Homem mata casal que teria infectado o pai dele com covid-19

Um casal foi morto a tiros em Itumbiara, sul de Goiás, após ser acusado de transmitir o coronavírus a outra família da região. Flanklaber Silva e Silva, de 40 anos, e Marilia Silva e Silva, de 37 anos, foram alvejados pelo menos 19 vezes. O crime ocorreu na terça-feira (17/8). O filho de uma das vítimas também foi baleado, mas sobreviveu ao ataque.

Flanklaber morreu no local. Já Marilia chegou a ser socorrida e levada ao hospital municipal, mas não resistiu. Ela foi atingida por diversos disparos, entre eles um no rosto. O sobrevivente, também socorrido em Itumbiara, foi transferido para Goiânia. Não há informações sobre o estado de saúde dele.

À Polícia Civil, o jovem, de 21 anos, contou que os três vinham recebendo ameaças de um conhecido. De acordo com o relato, o homem queria vingar a morte do pai e do irmão por covid-19. O atirador supunha que a contaminação dos familiares teria sido responsabilidade das vítimas.



Servidores e controlador são ouvidos em CPI da Covid sobre compra de testes e reagentes

ALRN/ Foto Ilustrativa

A CPI da Covid da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizou mais uma reunião na tarde desta quarta-feira (18). O grupo ouviu servidores do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) e o controlador-geral do Estado, Pedro Lopes. O foco principal foi a avaliação de contratos de compra de reagentes e testes swab pelo laboratório.

Na condição de testemunhas, foram ouvidos os servidores Magaly Cristina Bezerra Câmara, diretora-geral do Lacen, e Francisco de Assis da Silva, que é assistente técnico de Saúde do laboratório. Nos questionamentos, os parlamentares buscaram informações sobre como se deu desde o início do processo de compra até o recebimento e distribuição dos produtos adquiridos. Ambos os depoentes, que não são investigados, negaram que tivessem recebido qualquer tipo de pressão externa durante suas atividades.

A diretora Magaly Cristina foi questionada, principalmente, acerca do processo para escolha da empresa que foi contratada para fornecer os produtos. A servidora disse que nao tinha respostas sobre alguns questionamentos porque alegou não ter participado diretamente do encaminhamento de pedidos de preços para os produtos, o que foi alvo de questionamentos dos deputados. Segundo o deputado Tomba Farias (PSDB), que substituía o deputado Gustavo Carvalho (PSDB) na reunião, não estavam no processo os emails que deveriam ser encaminhados a empresas para a cotação de preços. A servidora disse que estranhou o fato, mas que não tinha informações sobre a situação.

Outro ponto discutido foi com relação ao quantitativo. O presidente da CPI, deputado Kelps Lima (Solidariedade), questionou a servidora, entre outros assuntos, sobre qual a metodologia utilizada para definir o quantitativo. “Sabemos que era um momento diferente, mas não há a justificativa sobre como se chegou ao valor solicitado”, disse o deputado, que fez outra observação. “E o mais interessante é que somente a empresa que foi contratada havia encaminhado a certidão necessária para que ela pudesse ser contratada”, apontou.

O relator, deputado Francisco do PT, questionou sobre as referências da empresa contratada, se ela já havia fornecido o mesmo serviço a outros estados. “Sim, outros estados e também para a iniciativa privada no Rio Grande do Norte”, explicou Magaly Cristina. “A quantidade contratada foi utilizada e ainda foram necessários mais testes, devido à alta demanda”, pontuou o relator.

Outro ponto discutido foi com relação ao peso da mercadoria entregue ao Lacen. Nas notas fiscais havia a indicação de pesos do material entregue, mas, segundo o deputado Kelps Lima, havia uma discrepância significativa na carga discriminada e no quantitativo de cada uma. Segundo o parlamentar, o volume de 250 pacotes com os cotonetes utilizados para o swab pesava 18kg, enquanto um com o mesmo produto, mas com 200 pacotes, pesava 20kg, e outro com 300 tinha o peso de 34kg. Questionada sobre a situação, a diretora-geral do Lacen disse que não tinha informações sobre o peso da mercadoria e que não poderia contribuir. O mesmo foi dito pelo funcionário Francisco de Assis da Silva, que confirmou o recebimento e a contagem da mercadoria, mas que não havia pesado a carga e desconhecia os valores discriminados na nota fiscal.

“Seria importante essa conferência porque sabemos que o servidor não abrirá as caixas e fará a contagem de milhares de cotonetes. Para aferir se a mercadoria estava de acordo com o que foi comprado, deveria ser pesado. Como o Lacen afirmou aqui que não pesa, e o peso faz a diferença nesse caso, não há como explicar essa situação”, disse Kelps Lima.

O deputado George Soares (PL), que também faz parte da comissão, sugeriu que fosse solicitado à Sesap informações sobre os testes utilizados. Para ele, essa seria uma forma segura de se auditar se os testes foram entregues ou não. “Se os testes foram feitos, se a quantidade de exames realizados bate com a quantidade do material comprado, acaba-se a dúvida”, disse o deputado, que recebeu o apoio dos demais representantes da CPI.

Ainda na reunião, o controlador-geral do Estado, Pedro Lopes, foi ouvido. Ele falou sobre as circunstâncias para os contratos referentes ao enfrentamento à covid-19, a excepcionalidade das contratações durante a pandemia e sobre as garantias legais para contratos com dispensa de licitação.

Para a quinta-feira (19), a partir das 14h, a CPI da Covid terá depoimentos do diretor administrativo da Sesap, Derley Galvão de Oliveira, e da técnica de enfermagem da Sesap Cristiane Felinto Leal Torres, que também vão falar sobre contrato de aquisição de testes swab e reagentes pelo Lacen.



Polícia Civil elucida homicídio em São Fernando e prende três suspeitos

Marcos Matheus e Antônio Marcos (de óculos) mataram a vítima a pauladas

A Delegacia Municipal de Caicó divulgou, nesta quarta-feira (18), a elucidação do crime de homicídio ocorrido no Sítio Santa Bárbara, zona rural de São Fernando, que vitimou Carlos Inácio de Medeiros, 49 anos. 

Após o recebimento de informações fornecidas pela família de que a vítima estaria desaparecida desde o dia 15 de agosto, foi instaurada uma investigação policial que constatou se tratar de um homicídio. Os principais suspeitos da autoria do crime seriam os trabalhadores e residentes da propriedade rural da vítima.

Nesta terça-feira (17), foram iniciadas diligências, com apoio da Polícia Militar, na cidade de São João do Sabugi, para prender os suspeitos do crime. Na ação, foram detidos: Marcos Matheus dos Santos, 19 anos, e Antônio Marcos Souza dos Santos, 18 anos, que estavam escondidos em um matagal, na zona rural do município.

A dupla confessou o homicídio, praticado na residência da vítima, com golpes de madeira, e indicaram o local onde teriam enterrado o corpo do homem. Os suspeitos ainda tentaram destruir provas e modificar a cena do fato com ajuda de um terceiro suspeito.

Dando continuidade à ação, o terceiro suspeito, que ofereceu apoio aos suspeitos e teria ajudado na adulteração da cena do crime e na destruição de provas, foi identificado como José Saraiva de Andrade, 39 anos, sendo localizado e detido na cidade de Jardim de Piranhas.

Marcos Matheus e Antônio Marcos foram autuados em flagrante pelos crimes de homicídio doloso qualificado, crime de fraude processual e ocultação de cadáver. José saraiva foi autuado em flagrante, também pelo crime de fraude processual, além de favorecimento pessoal de real.  Eles foram encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça.

A Polícia Civil pede que a população continue enviando informações de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181 ou pelo Whatsapp (84) 3421-6029 (Delegacia Municipal de Caicó).



Associação de Moradores e Produtores da Barragem Barra do Sabugi emite Nota de Apelo ao IGARN

NOTA DE APELO
À diretoria do IGARN.

Nós que moramos e vivemos como moradores ou produtores as margens da BARRAGEM BARRA DO SABUGI (Barragem Joarimar), dependemos também da água da barragem, consequentemente, da água liberada do Açude de Santo Antônio e Barragem de Carnauba.

Nós não somos só gado ou capim, somos também gente, somos humanos, formamos famílias e ainda temos nossa produção em leite, carnes bovina e ovina, aves e outros alimentos. A água é vital para nós e todo ser vivo, no entanto, nossa comunidade está sendo discriminada ao não ter a barragem beneficiada com a água liberada.

É uma injustiça não termos nossa barragem reabastecida, já que foi uma luta de todos, e só a nossa, não ter direito a esse benefício. Acreditamos que o volume/hora de água liberada, está sendo consumida no seu curso, o que impossibilitou o transbordamento da barragem a jusante.

Estamos APELANDO e clamando pela compreensão e prorrogação da liberação da água num volume que possamos também recebe-la. Estimamos que temos apenas pouco mais de 30% da capacidade da barragem, que é muito pouca, tendo em vista a alta evaporação que se seguirá nos próximos meses e a pouca profundidade da mesma, o que a torna ainda mais vulnerável.

Agradecemos a compreensão e rogamos pelo atendimento a nossa solicitação.
Caicó, 18 de agosto de 2021.
Ass.: Associação de Moradores e Produtores da Barragem Barra do Sabugi (Barragem Joarimar)



Prefeito de Caicó, Dr. Tadeu vai fortalecer a Juventude Tucana

Presidente do PSDB Jovem do RN, Geyson Barbosa se reuniu com o prefeito mais jovem do partido para traçar ampliação

O PSDB potiguar triplicou o número de prefeitos no Rio Grande do Norte passando 10 eleitos em 2016 para 31 em 2020 – crescimento de 310%. Os resultados confirmam a tendência de ampliação e articulação do partido em todo Estado. Sob a liderança do deputado Ezequiel Ferreira, presidente do PSDB-RN, foram eleitos, além dos 31 prefeitos, 25 vice-prefeitos e 244 vereadores.

A Juventude Tucana no Rio Grande do Norte também será fortalecida. O atual presidente, vereador Geyson Barbosa (Bento Fernandes) se reuniu nesta terça-feira (17) com o prefeito mais jovem do PSDB potiguar. Médico Dr. Judas Tadeu, que venceu as eleições em Caicó, com 27 anos. Dr. Tadeu administra o sexto maior município do Estado, que tem hoje quase 70 mil habitantes.

“É com muita honra que a Juventude Tucana terá Dr. Tadeu, prefeito da capital do Seridó como militante e participante. É uma liderança jovem de Caicó e da região, que vem fazendo um grande trabalho e tem aprovação de quase 60% dos caicoenses. Como mostrou a pesquisa TS2/Soluções divulgada recentemente na imprensa”, comentou Geyson Barbosa, presidente do PSDB Jovem no Rio Grande do Norte.

“Fui convidado para ingressar no PSDB pelas mãos do presidente da sigla, deputado Ezequiel Ferreira, que vem fazendo um grande trabalho no Estado para o partido crescer. Em Caicó além da Prefeitura, também foi eleito Ivanildo do Hospital presidente da Câmara e mais três vereadores. Vamos incentivar os jovens a entrarem na política e ajudar a renovar as políticas públicas”, afirmou o prefeito Dr. Tadeu, que esteve na Sede do PSDB RN, no Tirol Way, em Natal.

A presidente nacional da JPSDB, Júlia Jereissati e o coordenador de comunicação do segmento Nacional, Ítalo Gusmão também estão ajudando a ampliação da Juventude no Rio Grande do Norte, que tem total apoio do Diretório Estadual.

“O PSDB é uma legenda de importância nacional, que colabora com a nossa democracia e apresenta projetos capazes de melhorar a vida dos nossos jovens. Aqui, no Rio Grande do Norte, seguimos nessa mesma linha, com foco na contribuição para o crescimento do Estado e dos nossos municípios. Agora Geyson Barbosa e o prefeito Dr. Tadeu, juntos aos demais vereadores e militantes farão um trabalho na expectativa de um futuro melhor”, afirmou Ezequiel Ferreira, que também é presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

Em 2020, o PSDB elegeu além do prefeito de Caicó, Dr. Tadeu aos 27 anos, cerca de 25 vereadores com menos de 30 anos, em todas as regiões do Estado. A prefeita de Lagoa de Velhos, Sonyara Ferreira foi reeleita aos 29 anos pelo PSDB. O jovem Cleonaldo Júnior concorreu aos 29 anos em Vera Cruz, na região Metropolitana e conquistou 40% dos votos. Já a dentista Geyse Murian, ex-vice-prefeita de Lagoa Salgada teve 42,76% dos votos para prefeita.



Currais Novos: polícia investiga morte de homem que teria sido mordido por jumento

O homem teria passado mal e, após isso, foi atacado pelo animal
Créditos: Reprodução

Um homem de 39 anos morreu na zona rural de Currais Novos, município do Seridó potiguar. As circunstância da morte ainda estão sendo apuradas, mas populares afirmam que a vítima teria sido atacada por um jumento. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do município.

O corpo do homem, identificado como João Paulo Celestino da Silva, foi encontrado por populares, que acionaram a Polícia Militar. De acordo com o Centro de Operações da PM, os populares afirmaram que a vítima estava no chão, próximo ao jumento, que estava amarrado.

“A vítima todos os dias mudava o animal de lugar, numa espécie de ciclo, mas sempre garantindo o alimento e sempre deixando o animal amarrado. Provavelmente o homem foi fazer essa mudança de local e o animal deve ter o mordido na perna e depois o derrubado e pisoteado ao passo que desferia outras mordidas em outras partes do corpo”, afirmou o sargento Jarbas, que esteve no local.

O homem era residente do sítio Pedra Preta, local onde a ocorrência registrada. O corpo da vítima apresentava diversas escoriações pelo corpo e um ferimento de grande proporção no pescoço, área apontada pelos populares como a mordida pelo animal. A Polícia Civil local foi acionada e deve investigar o caso. O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) foi acionado ao local para recolher o corpo.

Tribuna do Norte



Privacidade: Código 0303 pode ser criado para identificar ligações de telemarketing

(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu consulta pública sobre a proposta de definir o código 0303 para ligações de telemarketing. A Consulta Pública nº 41/2021 recebe contribuições até o dia 29 de setembro.

Com o código, o consumidor poderá identificar ligações de oferta de produtos e serviços. “O uso padronizado dessa numeração será uma ferramenta importante para o consumidor na identificação das chamadas de telemarketing”, explica a Anatel.

A agência acrescenta que a proposta decorre de trabalhos desenvolvidos pela Anatel com as prestadoras de serviços de telecomunicações.

Para enviar sugestões, o cidadão deve clicar em “contribuir” na página da consulta pública.

Agência Brasil



CPI da Arena das Dunas ouve representantes da Control sobre auditoria em contrato

Presidente da ALRN Ezequiel Ferreira/ Foto Ilustrativa

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Arena das Dunas teve nova reunião na tarde desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Os parlamentares ouviram o controlador-geral do Estado, Pedro Lopes Neto, e auditor de controla interno do Estado, Marcos José Moura Fagundes, que fizeram observações sobre o relatório da Control acerca do contrato do Governo do Estado e a Arena das Dunas.

Durante 25 minutos, o controlador-geral expôs detalhamento sobre o estudo feito pela Control, discutindo o teor do contrato do Estado com a Arena das Dunas e apontando, mais uma vez, que foi identificado suposto pagamento acima do que estaria justificado no contrato, seja com relação ao pagamento pelo financiamento da obra ou sobre o pagamento da parcela variável. Ao todo, o pagamento mensal, de acordo com a Control, é de R$ 11,9 milhões. Segundo Pedro Lopes, o Estado, nos termos atuais, pode pagar até R$ 361,2 milhões a mais pelo financiamento contratado para a construção do estádio. Além disso, houve também a discussão sobre a parcela variável à Arena.

Segundo os representantes do Poder Executivo, não foram encaminhadas pela Arena das Dunas informações sobre valores de manutenção do equipamento e levantaram questionamento sobre os valores que deveriam ser repassados pela empresa após eventos realizados. Houve a controvérsia se o valor a ser dividido em 50% deveria ser referente à receita líquida ou lucro referentes aos eventos realizados.

Na reunião, o presidente da CPI, Coronel Azevedo (PSC), a relatora Isolda Dantas (PT), além dos membros da CPI, deputados Kleber Rodrigues (PL), Tomba Farias (PSDB) e Subtenente Eliabe (Solidariedade) e do deputado Getúlio Rêgo (DEM), questionaram sobre a forma correta de se fazer os repasses e cobraram os dados do contrato. Os parlamentares se comprometeram a analisar a documentação para confrontar as informações repassadas pelos depoentes e o posicionamento da defesa da Arena das Dunas, que também foi encaminhada à CPI. Para a próxima reunião, na terça-feira (24), a comissão vai ouvir representantes da Arena das Dunas. Para os próximos encontros, já estão previstas oitivas do ex-secretário especial da Copa do Mundo Demétrio Torres e de técnicas do Tribunal de Contas do Estado.



Delta avança no Brasil, mas gama continua sendo a variante predominante; veja o que se sabe

Quase três meses depois de os primeiros casos da variante delta terem sido identificados no Brasil (tripulantes de um navio que chegou ao Maranhão), persiste o temor (e a dúvida) sobre qual será o impacto da versão mais transmissível do Sars-Cov-2 na pandemia no país.

Abaixo, em 7 tópicos, acompanhe o que sabemos (ou ainda não) sobre a delta:

  1. Qual é a variante considerada predominante no Brasil?
  2. Existem números confiáveis que indiquem qual é a presença da delta no país?
  3. Quais os fatores por trás do atual ritmo de avanço da delta no Brasil?
  4. O que se sabe sobre a situação da variante delta nos estados?
  5. A variante delta é mais transmissível? Quais os sintomas?
  6. Como podemos nos proteger?
  7. Vacinas funcionam contra a delta?

1 – Qual é a variante considerada predominante no Brasil?

A variante predominante segue sendo a gama (P.1). Não há dúvidas sobre o avanço da delta no Brasil, mas especialistas apontam que esse dados ainda precisam ser analisados com cautela. Apesar do número de casos estar subindo, ainda não há um surto da variante, como ocorreu em outros países.

“O que temos é a transmissão interna da delta, está tendo a expansão do número de casos, mas a predominância ainda é da variante gama”, explica Ricardo Khouri, pesquisador da Fiocruz e professor de imunologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Ele lembra que, enquanto a preocupação com a delta cresce, a gama está mutando e isso deve ser visto como um alerta. “É importante manter a vigilância [com a delta], mas não significa que a delta já se expandiu e tem uma predominância no nosso país.”

2 – Existem números confiáveis que indiquem qual é a presença da delta no Brasil?

Dados da Rede Genômica da Fiocruz apontam que, entre os sequenciamentos de amostras feitas pelo sistema no país, a delta corresponde a 22,1% dos casos sequenciados em julho (mais do que 1 em cada 5 casos). Em junho, o total era de 2,3%. Entretanto, o total de sequenciamentos é desigual no Brasil. Enquanto, por exemplo, São Paulo fez mais de 10 mil, o Piauí analisou apenas 19.

“A grande maioria das amostras sequenciadas da variante delta foi no Sudeste e pode haver viés de amostragem devido a busca ativa de casos suspeitos de infecção pela delta”, explica o pesquisador.

O pesquisador da Fiocruz explica que estamos tendo a sensação de alta prevalência da delta por causa do foco do sequenciamento no Brasil. “O sequenciamento está todo voltando para essa variante. Daí é como se a gente tivesse um grande surto de delta nesse momento já, mas ainda não está acontecendo. O que temos é a transmissão interna, está tendo a expansão do número de casos, mas a predominância ainda é da variante gama”, alerta Khouri.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

3 – Quais os fatores por trás do atual ritmo de avanço da delta no Brasil?

A delta encontra uma concorrente muito forte no Brasil – a gama. Por isso, ainda não é possível afirmar que ela ser a variante dominante no país.

“Quando a P.1 [gama] surgiu, a P.2 [variante encontrada no Rio de Janeiro] já estava disseminando amplamente pelo país. A P.1, em pouco mais de três meses, foi capaz de sobrepor completamente a P.2 e ocupar o território nacional, apagando praticamente todo o sinal da P.2. No mesmo período que a gama começou a se distribuir pelo país, entrou a alfa. As duas tinham forças muito similares e a alfa não foi para lugar nenhum”, diz Khouri.

Para ele, é preciso levar em consideração alguns contextos do país antes de dar o protagonismo para a delta:

  • O Brasil teve uma transmissão da Covid-19 muito maior do que na Inglaterra, por exemplo. Isso reduz, de certa forma, o número de pessoas vulneráveis que pode ser infectada.
  • O cenário no Brasil é de alta transmissibilidade da gama, com evolução dessa variante com outras mutações.
  • A delta chega ao Brasil em um momento que mais de 50% da população já está vacinada com pelo menos uma dose.
  • “A delta é forte e está se expandindo pela capacidade de virulência que ela tem, mas ainda há dúvidas se ela vai conseguir impor a mesma quantidade de transmissão que ela impôs na Inglaterra, nos Estados Unidos. O Brasil já tem um contexto preocupante com a gama, que dominou todo o território nacional rapidamente”, explica Khouri.

Para Renato Kfouri, infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a gama pode estar barrando essa alta performance da delta no Brasil.

“Nos outros países onde a delta está entrando e se tornando a protagonista, ela não encontrou concorrente à altura como o Brasil. Aqui ainda temos uma alta circulação da gama. O cenário é diferente, a concorrência ecológica é diferente e não sabemos se ela terá a mesma performance, mesmo desempenho que teve nos outros países”, explica Kfouri.

Khouri ressalta que os radares precisam continuar ligados na delta e que o Brasil precisa sequenciar mais, para que, à medida que os pesquisadores forem identificando a expansão, o país possa estabelecer barreiras para conter a transmissão.

Veja 5 pontos sobre a variante delta

4 – Qual a situação da variante delta nos estados?

Segundo o Ministério da Saúde, 41 óbitos foram confirmados para a delta e 1.020 casos da variante foram identificados e notificados no país até o dia 16 de agosto:

  • 2 casos em Alagoas
  • 16 casos no Ceará
  • 87 casos no Distrito Federal; 2 mortes
  • 7 casos no Espírito Santo
  • 14 casos em Goiás; 1 morte
  • 7 casos no Maranhão; 1 morte
  • 12 casos em Mato Grosso
  • 11 casos em Minas Gerais
  • 3 casos no Pará
  • 56 casos no Paraná; 19 mortes
  • 14 casos em Pernambuco; 1 morte
  • 431 casos no Rio de Janeiro; 7 mortes
  • 93 casos no Rio Grande do Sul; 9 mortes
  • 36 casos em Santa Catarina; 1 morte
  • 231 casos em São Paulo

No entanto, se formos considerar que falta ao Brasil um sequenciamento genômico em massa, o número pode ser ainda maior.

“A partir do momento em que você detecta a circulação interna, esse número pode ser maior do que o que o Ministério da Saúde divulga, sem dúvidas”, explica Khouri.

O último relatório da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, publicado na segunda-feira (16), apontou que a delta já é a variante mais encontrada nas amostras coletadas do estado. Segundo o órgão, a delta está substituindo a gama no Rio.

Já a prefeitura de São Paulo concluiu que, dos 40 casos analisados na cidade, apenas três pessoas estavam com a imunização completa. Os dados foram divulgados na semana passada.

5 – Delta: mais transmissível? Quais os sintomas?

A delta foi identificada pela primeira vez na Índia, em outubro do ano passado. Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta importante: a variante tem se tornado dominante em todo o mundo, muito por conta da sua transmissibilidade. De acordo com o último boletim epidemiológico da entidade, divulgado no dia 11 de agosto, 142 países já identificaram a circulação da delta.

No entanto, apesar de ser mais transmissível (assim como as outras variantes que surgiram), ainda não há como afirmar que ela também é mais letal.

“Ainda não há comprovação que as variantes, inclusive a delta, tenham uma taxa de virulência maior entre os infectados. O que acontece é que, como elas são mais transmissíveis, há chances da população, caso infectada, desenvolva a doença, seja casos leves, moderados ou graves”, explica Renato Kfouri, infectologista da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Sobre os sintomas, especialistas explicam que eles podem ser confundidos com os da gripe. Tanto a gripe quanto a fase inicial de infecção pela variante delta podem estar associadas aos seguintes sintomas: dor de cabeça, mal estar, coriza, dor de garganta e febre.

6 – Como podemos nos proteger?

Não tem muito segredo. É preciso combinar as medidas não farmacológicas com a vacinação.

As medidas não farmacológicas são eficazes contra a cepa original e contra todas as variantes. Por isso, é importante continuar usando máscaras (de preferência a PFF2), manter o distanciamento social, evitar aglomerações e manter a higiene das mãos.

Aliado a isso, a vacina é extremamente necessária para quebrar a cadeia de transmissão. E não vale apenas uma dose. É preciso completar o esquema vacinal.

“Enquanto eu não tiver um cinturão de proteção muito sólido no entorno da população que preciso proteger, a probabilidade de variantes que vão escapar é alta. Como eu faço para bloquear? Imunizar, ter drogas antivirais (ainda não temos) e, em paralelo, as medidas não farmacológicas e a testagem em massa”, alerta Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas.

“Precisamos vacinar cada vez mais, garantir a segunda dose, para conter essa transmissão da variante para não termos repique dessa transmissão mesmo entre vacinados. Controlando a expansão das variantes, o efeito da vacina vai ficar ainda mais marcante”, completa Khouri.

7 – Vacinas contra a delta: funcionam?

Sim. No começo de julho, dados preliminares divulgados pela Johnson apontaram que a vacina da Janssen é eficaz contra a delta.

Um outro estudo, publicado no Reino Unido, também apontou efetividade da Pfizer e AstraZeneca contra a variante. Os pesquisadores reforçaram que a segunda dose é muito importante para atingir uma eficácia boa.

Com o ciclo completo, a eficácia da AstraZeneca chega a 67%, com resultados entre 61,3% a 71,8%. Já no caso da Pfizer, chega a 88%, com variação entre 85,3% a 90,1%.contra a delta.

No final de julho, o Instituto Butantan, parceiro da fabricante da CoronaVac no Brasil, anunciou o início de estudos para avaliar se o imunizante é efetivo contra a delta.