

O deputado federal Rafael Motta (PSB) não pode participar da aliança com o PT para reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT) se quiser manter a pré-candidatura ao Senado Federal. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira 21 que partidos coligados ao cargo de governador devem respeitar a mesma coligação na disputa ao Senado.

Aojornal Agora RN, o advogado especialista em Direito Eleitoral Erick Pereira afirmou que os partidos integrantes da chapa majoritária decidem quem serão os candidatos. “Quando se forma a chapa majoritária, os partidos integrantes decidem as candidaturas. Se for mantida a maioria para a candidatura de Carlos Eduardo, a única hipótese para Rafael Motta manter a candidatura ao Senado é não coligar na chapa que terá a candidatura de Fátima Bezerra. Então ele sai de forma isolada, com tempo de TV só dele, e lança a candidatura. Isso é o que foi decidido, ou seja, foi mantido o entendimento ao longo dos últimos anos do TSE. Ricardo Levandoski tinha modificado, mas ele foi vencido”, pontuou.

A Corte analisou uma consulta feita pelo deputado federal Delegado Waldir (União Brasil). Ele perguntou se partidos que formam uma coligação para disputar o posto de governador são obrigados a lançar um único candidato ao Senado. O relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, disse que não, abrindo a possibilidade de candidaturas diversas ao Senado por integrantes de uma mesma coligação. O magistrado, no entanto, ficou vencido, por 4 votos a 3.

À reportagem, a assessoria de comunicação de Rafael Motta informou que o PSB não integra a federação com o PT no Rio Grande do Norte. Em nível nacional, Geraldo Alckmin (PSB) é o pré-candidato a vice-presidente na chapa de Lula. “A nossa pré-candidatura ao Senado segue firme, baseada no princípio da autonomia partidária. Todos os partidos políticos têm direito a lançar candidatos pros cargos em disputa. Vamos ampliar o diálogo e as andanças nos próximos dias, pra que mais pessoas conheçam o nosso projeto”, respondeu Rafael Motta nas redes sociais.

Em nível nacional, o PT, PV e PCdoB se uniram e formaram a federação Brasil da Esperança, que deve ser seguida por estados e municípios até os próximos quatro anos. No RN, para as eleições de outubro, esta federação se aliou ao MDB e ao PDT. Walter Alves, do MDB, é pré-candidato ao cargo de vice-governador ao lado de Fátima. Já Carlos Eduardo foi escolhido para ser pré-candidato ao Senado.

O entendimento do TSE vai impor uma escolha à governadora Fátima, já que o PSB e o PDT possuem pré-candidatos ao Senado. O PT já deliberou pelo apoio a Carlos Eduardo em encontro tático realizado recentemente. Caso a chapa de Fátima mantenha o apoio a Carlos Eduardo, Rafael Motta será candidato de forma isolada pelo PSB. Caso a governadora decida apoiar Rafael Motta, Carlos Eduardo será candidato de forma isolada pelo PDT.

No último dia 16, Lula esteve em Natal para evento ao lado de aliados. No ato, a chefe do Executivo estadual defendeu a aliança com o MDB e o PDT para as eleições deste ano. “Depois de todo o esforço, íamos entregar esse estado para aqueles que o destruíram? Não. Por isso, com esse senso de responsabilidade política, inspirados em Lula, estamos fazendo um movimento mais amplo. Trouxemos sim o MDB com o deputado Walter Alves para ser vice. Trouxemos o ex-prefeito do PDT para ser candidato ao Senado. É assim que se faz política, para que a gente possa avançar, para melhorar a vida do povo, primeiro precisamos ganhar eleição, para tirar o Brasil das garras do fascismo. O PT, com maturidade, aprovou essa aliança”.

Agora RN



Ezequiel requer recuperação de estradas em municípios na região Trairi

A região do Trairi foi contemplada com uma série de requerimentos protocolados pelo presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB). As solicitações feitas ao Governo do RN pelo mandato do parlamentar abrangem principalmente as áreas de infraestrutura, abastecimento, segurança e saúde.

Na área de infraestrutura Ezequiel requereu da gestão estadual a recuperação asfáltica do trecho que liga os municípios de São José do Campestre, Lagoa D’Anta, Passa e Fica e Serra de São Bento. Ademais, também foi solicitada a recuperação do trecho que liga Santa Cruz, Coronel Ezequiel e Jaçanã, até a divisa com a Paraíba.

Já na área da segurança púbica Ezequiel Ferreira pediu o aumento do efetivo policial, bem como a aquisição de uma nova viatura para o município de Serra de São Bento, que tem sofrido com a falta de estrutura adequada e de pessoal suficiente para o patrulhamento ostensivo da cidade.

Além das ações para a segurança pública, o parlamentar também voltou sua atenção para a saúde da população de Serra de São Bento, ao solicitar, por meio de requerimentos, a disponibilidade de uma ambulância, além da execução do saneamento básico na cidade.

Ezequiel também protocolou requerimentos objetivando a perfuração e instalação de poços tubulares, além da pavimentação das ruas do município de Serra de São Bento.



Bolsonaro e aliados criticam declaração de Lula sobre o caso de assassinato do empresário Abílio Diniz

Foto: Sílvio Ávlia e Patrick T. Fallon/AFP

Uma declaração do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os autores do sequestro do empresário Abílio Diniz, crime ocorrido em 1989, gerou repercussão nas redes sociais neste fim de semana, especialmente por parte de perfis bolsonaristas.


Na última sexta-feira, 17, o ex-presidente petista lembrou ter tratado da transferência dos criminosos estrangeiros com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, eles faziam greve de fome e corriam risco de vida, o que motivou também, por exemplo, uma visita humanitária do arcebisto de São Paulo à época, D. Cláudio Hummes, aos detidos, internados no Hospital das Clínicas.


A afirmação levou críticos do PT a reeditarem acusações de envolvimento do partido com criminosos e, inclusive, motivou comparações com o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que também havia sido condenado pela Justiça. Os casos, porém, são totalmente distintos. Não houve indulto para os sequestradores do empresário, que foram transferidos para cumprir o restante da pena em seus países.


Na manhã de ontem, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro reforçou o coro dos aliados, destacando que o que Lula fez foi “dar um recado para todos os narcotraficantes do Brasil, para dizer ‘estamos juntos’”.


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP), foi um dos primeiros a usar a declaração de Lula como munição eleitoral contra o petista, que, neste momento, é líder nas pesquisas de intenção de voto. Ainda na noite de ontem, em tom eleitoral, relacionou o ex-presidente com a impunidade. “Se alguém sequestrar seu filho ou cometer outra barbaridade e quiser ficar livre, certamente Lula intercederá pela soltura desse criminoso” publicou.


O ex-secretário de incentivo à Cultura André Porciuncula afirmou que a declaração de Lula é um “retrato de como o Brasil esteve refém de criminosos nas últimas décadas”. É comum, entre os aliados do presidente Bolsonaro, a associação de governos anteriores com o crime organizado, e, do atual, com a ausência de corrupção.


O assessor especial da Presidência Filipe Martins rebateu uma publicação que tentava amenizar e contextualizar a fala de Lula. “Não há o que explicar”, disse. “Lula defendeu sequestradores e se orgulha de tê-lo feito”.


Tribuna do Norte



Lula admite que pediu libertação de sequestradores de Abílio Diniz a FHC

O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou na noite desta sexta-feira, 17, que intercedeu junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, pela libertação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz. A declaração foi dada em evento do PT em Maceió, durante uma série de visitas do petista ao Nordeste.

Lula admitiu a participação no processo que culminou na extradição dos envolvidos, que eram estrangeiros, enquanto falava sobre sua amizade com o senador Renan Calheiros (MDB), um dos ministros da Justiça nos governos de FHC.

“Eles iam entrar em greve seca, que é ficar sem comer e sem beber, e aí é morte certa. Aí, eu então fui procurar o ministro da Justiça, Renan Calheiros, que depois de uma longa conversa me disse para falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, porque ele teria toda disposição de mandar soltar o pessoal”, disse Lula.

Durante o relato, o petista recordou que à época do crime os sequestradores teriam afirmado que foram obrigados a vestir camisetas com a logomarca do PT, para que o partido fosse relacionado ao caso, fato nunca confirmado.

Lula seguiu a narrativa dizendo que, de fato, foi procurar o tucano: “Eu disse ‘Fernando, você tem a chance de passar para história como um democrata ou como o presidente que permitiu que dez jovens que cometeram um erro morressem na cadeia, e isso não vai (se) apagar nunca’”.

De acordo com Lula, FHC teria garantido que concederia a soltura se o petista convencesse os presos a encerrarem a greve de fome. Logo após, o ex-presidente diz que foi à cadeia onde estavam os detentos e pediu a palavra do grupo de que encerrariam a greve de fome para que fossem soltos. “Hoje não sei onde estão”, finalizou.

Em abril de 1998, no último ano do primeiro mandato de FHC, o governo federal deu andamento ao processo de extradição dos sequestradores estrangeiros, mas nunca admitiu relação da decisão tomada com a ameaça de greve de fome.

Lula no Nordeste

A declaração sobre a amizade com Renan Calheiros não foi à toa. Durante o evento, antes do discurso de Lula, o senador subiu ao palco e também falou ao público. Cacique da política emedebista no Estado, ele reforçou o apoio do MDB alagoano à candidatura de Lula ao Planalto. Também aproveitou a ocasião para dar destaque à pré-candidatura do atual governador, Paulo Dantas (MDB), que assumiu mandato tampão após Renan Filho (MDB) deixar o cargo para correr ao Senado Federal.

Lula passou por três Estados durante a turnê. A primeira parada foi na quinta-feira, 16, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde dividiu o palco com a pré-candidata à reeleição estadual, Fátima Bezerra (PT). Na ocasião, o vice da chapa encabeçada pelo PT à presidência, Geraldo Alckmin (PSB), foi vaiado por apoiadores petistas.



Em nova visita ao Brasil, presidente de Portugal espera encontro mais proveitoso com Bolsonaro

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em foto de 24 de janeiro. Foto: Reuters/Pedro Nunes

Marcelo Rebelo de Sousa fará nova viagem ao Brasil, nos dias 3 e 4 de julho. O cronograma da visita do presidente de Portugal será marcado por uma recepção de Jair Bolsonaro e um almoço no Itamaraty, nos moldes da visita feita em agosto do ano passado.

A expectativa do entorno do presidente português é de que o encontro seja mais proveitoso do que o último. Fontes do governo de Portugal acreditam ser pouco provável repetir o constrangimento diplomático causado por piadas que Bolsonaro teria feito no encontro passado.

Segundo um interlocutor, há motivos para esperar que a reunião tenha outro resultado: Em primeiro lugar, pela expectativa de os dois governos debaterem acordos que estão sendo fechados entre Brasil e Portugal, como por exemplo o Acordo sobre a Mobilidade entre os estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), aprovado no Congresso Nacional em fevereiro.

Nesta semana, o governo português também anunciou que vai acelerar a emissão de vistos de imigrantes para trabalhadores estrangeiros, membros de países lusófonos, estudantes universitários e nômades digitais.

Também é esperado que os dois presidentes mencionem no encontro o bicentenário da Independência do Brasil.

Há também a previsão de que Jair Bolsonaro e seu núcleo queiram aproveitar o encontro para fortalecer a imagem do governo, dentro e fora do Brasil, em ano de eleição em que seu principal adversário, o ex-presidente Lula, também explora o campo das relações exteriores.

A expectativa de outra fonte do governo de Portugal é de que seja “difícil, mas não impossível”, repetir a saia justa de Bolsonaro do encontro passado. “Tudo vai depender do que o presidente Bolsonaro quiser falar”, revelou.

Agora RN



Alckmin diz que chapa no RN não faz parte do acordo nacional entre PT e PSB: ‘Lula não se envolverá’

O pré-candidato a vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) concedeu entrevista ao jornal Tribuna do Norte e se pronunciou sobre a chapa local de apoio à candidatura de Lula da Silva (PT). O ex-governador de São Paulo disse que o deputado federal Rafael Motta (PSB) será candidato a senador se realmente quiser, mas que a chapa no Rio Grande do Norte não fazia parte do acordo nacional entre PT e PSB. Sobre Lula, disse que o presidenciável não se envolverá na questão local. Confira o trecho da entrevista.

Qual é a posição do PSB em relação à disputa pelo Senado no Rio Grande do Norte?
Nosso pré-candidato é o deputado federal Rafael Motta (PSB). Mas temos, ainda, alguns meses para essa questão ser discutida. Enfim, há uma aliança. O importante é que há uma definição do PSB para presidente da República, com Lula; e para governo, com a governadora Fátima Bezerra (PT). Há uma pretensão do PSB em relação à senatória. Vamos aguardar. Tem tempo ainda.

Mas o senhor acha que o Lula apoiaria uma candidatura do PSB no Estado?
O presidente Lula não vai se envolver numa questão local e regional.

Isso não faria parte do acordo nacional do PT e PSB para que venha a ser candidato a senador?
Não, não fazia parte.

O PSB considera irreversível a pré-candidatura de Rafael Motta a senador?
O partido apresenta candidatura, que é legítima, e depende do próprio deputado querer ser candidato ou não. Se quer ser candidato, Rafael Motta vai ser.



Governo do RN lança novas ações de apoio à Agricultura Familiar

O Governo do Rio Grande do Norte lançou neste sábado (18) várias iniciativas de fortalecimento e fomento à agricultura familiar no estado. No quarto e penúltimo dia de realização da I Feira Nordestina da Agricultura Familiar (Fenafes), que ocorre até este domingo (19), no Centro de Convenções de Natal, na Via Costeira. A governadora Fátima Bezerra, acompanhada do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), Alexandre Lima, fez a entrega de um veículo, tipo van, equipado para permitir participação dos agricultores(as) familiares em eventos e feiras móveis visando levar os produtos para mais próximo da população e conquistar novos mercados dentro do Programa Estadual de Apoio aos Circuitos Curtos de Comercialização da Agricultura Familiar – Mais Mercados.

Também foi lançada a primeira temporada da série de vídeos “Vozes do Semiárido”, produzida pela UERN – através do Laboratório de Narrativa Hipermídia (HiperLAB/UERN) e UERN TV, em parceria com a Sedraf. São duas temporadas, cada uma com 6 episódios. A série vai mostrar histórias de pessoas que vivem no semiárido potiguar que atuam de diversas formas pela sustentabilidade da vida na região. Os documentários serão distribuídos para emissoras de TVs públicas do Rio Grande do Norte e plataformas de streaming.

A capacitação e qualificação dos produtores da agricultura familiar no RN é outra iniciativa que já mostra resultados positivos. Trinta agricultores e agricultoras familiares receberam o certificado de produção agroecológica, o que garante a procedência dos cultivos. O Governo do RN (via Sedraf) firmou parceria com a Rede Xique-xique e Acopasa, que são habilitadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para promover certificação agroecológica.  

O valor investido é R$ 104,4 mil com base no disposto no Plano Plurianual do Governo do Estado, que definiu como meta até 2023 promover a certificação agroecológica junto à produção de pelo menos 300 famílias de agricultores(as) familiares.

Ainda visando a qualificação, foram lançados dois livros – Elementos para o Fortalecimento e Expansão da Agricultura Familiar no Nordeste – uma estratégia para o desenvolvimento sustentável da região, de Eugênio Conolly Peixoto, e Dicionário de Agroecologia e Educação. Este uma produção da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venânio (EPSJV), da Fiocruz, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e publicado pela editora Expressão Popular.

Em outra iniciativa que favorece a ampliação de mercado, foi lançada oficialmente as cervejas produzidas com frutas da agricultura familiar, numa iniciativa do Governo do RN/Sedraf. A Cervejaria BACURIM (Mossoró) fabricou as cervejas que são fruto da parceria com as cooperativas da Rede Xique-Xique e da UNICAFES-RN. As cervejas são denominadas Anacardia (Caju) e Cajanas (Cajarana) em alusão ao nome científico das espécies.



Ciro Gomes reage a entrevista de Bolsonaro na 96: “Virou oposição de si mesmo”

O pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), reagiu na sexta-feira (17) as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista na 96 fm, no Meio Dia RN. Isso porque, nessa entrevista, Bolsonaro defendeu a abertura de uma CPI da Petrobras, para apurar o motivo do preço do combustível estar tão alto. 

“Bolsonaro está pedindo uma CPI contra o seu próprio Governo para enganar as pessoas todas”, afirmou Ciro Gomes no vídeo postado nas redes sociais dele. Veja o vídeo acima da reação dele.

Ciro Gomes ainda defendeu que o problema da Petrobras e do preço da gasolina poderia ser resolvido com uma “canetada”, que é, justamente, o que Bolsonaro diz que não pode fazer.



Bolsonaro diz que reajuste de combustíveis é ‘traição da Petrobras’ e pede instalação de CPI

Presidente Jair Bolsonaro cumpre agenda em Natal — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi 

Em visita ao Rio Grande do Norte o presidente Jair Bolsonaro responsabilizou a Petrobras pelo aumento dos combustíveis anunciado nesta sexta-feira (17), disse que o reajuste é “uma traição para com o povo brasileiro” e que vai pedir a instalação de uma CPI para investigar o presidente, os diretores e os membros dos conselhos da estatal.

“É uma traição para com o povo brasileiro. O presidente da Petrobras, o diretor e seu conselho traíram o povo brasileiro. O lucro da Petrobras é uma coisa que ninguém consegue entender, algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petrolíferas de todo mundo”, disse Jair Bolsonaro em entrevista a rádio 96 FM.

Segundo ele, as petrolíferas fora do Brasil reduziram a margem de lucro para atender aos anseios da sua população em momentos de crise. “A Petrobras, só no primeiro trimestre deste ano, lucrou R$ 44 bilhões. E você tem como reduzir essa margem de lucro porque está previsto na lei de estatais que ela tem que ter um fim social. E ela não se preocupa com o social, se preocupa apenas com o lucro”.

Os reajustes nos preços dos combustíveis são definidos pelo Conselho e pela direção da Petrobrás. Mas o governo federal indica a maioria dos conselheiros da companhia. Hoje, o conselho é formado por 11 membros. Desses, seis foram indicados pelo governo Bolsonaro.

O diesel não era reajustado desde 10 de maio – há 39 dias. Já a última alta no preço da gasolina havia sido em 11 de março – há 99 dias. Os preços do GLP não serão alterados.

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro disse que pretende pedir a instalação de uma CPI para investigar o presidente, os diretores e os membros dos conselhos da Petrobrás.

“Eu conversei agora há poucos minutos com Arthur Lira, ele está nesse momento se reunindo com líderes partidários, e a ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está dando”, afirmou.

A instalação de uma CPI não é de iniciativa do presidente da República –ela cabe à Câmara ou ao Senado.

Justificativa para o reajuste

Na nota em que anuncia o reajuste, a Petrobras afirma que o mercado global de energia está atualmente em “situação desafiadora”, por conta da recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia.

A estatal aponta, ainda, que “é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”, e que tem buscado equilibrar seus preços com o mercado global, sem o repasse imediato da volatilidade dos preços externos e do câmbio.

“Não obstante, quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, diz a nota, que sugere que, de outra forma, poderia haver risco de desabastecimento interno.

g1 RN



Bolsonaro ironiza rivais e busca reeditar tática de 2018

Deboches com a saída de João Doria (PSDB) da corrida presidencial, emojis de gargalhadas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e respostas irônicas à cantora Anitta. O presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou o tom de “lacrador” nas redes sociais com a proximidade das eleições.

O termo lacrar ganhou popularidade na internet e virou sinônimo de arrasar, sair-se muito bem em algo -tão bem a ponto de deixar alguém sem argumentos e encerrar o assunto.

Especialistas apontam ainda outros motivos para a estratégia do presidente: ela mantém a militância bolsonarista ativa e dá visibilidade para os temas que ele seleciona -e não a assuntos incômodos para Bolsonaro, como o aumento dos combustíveis e a inflação sobre alimentos.

Para a doutora em ciência política e coordenadora do Observatório da Abrapel (Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais), Érica Anita Baptista, além de abastecer a militância, o tom debochado do presidente tenta atrair de volta eleitores que votaram nele e se arrependeram.

“Essa ironia vem para reforçar um conjunto de características dele que ficaram marcadas em 2018. Elas o afastam da política tradicional que ele tanto critica, constroem a imagem de homem do povo e reforçam o ‘nós contra eles’, a figura antissistema”, afirma.

David Nemer, pesquisador da Universidade Harvard e professor associado na Universidade de Virgínia, também vê paralelo com a estratégia das últimas eleições.

“Em 2018, Bolsonaro contou com uma rede de páginas e contas que faziam essa zoeira. É uma forma de humanizá-lo e também de engajar com o público mais jovem. Apesar de ele nunca ter saído do modo campanha, isso está sendo intensificado.”

Carlos Bolsonaro escancarou recentemente suas divergências com a estratégia de marketing do centrão -tida como mais profissional- ao se queixar do slogan da primeira inserção do PL na TV, que teve seu pai como protagonista. “Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing”, escreveu o vereador.

No mundo artístico, a cantora Anitta já havia dado seus palpites sobre as estratégias de Bolsonaro nas redes. Crítica do presidente, ela foi alvo de provocações dele e decidiu bloqueá-lo.

Segundo Anitta, a estratégia de Bolsonaro é ganhar relevância e repercussão no Twitter às custas do perfil dela. Atualmente, 8,2 milhões de usuários acompanham a página oficial do presidente. Já a cantora tem 17,2 milhões de seguidores.

Parte do engajamento, dizem especialistas, vem com a ajuda involuntária dos críticos. “Quando ele debocha de um adversário, ele mexe com as emoções dos oponentes. O post acaba sendo compartilhado ou xingado por pessoas que não gostam dele”, explica a pesquisadora em democracia digital Maria Carolina Lopes.