Conferência da ONU chega a acordo para evitar catástrofe climática

A conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia terminou com um acordo global que busca pelo menos manter viva a esperança de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius e, portanto, uma chance realista de salvar o mundo das catastróficas mudanças climáticas.

Alok Sharma, presidente da conferência, bateu o martelo para sinalizar que não houve objeções decisivas das quase 200 delegações nacionais presentes em Glasgow. As delegações incluem desde superpotência alimentadas a carvão e gás a produtores de petróleo e ilhas do Pacífico, que estão sendo engolidas pela elevação do nível do mar.

Após revisão, o acordo foi aprovado, depois de uma mudança de última hora no texto em relação ao carvão, o que provocou reclamações de países vulneráveis quer queriam um comunicado mais definitivo sobre subsídios a combustíveis fósseis.

Depois de uma mudança de última hora na linguagem em torno do carvão, com a Índia sugerindo substituir a palavra “eliminar” por “reduzir”, Sharma sinalizou que o texto foi aprovado.

O acordo é o resultado de duas semanas de negociações duras em Glasgow, que foram estendidas por um dia para equilibrar as demandas de nações vulneráveis ao clima, grandes potências industriais e países em que o consumo ou exportação de combustíveis fósseis é vital para o desenvolvimento econômico.

“Por favor, não se pergunte o que mais você pode querer, mas se pergunte o que é o suficiente”, disse Sharma aos delegados nas horas finais.

“E ainda mais importante – por favor, perguntem-se se, no fim das contas, esses textos funcionam para todas as pessoas e para nosso planeta”.

O objetivo geral da conferência, sediada pelo Reino Unido, era modesto demais, na opinião de ativistas do clima e países vulneráveis – manter a meta do Acordo de Paris de 2015 de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Um rascunho de acordo, que circulou no começo deste sábado, na prática reconheceu que os compromissos feitos até agora, para cortar as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta, não estão nem perto do suficiente. Também pediu que as nações façam promessas mais duras em relação ao clima no ano que vem, em vez de a cada cinco anos, como atualmente são obrigadas a fazer.

Cientistas dizem que um aquecimento acima de 1,5 grau Celsius geraria um crescimento extremo do nível do mar e catástrofes como secas, tempestades e incêndios muito piores do que as que o mundo está sofrendo neste momento.

Mas, até agora, as promessas dos países para cortar emissões de gases de efeito estufa – principalmente dióxido de carbono da queima de carvão, óleo e gás – limitariam o crescimento da temperatura global média em 2,4 graus Celsius.

No entanto, o rascunho deste sábado, publicado pela ONU, cobrou esforços para reduzir o uso de carvão e os enormes subsídios que governos ao redor do mundo dão ao petróleo, carvão e gás que alimentam fábricas e aquecem casas – o que nunca foi acordado em nenhuma outra conferência do clima.

A Índia, cujas demandas de energia são muito dependentes do carvão, fez objeções de última hora a essa parte do acordo.

Países em desenvolvimento argumentam que as nações ricas, cujo histórico de emissões é amplamente responsável por aquecer o planeta, precisam pagar mais para ajudá-los a se adaptar às consequências e também para reduzir suas pegadas de carbono.

Agência Brasil



Melhores países, cidades e regiões para visitar em 2022, segundo marca de viagens mundiais

Em 1973, o jovem casal britânico Tony e Maureen Wheeler publicou um guia intitulado “Across Asia on The Cheap”, sobre viajar pela Ásia de forma econômica. Mal sabiam eles que um guia despretensioso seria a base para uma marca de viagens mundial chamada Lonely Planet.

Quase 50 anos depois, o império de guias de viagens Lonely Planet está em pleno trabalho.

Como grande parte do mundo está reabrindo lentamente após a pandemia do coronavírus, muita gente só quer saber de viajar. A esperança é que 2022 verá famílias reunidas, pessoas queridas recuperando o atraso após longos períodos separados e férias acumuladas usadas em experiências únicas.

O guia Best in Travel 2022 (“O Melhor de Viagem”, sem tradução no Brasil) já está à venda no exterior. Apresentamos uma prévia dos lugares que eles acham que você deveria ter em sua lista de desejos, desde as joias escondidas do deserto de Omã às águas azuis e transparentes de Belize.

“Depois de um hiato forçado, é hora de tirar os planos de viagem há muito adiados da gaveta e torná-los realidade”, disse Tom Hall, vice-presidente de experiência da Lonely Planet, em um comunicado. “As listas celebram o mundo em toda a sua variedade maravilhosa e atraente”.

Em 2021, o Lonely Planet destacou suas 10 principais cidades, regiões e países. Veja as listas abaixo.

10 principais países

10. Egito

Complexo de Gizé, em Cairo, no Egito, uma das sete maravilhas do mundo /Foto: Pxhere

O Egito é o lar das Pirâmides de Gizé, uma das sete maravilhas do mundo.

Mas não pense que “velho” é sinônimo de “tedioso”. Apesar de seus 4.500 anos de história, ainda estamos aprendendo mais sobre essas maravilhas arquitetônicas a cada ano.

A joia da vez: a Pirâmide de Dozer, com 63 metros de altura, a mais velha do grupo, foi reaberta ao público apenas no ano passado.

9. Malawi

Um dos Grandes Lagos Africanos, o Lago Malawi é o nono maior lago do mundo/Foto: Skip Russell/Flickr

Com apenas 118 quilômetros quadrados, Malawi às vezes pode ser ofuscado por seus vizinhos maiores, como Moçambique e Tanzânia.

Mas há tesouros disponíveis no “Coração Quente da África”, todos com menos turistas para competir por espaço ao longo do deslumbrante Lago Malawi, o nono maior lago do mundo.

O Malawi tem muitas das mesmas atrações pelas quais seus primos africanos são amados, como safáris para observar elefantes, babuínos, hipopótamos e outros animais em seus habitats nativos, tudo por uma fração do preço.

8. Nepal

Vista da vila de Gyakar cercada por um bosque e os picos do Damodar Himal, do Purkung Himal e do Annapurna/Foto: reprodução/Trek Dream Nepal

É quase impossível mencionar o Nepal sem mencionar o Monte Everest. Mas esta nação do Himalaia tem muito mais a oferecer para os viajantes que não vão escalar a montanha mais alta do mundo.

Na remota região de Mustang (que significa “planície fértil’), os trekkers podem explorar o alto deserto e encontrar os habitantes locais em casas de família ao longo do caminho, saboreando especialidades nepalesas, como café com manteiga de iaque e momos, um bolinho salgado servido em estilo “kothey”, metade frito, metade cozido no vapor.

7. Omã

Península de Musandam, no Omã, território limitado ao norte pelo Estreito de Ormuz/Foto: Robert Haandrikman/Wikimedia Commons

Você acha que a Noruega é o único lugar no mundo com fiordes? Pois você está errado.

Em Musandam, Omã, na fronteira com o Estreito de Ormuz, as montanhas atingem alturas de 2.000 metros para criar um cenário espetacular em trechos estreitos de água entre desfiladeiros.

Mas isso não é tudo o que Omã tem a oferecer. Na mesma viagem, você também pode experimentar o “Bairro Vazio”, uma extensão de deserto onde Omã encontra Iêmen, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. São quatro países ao mesmo tempo – e você não precisa levar um casaco para aproveitar o fiorde.

6. Anguilla

Território britânico ultramarino, Anguila é uma estonteante e paradisíaca ilha caribenha/Foto: Daniela Filomeno

Ok, Anguilla é um território britânico ultramarino e não tecnicamente um país. Dito isso, a linda ilha caribenha merece um olhar mais atento.

O cuidadoso plano de reabertura de Anguilla tornou-a o destino de escolha para a colaboradora da CNN Hannah Seligson, que viajou para lá com seus filhos pequenos em janeiro.

Ela elogiou o “mar azul esverdeado, as 33 praias públicas, a temperatura na casa dos 26°C, os hotéis e comida incríveis” da ilha, bem como sua abordagem responsável à saúde pública em plena pandemia.

5. Eslovênia

Lago de Bled, no noroeste da Eslovénia, é um dos principais destinos turísticos do país Europeu/Foto: Dumphasizer/Flickr

Em meio aos muitos destinos populares da Europa Oriental, a Eslovênia às vezes pode se perder no conjunto. Não mais. Chris Dwyer, colaborador da CNN, descreve a nação como “nem balcânica, nem mediterrânea, nem alpina – a Eslovênia é mais um coquetel dos três, servido com seu próprio toque distinto”.

Graças ao pequeno tamanho do país, os visitantes podem cobrir uma ampla variedade de terrenos em um curto período, do deslumbrante Lago Bled até a agitada capital Ljubljana.

O Lonely Planet não é o único a notar. Em 2021, o Guia Michelin atribuiu estrelas a sete restaurantes na Eslovênia.

4. Belize

Vista aérea da Ilha Caye Caulker, um dos mais belos e conhecidos destinos do país, que é banhado pelo Mar do Caribe/Foto: Wikimedia Commons

Quer explorar as ruínas maias, nadar em águas translúcidas e ver uma incrível vida selvagem? Belize tem tudo isso e muito mais, acessível por voos diretos de várias cidades da América do Norte.

Se você está esperando que a Austrália abra suas fronteiras, experimente Belize: seu Sistema de Reservas de Barreira de Corais de Belize, listado como Patrimônio Mundial da UNESCO, é de tirar o fôlego, e os viajantes dos EUA não precisam se preocupar com o jet lag.

Em tempo: a língua nacional de Belize é o inglês.

3. Maurício

Localizado no Oceano Índico, Maurício é conhecido pelas belas praias, lagoas e recifes/Foto: Pxfuel

O tópico mais pesquisado no Google sobre esta ilha paradisíaca é “onde fica Maurício?” Vamos direto à resposta: o país fica no Oceano Índico, cerca de 1.100 quilômetros a leste de Madagascar.

Agora que você sabe onde fica, aqui estão alguns motivos para visitar este subestimado refúgio africano, cortesia de Tony Smart, da CNN: ele é “habitado por um povo multirracial e pacífico, coberto por ótimos campos de golfe, oferecendo uma infinidade de esportes aquáticos, caminhadas nas montanhas, caça, observação de pássaros, resorts luxuosos, uma antiga capital colonial, boa comida, hotéis de três e quatro estrelas, um dos melhores jardins botânicos do mundo, boa vida noturna, belos bares de praia, Patrimônios Mundiais da UNESCO, uma das pistas de corrida de cavalos mais antigas do mundo e ótimos passeios”.

2. Noruega

No litoral sul da Noruega, a capital Oslo é conhecida por suas áreas verdes e vida cultural agitada/Foto: Pixabay

A Noruega está consistentemente incluída nas listas dos países mais felizes do mundo. Qual é o segredo deles? A CNN perguntou a dois membros da realeza do país, o príncipe herdeiro Haakon e a princesa Mette-Marit, sobre suas teorias.

Mette-Marit tem uma resposta: “adoramos estar ao ar livre, na natureza. Se você está em uma casa norueguesa em um domingo e não vai dar um passeio na floresta, isso não é um bom sinal”.

Se você quiser canalizar essa energia pacífica para si mesmo, vá para Bøkeskogen, a floresta de faias mais ao norte do mundo. Fica a cerca de duas horas da capital, Oslo, o que possibilita passear na cidade e pelo país no mesmo dia.

1. Ilhas Cook

Ilhas Cook, no Pacífico Sul, possui águas azuis cristalinas e é recheada de atividades aquáticas/Foto: Robert Linsdell/Flickr

Um fato curioso: a companhia aérea Air New Zealand opera apenas um voo dos Estados Unidos que não vai para a Nova Zelândia. Ele conecta Los Angeles a Rarotonga, capital das Ilhas Cook e porta de entrada para alguns dos lugares mais bonitos do planeta.

O grupo de 15 ilhas no Pacífico Sul estava no topo da lista de desejos de muitos funcionários da Lonely Planet para 2022.

O que há por lá? Atividades aquáticas, como mergulho com snorkel, mergulho e pesca, sem mencionar a visão da comunidade maori nativa na vila de Te Vara Nui.

Está pensando em escolher uma cidade ou região para sua próxima viagem? Aqui está a lista das regiões e das cidades do Lonely Planet para conhecer em 2022:

10 principais regiões

1. Westfjords, Islândia
2. West Virginia, EUA
3. Xishuangbanna, China
4. Costa do Patrimônio de Kent, Reino Unido
5. Porto Rico, EUA
6. Shikoku, Japão
7. Deserto de Atacama, Chile
8. The Scenic Rim, Austrália
9. Ilha de Vancouver, Canadá
10. Borgonha, França

10 principais cidades

1. Auckland, Nova Zelândia
2. Taipei, Taiwan
3. Freiburg, Alemanha
4. Atlanta, EUA
5. Lagos, Nigéria
6. Nicosia/Lefkosia, Chipre
7. Dublin, Irlanda
8. Mérida, México
9. Florença, Itália
10. Gyeongju, Coreia do Sul



Rio Grande do Norte volta a receber voos de Portugal

O Rio Grande do Norte volta a receber voos de Portugal esta semana. O primeiro avião da ligação entre Lisboa e Natal, após 1 ano e 9 meses, está previsto para pousar no Aeroporto Internacional Aluízio Alves às 21h30. O voo é operado pela TAP Air Portugal.

A rota terá uma frequência semanal de três voos diretos. Para marcar a retomada, a Secretaria de Estado de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur-RN) a Emprotur vão realizar ações para recepcionar os passageiros do voo desta quarta-feira. No site da empresa, as passagens para os voos diretos custam a partir R$ 3 mil tanto no trecho Natal/Lisboa quanto no trecho Lisboa/Natal e variam de acordo com o dia escolhido.

A TAP anunciou a suspensão dos voos para Natal no início da pandemia, ainda no mês de março de 2020. Inicialmente, a previsão era de que a paralisação durasse até o final do mês de abril. No entanto, o agravamento da crise de covid-19 fez com que a rota ficasse suspensa até agora.



Famílias afegãs vendem suas filhas para não morrerem de fome

 Foto: Hoshang Hashimi/AFP

Fahima não para de chorar desde que seu marido disse que eles deveriam vender suas duas filhas, de seis anos e um ano e meio, para que a família não morresse de fome no Afeganistão.

  • Farishteh, a mais velha: foi vendida por cerca de US$ 3,3 mil (cerca de R$ 18,7 mil).
  • Shokriya, a mais nova: foi vendidapor US$ 2,8 mil (cerca de R$ 15,7 mil).

A família foi deslocada pela seca no oeste do país e hoje vive em uma casa de barro coberta por lonas furadas no campo de pessoas deslocadas de Shamal Darya, em Qala-i-Naw, na província de Badghis.

Farishteh e Shokriya sorriem para a reportagem da agência de notícias France Presse, com o rosto cheio de lama e ao lado da mãe, sem saber que foram dadas em troca de dinheiro às famílias de seus futuros maridos, também menores de idade.

Assim que o valor total for pago — o que pode levar anos —, as duas meninas terão de se despedir de seus pais e do campo para deslocados onde eles encontraram refúgio.

Milhares de famílias deslocadas para a região — uma das mais pobres do país que é um dos mais pobres do mundo — também vivem esta trágica história (e também se mudaram fugindo da seca).

Vendem para sobreviver

Jornalistas da France Presse identificaram pelo menos 15 famílias que vivem em acampamentos de refugiados e vilarejos e venderam suas filhas por quantias de vão US$ 550 a US$ 4 mil para sobreviver.

O casamento infantil ocorre há séculos no Afeganistão, mas a guerra, a seca e a pobreza levaram muitas famílias a recorrer a acordos cada vez mais cedo na vida das meninas.

Segundo um relatório de 2018 da Unicef (Fundo da ONU para a Infância), 42% das famílias afegãs têm uma filha que se casa antes dos 18 anos. A principal motivação é econômica, porque o casamento é visto muitas vezes como um meio de garantir a sobrevivência de uma família.

A prática é generalizada nos campos de deslocados. Os responsáveis pelos acampamentos e aldeias contabilizam dezenas de casos desde a seca de 2018 — um número que só aumentou com a de 2021.

Dívida na mercearia

Sabehreh, de 25 anos, é vizinha de Fahima. Sua família pegou comida fiado em uma mercearia, e o dono do comércio ameaçou “prendê-los” caso não pagassem.

Para pagar a dívida, a família vendeu Zakereh, de três anos de idade, e ela vai se casar com Zabiullah, filho do dono da mercearia que tem quatro anos. A menina não suspeita de nada, e o pai do seu futuro marido decidiu esperar até que ela tivesse idade suficiente para levá-la embora.

“Não estou feliz por ter feito isso, mas não temos nada para comer nem beber”, desespera-se Sabehreh. “Se continuar assim, teremos que vender nossa filha de três meses”.

“Muitas pessoas estão vendendo suas filhas”, diz outro vizinho, Gul Bibi, que deu sua filha Asho, de menos de dez anos, para um homem de 23 anos com quem a sua família tinha uma dívida.

Asho ainda vive com a família, e Bibi teme que o comprador volte do Irã para tirá-la de seu colo. “Sabemos que isso não é certo, mas não temos outra opção”.



Esporte: Ana Marcela Cunha é campeã olímpica na maratona aquática em Tóquio

Ana Marcela em Tóquio — Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

A espera acabou. Depois de quatro ciclos olímpicos, Ana Marcela Cunha, de 29 anos, colocou em sua gigantesca galeria de conquistas uma medalha no maio evento esportivo do planeta. A baiana levou um ouro histórico na manhã desta quarta-feira em Tóquio (noite de terça no Brasil) nos 10km no Odaiba Marine Park com o tempo de 1h59min30s08.

A holandesa Sharon van Rouwendaal, ouro na Rio 2016, levou a medalha de prata. O bronze terminou nas mãos da australiana Kareena Lee.

Foi a segunda medalha do país em provas de maratona aquática nas Olimpíadas desde que o evento foi incluído em Pequim 2008. Em 2016, Poliana Okimoto havia levado o bronze no Rio de Janeiro.

Ana Marcela já havia participado de duas Olimpíadas em sua carreira. Nos Jogos de Pequim 2008, então com apenas 16 anos, ela terminou na quinta posição. De maneira surpreendente, acabou não se classificando para Londres 2012, o que sempre considerou a grande frustração de sua carreira.

Chegou às Olimpíadas do Rio 2016 como favorita, mas ao perder uma reposição líquida viu sua estratégia comprometida e terminou apenas na décima posição – Poliana Okimoto levou o bronze na Praia de Copacabana.

Ao todo, Ana Marcela soma 11 medalhas em Campeonatos Mundiais de Esportes Aquáticos, das quais cinco de ouro. Além disso, foi eleita a melhor maratonista aquática do mundo em seis temporadas.

A organização dos Jogos de Tóquio programou a largada no Odaiba Park Marine para as 6h30 (local, 18h30 da terça-feira do Brasil) para tentar evitar o calor. A temperatura da água durante a travessia ficou na faixa dos 29ºC. O trajeto compreendeu sete voltas de praticamente 1,4km cada uma.

A prova

Com 1km de prova, Ana Marcela ocupava a quinta posição no geral, apenas 1s4 atrás da líder, a alemã Leonie Beck. No pelotão de caça a ela figuravam, além da brasileira, a francesa Lara Grangeon, a canadense Kate Sanderson e a russa Anastasiia Kirpchinikova.

Com 1,4km, que marcou o fim da primeira volta, a baiana já aparecia na ponta (parcial de 18min15s6), com a norte-americana Ashley Twichell em sua cola. As conseguiam, contudo, desgarrar um pouco do pelotão, com cinco segundos em relação às perseguidoras. A esta altura houve uma reposição líquida para as atletas, momento em que elas recebem bebidas – geralmente dos treinadores – para aguentarem os 10km. Naquele trecho, a americana Twichell retomou a ponta, com a alemã Beck em segundo e Ana Marcela em terceiro.

Quando a segunda volta chegou ao fim (2,9km), brasileira e americana estavam separadas por uma diferença desprezível, de um centésimo (35min14s2 x 35min14s3), enquanto Beck ficara para trás em pouco mais de três segundos.

Mas, como a prova dos 10km tem muita alternância, é normal que nadadores oscilem nas posições durante o percurso. Na faixa dos 4km, a baiana caiu para a quinta posição, atrás pela ordem de Twichell, a também norte-americana Haley Anderson, a francesa Grangeon e a alemã Beck.

Ana Marcela dispensou a alimentação no final da terceira volta e assumiu a dianteira, com 52min22s. Na parcial de 5,2km, pouco mais da metade de prova, ela tinha a marca de 1h02min30s5, três segundos à frente de Twichell e Beck.

A brasileira perdeu a liderança pouco depois, quando aí sim fez a reposição líquida, mas continuou grudada em Twichell e quase três segundos à frente da alemã. Quando veio a atualização dos 6,6km, a cronometragem mostrou a norte-americana à frente, com Ana Marcela 2,3s atrás.

Com 1h30min de disputa, a alemã Leonie Beck fez um ataque e tomou a ponta, deixando Twitchell para trás. Campeã olímpica no Rio, a holandesa Sharon van Rouwendaal também aumentou o ritmo e apareceu em terceiro, jogando Ana Marcela para o quarto lugar momentaneamente. A partir desse momento começou a despontar a chinesa Xin Xin, campeã da distância no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019.

Logo depois da marca de 8,6km, Ana Marcela tomou a ponta de volta e começou a acelerar o ritmo. Ela manteve a vantagem na marca dos 9,35km, e se posicionou bem a 635m do fim da disputa.

Ninguém mais a parou. Em 1h59min30s08, ela escreveu o capítulo mais bonito de sua trajetória.

Por Paulo Roberto Conde — Tóquio, Japão



Potiguares buscam cidadania portuguesa a partir de descendência judaica

Com assessoria de genealogistas especializados, descendentes de judeus sefarditas vêm solicitando e alcançando a condição de cidadãos europeus.

Já pensou em viver em Portugal, um dos países com a melhor qualidade de vida do mundo e um dos menores custos de vida da Europa? E ainda por cima como cidadão naturalizado, podendo ter os mesmos direitos que os nascidos em Portugal?

Esse sonho de muitos vem se tornando realidade para vários potiguares, pelo fato de o Rio Grande do Norte ser um dos estados brasileiros que possui um grande número de descendentes de judeus sefarditas, população que tem direito à cidadania portuguesa, amparada pela Lei de Nacionalidade atualmente vigente no país.

Tal dispositivo legal privilegia os descendentes de judeus expulsos de Portugal, sob a Inquisição, ou por ela perseguidos e executados, promovendo seu direito de retorno ao país de seus ancestrais. Aprovada em 2015, já beneficiou mais de 30 mil requerentes que conseguiram provar sua ascendência sefardita.

A naturalização, como português, a partir da “Lei dos Sefarditas”, como é vulgarmente conhecida, exige uma complexa documentação e demanda uma assessoria especializada. É justamente esse o serviço oferecido pela Ancestralis, que promove uma pesquisa na árvore genealógica do interessado, nas linhagens paterna e materna, para comprovar se há realmente a descendência de antigas famílias judaicas portuguesas.

Após a identificação, a equipe cuida da montagem do relatório de provas documentais, geração a geração, assim como da preparação de toda a documentação necessária, com assessoramento em todas as fases junto aos órgãos portugueses, até o pedido da cidadania ser deferido pelas autoridades do país.

Seridó reúne famílias de origem judaica

A chance de naturalização é ainda mais provável, se o potiguar fizer parte das famílias Dantas, Azevedo, Araújo, Medeiros, Lucena, Cirne, Gurgel, Santos, dentre outras. Curiosamente, o Seridó é também um grande “celeiro” de antigas comunidades sefarditas, sendo os patriarcas de Caicó, Jardim do Seridó, Carnaúba dos Dantas e Timbaúba dos Batistas, por exemplo, delas diretamente descendentes. Já são quase 250 clientes acompanhados, em aproximadamente dois anos de operação da Ancestralis, com muitos casos de sucesso.

Os benefícios de se ter a cidadania portuguesa são inúmeros. Além de ter acesso direto a toda a infraestrutura de Portugal, em momentos de fechamento de fronteiras para estrangeiros, como no caso da pandemia, o cidadão não tem qualquer dificuldade de acesso, trabalho, moradia ou estudo em qualquer país da União Européia.

A equipe é dirigida por Alexandre Santos, genealogista, ex-Controlador Geral do Estado, engenheiro civil pela UFRN, com MBA em gestão financeira, controladoria e auditoria e mestrando em análise financeira pela Universidade de Coimbra. “Oferecemos assessoria completa para o pedido de cidadania, desde o estudo genealógico até o recebimento do sonhado passaporte português”, diz Alexandre Santos.

A cidade do Porto é famosa por receber muitos alunos em suas universidades de renome mundial.

Serviço
É possível obter mais informações sobre o serviço de assessoria da Ancestralis pelo Whatsapp 84.99131.7667, pelo e-mail [email protected], no Instagram @ancestralisgenealogia e ainda no Facebook @ancestralisgenealogia



Pior chuva em mil anos deixa pelo menos 25 mortos em província chinesa

Pelo menos 25 pessoas morreram em Henan, na região central da China – uma dúzia delas em uma linha do metrô na capital da província, Zhengzhou, que foi inundada pelo que autoridades meteorológicas chamaram de a pior chuva em mil anos.

Cerca de 100 mil foram retiradas de suas casas na capital Zhengzhou, onde os transportes ferroviário e rodoviário foram interrompidos, com represas e reservatórios cheios em níveis alarmantes e milhares de tropas realizando uma operação de resgate na província.

Autoridades municipais disseram que mais de 500 pessoas foram resgatadas do metrô inundado, com imagens das redes sociais mostrando passageiros de trem no escuro, com água até o peito, e uma estação reduzida a uma grande piscina marrom.

“A água bateu no meu peito”, escreveu um sobrevivente nas redes sociais. “Fiquei com muito medo, mas o mais aterrorizante não foi a água, mas a falta de ar dentro do trem.”

A chuva interrompeu os serviços de ônibus na cidade de 12 milhões de habitantes, localizada cerca de 650 quilômetros ao sudoeste de Pequim, afirmou um morador de sobrenome Guo, que havia passado a noite no escritório. “É por isso que muitas pessoas usaram o metrô, e a tragédia aconteceu”, disse Guo à Reuters.

Pelo menos 25 pessoas morreram nas chuvas torrenciais que atingiram a província desde o último fim de semana, e há sete desaparecidos, disseram as autoridades em uma entrevista coletiva na quarta-feira.

Entre sábado e terça-feira, 617,1 milímetros (mm) de chuva caíram em Zhengzhou, quase o equivalente à média anual de 640,8 mm.

Como em ondas de calor recentes nos Estados Unidos e no Canadá e enchentes na Europa Ocidental, as chuvas na China são quase certamente relacionadas ao aquecimento global, disseram cientistas à Reuters. “Eventos climáticos extremos como esse provavelmente acontecerão com mais frequência no futuro”, afirmou Johnny Chan, professor de ciência atmosférica na City University de Hong Kong.

“É necessário que os governos desenvolvam estratégias para se adaptar a essas mudanças”, acrescentou, referindo-se às autoridades em níveis municipal, estadual e nacional.

Muitos serviços de trem foram suspensos ao redor de Henan, um grande pólo logístico com população de cerca de 100 milhões de pessoas. As estradas também foram fechadas, com voos adiados ou cancelados.

Escolas e hospitais foram abandonados, e as pessoas pegas pelas enchentes se abrigaram em bibliotecas, cinemas e até mesmo museus.

“Estamos com 200 pessoas de todas as idades em busca de abrigo temporário”, afirmou um funcionário com sobrenome Wang no Museu de Ciência e Tecnologia de Zhengzhou. “Demos macarrão instantâneo e água quente para eles. Eles passaram a noite em uma grande sala de reuniões.”



Polêmica: Cuba promove apagão digital para silenciar protestos

Por conta e risco do regime cubano, o acesso à internet está bloqueado e há cortes nas linhas telefônicas, o que torna a ilha caribenha isolada e incomunicável após a onda de protestos que surpreendeu o governo no domingo. Enquanto o presidente Miguel Díaz Canel falava em cadeia nacional, por volta das 16h, para tachar os manifestantes de mercenários, as mídias sociais eram silenciadas em todo o país.

Conforme constataram entidades que monitaram o tráfego na web, como Netblocks, Acess Now e Kentik.ink, a atividade foi reduzida a zero em Cuba, limitando a difusão de informações sobre prisões e desaparecidos, assim como a repressão aos que desafiaram o regime, pelo segundo dia consecutivo.

No dilema entre a expansão do acesso online e a manutenção do status quo, o regime deixa evidente que a segunda alternativa é prioritária e única, quando opta pelo apagão digital para tentar conter os protestos e lançar seu rigoroso aparato policial contra os manifestantes.

De acordo com a ONG Cubalex, que se dedica à defesa dos direitos humanos, pelo menos 150 foram presos desde domingo.

Entre eles, há vários integrantes do Movimento San Isidro, a rede de artistas e ativistas que defende abertamente a mudança política em Cuba e tornou-se alvo preferido do regime.

Agora é avaliar o impacto dessa nova dissidência, armada com celulares que expõem a fragilidade de um governo autoritário, há mais de seis décadas imperando sob partido único.

Sem o carisma e o legado dos Castro, Miguel Díaz-Canel é rotulado como marionete e impõe os mesmos métodos para silenciar opositores. Porém, em condições muito diferentes: a insatisfação é alimentada pelas redes sociais que ele tenta, a todo custo, bloquear.



ONU alerta que seca pode ser “a próxima pandemia”

A escassez de água e a seca devem causar estragos em uma escala que rivalizará com a pandemia de covid-19, e os riscos aumentam rapidamente à medida que as temperaturas globais se elevam, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

“A seca está prestes a se tornar a próxima pandemia, e não existe vacina para curá-la”, disse Mami Mizutori, representante especial da ONU para redução de risco de desastres, em uma entrevista coletiva virtual hoje (17).

As secas já desencadearam perdas econômicas de pelo menos 124 bilhões de dólares e atingiram mais de 1,5 bilhão de pessoas entre 1998 e 2017, segundo um relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira.

Mas até estas cifras, alertou, são “muito provavelmente subavaliações grosseiras”.

O aquecimento global intensifica secas no sul da Europa e no oeste da África, disse o relatório da ONU com “alguma confiança”, e o número de vítimas deve “crescer dramaticamente”, a menos que o mundo aja, disse Mizutori.

Cerca de 130 países podem enfrentar um risco maior de seca neste século, segundo a projeção de emissões altas citada pela ONU.

Outros 23 países sofrerão escassez de água por causa do crescimento populacional, e 38 nações serão afetadas por ambos, disse.

A seca, assim como um vírus, tende a durar muito tempo, ter um alcance geográfico amplo e causar danos em cadeia, disse Mizutori.

“Ela pode afetar indiretamente países que não estão passando por uma seca através da insegurança alimentar e do aumento dos preços de alimentos”, explicou.

A ONU antevê secas mais frequentes e severas na maior parte da África, nas Américas Central e do Sul, no centro da Ásia, no sul da Austrália, no sul da Europa, no México e nos Estados Unidos.

Ibrahim Thiaw, secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, disse à Thomson Reuters Foundation que a deterioração do solo, causada em parte pela má administração de terras, deixou o mundo perto de um “ponto sem retorno”.

A ONU não tem pesquisado o efeito que a desertificação pode ter na migração interna dentro dos continentes, mas Thiaw disse que ela não é mais impensável, nem mesmo na Europa.



China desenvolve vacina contra covid-19 por inalação

A China se encaminha para a aplicação de uma nova vacina contra o SARS-CoV-2 por meio de inalação. A epidemiologista e virologista Chen Wei e a empresa de biotecnologia CanSino Biologics Inc. desenvolveram o imunizante e destacam várias vantagens em relação à injetável.

Eles informam que, nesta nova vacina, é necessário apenas um quinto da quantidade da vacina injetável do vetor do adenovírus da covid-19. Por outro lado, o produto não requer armazenamento e transporte em caixas frigoríficas.

“Se a vacina for inalada por aerossol, pode formar uma imunidade da mucosa, além da imunidade humoral e celular, normalmente formada pela vacina injetável”, disse Chen Wei, citada pela Euronews. Os investigadores apostam na inalação por aerossol para reforçar a imunidade da mucosa.

O imunizante inalado combina a mesma tecnologia já aplicada pela empresa durante a investigação de uma vacina inalada contra tuberculose e a vacina injetável contra a covid-19, também produzida em seus laboratórios.

“Uma vacina inalada poderá ser mais eficaz do que as injetadas, pois o SARS-COV-2 entra no corpo humano por meio das vias aéreas. Uma vacina inalada pode ativar anticorpos nas vias aéreas, oferecendo proteção extra” diz Xuefeng Yu, executivo da CanSino Biologics.

A atual vacina injetável é de 0,5 mililitros por dose, explicou o especialista de Xangai Tao Lina, citado no Global Times. Segundo ele, a vacina inalada, desenvolvida pela equipe de Chen Wei, pode atingir o mesmo efeito protetor com apenas uma dose de 0,1 mililitro, “isso significa que tem maior eficiência imunológica”.

“A maior eficiência da pode vir da forma como a vacina entra no corpo”, destacou Tao. “É inalado diretamente, o que mimetiza a infecção natural do vírus respiratório COVID-19, e então forma uma imunidade da mucosa”, explicou.

A pesquisadora Chen Wei acrescenta que o imunizante aplicado por inalação poderá reduzir custo da produção e, consequentemente, ficar mais acessível a todos.

Os laboratórios podem produzir cinco vezes mais vacinas inaladas com a mesma capacidade de produção de vacinas injetáveis, o que contribuirá para acelerar a vacinação na China.

*Agência Brasil com informações da RTP