RN lidera número de candidaturas femininas nas eleições

O Rio Grande do Norte é o estado brasileiro com maior número de candidatas mulheres nas eleições de 2022. Do total de 556 candidatos que disputam os cargos no território potiguar, 200 são mulheres. Em percentual, esse número representa 35,97% dos registros. Dos nove candidatos ao Governo, três são mulheres, enquanto que para o cargo de vice-governadoria, dos nove que disputam a vaga, há duas mulheres. Na concorrência pelo senado, com dez candidaturas, há apenas uma mulher. Já para o cargo de deputado federal, das 186 candidaturas, 71 são mulheres. Por último, dos 320 candidatos à Câmara dos Deputados do estado, as mulheres somam 114 candidaturas. Esta checagem foi feita pelo TN Verifica, núcleo de checagem da Tribuna do Norte, que integra projeto nacional de combate a informações falsas.

Em relação aos cargos para o primeiro e segundo suplente, eleitos quando um vereador eleito não pode assumir o cargo ou não pode dar continuidade ao mandato por qualquer motivo, as mulheres registram 2% das candidaturas. Quatro disputam como 1º Suplente e outras cinco como 2º suplente. Os dados compilados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e levam em consideração tanto os registros de candidatura deferidos quanto aqueles que estão aguardando julgamento.

Fonte: TN



Estado poderá ter 3,1 mil vagas de concurso em 2023, segundo a LDO

Quem está de olho em uma vaga no serviço público do Estado do Rio Grande do Norte deve ficar atento para as oportunidades previstas para o próximo ano. De acordo com um levantamento feito pela TRIBUNA DO NORTE, com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estão previstas 3.146 vagas para 2023 no âmbito dos órgãos e secretarias estaduais. As maiores oportunidades podem ser disponibilizadas para as áreas da Saúde, com previsão de 1,2 mil vagas, e da Segurança. Segundo a Lei, a meta anual para 2023 prevê 1 mil vagas para a Polícia Militar e 942 para a Polícia Civil.

Outras oportunidades constam no texto da LDO, que foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 24 e traz previsão de certame para preenchimento de duas vagas na Fundação Universidade do Estado do RN (Fuern). A Secretaria Estadual de Tributação (SET), o Tribunal de Justiça e a Assembleia Legislativa também aparecem na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com planejamento de abertura de concurso para preencher uma vaga, cada.



Brasil tem 79,22% da população com esquema vacinal anticovid completo

Foto: Magnus Nascimento

O Brasil tem 170.186.128 pessoas, ou 79,22% da população, com o ciclo vacinal contra a covid-19 completo.

A contagem é do Consórcio de Imprensa do qual o Estadão faz parte. Confira os dados sobre a pandemia do coronavírus e sobre o ritmo de imunização no menu Indicadores, no topo do terminal Broadcast, em Covid-19.

São 180.827.513 pessoas que receberam a primeira dose, 84,17% da população.


No País, 102.781.006 pessoas tomaram a terceira dose e 28.474 611, a quarta. Nas últimas 24 horas, foram aplicadas 321.307 doses adicionais (3 e 4).


Estadão Conteúdo



Pesquisa PwC: 67% das pessoas destinam maior parte do orçamento para alimentação

Compras nos supermercados acumularam um aumento de 17,37% nos 12 meses encerrados em agosto, segundo IPCA-15. Foto: Adriano Abreu

Os consumidores planejam ampliar gastos com bens nos próximos meses, mas o aumento nos preços dos alimentos é o principal obstáculo enfrentado pelos brasileiros para exercer seus desejos de consumo, segundo uma pesquisa da empresa de consultoria e auditoria PwC Brasil.

Apontada por 67% dos entrevistados, a inflação de alimentos obriga os consumidores a direcionar uma parte maior do orçamento doméstico para os itens essenciais, em detrimento dos supérfluos. O segundo e terceiro entraves às compras mais mencionados por consumidores foram transtornos relacionados ao frete, como descumprimento de prazo (queixa mencionada por 44% dos entrevistados) e demora na entrega (43% de citações).

“No decorrer do primeiro semestre, aqui no Brasil, a inflação mostrou um aumento nos alimentos. Antes ela comprava refrigerante ou suco, aí ela começou a trocar por produtos de menor valor agregado, acaba comprando limão para adoçar sua bebida”, exemplificou Luciana Medeiros, sócia da PwC Brasil.
“Vai reduzindo até não comprar mais. Então isso que foi acontecendo com o consumidor no decorrer desse primeiro semestre. Na verdade, isso começou em dezembro, o mercado sentiu bastante isso, a troca de itens, sempre por produtos de menor valor agregado, de menor custo, até o consumidor ou parar de consumir o produto, além da troca de marca, ou então ficar só com uma coisa, o valor dele reduzido.”


Os alimentos comprados em supermercados para consumo no domicílio acumularam um aumento de 17,37% nos 12 meses encerrados em agosto, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O preço do óleo diesel, que afeta o custo do frete, acumulou um encarecimento de 58,81% no período de um ano, de acordo com o IPCA-15.


Além da inflação de alimentos e de problemas na entrega, Medeiros lembra que os consumidores também sentiram os impactos da desorganização da cadeia de suprimentos sobre a experiência de consumo em alguns segmentos, como a falta de produtos ou fila de espera, especialmente por automóveis e equipamentos eletrônicos.


Segundo a empresa de consultoria e auditoria, as perspectivas são positivas para o varejo no médio prazo. No Brasil, 70% dos entrevistados afirmaram terem aumentado suas compras online durante a pandemia, e 55% dos consumidores declararam que ampliarão ainda mais as compras online nos próximos seis meses, enquanto 36% esperam manter os níveis atuais. Um terço dos entrevistados (34%) planeja expandir seu consumo em lojas físicas, e 45% preveem manter o nível atual de consumo.
“Realmente as pessoas estão com tendência a sair de casa, e fazer até mesmo um programa em relação a essa visita física nas lojas”, justificou Medeiros.


A ampliação de medidas de transferências de renda para a população deve beneficiar mais a aquisição de itens essenciais que supérfluos, como o segmento de alimentos, avaliou Luciana Medeiros. “Porque no outro (pagamento de auxílio emergencial), ele foi pra isso, mas as pessoas começaram a adquirir linha branca, fogão, geladeira, esse tipo de coisa. Agora neste, como ficou um período sem receber, a gente acredita que esse valor vá direto pro (segmento) alimentar”, previu Medeiros.


O levantamento apontou que 65% dos consumidores brasileiros indicaram alguma disposição de pagar mais por produtos produzidos localmente ou no próprio País, embora apenas 35% acreditem que os itens nacionais tenham maior qualidade que os concorrentes internacionais.


Quanto ao perfil do consumidor, os jovens são especialmente mais interessados e exigentes quanto a adquirir produtos de empresas com boas práticas de ESG (governança ambiental, social e corporativa) e conteúdo local. Segundo a PwC, as gerações Y e Z são consumidores muito mais propensos a considerar esses fatores nas decisões de compra.


Cerca de quatro em cada dez entrevistados no Brasil dizem que o ESG geralmente afeta suas decisões de compra, e os fatores ambientais são os que menos tendem a influenciar. Para 70% dos consumidores brasileiros, a transparência nas práticas de negócios é um fator de influência importante nas decisões de compra; 46% veem como relevante a empresa admitir erros do passado; e 49% dos entrevistados dizem que os fatores sociais afetam suas decisões de compra.


A pesquisa Global Consumer Insights, realizada semestralmente pela PwC, ouviu apenas consumidores a partir de 18 anos que fizeram compras online pelo menos uma vez no ano anterior. A edição de junho de 2022 ouviu 9.069 consumidores em 25 países e territórios, sendo 502 deles no Brasil.

Tribuna do Norte



Endividamento e inadimplência crescem em agosto, diz CNC

Os resultados foram divulgados hoje 5. Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O endividamento das famílias com carnês e cartões de lojas de varejo e a inadimplência das famílias avançaram em agosto. O endividamento alcançou 19,4%, percentual que representa alta de 0,5 ponto percentual (p.p) se comparado ao mês anterior e de 1,2 p.p. em relação com agosto do ano passado. Já a inadimplência alcançou 29,6% do total de famílias no país, sendo o maior patamar desde o começo da série histórica em 2010.

Os resultados foram divulgados hoje 5 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela entidade, o volume de endividados com estes meios de compras vem crescendo desde maio deste ano.

O levantamento mostrou ainda que o aumento do indicador pode ser explicado pela procura por crédito direto no varejo das famílias de menor renda. Nos últimos quatro meses, o endividamento nos carnês para esta parcela da população cresceu 1,8 p.p. e chegou a 19,8%.

Conforme a CNC, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva para as famílias com rendimentos até 10 salários mínimos (1,1 p.p), do que entre as famílias de maior renda (0,9 p.p.).

A economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, afirmou que a melhora no mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido os rendimentos das famílias nas faixas mais baixas, mas elas enfrentam dificuldades. “A inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, disse.

Anual
No ano, a alta no endividamento direto em lojas do varejo é de 0,7 p.p. entre as famílias com até 10 salários de rendimento mensal. Já nas famílias consideradas mais ricas, cresceu 3 p.p.. A Peic também apontou, que no mesmo período, o público masculino está mais endividado nos carnês (19,5%) do que o feminino (18,8%). “A proporção de homens que contrataram crédito direto operado pelo varejo cresceu 2,3 p.p. em um ano; esse número caiu 1,1 p.p. entre as mulheres”, acrescentou a CNC.

No último quadrimestre, a maior proporção do endividamento em carnês do varejo ocorreu junto com a redução de endividados no cartão de crédito (de 3,2% p.p.). As duas modalidades têm forte associação ao consumo no comércio varejista.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o movimento é provocado pela busca de compras com crédito mais barato “As famílias estão buscando alternativas de crédito mais baratas por conta da elevação dos juros, e o cartão de crédito foi o tipo de dívida com a segunda maior alta dos juros médios em um ano até junho, 17 pontos percentuais, segundo dados do Banco Central”, observou.

Endividamento dos lares
Ainda em agosto, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa chegou a 79% do total dos lares no Brasil. “O crescimento da proporção de endividados acelerou na passagem mensal, com aumento de 1 ponto percentual. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados apontou alta de 6,1 p.p.”, informou a entidade.

A proporção de mulheres e homens endividados é maior em agosto, com avanço mensal mais expressivo para os homens (1 p.p.). No entanto, segundo a economista da CNC responsável pela Peic, no período de julho a agosto houve elevação no endividamento das mulheres. “Entre o público feminino, o volume de mulheres endividadas aumentou 0,5 p.p. entre julho e agosto; no intervalo de um ano, no entanto, as mulheres contrataram mais dívidas do que os homens, uma vez que a alta do endividamento foi maior para elas”, apontou.

Inadimplência
Pelo segundo mês consecutivo, subiu o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas. A segunda alta seguida, que em agosto atingiu 29,6% do total de famílias no país, ocorreu depois da inadimplência se manter moderada entre abril e junho, com o reflexo das medidas de injeção de renda extra, como os saques do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS.

No mês, a proporção de famílias com atraso em contas ou dívidas cresceu 0,6 p.p., enquanto em um ano subiu 4 pontos percentuais. Entre os inadimplentes, 10,8% relataram não ter condições de pagar contas já atrasadas, e, por isso, vão continuar na inadimplência.

“A alta do volume de famílias com contas atrasadas deu-se nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda. Isso mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos”, disse a economista.

Agora RN



Seridó: Ezequiel é recebido em grande carreata em Florânia

Grupo do prefeito Galo fez festa para agradecer as ações do deputado estadual

Uma multidão saiu de suas casas neste domingo (4) para participar de uma grande carreata em Florânia. O prefeito Galo (PSDB), a vice Loba (PL) e os vereadores receberam o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB) e o deputado federal Benes Leocádio (União Brasil), que juntos formam a dobradinha do grupo. Foi a maior mobilização da campanha na região Seridó.

“Através do mandato de Ezequiel estamos pavimentando e drenando ruas. Aqui recebemos recursos de saúde, máquinas e poços para a agricultura familiar e vamos continuar com essa parceria que muito vem contribuindo com o sucesso da nossa gestão”, afirmou o prefeito Galo, que tem mais de 90% de aprovação popular.

“Ezequiel está agora viabilizando recursos para o o sonho da Serra do Cajueiro, maior comunidade rural de Florânia. A riqueza do Seridó são as coisas produzidas pelo nosso povo. A agricultura familiar e a produção de artesanato são dois grandes eixos desta comunidade”, lembrou a vice-prefeita Loba, ao lado do vereador Manuelzinho representante da Serra.

Em carro aberto passando em vários bairros da cidade, além de Ezequiel e Benes, com o prefeito Galo e a vice Loba, o vereador mais votado, Manoel Pinto, liderança da Serra do Cajueiro. Os ex-prefeitos Sinval Salomão, Flávio José, Neto Laurentino e Jandira. Também o presidente da Câmara, Jonas da Padaria e os vereadores Jam de Luzia, Patrício Júnior e Magnus Lopes. Todos os auxiliares do prefeito, e os suplentes Helinho do Assentamento e Valdir do Jucuri, que apoiam a dobradinha.



Militares, PF e CGU atestam segurança das urnas e lacram sistema

Foto: Magnus Nascimento

Após um ano de embates e questionamentos de militares sobre o processo de votação eletrônica, o Ministério da Defesa e a Polícia Federal validaram os sistemas que fazem funcionar as urnas que serão usadas nas eleições deste ano. Representantes das Forças Armadas e da PF participaram ontem de solenidade realizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a lacração do sistema eletrônico.

A partir de agora, nenhuma alteração nos programas é permitida, a não ser que todas as entidades fiscalizadoras das eleições se reúnam para reabri-lo. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que o encontro na sede do TSE mostrou “a segurança, a transparência, a seriedade e a confiança” da Justiça Eleitoral nas eleições de 2022.

“O TSE jogou luz sobre esse procedimento. Uma etapa burocrática das eleições nunca teve audiência tão completa como essa. Isso legitima cada vez mais a Justiça Eleitoral. Isso demonstra que a Justiça Eleitoral atua de forma pública, transparente e que confia nos seus sistemas”, afirmou Moraes. “Não há nada secreto no sistema eleitoral, a única coisa secreta é o voto”, completou

Além das Forças Armadas e da PF, participaram do evento representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Eleitoral, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Carter Center e da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore). O único partido a participar do procedimento foi o PTB, que na quinta-feira passada sofreu derrota no TSE ao ter o registro do seu candidato à Presidência, o ex-deputado Roberto Jefferson, rejeitado.

AVAL

As Forças Armadas escalaram o coronel Marcelo Nogueira de Souza para assinar digitalmente os sistemas das urnas. Nogueira, que é oficial da ativa, foi o responsável por uma apresentação em julho deste ano, em audiência no Senado com a presença de militares, na qual foi difundida a tese de que um “código malicioso oculto” – também chamado de malware – poderia ser inserido nas urnas para fraudar o sistema eletrônico.

Pelo Ministério Público Eleitoral, o vice-procurador Paulo Gonet ressaltou a importância da cerimônia. “O eleitor tem mais essa garantia de que seu voto será contabilizado e a sua vontade prevalecerá”, afirmou.

A solenidade pode esvaziar o discurso patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de criar dúvidas sobre o processo de votação eletrônica. Sem apresentar provas, Bolsonaro reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada para dizer que o sistema eletrônico de votação não é confiável. O presidente tem se recusado a dizer que vai respeitar o resultado da votação de outubro. Ele está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas.

Estadão Conteúdo



Covid-19: vacina brasileira mira variantes e facilidades logísticas

Foto: Arquivo pessoal/UFMG

Oito em cada dez brasileiros já tomaram duas doses ou a dose única das vacinas contra a covid-19 e pouco mais da metade dos brasileiros já recebeu ao menos a primeira dose de reforço. Com tantas pessoas imunizadas, a mortalidade pela doença segue em queda, mas pesquisadores continuam a trabalhar para não perder a corrida contra a evolução genética do coronavírus e continuar a reforçar a imunidade da população no futuro. É o caso da equipe do CT Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que neste momento reúne os últimos documentos para que um projeto de vacina 100% nacional tenha os testes em humanos iniciados em 2023.

A SpiN-TEC, como é chamada a vacina mineira, começou a ser desenvolvida em 2020, quando as variantes ainda não eram preocupação. De lá pra cá, o cenário epidemiológico mudou diversas vezes, com ondas de casos provocadas pelas novas versões do SARS-CoV-2, cada vez mais transmissíveis pelas mutações associadas à proteína Spike – também chamada de proteína S-, principal arma do vírus para invadir as células humanas.

Coordenador da equipe que desenvolve a vacina, Ricardo Gazzinelli, explica que, caso os estudos comprovem a eficácia da SpiN-TEC, ela deve se juntar ao time das vacinas de segunda geração, já calibradas para prevenir um vírus que evoluiu após mais de dois anos de contágio.

“O que estão chamando de vacinas de segunda geração são vacinas que teriam um espectro de ação mais amplo”, afirma ele, que descreve que isso se dá pelo uso da proteína S do coronavírus ancestral e da variante Ômicron em uma mesma vacina, para que sejam criados anticorpos que reajam a ambas. “Essa é uma questão que as agências regulatórias vão começar a exigir a partir de uma hora. O problema é, se quando sair a vacina, já houver uma nova variante”.

A proteína S é o alvo tradicional das vacinas por dois pontos importantes: ela desperta reação imunológica e é a ferramenta de invasão das células humanas. Apesar disso, ela acumula uma grande quantidade de mutações, dificultando o trabalho dos anticorpos. Por isso, a atualização das vacinas aposta na combinação de uma nova proteína S com a proteína S ancestral na formulação das vacinas.

O pesquisador argumenta que, nesse sentido, o projeto da SpiN-TEC é interessante, por combinar as proteínas S e N do coronavírus. Diferentemente da S, a proteína N é mais estável e também desperta reação dos linfócitos T, outro mecanismo de defesa do corpo humano, o que, em tese, dará menos chance de escape às variantes atuais e futuras.

Essas questões continuam a ser importantes porque a comunidade científica ainda não consegue determinar qual será a necessidade de doses de reforço, nem para quem elas serão necessárias no futuro. Desse modo, o pesquisador acrescenta que a SpiN-TEC poderia ser produzida em parceria com institutos de pesquisa públicos, como Bio-Manguinhos e Butantan, ou com empresas privadas, e sua plataforma tecnológica apresenta facilidades logísticas.

“É uma vacina muito estável. Ela dura duas semanas na temperatura ambiente e seis meses na geladeira, o que facilita muito a distribuição. Ainda mais no Brasil, que tem uma extensão tão grande e áreas que não têm uma infraestrutura tão boa”, afirma ele. “A proteína é uma proteína recombinante produzida em bactéria, um modelo bem clássico de produção de proteína, um modelo barato. É uma infraestrutura existente no Brasil”.

Antes de chegar ao Programa Nacional de Imunizações, porém, é preciso provar que a vacina funciona. Testes realizados em animais já demonstraram capacidade de controlar a carga viral e os sintomas da covid-19, mas é preciso iniciar os testes em humanos, com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A agência tem orientado os pesquisadores em relação às suas exigências, caso tudo seja alinhado, os testes clínicos começam no início do ano que vem, podendo ser encerrados em menos de um ano.

Testar a eficácia de uma vacina que será usada como reforço em uma população já vacinada requer protocolos diferentes da testagem de uma vacina proposta como primeiro contato de uma população contra um antígeno. Gazzinelli explica que, por esse motivo, os testes clínicos da SpiN-TEC podem ser até mais rápidos que os das vacinas que precisam esperar um tempo até que uma certa quantidade de voluntários adoeça para que o grupo com placebo possa ser comparado ao vacinado.

“Ela vai ser avaliada pelos marcadores imunológicos. Se ela induzir uma resposta imune forte contra o vírus, esse vai ser um critério importante de seleção para permitir que a vacina avance. Os estudos estão sendo desenhados dessa forma, para desenhar um marcador imunológico para avaliar a eficácia”, explicou ele, que acrescentou que, nesse caso, a vacina precisará ser igual ou superior aos imunizantes que já estão no mercado.


Agência Brasil



Ministro do Supremo Tribunal Federal suspende por 60 dias lei que cria piso da Enfermagem

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu a exigência da Lei nº 14.314/2022, que cria o piso nacional da enfermagem, e deu prazo de 60 dias para que União e outros entes públicos e privados se manifestem no processo. A decisão foi publicada neste domingo (4/9) e ainda será submetida ao plenário.

Em 10 de agosto, a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e outras sete entidades, entre elas a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), pediram a suspensão da Lei nº 14.314/2022, que estabelece o piso de enfermeiros em R$ 4.750; 75% desse valor para técnicos de enfermagem e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras.

Entretanto, a decisão do ministro na ação Direta de Constitucionalidade (ADI) 7222 ainda não analisou a constitucionalidade da nova legislação, ampliando o período de defesa. A decisão será levada ao plenário virtual nos próximos dias. Se for mantida, ao fim dos 60 dias, Barroso deverá reavaliar o caso.