Depois de 72 horas sem contabilizar morte por covid-19, o Rio Grande do Norte registrou um óbito provocado pela doença nas últimas 24 horas. O falecimento aconteceu no município de Areia Branca, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN).
Ao todo, desde o início da pandemia, o RN acumula 8.058 vidas perdidas para o coronavírus. A secretaria investiga ainda 1.560 mortes e outras 1.115 já foram descartadas para covid-19.
Em relação aos casos confirmados, o estado registrou mais 368 ocorrências nas últimas 24 horas. Com o isso, o total de confirmações subiu para 478.511, segundo a Sesap. Além disso, 728 casos são considerados suspeitos, 906.940 já foram descartados, 461.302 pessoas já se recuperaram e outras 9.151 estão em acompanhamento.
O Regula RN mostrava na tarde desta quinta-feira (03), por volta das 14h35, que a taxa de ocupação de leitos críticos no estado era de 29,9%. Na Região Metropolitana de Natal, a ocupação era de 31,9%. Já no Oeste, estava em 29,4%. No Seridó, em 20%.
A Polícia Rodoviária Federal encerrou nessa quarta-feira (02), às 23h59, a Operação Carnaval que integra o Programa de Governo Rodovida, cuja finalidade é direcionar esforços para a intensificação da fiscalização e aumento da segurança viária nos períodos de maior movimentação nas rodovias incluindo férias escolares, natal, ano novo e carnaval.
No Rio Grande do Norte, a fiscalização de veículos e pessoas aumentou em mais de 20%, resultando em um aumento de 150% nas autuações de alcoolemia, 24% de motocicletas e 15% de ultrapassagem. Em âmbito nacional 75.000 km de rodovias foram fiscalizadas diuturnamente, alcançando o maior número de pessoas fiscalizadas nos últimos 3 anos, mais de 300 mil pessoas.
Quase 4.000 testes de etilômetro foram realizados em 6 dias de operação, o que representa um aumento de 138% em relação ao carnaval de 2021. No Brasil, foram realizados 78.992 testes e a cada 31 testes realizados, um condutor foi flagrado dirigindo sob efeito e álcool.
No estado, o resultado foi mais favorável que o cenário nacional em relação aos acidentes, devido à redução do número de acidentes graves em 11% e do número de mortes em 50%. Segundo a PRF, foram oito acidentes graves, com apenas uma morte no estado durante o carnaval.
“Conforme mostram os números, a PRF tem empregado grande esforço na fiscalização neste feriado, bem como diversas ações educativas, com o objetivo de reduzir acidentes, mortos e feridos, porém os condutores e usuários das rodovias ainda apresentam comportamento inadequado e desrespeito à sinalização das vias”, considerou o órgão.
Muitos foram os flagrantes de desrespeito às leis de trânsito durante este feriado nas rodovias federais em todo o país. “Dirigir sob efeito do álcool, não usar cinto de segurança, deixar de transportar as crianças com os corretos dispositivos de segurança e as ultrapassagens indevidas, aumentam significativamente o risco de acidentes e aumentam também as chances de danos graves ou mortes, uma vez que todas as infrações estão diretamente ligadas à segurança viária”, apontou a PRF.
A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou o período 2021-2030 como a Década da Restauração dos Ecossistemas, um esforço mundial para combater as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a degradação dos serviços ecossistêmicos e promover a equidade.
Com este propósito e com olhar para a Caatinga – um bioma exclusivamente brasileiro e rico em espécies adaptadas à seca – pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o World Resources Institute (WRI), mapearam as “Áreas Prioritárias de Restauração da Caatinga”. O resultado está publicado na edição desta quinta-feira (3) da revista “Journal of Applied Ecology”.
A proposta do estudo foi identificar áreas que, se restauradas, ajudem na recuperação de espécies de plantas atualmente ameaçadas de extinção e permitam que estas e outras espécies se adaptem às mudanças climáticas esperadas para o bioma. “Para os animais e plantas enfrentarem as grandes mudanças de temperatura e de chuva que estão previstas para a Caatinga, eles necessitam poder se deslocar pela paisagem à procura de boas condições climáticas. E para haver este deslocamento, a paisagem tem que ser restaurada de tal forma que aumente a sua conectividade”, explica Carlos Roberto Fonseca, professor associado do Departamento de Ecologia da UFRN e coautor do estudo.
O mapeamento da Caatinga
Para determinação das “Áreas Prioritárias de Restauração da Caatinga”, os pesquisadores subdividiram a Caatinga em mais de 10 mil bacias de captação de chuva. Com ajuda das informações do Livro Vermelho da Flora Brasileira, publicado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, eles estimaram o número de espécies ameaçadas em cada uma das bacias de captação, assim como o grau de desmatamento dentro de cada bacia, além da importância da bacia para conectividade de todo o bioma.
O estudo concluiu que 939 das bacias da Caatinga, o que equivale a 9%, são consideradas de alta prioridade para restauração, sendo espalhadas por todos estados do Nordeste de prevalência do bioma. Além disto, 86 bacias foram consideradas de prioridade máxima para restauração, contendo mais de dez espécies de plantas ameaçadas e sendo essenciais para o deslocamento das espécies pela paisagem. “Para vocês terem uma ideia da importância deste exercício de priorização, nós detectamos que uma única bacia tem atualmente 106 espécies de plantas ameaçadas, plantas estas que só existem nesta área da Caatinga e em nenhum outro lugar do Brasil ou do Mundo. Se não restaurarmos e protegermos esta área com urgência, a humanidade vai perder estas espécies para sempre”, ressalta Fonseca.
Ainda de acordo com o pesquisador, “A Década da Restauração da ONU representa uma grande oportunidade para se estabelecer uma cadeia verde de produção de mudas e restauração, trazendo recursos e gerando empregos para a população da região”. O estudo ressalta que o mapeamento das áreas prioritárias de conservação pode ser usado pelos governos federal, estadual, municipal, ou mesmo por proprietários privados. “Ações de restauração podem contribuir muito para o desenvolvimento sustentável e para a justiça social”, conclui o pesquisador.
O Banco Central (BC) divulgou hoje (2) o passo a passo para que pessoas físicas e empresas saquem recursos esquecidos em instituições financeiras. O agendamento dos saques começará na próxima segunda-feira (7) para os nascidos antes de 1968 e para empresas abertas antes deste ano.
Segundo o balanço mais recente do BC, cerca de 114 milhões de pessoas a 2,7 milhões de empresas acessaram o sistema de consultas criado para o resgate do dinheiro. Desse total, 25,9 milhões de pessoas físicas e 253 mil empresas descobriram que têm recursos a receber.
No caso de existência de saldos residuais em instituições financeiras, o próprio site informou uma data e um horário de retorno para agendar a retirada. Essa etapa exigirá conta nível prata ou ouro do Portal Gov.br.
Confira abaixo o passo a passo para a retirada do dinheiro:
Passo 1
Acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo, sem esperar o dia 7 de março.
Passo 2
Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). Se o cidadão ainda não tiver conta nesse nível, deve fazer logo o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br. O BC aconselha ao correntista não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.
Passo 3
Ler e aceitar o termo de responsabilidade
Passo 4
Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem (tipo) do valor a receber. O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso. A primeira etapa da consulta só informava a existência de valores a receber, sem dar detalhes.
Passo 5
Clicar na opção indicada pelo sistema:
“Solicitar por aqui”: para devolução do valor via Pix em até 12 dias úteis. O usuário deverá escolher uma das chaves Pix e informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição.
“Solicitar via instituição”: a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada.
Importante: Na tela de informações dos valores a receber, o cidadão deve consultar os canais de atendimento da instituição clicando no nome dela.
Calendário
Quem nasceu antes de 1968 ou abriu a empresa antes desse ano poderá conhecer o saldo residual e pedir o resgate entre 7 e 11 de março, no mesmo site. A própria página informará o horário e a data para pedir o saque. Caso o usuário perca o horário, haverá uma repescagem no sábado seguinte, em 12 de março, das 4h às 24h.
Para pessoas nascidas entre 1968 e 1983 ou empresas fundadas nesse período, o prazo será de 14 a 18 de março, com repescagem em 19 de março. Quem nasceu a partir de 1984 ou abriu empresa nesse ano, a data vai de 21 e 25 de março, com repescagem em 26 de março. As repescagens também ocorrerão aos sábados no mesmo horário, das 4h às 24h.
Quem perder o sábado de repescagem poderá pedir o resgate a partir de 28 de março, independentemente da data de nascimento ou de criação da empresa. O BC esclarece que o cidadão ou empresa que perderem os prazos não precisam se preocupar. O direito a receber os recursos são definitivos e continuarão guardados pelas instituições financeiras até o correntista pedir o saque.
Após o pedido de saque, a instituição financeira terá até 12 dias úteis para fazer a transferência. A expectativa é que pagamentos realizados por meio do Pix ocorram mais rápido. Nesta primeira fase, estão sendo liberados R$ 3,9 bilhões esquecidos em instituições financeiras. Em maio, haverá uma nova rodada de consultas, com mais R$ 4,1 bilhões disponíveis.
Além dos valores residuais em bancos, o cidadão pode ter outras fontes de dinheiro esquecido, como cotas de fundos públicos, revisão de benefícios da Previdência Social, restituições na malha fina do Imposto de Renda e até pequenos prêmios de loterias. A Agência Brasil preparou um guia para facilitar a busca por recursos adicionais.
Com a tendência de melhora no cenário epidemiológico da covid-19 no Rio de Janeiro, o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, conhecido como Comitê Científico da prefeitura, deve avaliar na próxima reunião a necessidade do uso de máscara de proteção em locais fechados.A informação é do secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz.
De acordo com Soranz, a reunião do Comitê Científico estava marcada para o dia 14, mas foi antecipada para o dia 7 a pedido do prefeito, Eduardo Paes.
“Com um panorama epidemiológico mais favorável, nada mais correto do que a gente acompanhar esses dados com alteração das medidas. Claro que se em algum momento a gente ver aumento nos casos, nas internações, a gente pode voltar com alguma medida restritiva. Mas não é o que parece. Com uma alta cobertura vacinal, a gente está vendo outros países também retirando essas medidas restritivas, aqui no Rio de Janeiro não seria diferente”, disse o secretário.
Segundo o secretário, mesmo com as festas particulares e aglomerações que ocorreram na cidade durante o carnaval, os números da pandemia continuam controlados e com tendência de queda no Rio de Janeiro.
“A gente viu muitas aglomerações no período de carnaval, muitas pessoas se reunindo. A estratégia de limitar a entrada de turistas na cidade do Rio de Janeiro sem vacina funcionou. Para se hospedar na cidade é obrigado a apresentar o passaporte vacinal, para ir aos principais pontos turísticos é obrigado a apresentar o passaporte vacinal, certamente isso desestimulou a vinda de turistas não vacinados. A gente viu que a nossa cobertura vacinal segurou o cenário epidemiológico”.
“Justiça por Zaira”: esse foi o grito que ecoou na Praça Cristo Rei, no centro da cidade de Currais Novos, no final da tarde desta quarta-feira (2). Após três anos do assassinato da jovem Zaira Dantas, familiares e diversos amigos voltaram às ruas de Currais Novos em um ato silencioso para protestar. Aos 22 anos Zaira foi brutalmente assassinada em Caicó, no carnaval de 2019.
Faixas, camisas, cartazes, fotos, foram espalhadas no cartão postal de Currais Novos. A maioria dos participantes vestiram preto em forma de protesto. O ato foi organizado pela Marcha Mundial das Mulheres de Currais Novos e também aconteceu em Caicó, no local onde a jovem foi assassinada.
Ozanete Dantas, mãe de Zaira, fez questão de acompanhar o momento e pedir justiça. “Isso é o que clamo todas as noites: Justiça! Todos os dias eu me entrego nos braços de Deus. O meu sofrimento é grande, perco o sono… Peço que o processo possa acontecer de forma mais rápida, porque é uma agonia, uma ansiedade grande. Aproveito para agradecer a todos que aqui vieram pedir justiça pelo que aconteceu com minha filha”, contou em conversa com o Blog do Ismael.
A cidade mais limpa do Brasil, Acari, deverá ganhar no próximo sábado (5) o seu Centro de Artesanato Municipal. O espaço já está pronto, faltando apenas alguns detalhes e deverá funcionar no prédio histórico onde por muitos anos funcionou o Mercado Público Municipal. O local ganhou nova cara e receberá os artesãos do município.
De acordo com a primeira dama – em entrevista a Sidys TV, Renata Quirino, arquiteta da obra, a gestão procurou manter a originalidade do espaço que é um dos mais antigos da cidade, com mais de cem anos de edificação.
A programação de inauguração acontecerá neste sábado, às 18 horas, com um cerimonial preparado pela equipe do gabinete da prefeitura.
O senador Jean traz esclarecimentos sobre o que chama de informação inverídica. Leia nota completa:
Circula nas redes sociais informação inverídica de que os combustíveis não serão barateados porque eu teria recusado pedido do presidente para reduzir impostos federais. Obviamente, isso não tem fundamento.
De fato, houve a apresentação de uma emenda da senadora Soraya Thronicke que previa zerar a incidência de PIS/PASEP e COFINS sobre os combustíveis. Ocorre que a própria senadora não quis defender a ideia em plenário porque não há consenso sobre o tema no âmbito do governo federal. A equipe econômica não é simpática a essa ideia, que vai reduzir a arrecadação em R$ 20 bilhões.
Durante o debate do PLP 11/2020, o senador Telmário Mota pediu destaque da emenda, que foi prontamente acatada por mim para que votássemos a matéria naquele momento. Como a sessão foi suspensa, projetos e emenda não foram votados. O assunto deverá ser apreciado na sessão plenária do próximo dia 8 de março.
É necessário enfatizar que as alterações no ICMS e a possível redução de tributos federais são instrumentos coadjuvantes no “pacote legislativo” para reduzir os preços dos combustíveis.
A principal ferramenta contida nos projetos que relatamos e que impactará positivamente no custo dos combustíveis é a Conta de Estabilização de Preços, prevista no PL1472/2021. É ela que vai possibilitar a redução dos preços com a utilização das receitas extraordinárias obtidas pelo governo em virtude da própria alta do petróleo e dos derivados.
A Conta de Estabilização de Preços vai reduzir os custos para o consumidor final sem o uso de recursos gerais do orçamento, que devem ser utilizados na saúde, na educação, na segurança e em outras áreas para o bem estar de nossa população.
Relatório publicado ontem (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”.
De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.
“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento. “O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.
“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou.
Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.
Injustiça climática
De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.
“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.
O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.
“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.
O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.
Financiamento, tecnologia e compromisso
O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.
António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.
Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.
“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.
A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barato, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.
O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.
Atraso é morte
“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.
Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.
A organização da Marcha Mundial das Mulheres de Currais Novos realizará um ato silencioso para protestar e pedir Justiça no caso Zaira Cruz.
Vestidas de preto o ato será realizado na Praça Cristo Rei, em Currais Novos, às 17:30, nesta quarta-feira (2), dia em que Zaira foi brutalmente assassinada por um policial em Caicó, no carnaval de 2019. Também haverá um ato de protesto em Caicó, próximo ao local onde ocorreu o crime.
O caso
A jovem Zaira dos Santos Cruz, de 22 anos, foi encontrada morta dentro de um carro na cidade de Caicó no dia 2 de março de 2019, durante o carnaval. Amigos de Zaira informaram à Polícia que ela havia ido dormir no carro, mas quando um deles foi até o veículo para encontrá-la, constatou que estava desacordada. Ele acionou, então, o Corpo de Bombeiros. Ao chegar no local, Zaira já estava sem vida.
O laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) apontou que a jovem foi morta por asfixia mecânica.
O delegado titular da Delegacia Municipal de Caicó, Leonardo Germano, responsável pela investigação do assassinato da estudante Zaira Cruz revelou em março de 2019 que a universitária tinha sido vítima de feminicídio e dois estupros praticados por Pedro Inácio Araújo de Maria, preso no dia 15 de março de 2019.
O inquérito demonstrou que a jovem, de 22 anos, foi estuprada pelo investigado, primeiramente, no mês de agosto de 2018, fato não denunciado na oportunidade, mas constatado na investigação. “No dia 02 de março de 2019, Zaira Cruz encontra-se com Pedro Inácio no carnaval de Caicó. Ele fica com a vítima, dentro de um veículo, entre 2h14min e 3hs da madrugada. Neste lapso temporal, Pedro Inácio tenta ter relação sexual com a universitária, porém ela nega. Diante da negativa de Zaira, ele a estupra e depois decide matá-la. Por volta das 3hs, Zaira é encontrada morta dentro do veículo, no banco do passageiro”, detalhou o delegado Leonardo Germano.
As investigações da Polícia Civil revelaram que o estupro sofrido por Zaira Cruz, no mês de agosto, foi compartilhado pela vítima em conversas com pessoa próxima a ela. A universitária relatava que Pedro Inácio tentou manter relação sexual, sem uso de preservativo, no mês de agosto de 2018, e que, em razão da negativa dela, ele a violentou.