O boletim do Hospital Regional do Seridó deste domingo, 05, traz a confirmação de mais um óbito por Covid-19 em Caicó. Este é o 5º registrado na cidade.
Trata-se de Ronaldo Medeiros Félix, 61 anos, funcionário da Secretaria de Educação do Estado e trabalhou também como mototaxista. Ele era diabético, hipertenso, obeso e estava internado desde o dia 25 de junho.
Além dele, outros dois óbitos foram registrados no Hospital Regional neste domingo: 01 paciente de Florânia e outro de Serra Negra do Norte.
A Caixa Econômica Federal começa nesta segunda-feira (6) a fazer a liberação emergencial dos novos saques do FGTS com crédito em conta para de trabalhadores nascidos em fevereiro.
Os pagamentos serão feitos em poupança social digital da Caixa e, em um primeiro momento, os recursos estarão disponíveis apenas para pagamentos e compras por meio de cartão de débito virtual.
O saque em espécie ou transferências, também dos aniversariantes de fevereiro, estão liberados a partir de 8 de agosto (veja o calendário completo mais abaixo). A liberação dos saques para os nascidos em janeiro começou em 29 de junho. Essa nova liberação do saque do FGTS se deu em razão da pandemia do novo coronavírus, que afetou as atividades econômicas e a renda dos trabalhadores.
A região espanhola da Galiza, no noroeste do país, impôs restrições a cerca de 70 mil pessoas nesse domingo (5) após um surto de covid-19, um dia depois que a Catalunha também estabeleceu bloqueio local para conter a propagação do coronavírus.
Os moradores de La Mariña, na costa norte da Espanha, na província de Lugo, não poderão deixar a área até sexta-feira (10), dois dias antes das eleições regionais na Galiza, em 12 de julho.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez, falando em um comício político local em Bilbao, pediu às pessoas que não baixem a guarda, mas também calma, porque “a detecção precoce desses surtos mostra que o sistema de saúde está muito mais bem preparado” do que em março.
O governo regional disse que as pessoas poderão se deslocar por La Mariña, mas apenas aqueles que precisam viajar para trabalhar.
O ministro regional da Saúde, Jesús Vázquez Almuíña, disse, em entrevista, que os maiores surtos estão ligados a bares da região. As autoridades regionais de saúde afirmaram que agora há 258 casos na Galiza, dos quais 117 em Lugo.
O ministro da Saúde da Espanha, Salvador Illa, disse que o ministério acompanha de perto a situação na Galiza e na Catalunha.
Um professor cearense está envolvido na elaboração de um dicionário voltado apenas para termos relacionados ao novo coronavírus. O professor Márcio Santiago, do Departamento de Letras do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Ceres Currais Novos, é o responsável pelos termos na Língua Portuguesa. O projeto já conta com traduções em cinco idiomas: catalão, espanhol, português, inglês e francês.
Iniciativa do Centro de Terminologia da Catalunha (TERMCAT), em Barcelona (Espanha), a plataforma digital “Termes del Coronavirus” – Termos do Coronavírus, em tradução literal para o português – tem o envolvimento também do Departamento de Saúde do Governo da Catalunha, a Sociedade Catalã do Dicionário Enciclopédico de Medicina (SOCDEMCAT).
“Essa instituição é um órgão do governo catalão e eu já colaborei com eles outras vezes, em 2014 eu participei da elaboração do dicionário das redes sociais [com eles também].Dada essa minha formação e a minha colaboração anterior, estivemos em contato e estou participando”, conta o professor Márcio Santiago, que possui mestrado e doutorado na área de Terminologia, sobre como surgiu a parceria para participação no projeto.
O dicionário online já possui cerca de 140 termos, no momento, e segue aberto para atualizações. “Esse dicionário foi elaborado, mas ele está em processo de atualização semanal, praticamente. Porque é tudo muito dinâmico, o coronavírus vai se desenvolvendo e as notícias vão se desenvolvendo, e a obra é aberta, [então] vai atualizando de acordo com a evolução da pandemia e as notícias a respeito”, explica o professor cearense.
O dicionário que contém informações relevantes sobre o vírus Sars-Cov-2, sobre a doença que ele causa, a Covid-19, e sobre termos bastante usados durante esse período pandêmico recebe a colaboração o professor na hora de traduzir os termos para o Português. Eles me mandam as listas, dos termos, em Catalão e em Espanhol, e então eu devolvo para eles com os termos equivalentes em Português”, explica.
O professor também ressalta que não é apenas uma tradução comum, básica, do termos que é feita, tem todo um estudo envolvido. “Esse equivalente não é uma escolha livre, envolve uma pesquisa em documentos oficiais. Existem traduções que são bem distintas, alguns mais complexos, que precisam ser buscadas em dicionários especializados”, comenta. “Por exemplo, o termo ‘velocidade reprodutiva empírica’, que não tem em Português, e aí a gente tem que procurar o termo equivalente em português para poder oferecer uma informação confiável”, completa.
A análise dos documentos relativos aos 28 anos em que Jair Bolsonaro foi deputado federal, de 1991 a 2018, mostra uma intensa e incomum rotatividade salarial de seus assessores, atingindo cerca de um terço das mais de cem pessoas que passaram por seu gabinete nesse período.
O modelo de gestão incluiu ainda exonerações de auxiliares que eram recontratados no mesmo dia, prática que acabou proibida pela Câmara dos Deputados sob o argumento de ser lesiva aos cofres públicos.
A Folha se debruçou nos últimos meses sobre os boletins administrativos da Casa, identificando uma ação contínua. De um dia para o outro, assessores chegavam a ter os salários dobrados, triplicados, quadruplicados, o que não impedia que pouco tempo depois tivessem as remunerações reduzidas a menos de metade.
Mesmo assim, dois deles disseram à reportagem nem mesmo se lembrar dessas variações formalizadas pelo gabinete de Jair Bolsonaro.
Nove assessores de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que tiveram o sigilo quebrado pela Justiça na investigação sobre “rachadinha” (desvio de dinheiro público por meio da apropriação de parte do salários de funcionários) na Assembleia Legislativa do Rio foram lotados, antes, no gabinete do pai na Câmara dos Deputados.
Ao menos seis deles estão na lista dos que tiveram intensa movimentação salarial promovida por Jair Bolsonaro quando era deputado federal.
É o caso da assessora Marselle Lopes Marques, que ficou cerca de um ano e meio lotada no gabinete de Bolsonaro, em 2004 e 2005.
Ela ingressou com um dos menores salários, R$ 261 (valores da época). Três meses depois, foi mudada de cargo e dobrou a remuneração. Com um ano, passou a ganhar o maior contracheque entre todos os assessores, R$ 6.011. Três meses depois, o salário foi cortado em 90%.
Nomeada posteriormente no gabinete de Flávio, no Rio, Marselle é uma das investigadas no suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia.
Filha do policial militar aposentado Fabrício Queiroz (pivô do escândalo das “rachadinhas” e atualmente preso no Rio), Nathália Queiroz também passou por oscilações salariais no gabinete de Jair Bolsonaro até ser demitida, em 15 de outubro de 2018, mesmo dia em que seu pai foi exonerado por Flávio.
Como mostrou a Folha, ao mesmo tempo que era contratada na Câmara, ela atuava como personal trainer no Rio.
Outro exemplo é o de Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí. Recordista das movimentações, ela passou por 26 alterações de cargos no gabinete de Jair Bolsonaro nos anos em que esteve lotada —de 2003 a 2018.
Wal foi flagrada pela Folha exercendo, na verdade, a atividade de vendedora de açaí em Angra dos Reis (RJ), onde Bolsonaro tem uma casa de praia. Após a revelação, o Ministério Público deu início a uma investigação.
Também chama a atenção o caso de Patrícia Cristina Faustino de Paula, que depois ingressou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Patrícia foi registrada por Jair Bolsonaro em 2008 e sofreu 20 alterações de cargo. Entrou com um dos mais baixos contracheques, menos de R$ 1.000, atingiu R$ 8.040 em 2012, mas depois figurou na menor remuneração do gabinete (R$ 845), em setembro de 2013.
Até abril de 2003, essa montanha-russa funcional se dava por meio de exonerações de fachada, em que o auxiliar tinha a demissão publicada e, no mesmo dia, era renomeado para o gabinete, geralmente para outro cargo.
De acordo com o ato da mesa da Câmara 12/2003, a prática tinha como único objetivo forçar o pagamento da rescisão contratual dos assessores, com 13º salário proporcional e indenização por férias, não raro acumuladas acima do período permitido em lei.
Nos 12 meses anteriores à edição do ato, o gabinete de Bolsonaro registrou 18 exonerações de assessores que foram recontratados no mesmo dia —9 no mês anterior, sendo um deles na véspera da publicação da medida.
A partir de 2 de abril de 2003, a Câmara passou a só permitir a readmissão após 90 dias da saída e acabou com o pagamento de rescisão para trocas de cargos, que passaram a ser feitas pelos parlamentares sem necessidade de exoneração.
Com isso, o carrossel salarial no gabinete do hoje presidente da República caiu para menos da metade nos 12 meses seguintes à edição do ato, de 18 para 7.
“A atual sistemática vem provocando distorção que deve ser rapidamente eliminada, sob pena de agravarem-se os prejuízos financeiros já arcados pela Casa”, diz texto de justificativa que acompanhou o ato da mesa, instância máxima de administração da Câmara.
“Servidores […] recebem em pecúnia os períodos de férias não gozados, quando ocorre mudança de nível de SP [secretário parlamentar] ou CNE [cargo de natureza especial], momento em que são exonerados de um nível para serem nomeados em outro”, diz.
“Mas esse procedimento contraria o objetivo preconizado nos arts. 7º da Constituição Federal e 78, § 3º da lei n° 8.112/90 [do servidor público], que é impor à administração pública o dever de indenizar as férias daqueles que se desliguem do órgão a que este estejam vinculados, de sorte que, inexistindo o efetivo desligamento, não se justifica indenizar o servidor”, completa.
De acordo com integrantes da área técnica da Casa, a medida foi motivada ainda por outros agravantes: o de que deputados promoviam “caixinhas” em seus gabinetes com parte das verbas rescisórias dos auxiliares, em um esquema ganha-ganha, para o parlamentar e o assessor.
O deputado, que tem a responsabilidade sobre o controle de ponto de seus funcionários, deixava de registrar as férias tiradas por auxiliares, elevando de forma fraudulenta o valor gasto pela Câmara na hora do pagamento das rescisões.
Assim como fez com os boletins administrativos relativos ao gabinete de Bolsonaro, a Folha analisou todos os documentos relativos a outro ex-deputado do Rio, com mais tempo de Casa do que Bolsonaro, a título de comparação.
No caso de Miro Teixeira (Rede-RJ), deputado dos anos 1970 a 2018 (ele ficou licenciado em 2003 para ocupar o cargo de ministro das Comunicações), a situação se afigurou bastante distinta.
Nos mesmos 28 anos de Bolsonaro, ele promoveu número muito menor de trocas de cargos de funcionários de seu gabinete —107, de acordo com os boletins administrativos, contra ao menos 350 do hoje presidente.
No caso de Miro, a quase totalidade das trocas representam ajustes pequenos, não há praticamente nenhuma mudança salarial abrupta, como ocorreu de forma rotineira no caso do gabinete de Bolsonaro.
A Folha procurou nos últimos dias dezenas dos ex-assessores de Bolsonaro, alguns deles hoje lotados nos gabinetes dos filhos. Alguns não foram localizados, outros não quiseram falar. Apenas dois conversaram com a reportagem e responderam a perguntas.
Telmo Broetto, hoje assessor de Eduardo, diz ter tido poucas variações de cargos em seus 14 anos no gabinete de Bolsonaro (foram seis mudanças).
“Não posso dizer nada a respeito porque não era a minha área. Mas você pode pegar a minha ficha e eu não tive essa mudança. Fiquei 14 anos lá e acho que tive uma progressão só”, disse, acrescentando não se lembrar especificamente de mudanças que reduziram seu contracheque. “Para mim eu acho que não acontecia isso aí não. Meu caso, eu era peão, fazia meu trabalho.”
Manoel da Cruz Santos Filho, que deixou o gabinete de Bolsonaro em 2006, também disse não se lembrar da situação. “Ih, rapaz, faz tanto tempo que saí de lá, não me lembro. Já passei por tanto lugar, fiz tanta coisa depois disso. Quando saí, me desliguei de tudo de lá”, afirmou. Ele foi mudado de cargo por 12 vezes.
Entre os cerca de 30 ex-funcionários que protagonizaram a montanha-russa funcional no gabinete de Bolsonaro há vários parentes entre si.
Reportagem do jornal O Globo de 2019 mostrou que o clã Bolsonaro —Jair e seus três filhos políticos, Flávio, Carlos e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)— contratou, desde os anos 1990, 102 pessoas que têm algum parentesco entre si, em 32 núcleos familiares diferentes.
Fruto da mesma apuração, a revista Época relatou naquele mesmo mês que os salários de assessores da família Bolsonaro oscilavam de forma incomum e com frequência.
A Câmara dos Deputados tem uma das mais generosas verbas do país para gasto dos parlamentares com assessores. Atualmente, cada um dos 513 deputados tem cota mensal de R$ 111,7 mil para contratação dos chamados secretários parlamentares.
Cabe ao deputado decidir, dentro dessa cota e respeitado o quantitativo de no mínimo 5 e no máximo 25, quantos contratar e em quais cargos encaixar cada um deles. O leque salarial permitido pela Câmara é hoje de 50 faixas, com remuneração que vai de R$ 1.025,12, para funções mais simples, a R$ 15.698,32, valor geralmente pago a chefes de gabinete.
A Folha encaminhou sete perguntas à Secretaria de Comunicação da Presidência, mas não houve resposta até a conclusão desta reportagem.
No início de 2018, quando ainda era pré-candidato ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro chegou a falar sobre a intensa oscilação salarial da auxiliar Walderice Santos da Conceição, a Wal.
Ela, apesar de figurar na lista de funcionários de seu gabinete na Câmara dos Deputados, tinha como atividade a venda de açaí em uma loja da Vila Histórica de Mambucaba, distrito de Angra dos Reis (RJ), onde o hoje presidente tem uma casa de praia.
“O que de vez em quando acontece: um funcionário é demitido. Aquela verba que ‘sobra’ então a gente destina para um [outro] funcionário, por pouquíssimo tempo.
Tem uma verba fixa para pagar funcionários. Ganha tão pouco, por que não posso dar uma ajuda por dois, três meses? Em vez de pagar R$ 1.300, paga R$ 1.500 ou R$ 2.000”, disse Bolsonaro à Folha, em sua casa de praia.
Walderice é mulher do caseiro de Bolsonaro. Uma investigação foi aberta pelo Ministério Público para apurar o caso revelado pela Folha.
De acordo com relatos, a gestão dos funcionários do gabinete era coordenada pelo então chefe de gabinete de Bolsonaro, Jorge Francisco, morto em 2018. Ele é pai do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
O ministro foi funcionário do gabinete de Bolsonaro e também sofreu alterações de cargos —sete no período em que esteve lotado, de 2005 a 2015. Procurado por meio da assessoria de imprensa do ministério, ele não se manifestou.
O Rio Grande do Norte perdeu R$ 490.777.389,11 milhões em receita decorrente dos efeitos econômicos provocados pela Covid-19. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira (3), pelo Governo do Estado. Segundo o Executivo, foi preciso investir aproximadamente R$ 270 milhões com ações de prevenção e combate à pandemia.
A soma é de quase R$ 770 milhões. O Governo Federal enviou uma compensação, mas, segundo o Estado, a quantia equivale a menos de um terço desse valor.
Ainda de acordo com o Governo, a queda de receita foi puxada ainda pelas perdas de R$ 48 milhões do Fundeb, R$ 24,3 milhões de royalties, R$ 22 milhões do Simples, e R$ 7,2 milhões do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Na contramão das perdas, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) apresentou alta de 1,7% com ganho de R$ 2,8 milhões ao cofre estadual.
O déficit do último mês aponta uma possível diminuição do rombo financeiro, mas ainda compromete, sobremaneira, as contas públicas. No mês de março, início da pandemia, as perdas foram de R$ 19.845.847,69. Em abril, de R$ 112.104.792,66. Em maio, o maior montante, de R$ 193.384.372,79. Em junho, leve diminuição, com R$ 165.442.375,97 em queda de receita.
Em mais um movimento para conquistar apoio no Congresso, o governo passou a permitir que parlamentares aliados apadrinhem verbas do Ministério da Saúde destinadas a estados e municípios para o combate ao coronavírus. A negociação política, desta vez, não ocorre através da liberação das emendas parlamentares.
Em acordo com o Palácio do Planalto, deputados e senadores alinhados ao presidente Jair Bolsonaro tiveram direito a cotas, de R$ 10 milhões cada um, dentro dos R$ 13,8 bilhões liberados pelo Executivo nesta quinta-feira contra a pandemia. Em suas redes sociais e a prefeitos de suas bases eleitorais, os congressistas se apresentam como responsáveis pela alocação do dinheiro para o combate à Covid. O Ministério da Saúde diz que a divisão dos recursos aos municípios seguiu escolhas técnicas.
Na última quinta-feira, uma portaria do ministério no Diário Oficial da União oficializou a remessa às cidades. O modelo gerou uma dor de cabeça adicional: a disputa na base aliada pelo apadrinhamento do dinheiro. O valor liberado a algumas cidades, segundo parlamentares à frente das negociações, é menor do que o total das indicações feitas por deputados e senadores, o que deu início à competição pela definição de quem seria o “dono” do dinheiro. As prefeituras terão direito a um total de R$ 11,3 bilhões. Cada parlamentar aliado pôde indicar cerca de R$ 10 milhões da verba gerida pelo Ministério da Saúde, como O GLOBO revelou em maio.
Como os valores não tiveram como origem emendas parlamentares regulares, em que fica claro quanto cada político indicou, a liberação gerou uma corrida para ver quem telefona antes para prefeitos, no intuito de carimbar a verba que supostamente conseguiu liberar.
Algumas cidades são bases eleitorais de mais de um integrante da base, o que provocou um excesso de padrinhos. Um mesmo parlamentar também pôde repartir a sua quantia em mais de um destino. Nas redes sociais, a disposição de marcar território ficou evidente — o deputado Luís Miranda (DEM-DF) chegou a publicar uma tabela do governo “provando” ser o responsável pelo aporte.
— Eles (governo) não dão transparência. Comigo, mandaram essa planilha com meu nome, tipo “contigo não quero briga”. Mas vários colegas (deputados) me ligaram perguntando como consegui aquilo. É porque eu cobro que quero saber direitinho quanto liberei e para onde foi — explicou Luis Miranda.
O gabinete do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), por exemplo, enviou um esclarecimento a um prefeito, a que o GLOBO teve acesso. “Prefeito, a pedido do nosso senador Vanderlan Cardoso, informamos (…) o Ministério (da Saúde) agrupou todas as emendas parlamentares (deputados e senadores) e do Fundo de Saúde para liberar num pacote só. Assim, o recurso destinado pelo senador Vanderlan Cardoso, no valor de R$ 200.000,00 está junto com o total do recurso destinado ao município”, diz o documento.
Como a conta das indicações que cada partido enviou para o governo não bate com a lista de liberações da Saúde — especialmente em cidades pequenas, que receberam menos do que era esperado —, parlamentares pressionam para que haja uma segunda portaria com mais dinheiro para resolver o impasse. Segundo um deputado do centrão, os parlamentares estão perdidos com o modelo de repasse e atribuem a confusão à falta de experiência no trato com políticos dos militares no Ministério da Saúde — o titular é Eduardo Pazuello, general da ativa.
No Instagram, o deputado Zé Mário (DEM-GO) também anunciou a liberação do dinheiro: “Em tempos de pandemia, precisamos, mais do que nunca, dar reforço à saúde pública para garantir o atendimento ao nosso povo. Por isso, indiquei R$ 10,5 milhões a 106 municípios goianos. Tenho certeza de que o recurso vem em boa hora”, escreveu. Do mesmo estado, Francisco Jr. (PSD) anunciou que destinou R$ 14,7 milhões às prefeituras.
O deputado Diego Garcia (PODE-PR) foi outro a dar publicidade à verba: “Isso mesmo, pessoal! Esses recursos da Medida Provisória 969 foram indicados por mim para ajudar a combater o Covid-19 em mais de 50 municípios do Paraná. A portaria já saiu, e muito em breve teremos o pagamento anunciado!”. Os deputados Roberto Lucena (Pode-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP) também informaram aos seguidores o envio dos recursos. Próxima a Bolsonaro, a deputada disse que foi responsável por indicar R$ 800 mil para São José do Rio Preto (SP).
O apadrinhamento desses recursos é informal e repete um mecanismo usado no ano passado, quando foi aprovada a reforma da Previdência. Parlamentares dizem nos municípios que liberaram a verba, mas o governo não carimba a liberação, como acontece em uma emenda parlamentar. O dinheiro é distribuído pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) diretamente às cidades.
O Ministério da Saúde registrou neste sábado 1.091 novos óbitos pela covid-19 no Brasil, alcançando a marca de 64.265 vítimas. A pasta também confirmou 37.923 contaminações nas últimas 24 horas. O país acumula 1.577.004 casos da doença, sendo que 876.359 estão recuperados e 636.380 estão em acompanhamento.
O Estado de São Paulo segue com mais casos (312.530) e óbitos (15.996) pela covid-19. O Ceará (120.952 casos e 6.411 óbitos) ultrapassou o Rio de Janeiro (120.440 casos e 10.624 óbitos) no total de contaminados, mas segue em terceiro em mortes. O dado do Ministério da Saúde não significa que todas as mortes ocorreram nas últimas 24h. Os casos, no entanto, estavam em investigação e foram confirmados neste período. Há ainda 3.986 mortes sob avaliação.
Consumidores que tiverem dúvidas quanto ao valor cobrado na conta de luz após o fim do período de autoleitura de seus medidores podem procurar o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) para buscar explicações sobre a medida adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O Idec está esclarecendo aos consumidores como vem sendo feita a cobrança para quem não fez a autoleitura e consumiu acima da média nos últimos meses. Assim é possível constatar o erro exato do valor para então fazer a reclamação.
A autoleitura foi uma das medidas adotadas pelas distribuidoras de energia elétrica para apurar o consumo de energia dos clientes nos meses de abril, maio e junho, para que os funcionários deixassem de ir aos endereços fazer a leitura como forma de prevenção e proteção contra o novo coronavírus. Dessa forma o próprio consumidor anotava os dados registrados no relógio e enviava para à distribuidora. A medida foi autorizada pela Aneel, no dia 24 de março.
Outra forma de fazer a medição liberada pela Aneel foi a cobrança feita com base na média de consumo dos últimos 12 meses, o que fez com que consumidores que optaram por não fazer a leitura ou que não puderam fazer, recebessem a conta de junho com valores muito altos. Para chegar nesse resultado a distribuidora somou a quantidade de energia consumida nos últimos 12 meses e dividiu por 12, resultando na média.
O instituto esclareceu ainda, que nos casos em que o consumidor avalie que a conta está muito acima do que costuma ser pago mensalmente, é preciso verificar se o consumidor ficou mais tempo em casa devido ao isolamento social, pois nessa situação o consumo de energia elétrica deve ter de fato aumentado. Outra situação é quando o valor que está sendo pago agora é a soma do que excedeu a média em abril, maio e junho, e que terá de ser quitado de uma vez. “Se ao considerar essas possibilidades o valor da conta de luz faz sentido, não há reclamação a fazer”.
O Idec orientou o consumidor que se não tiver possibilidade de pagar a conta ele deve entrar em contato com a distribuidora pelos canais de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e pedir o parcelamento.
Quando o valor cobrado não fizer sentido e estiver fora do perfil de consumo da pessoa, ainda que em isolamento social, o Idec orienta a anotar e fotografar o número que aparece no medidor de energia da residência; reclamar para a distribuidora e passar o número registrado no medidor, pelos canais do SAC; se o problema não for resolvido, procurar a ouvidoria da distribuidora; se ainda assim não for resolvido, procurar a Aneel. Caso nenhuma dessas alternativas funcione, o Idec recomenda que a reclamação seja registrada no siteou que se procure o Procon da cidade. É possível ainda procurar o Juizado Especial Cível.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou neste sábado (4) que vai interromper o estudo envolvendo o uso da hidroxicloroquina para tratamento de pacientes internados com o novo coronavírus.
A decisão tem como base uma recomendação do Comitê envolvido no Estudo Solidariedade, que foi estabelecido pela OMS na tentativa de encontrar um tratamento eficaz contra a doença. A entidade já havia chegado a interromper os estudos no âmbito do ensaio clínico, mas voltou a realizá-los logo depois.
Os resultados preliminares do estudo mostram que a hidroxicloroquina provoca pouca ou nenhuma redução na mortalidade desses pacientes quando comparados ao atendimento médico padrão. Por isso, a OMS informou que os pesquisadores do grupo vão interromper os estudos de forma imediata.
Em comunicado divulgado neste sábado, a OMS afirmou que a decisão se aplica apenas ao Estudo Solidariedade em pacientes hospitalizados, mas não afeta a possível avaliação em outros estudos com pacientes não hospitalizados.