O blogueiro João Marcolino foi vítima de uma tentativa de homicídio nesta terça-feira (19), na cidade de Caraúbas, região Oeste potiguar. Os bandidos realizaram diversos disparos contra o carro da vítima.
João Marcolino estava na frente de uma escola conversando com amigos, quando os criminosos chegaram de carro. Ao perceber a movimentação estranha, o blogueiro se abraçou com uma criança. João soltou a criança e correu para o carro, que por ser blindado evitou que o dono do Blog do João Marcolino fosse morto.
O Rio Grande do Norte possui 160 óbitos decorrentes da infecção provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), segundo o boletim epidemiológico atualizado pela Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap) nesta terça-feira (19). São 12 novas mortes registradas em 24 horas. Há 52 óbitos em investigação.
A Sesap ainda informou que são 3.483 infectados, 10.699 casos suspeitos, e 7.988 descartados. Em todo o estado, são 992 pessoas curadas da infecção. A taxa de isolamento cresceu para 47,93%. O RN tem ainda 395 pessoas internadas com suspeita ou confirmações da doença.
Também de acordo com a Sesap, o estado tem 54 solicitações de internação por causa da Covid-19. Destas, 4 são pacientes classificados como prioridade “1”, os mais graves e que necessitam de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs); 10 são classificados como prioridade “2”, que também são pacientes graves; e 44 classificados como prioridade “3”, pacientes com quadro clínico de média complexidade.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) também participou da coletiva e informou que tem um prisioneiro com Covid-19. O homem está sozinho na cela e seu caso não é considerado grave. Entre os funcionários, são 14 servidores confirmados com o coronavírus e 74 casos suspeitos, todos estão cumprindo a quarentena de casa.
Leitos
A taxa de ocupação nos leitos do RN para tratamento de Covid-19 está distribuída da seguinte forma:
Região Oeste: 94% dos leitos estão ocupados;
Região Metropolitana de Natal: registro de 97% de ocupação
Região Seridó: 61% dos leitos ocupados
Pau dos Ferros: 100% dos leitos ocupação
Em Pau dos Ferros, todos os quatro leitos foram ocupados, mas a Sesap já encomendou 6 novos respiradores para aumentar para 10 leitos na região.
O juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara Federa Cível de Brasília, negou um pedido em ação popular para que fosse anulada a nomeação do delegado Rolando Alexandre de Souza como diretor-geral da Polícia Federal (PF).
A suspensão da nomeação havia sido pedida pelo advogado Rubens Alberto Gatti Nunes, que coordena o grupo Movimento Brasil Livre (MBL). Rolando de Souza foi nomeado e empossado em 4 de maio, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter anulado a nomeação de Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para o cargo.
Moraes impediu a posse de Ramagem após o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ter pedido demissão alegando interferência política na PF por parte do presidente Jair Bolsonaro, a quem compete nomear o diretor-geral.
Para o MBL, a nomeação de Rolando de Souza, que trabalhava com Ramagem na Abin, foi um meio encontrado pelo governo para burlar a decisão do Supremo, o que foi negado pela Advocacia-Geral da União (AGU) na ação popular.
Ao não anular a nomeação de Rolando de Souza, o juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro reconheceu a “gravidade da denúncia” feita por Moro, cujas alegações justificaram a anulação da nomeação de Ramagem e a abertura de inquérito no Supremo.
O magistrado afirmou, porém, que não poderia estender a Rolando de Souza as suspeitas que recaem sobre Alexandre Ramagem, “como se fosse possível presumir que ambos seriam cúmplices de alguma empreitada ilícita ou criminosa, ainda em estágio inicial de apuração”.
Entendimento em contrário resultaria na “colocação sob suspeição de todo e qualquer delegado que viesse a ser nomeado pelo Presidente da República”, acrescentou o juiz federal. Para ele, uma nova suspensão anularia, indevidamente, a competência presidencial de nomear o diretor-geral da PF.
O setor do turismo está entre os mais afetados da economia brasileira com a crise causada pela pandemia da Covid-19. E, sendo esta uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Norte, o setor ganhou destaque na reunião desta segunda-feira (18) da Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus da Assembleia Legislativa. Em mais um encontro por webconferência, os deputados estaduais integrantes do colegiado debateram o tema com o empresário George Gosson.
Em sua apresentação, George relatou a importância das medidas que foram tomadas na tentativa de conceder crédito aos empreendedores, citou a importância do Governo do Estado ter uma política mais agressiva para a manutenção dos eventos já conquistados para o Centro de Convenções quando a pandemia passara, e cobrou planejamento para a retomada e a busca por novos produtos turísticos como forma de atrair a volta dos visitantes que já conheceram o RN.
O empresário diz que, no segundo momento, será preciso investir na divulgação em cidades polos nacionais de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, por exemplo. Somente na terceira etapa que deve se começar a pensar no mercado internacional. Além disso, continuou, é preciso “renovar os produtos turísticos dos principais destinos do Estado”.
George lamentou ainda que Natal esteja pecando no que considerou o mais básico. “A Fortaleza dos Reis Magos está fechada. Porque não termina? É nossa joia do turismo cultural. Não dá para fazer turismo religioso sem resgatar a cultura. Você sai da Fortaleza, poderia ir em direção ao Museu da Rampa, mas também não foi concluído. Isso tem que ter um fim. O acervo da Fundação Rampa foi para Parnamirim. Na Ribeira e Cidade Alta para estacionar um ônibus é muito difícil. São pequenas questões, mas que precisam de menos recurso e mais dedicação da gestão pública para resolver”, disse.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Natal explorar mais o turismo religioso, George Gosson relembrou que nesta segunda-feira (18) o Papa João Paulo II, declarado Santo pela Igreja Católica, completaria 100 anos. E não há nenhuma referência sobre ele no Estado, mesmo este tendo passado por Natal quando ocupou o principal posto do catolicismo.
Para o presidente da Comissão, deputado Kelps Lima (SDD), “Natal é um polo turístico nacional, mas não vê a criação de novos produtos, nem de políticas públicas para novos produtos. Vivemos do sol e mar, praias, e turistas se hospedando em Natal e indo para praias em outras cidades durante o dia”. O parlamentar citou o exemplo do município de Santa Cruz, “que virou polo turístico por política pública municipal. Não era referência de turismo. Criou um produto fruto de política pública e transformou a cidade”.
O deputado Hermano Morais (PSB) demonstrou preocupação com o futuro do turismo no RN, por ser “a principal indústria” do Estado. O parlamentar classificou o atual momento vivido pelo setor como uma “tragédia”. O deputado Tomba (PSDB), também destacou a importância de se investir no turismo religioso e cobrou a abertura de linhas de crédito para a recuperação do setor.
Francisco do PT disse que, além do turismo religioso, o RN ainda pode oferecer o turismo de aventura e ecológico, por causa da geografia de determinadas áreas do Estado. O parlamentar enfatizou ainda a criação de um geoparque no Seridó, justamente para explorar esta atividade. O deputado Getúlio Rêgo (DEM) também participou da reunião da comissão.
Pároco de Santana, Padre Cláudio, confirmou nesta segunda-feira (18), depois de conversa com Conselho Paroquial, que a Festa de Santana 2020 acontecerá no período tradicional em Currais Novos.
“Excepcionalmente vai acontecer sem a presença dos fiéis, mas será transmitida a cerimônia através das Lives, como página no Facebook, na Tv Cristo Reis, Rádio Currais Novos e YouTube”, acrescentou o sacerdote. Em data fixa, de 16 a 26 de julho, a Padroeira do Seridó será celebrada na capital da chelita.
O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, recuou 1,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2019. A queda interrompe a trajetória de crescimento iniciada no primeiro trimestre de 2017. O dado é do Monitor do PIB, divulgado hoje (18) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a FGV, o PIB cresceu 0,1% na comparação com o primeiro trimestre do ano. Considerando-se apenas o mês de março, que foi quando começaram as medidas de isolamento para combater a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o PIB caiu 5,3%, na comparação com fevereiro, e 1,1% na comparação com março do ano passado.
Em relação ao primeiro trimestre de 2019, o consumo das famílias cresceu 0,2% no primeiro trimestre deste ano. Já a formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, caiu 0,2% no período. O mesmo aconteceu com as exportações, que recuaram 3,8%. As importações, ao contrário das exportações, cresceram 5,3% no período.
Saúde
Nesta edição do Monitor do PIB, a FGV fez uma análise especial do sistema de saúde. Em conjunto as atividades de saúde pública e privada representavam, de acordo com o IBGE, 4,3% do PIB em 2017, sendo a saúde pública responsável por 2% e a saúde privada pelos outros 2,3%. Em março, a atividade de saúde pública caiu 2,7%, na comparação com março de 2019. Já a atividade de saúde privada retraiu 0,6%, no período.
Segundo a FGV, as quedas de produção da atividade de saúde, tanto pública quanto privada, estão, provavelmente, associadas ao adiamento de consultas e exames devido ao isolamento social dos 15 últimos dias do mês de março.
Uma mãe e uma filha foram mortas a tiros neste domingo (17), em Mossoró, na região Oeste potiguar. As vítimas, identificadas como Maria Clécia Ferreira da Silva, de 49 anos, e Jackeline Ferreira da Silva, de 21, estavam em casa, quando foram abordadas pelo assassino.
O assassinato aconteceu no bairro Aeroporto. A polícia não descarta que a motivação do crime pode ter sido por uma disputa pela guarda do filho de Jackeline, com o pai da criança.
O criminoso entrou na casa e realizou diversos disparos contra Jackeline Ferreira. Ao ver o crime, sua mãe, Maria Clécia, resolveu fugir, mas foi alcançada pelo assassino, que efetuou vários tiros na cabeça dela. A polícia investiga agora se a motivação realmente foi a disputa pela guarda.
O pagamento da 2ª parcela do auxílio emergencial de R$ 600, criado para minimizar o impacto social gerado pela pandemia do novo coronavírus e direcionado a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs) que se cadastraram no programa, começa nesta segunda-feira (18). Quem tem Bolsa Família vai receber primeiro.
Quem tem conta poupança social digital aberta pela Caixa vai ter o dinheiro depositado na próxima quarta-feira, dia 20, mas só vai poder sacar o dinheiro a partir do dia 30. Os demais informais que vão receber o benefício também só poderão fazer saques a partir do dia 30. Os saques poderão ser feitos nas agências da Caixa ou em lotéricas. Não há data prevista para a terceira parcela.
Segundo o governo, 58 milhões de pessoas estão aptas a receber o auxílio em todo o país. Desse total, 28 milhões não recebiam qualquer benefício social e se inscreveram pelo site da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Auxílio Emergencial.
Veja o calendário:
Beneficiários do Bolsa Família
NIS de final 1: 18 de maio/ NIS de final 2: 19 de maio/ NIS de final 3: 20 de maio/ NIS de final 4: 21 de maio/ NIS de final 5: 22 de maio/ NIS de final 6: 25 de maio/ NIS de final 7: 26 de maio/ NIS de final 8: 27 de maio/ NIS de final 9: 28 de maio/NIS de final 0: 29 de maio
Para depósito em conta
nascidos em janeiro e fevereiro: 20 de maio/nascidos em março e abril: 21 de maio/nascidos em maio e junho: 22 de maio/ nascidos em julho e agosto: 23 de maio / nascidos em setembro e outubro: 25 de maio/ nascidos em novembro e dezembro: 26 de maio
Para saque
nascidos em janeiro: 30 de maio/ nascidos em fevereiro: 1 de junho/ nascidos em março: 2 de junho/ nascidos em abril: 3 de junho/ nascidos em maio: 4 de junho/ nascidos em junho: 5 de junho/ nascidos em julho: 6 de junho/ nascidos em agosto: 8 de junho/ nascidos em setembro: 9 de junho/ nascidos em outubro: 10 de junho/ nascidos em novembro: 12 de junho/ nascidos em dezembro: 13 de junho
A Caixa lembra que o saque pode ser feito nos caixas eletrônicos do banco, nas unidades lotéricas e nos correspondentes Caixa Aqui. É importante levar um documento de identificação para facilitar a retirada.
Alunos do curso de Mecatrônica, do Instituto Federal de Ensino do Rio Grande do Norte (IFRN) através do Projeto Cafecitosrobots, doou 10 protetores faciais para o setor de Serviço Social do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). Os protetores foram entregues na manhã deste domingo (17) e já estão em uso.
Apesar do Walfredo Gurgel não ser referência para atendimento e assistência de pacientes contaminados pelo coronavírus, as assistentes sociais são um dos primeiros contatos com as vítimas do trauma que adentram o Pronto Socorro Clóvis Sarinho (PSCS) e que podem apresentar insuficiência respiratória aguda grave, com suspeita de causa pelo Covid-19. No HMWG o projeto também já dou para técnicos de enfermagem e médicos em um total de 45 protetores faciais.
A ex-professora do IFRN e uma das pessoas a frente do projeto, Ariadne Canela, conta que a ideia de montar os protetores surgiu, há cerca de dois meses, a partir da iniciativa de dois alunos do curso de Mecatrônica, do IFRN de Parnamirim (@caiocarlos15 e @cafecitosrobots). O incentivo para a empreitada foi a dificuldade dos profissionais de saúde em adquirir EPIs, neste período de pandemia.
Ariadne conta que o projeto criou corpo e proporção, com o apoio dos professores João Maria Araújo, Zulmar Junior e do ex-aluno do curso, Daniel Santiago. O Time colabora com orientações sobre o uso e manuseio dos equipamentos (para confecção dos protetores), logística de atendimento e assistência ao projeto.
Até o momento, o grupo já produziu e distribuiu cerca de 650 protetores faciais que, além do HMWG, também beneficiaram o Hospital São Camilo (em São Gonçalo do Amarante), Hospital Giselda Trigueiro, Estratégia Saúde da Família (ESF) Selma Pereira de Araújo – Dom Marcolino, Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Barra de Maxaranguape, Cidade Satélite e Pitimbú, Hospital Santa Catarina, Hospital Municipal de Goianinha, Hospital João Machado, Maternidade Januário Cicco, entre outros.
Caso alguma unidade de saúde esteja precisando dos protetores faciais e queiram receber a doação do grupo, é necessário preencher o formulário disponibilizado no perfil @caiocarlos15. Ariadne ressalta que os protetores são montados e desenvolvidos a partir das recomendações do Ministério da Saúde (MS) e Vigilância Sanitária, fabricados em material leve, transparente, permite o reuso por ser lavável (com água e sabão ou álcool gel), porém, não eliminam a necessidade de uso da máscara.
A Polícia Federal vai investigar o relato do empresário Paulo Marinho à Folha sobre suposto vazamento de uma investigação da Polícia Federal ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Além de apurar o vazamento, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) a PF vai ouvir o depoimento de Marinho no inquérito já aberto para investigar, com base em acusações do ex-ministro Sergio Moro (Justiça), se o presidente Bolsonaro tentou interferir indevidamente na corporação.
O caso agora passa a ser objeto da investigação instaurada com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir do rompimento entre Moro e o presidente. Ainda não há data para esse depoimento.
Após apuração da PF nesse inquérito, a PGR avalia se haverá acusação contra Bolsonaro. Caso isso ocorra, esse pedido vai para a Câmara, que precisa autorizar sua continuidade, com voto de dois terços.
Em caso de autorização, a denúncia vai ao STF – que, se aceitar a abertura de ação penal, leva ao afastamento automático do presidente por 180 dias, até uma solução sobre a condenação ou não do investigado.
Hoje rompido com os Bolsonaros, Marinho é suplente de Flávio no Senado e pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio. Ele foi um dos mais importantes e próximos apoiadores de Bolsonaro na campanha.
Ele não apenas cedeu sua casa no Rio de Janeiro para a estrutura de campanha do então deputado federal, que ainda hoje chama de “capitão”, como foi candidato a suplente na chapa de Flávio ao Senado.
Na entrevista a Mônica Bergamo, colunista da Folha, o empresário disse que, segundo ouviu do próprio filho do presidente, um delegado da Polícia Federal antecipou a Flávio em outubro de 2018 que a Operação Furna da Onça, então sigilosa, seria realizada.
Essa operação, segundo ele, teria sido “segurada” para que não atrapalhasse Bolsonaro na disputa eleitoral. De acordo com o relato, Flávio foi avisado entre o primeiro e o segundo turnos por um delegado simpatizante da candidatura de Bolsonaro à Presidência.
Os desdobramentos da operação revelaram um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio e atingiram Fabrício Queiroz, policial militar aposentado amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor de Flavio na Assembleia.
O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro. Segundo o relato, ambos foram exonerados em 15 de outubro de 2018 por ordem do então candidato Bolsonaro.
Neste domingo (17), em nota, a PF afirmou que a reportagem aponta “a eventual atuação em fatos irregulares, de pessoa alegadamente identificada como policial federal, no bojo da denominada operação”.
Segundo a PF, a operação policial foi deflagrada no Rio em 8 de novembro de 2018, tendo os mandados judiciais sido expedidos pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2° Região), a partir de representação do Ministério Público Federal, em 31 de outubro, “portanto, poucos dias úteis antes da sua deflagração”.
Também neste domingo o juiz federal Abel Gomes, relator da operação Furna da Onça no TRF-2, afirmou em nota que operação foi adiada para não interferir no resultado das eleições de 2018.
Ainda segundo a PF, uma notícia anterior de vazamento da operação foi apurada por meio de um inquérito já relatado —a nota da PF não diz quais foram as conclusões dessa apuração.
A pedido da PGR, Miguel Ângelo Braga Grillo, o coronel Braga, chefe de gabinete de Flávio, também terá de prestar depoimento à PF. Segundo disse Marinho, ele teria recebido um telefonema desse delegado da PF e ido até o local em que a informação sobre a operação foi vazada.
Outro pedido da PGR é para a obtenção da cópia integral, em meio digital, do inquérito da PF que já apurou, em outra oportunidade, supostos vazamentos relativos à Furna da Onça.
Em reação às revelações feitas à Folha, senadores e deputados cobraram neste domingo investigação para apurar se Flávio foi informado antes pela Polícia Federal sobre a operação.
Líder da minoria no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou as declarações como “gravíssimas” e afirmou que elas revelam “a interferência de Bolsonaro e de sua família na PF antes mesmo do início de seu governo”.
Assim como Randolfe, a defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro também estudava pedir o depoimento de Marinho no inquérito. A avaliação é a de que o relato pode reforçar a narrativa de Moro.
O ex-ministro da Justiça disse em depoimento à PF que Bolsonaro queria interferir na corporação. “Espero que os fatos revelados, com coragem, pelo Sr. Paulo Marinho sejam totalmente esclarecidos”, afirmou Moro em seu perfil no Twitter neste domingo.
Oposicionistas também foram às redes sociais para propor a criação de uma CPI e a anulação da última eleição.
O candidato derrotado no pleito presidencial de 2018, Fernando Haddad, postou em rede social: “Conforme suspeita, suplente de Flávio Bolsonaro confirma que PF alertou-o, entre o 1° e o 2° turno, de que Queiroz seria alvo de operação, que foi postergada para evitar desgaste ao clã durante as eleições. Isso se chama fraude!”
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) usou a mesma rede social para se manifestar.
“Fraude eleitoral! A operação que revelou o esquema das rachadinhas gerenciadas pelo Queiroz no gabinete do Flávio Bolsonaro foi adiada pela PF para depois da eleição presidencial para não prejudicar o chefe da máfia, Jair Bolsonaro. CPI já para investigar esse crime”, escreveu o congressista.
O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL (Movimento Brasil Livre) afirmou que a denúncia é grave.
“Sendo comprovada, o TSE pode cassar a chapa de Bolsonaro e Mourão, dando margem para que ainda em 2020 haja novas eleições presidenciais, pois se trata de uma clara interferência da PF do Rio no pleito”, publicou Kataguiri.
Essa não é a primeira vez que é levantada a suspeita de vazamento na operação Furna da Onça.
No momento da prisão dos investigados em novembro de 2018, os policiais encontraram um cenário com casas sem computadores, WhatsApp sem conversas e um investigado vestindo roupa social às 6h com um diploma devidamente separado.
Com base nesses indícios, o juiz federal Abel Gomes converteu em prisão preventiva (sem prazo para acabar) a prisão temporária de dez investigados, entre eles seis deputados. Na ocasião, o magistrado também manteve outros três parlamentares na cadeia.