O Setor de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Currais Novos está em processo de finalização dos dados sobre procedimentos de exames e consultas disponibilizados para a população currais-novense em 2022.
De acordo com os números, foram realizados 24.622 procedimentos, garantindo a proteção e o acesso aos serviços de saúde para todos, estabelecendo um padrão de qualidade no atendimento das vagas disponíveis para consultas, exames, internações e demais procedimentos.
O projeto “Inovar no Campo” de Currais Novos está beneficiando mais uma comunidade rural do município com diversas ações, como a construção de barragens submersas, barreiros e melhorias nas estradas.
Na manhã desta segunda-feira (26), o Prefeito Odon Jr, a Vice-Prefeita Ana Albuquerque, o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (SEMAAB), Lucas Galvão, e coordenador da SEMAAB, Nilton Oliveira, estiveram na Comunidade “Liberdade” acompanhando parte destas ações. Com cerca de 40 famílias atendidas na localidade, o projeto já construiu 27 barreiros e está concluindo a terceira barragem submersa na região, importante obra para o barramento do rio e acúmulo de água, beneficiando os agricultores e os criadores de animais.
De acordo com Lucas Galvão, o Projeto “Inovar no Campo” tem como objetivo levar os técnicos da SEMAAB para as comunidades e realizar diversas ações, com orientações técnicas e diagnósticos das propriedades e dos projetos de agricultura familiar.
Encerrando mais uma edição, a Campanha Papai Noel dos Correios visita amanhã (28), às 8h30, as crianças da Escola Municipal Professora Luzanira Maria da Costa Cruz, no bairro Passagem de Areia, em Parnamirim. A ação também contará com a presença do 3° Batalhão da Polícia Militar de Parnamirim.
Levando consigo milhares de presentes doados pela população, o Papai Noel dos Correios visitou escolas da rede pública de ensino em vários municípios do Rio Grande do Norte. Em 2022, o Bom Velhinho presenteou 6.322 crianças potiguares, o que corresponde a 98,5% das cartinhas selecionadas pela campanha. Material escolar, calçados, boneca, carrinho e bola foram os pedidos mais comuns.
Na reta final, a campanha contou com mobilizações e doações de presentes avulsos que ajudaram a preencher os presentes faltantes das escolas e instituições, proporcionando a alegria das crianças.
Este ano, participaram do projeto 40 escolas públicas indicadas pelas secretarias de educação, todas situadas em áreas de maior fragilidade socioeconômica, bem como projetos sociais e cartinhas deixadas espontaneamente nas agências dos Correios. Além da capital e dos municípios de Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante, localizados na Região Metropolitana de Natal, o Bom Velhinho visitou o interior do Estado. Sua missão foi levar sorrisos e esperança para as crianças dos municípios de Antônio Martins, Apodi, Assu, Caicó, Currais Novos, Mossoró e Pau dos Ferros.
A dramatização do espetáculo “Auto de Natal”, celebrando 10 anos, aconteceu na noite dessa segunda-feira, dia 26 de dezembro, no patamar da Basílica de Nossa Senhora da Guia.
O espetáculo foi coordenado pela Secretaria de Assistência Social, juntamente com os grupos Xique Xique e Coletivo Artístico Eskambau, que deram um show de interpretação. Um trabalho realizado com crianças, jovens e adultos, da comunidade acariense, que encanta a todos os presentes.
Cirurgião cardiovascular do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), Waldo Pinheiro Daniel se tornou expoente em método minimamente invasivo, durante encontro do corpo docente internacional das três principais sociedades em cirurgia torácica do mundo – Europa, Estados Unidos e América Latina -, em que ele elencou a técnica minimamente invasiva de revascularização do miocárdio multiarterial sem circulação extra-corpórea.
O especialista foi escalado para multiplicar o procedimento na Conferência de Cirurgia Cardiovascular para a América Latina, realizada no período de 1º a 3 de dezembro, em Cartagena, na Colômbia.
Segundo o Huol, a Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva (CCMI) é uma alternativa ao método convencional, que exige incisão no osso esterno do paciente, de aproximadamente 25 centímetros, para que o cirurgião possa visualizar o coração.
No método aplicado pelo médico Waldo não há a necessidade de serrar qualquer osso, pois é feita através de uma pequena e discreta incisão, de aproximadamente 4 a 8 centímetros no espaço entre as costelas. Daí se dizer que é minimamente invasivo.
“O procedimento é realizado com uma micro câmera inserida no paciente para que o cirurgião tenha uma visão ampliada do coração, e assim possa realizar os procedimentos com mais segurança”, detalha o especialista.
Não é uma técnica criada hoje: Waldo Daniel faz uso do procedimento minimamente invasivo há pelo menos 17 anos, caminhando lado a lado com os estudos e pesquisas de países mais desenvolvidos na área, aperfeiçoando e reunindo casos da sua efetividade.
Vantagens da técnica
“Considerando que se trata de uma pequena incisão, sem serrar qualquer osso, a CCMI diminui o risco de infecção, reduz fortemente o trauma cirúrgico, acelera a recuperação do paciente, permite o retorno às atividades cotidianas em curto prazo, além de agregar benefícios estéticos. No resultado final, a cirurgia fica praticamente imperceptível, impactando na autoestima e recuperação emocional, pois não há aquela grande cicatriz estigmatizante da cirurgia tradicional, com corte vertical entre as mamas. É uma vantagem para todos os pacientes, especialmente para as mulheres, que poderão continuar usando seus decotes, biquínis, sem qualquer cicatriz evidenciando a intervenção cirúrgica”, explica o especialista.
Outra vantagem é que na técnica minimamente invasiva raramente há necessidade de transfusão sanguínea, pois a perda sanguínea é acentuadamente inferior à cirurgia convencional.
Apesar de dormirem, em média, cerca de 12 minutos a mais do que os homens, a qualidade do sono das mulheres é pior do que a dos homens. A informação é do Instituto do Sono, que cita estudos norte-americanos.
Normalmente a duração do período de repouso nos adultos varia entre 7 e 8 horas por noite. Na análise da ginecologista e pesquisadora do Instituto do Sono, Helena Hachul, a pior qualidade de sono das mulheres está relacionada a alterações hormonais e sobrecarga de tarefas, como atividades profissionais e cuidados com a família.
A pesquisadora explica que sono fragmentado, insônia, sono insuficiente, má percepção de sono e apneia obstrutiva do sono estão entre os problemas mais comuns para as mulheres. Parte desses distúrbios é causada por mudanças hormonais que ocorrem na adolescência, nos ciclos menstruais, na gestação e na menopausa.
Além disso, aspectos sociais contribuem para a piora do sono feminino, já que as mulheres realizam praticamente o dobro de trabalhos domésticos do que os homens e passam duas vezes mais tempo cuidando dos filhos.
“Essa sobrecarga de tarefas, somada muitas vezes às atividades profissionais, resultam em privação de sono. É preciso ver se ela é casada, tem filhos, conta com suporte familiar e trabalha fora. A rotina com múltiplas tarefas e as variações hormonais inerentes ao gênero feminino levam a mulher a precisar de mais tempo de sono. Além disso há o risco aumentado para insônia, que chega a ser 40% superior em comparação ao gênero masculino”, diz Helena.
Fases da vida e hormônios
Segundo Helena, as mulheres na idade reprodutiva tem na primeira metade do ciclo menstrual predomínio de estrogênio e, na segunda, predomínio de progesterona.
“Com isso há as alterações na qualidade do sono que são piores no período pré-menstrual, principalmente se essa mulher tiver Tensão Pré-Menstrual. Há mulheres que têm insônia e outras que têm excesso de sono”.
Outra questão está relacionada a um distúrbio hormonal, o ovário policístico. Esta é uma patologia na qual a mulher tem diversos cistos no ovário que ocasionam a irregularidade menstrual e muitas vezes aumento de hormônio masculino.
“As mulheres que tem ovário policístico têm alterações metabólicas e do ponto de vista de sono apresentam mais ronco e apneia, piorando a qualidade do sono que fica fragmentado”.
A gestação e o pós-parto também contribuem para a baixa qualidade de sono da mulher, variando de acordo com o trimestre pelo qual está passando. No primeiro trimestre é mais comum que haja mais sonolência diurna, no segundo já há maior tranquilidade.
“No terceiro trimestre o sono é fragmentado por conta do aumento do volume abdominal e do tamanho do bebê. Nesse período as interrupções são mais frequentes, podendo haver mais insônia e apneia”.
Helena ressaltou que na menopausa, que marca o final do período reprodutivo, pelo menos 60% das mulheres relata insônia. Neste período há a ausência dos hormônios, o que leva à baixa do estrogênio, causando o aumento das ondas de calor e consequentemente à interrupção do sono.
“Mais de 60% das mulheres na menopausa apresentam insônia e a cada centímetro da cintura que aumenta com a menopausa, aumenta em 5% o risco da mulher ter apneia na pós-menopausa”, explicou a médica.
Apesar de dormirem, em média, cerca de 12 minutos a mais do que os homens, a qualidade do sono das mulheres é pior do que a dos homens. A informação é do Instituto do Sono, que cita estudos norte-americanos.
Normalmente a duração do período de repouso nos adultos varia entre 7 e 8 horas por noite. Na análise da ginecologista e pesquisadora do Instituto do Sono, Helena Hachul, a pior qualidade de sono das mulheres está relacionada a alterações hormonais e sobrecarga de tarefas, como atividades profissionais e cuidados com a família.
A pesquisadora explica que sono fragmentado, insônia, sono insuficiente, má percepção de sono e apneia obstrutiva do sono estão entre os problemas mais comuns para as mulheres. Parte desses distúrbios é causada por mudanças hormonais que ocorrem na adolescência, nos ciclos menstruais, na gestação e na menopausa.
Além disso, aspectos sociais contribuem para a piora do sono feminino, já que as mulheres realizam praticamente o dobro de trabalhos domésticos do que os homens e passam duas vezes mais tempo cuidando dos filhos.
“Essa sobrecarga de tarefas, somada muitas vezes às atividades profissionais, resultam em privação de sono. É preciso ver se ela é casada, tem filhos, conta com suporte familiar e trabalha fora. A rotina com múltiplas tarefas e as variações hormonais inerentes ao gênero feminino levam a mulher a precisar de mais tempo de sono. Além disso há o risco aumentado para insônia, que chega a ser 40% superior em comparação ao gênero masculino”, diz Helena.
Fases da vida e hormônios
Segundo Helena, as mulheres na idade reprodutiva tem na primeira metade do ciclo menstrual predomínio de estrogênio e, na segunda, predomínio de progesterona.
“Com isso há as alterações na qualidade do sono que são piores no período pré-menstrual, principalmente se essa mulher tiver Tensão Pré-Menstrual. Há mulheres que têm insônia e outras que têm excesso de sono”.
Outra questão está relacionada a um distúrbio hormonal, o ovário policístico. Esta é uma patologia na qual a mulher tem diversos cistos no ovário que ocasionam a irregularidade menstrual e muitas vezes aumento de hormônio masculino.
“As mulheres que tem ovário policístico têm alterações metabólicas e do ponto de vista de sono apresentam mais ronco e apneia, piorando a qualidade do sono que fica fragmentado”.
A gestação e o pós-parto também contribuem para a baixa qualidade de sono da mulher, variando de acordo com o trimestre pelo qual está passando. No primeiro trimestre é mais comum que haja mais sonolência diurna, no segundo já há maior tranquilidade.
“No terceiro trimestre o sono é fragmentado por conta do aumento do volume abdominal e do tamanho do bebê. Nesse período as interrupções são mais frequentes, podendo haver mais insônia e apneia”.
Helena ressaltou que na menopausa, que marca o final do período reprodutivo, pelo menos 60% das mulheres relata insônia. Neste período há a ausência dos hormônios, o que leva à baixa do estrogênio, causando o aumento das ondas de calor e consequentemente à interrupção do sono.
“Mais de 60% das mulheres na menopausa apresentam insônia e a cada centímetro da cintura que aumenta com a menopausa, aumenta em 5% o risco da mulher ter apneia na pós-menopausa”, explicou a médica.
O Departamento Estadual de Trânsito do RN (Detran) divulgou o calendário anual de Licenciamento de Veículos para o ano de 2023. A taxa tem seus primeiros vencimentos programados para o mês de fevereiro alcançando os veículos com placas finais 1 e 2. O valor do tributo não sofreu reajuste e permanece o mesmo cobrado desde 2019, sendo R$ 90,00 independente do ano ou modelo do veículo.
A taxa de Licenciamento do Rio Grande do Norte se encontra entre as cinco mais baixas dos Detrans de todo o país. O Licenciamento é uma das taxas de pagamento obrigatórias para que o proprietário possa ter acesso ao Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV) do ano vigente. É exigido que o condutor tenha sempre esse documento em mãos quando dirige veículo automotor e que deve ser apresentando nas blitzen de fiscalização veicular.
O licenciamento é o único tributo referente aos veículos cuja arrecadação é de responsabilidade do Detran, e os valores angariados são utilizados na manutenção física das instalações do Órgão e nas ações empreendidas pela Instituição no estado.
A quitação da taxa pode ser feita pelo site do Detran. O processo de emissão dos boletos é simples, basta que o usuário vá até o endereço eletrônico da instituição digitando www.detran.rn.gov.br ou portal.detran.rn.gov.br. Com a página aberta, o cidadão clica no ícone “Veículos – boletos, infrações, débitos””. Logo em seguida é mostrada uma página onde é possível digitar a numeração da placa e do Renavam do veículo a ser consultado.
Dessa forma é possível ter acesso ao ambiente online onde fica disponível os boletos referentes a taxa de licenciamento, IPVA, DPVAT, Taxa dos Bombeiros, além de possíveis débitos de infrações de trânsito relacionadas ao veículo consultado. Um outro ponto positivo é a possibilidade do proprietário pagar as taxas no banco de sua escolha. É só clicar no imposto que deseja efetuar o pagamento, e imediatamente é aberta uma nova tela com as opções de emissão de boleto direcionado ao Banco do Brasil ou as demais instituições bancárias.
O Governo do Rio Grande do Norte economizou mais de 4 milhões de litros em combustível para abastecimento da frota na atual gestão. Segundo dados da Secretaria da Administração (Sead), nos últimos quatro anos foram economizados 4.189.297 litros de combustíveis. Do total consumido, foram 48% com gasolina comum, 46% com óleo diesel S-10 e 6% com diesel S-500. Tudo isso representa, a preços atuais, nesse quadriênio, uma economia estimada em mais de R$ 24 milhões.
A economicidade é resultado de um trabalho intenso de controle e fiscalização, agregado ao aumento de postos na rede credenciada, por parte da Coordenadoria de Patrimônio (Copat) da Sead, responsável pela gestão da frota veicular governamental e seu abastecimento, de forma compartilhada com a Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) desde janeiro de 2019.
O secretário adjunto de Administração, George Câmara, explicas que diversas medidas foram adotadas para se alcançar a eficiência na gestão da frota: mapeamento e recadastramento das viaturas no primeiro momento; customização e implantação do Controle Eletrônico de Tancagem; qualificação de mão de obra; acompanhamento rigoroso do efetivo consumo; ampliação da rede autorizada a abastecer os carros governamentais, entre outras.
Com relação à expansão da rede, no início de 2019 eram 13 postos credenciados no interior, enquanto que agora o Governo do RN conta com 32 opções distribuídas pelo seu território para cobrir o abastecimento das viaturas.
De acordo com informações da Copat, só no ano de 2022 atingiu-se uma economia aproximada de 483 mil litros de combustíveis, tendo como parâmetro a estimativa de volume licitado, mesmo com o aumento no número de veículos à disposição do Governo do Estado. Comparando os últimos oito anos, os dados indicam que 31.019.632 litros foram consumidos na atual gestão (2019-2022), enquanto na gestão anterior (2015-2018) o consumo ficou em 35.158.929 litros.
A inflação de alimentos e bebidas tende a subir menos em 2023 do que neste ano, mas deve mostrar um patamar de preços ainda alto e desconfortável para o bolso dos brasileiros, avaliam economistas. A comida cara representa um desafio para o combate à fome no país, uma promessa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Se a inflação permanece elevada, diminui o alcance de qualquer medida assistencial promovida pelo governo”, afirma o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Desde o início da pandemia (de fevereiro de 2020 a novembro de 2022), o grupo alimentação e bebidas acumulou alta de 36,06% no Brasil, conforme dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Só no acumulado de 2022, o grupo alimentação e bebidas avançou 10,91% até novembro, ante 5,13% do índice geral. Em 12 meses até novembro, a alta do segmento foi de 11,84%, contra 5,90% do IPCA.
Para o acumulado de 2023, economistas projetam um avanço de alimentação e bebidas mais próximo do índice geral de preços, cujas estimativas estão na faixa de 5% a 6%. “A inflação dos alimentos deve ceder, mas lentamente”, prevê Braz. “Deve ser algo em torno de 5% até o final do ano [2023].”
A carestia da comida afeta principalmente a população pobre. Em termos proporcionais, esse grupo destina uma parcela maior do orçamento para a aquisição de produtos básicos. “Mesmo com a possível desaceleração, a sensação continuará desconfortável [em 2023]”, avalia o economista Fábio Astrauskas, da Siegen Consultoria.
Ele prevê uma inflação de alimentação e bebidas entre 4% e 6% no acumulado do próximo ano, caso não haja grandes problemas climáticos e as projeções positivas para a safra se confirmem.
Na primeira metade de 2022, fortes chuvas reduziram a oferta de frutas, verduras e legumes em regiões como o Sudeste. Houve repasses para os preços. A estiagem que atingiu o Sul também pressionou os alimentos.
Não bastassem os extremos climáticos neste ano, a guerra na Ucrânia elevou as cotações de commodities agrícolas, como milho e trigo, no mercado internacional.
O quadro gerou reflexos no Brasil, já que essas mercadorias servem de base para a fabricação de alimentos.
As pressões de 2022 vieram após a pandemia já ter jogado para cima os custos produtivos no campo. Fertilizantes, por exemplo, ficaram mais caros na crise sanitária.
Em 2023, a provável desaceleração da economia global tende a conter a demanda por commodities e frear os preços, projetam analistas.
Segundo eles, isso deve gerar alguma trégua para a inflação da comida no próximo ano, assim como as boas condições de colheita previstas para o Brasil.
A safra de grãos, cereais e leguminosas de 2023 tende a alcançar 293,6 milhões de toneladas no país, novo recorde de uma série histórica iniciada em 1975, apontou estimativa divulgada neste mês pelo IBGE. O número representaria uma alta de 11,8% em relação a 2022.
“Tudo indica que vamos ter uma produção muito boa em 2023. Tem riscos [para a inflação]? Tem. A guerra continua. Rússia e Ucrânia são grandes produtoras”, afirma o economista Felipe Kotinda, do banco Santander.
Em sua avaliação, que a redução da área plantada de arroz e feijão é um fator de pressão para os preços desses produtos, que vêm perdendo espaço para itens mais voltados ao mercado internacional, como soja e milho. “Preocupa porque está havendo a troca da área plantada.”
Mesmo assim, a inflação dos alimentos para consumo no domicílio deve desacelerar para perto de 4% até o final de 2023, prevê Kotinda. A alta acumulada em 12 meses até novembro de 2022 foi de 13,32%, conforme o IBGE.
As carnes, diz o economista, estão entre os itens que podem ter um alívio mais forte nos preços, em um cenário de trégua dos grãos usados na alimentação animal. “É um cenário mais benigno do que nos últimos anos”, afirma.
O economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de ciências econômicas da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), ainda projeta um avanço na faixa de 8% a 9% para a inflação de alimentação e bebidas no próximo ano. Ele considera “muito difícil” uma variação inferior a esse nível.
“O cenário ainda é de inflação alta. A taxa de desemprego segue pressionada, muita gente está na informalidade. Com preços altos e renda menor, há empobrecimento de parte da população”, afirma.
A carestia, acrescenta o professor, tende a dificultar o combate à fome no ano inicial do novo governo Lula.
“É um grande desafio combater a fome com os preços subindo. Vamos precisar de uma política especial para essa questão”, diz.
“Não sei se vão ser criadas medidas de incentivo, como redução de impostos, empréstimos mais baixos para o agricultor. Mas isso tem um custo, e o governo vai assumir com restrições nas contas públicas”, diz.
Cesta básica supera auxílio Na área social, Lula aposta na manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança de até seis anos. O programa social voltará a ser chamado de Bolsa Família.
Em novembro, o preço médio da cesta básica aumentou em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor ficou abaixo de R$ 600, o patamar atual do Auxílio Brasil, em apenas cinco cidades. Todas ficam no Nordeste: Aracaju (R$ 511,97), Salvador (R$ 550,67), Recife (R$ 551,30), João Pessoa (R$ 552,43) e Natal (R$ 566,95).
Para frear a carestia, parte dos analistas defende a recomposição pelo governo federal dos estoques reguladores de alimentos, que foram reduzidos nos últimos anos. Essa política visa aumentar a oferta de produtos em períodos de alta dos preços.
“Os estoques são uma política importante de estabilização do fornecimento […]. Trariam mais regularidade, mas é preciso investir em armazenagem, silos, transporte”, diz Astrauskas, da Siegen Consultoria.
Braz, do FGV Ibre, diz que a formação de estoques “não faz milagres e só diminui a volatilidade” dos preços. “Eles são bem-vindos? São muito bem-vindos. Mas não fazem milagre se os preços dos insumos subirem muito.”
Bittencourt, da PUCPR, considera que a medida não é a mais adequada. Segundo ele, a formação de estoques pode desestimular a produção de determinados produtos. “Há políticas de médio ou longo prazo [que podem ser adotadas], mas no curto prazo não tem muita mágica.”