Efeito Coronavírus: Isolamento social faz vendas on line crescerem 48,3%

Os dados foram divulgados juntos com a 41ª edição do Webshoppers, considerado o mais amplo relatório sobre e-commerce do país, elaborado semestralmente pela Ebit|Nielsen, em parceria com a Elo

O resultado do faturamento do comércio eletrônico nos quatro primeiros meses de 2020 somou R$22,9 bilhões  (de 1º de janeiro até 30 de abril de 2020), 32% do resultado de todo 2019. O destaque se dá com o inicio do afastamento social e restrição de circulação.

Entre os dias 17 de março e 27 de abril deste ano, o comércio online brasileiro chegou a R$ 8,4 bilhões em faturamento, variação de 48,3% sobre o período de 19 de março a 29 de abril de 2019 (R$ 5,7 bilhões).

As quatro principais categorias que promoveram o crescimento das vendas online nessa fase foram: eletrônicos, casa e decoração, Informática e itens de consumo rápido.

Os dados foram divulgados juntos com a 41ª edição do Webshoppers, considerado o mais amplo relatório sobre e-commerce do país, elaborado semestralmente pela Ebit|Nielsen, em parceria com a Elo.

Segundo o relatório, em 2019, o faturamento do comércio digital brasileiro cresceu 16,3% em relação ao ano anterior. O setor movimentou R$ 61,9 bilhões, no total. O valor atingido foi impulsionado pelo aumento de 21% no número de pedidos: 148 milhões de compras online ano passado, frente a 123 milhões em 2018.

O aumento do número de pedidos foi acompanhado pelo maior número de novos consumidores: 10,7 milhões de pessoas estrearam suas compras no ambiente online, alta de 9% sobre 2018.

A oferta de frete grátis auxiliou na melhora de desempenho dos canais de venda. As compras online, sem taxa de entrega, representaram 48% do total em 2019, com um aumento de 28% nos pedidos desse tipo. Já o frete pago teve expansão de 15%.

Apesar do bom desempenho de canais como autosserviço (aumento de 63% em 2019) e farmácia (32%, no mesmo ano, sempre em comparação com o anterior), as lojas de departamentos continuam como o principal segmento de compras digitais: os pedidos representaram 50% do total em 2019; contra 49% em 2018.

A Black Friday 2019 consolidou a data como a mais importante para o e-commerce brasileiro, com faturamento de R$ 3,21 bilhões e uma alta de 24% sobre o mesmo período de 2018. Os dias de promoção superaram as compras para o Natal, que faturou R$ 2,60 bilhões em vendas.

Em novembro (mês da Black Friday), as compras por meio de aparelhos mobile superaram as aquisições feitas em desktops (computadores de mesa). Em 2019, o faturamento total de mobile foi de R$ 25,9 bilhões, variação positiva de 55% sobre o ano anterior, o que representou 41,8% do faturamento total (ganho de importância de 10.5 pontos percentuais versus 2018).



Inscrições para o Enem 2020 começam nesta segunda-feira

Neste ano, será obrigatória a inclusão de uma foto atual do participante no sistema de inscrição

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 começam nesta segunda-feira (11) e vão até o dia 22 de maio. Elas poderão ser feitas por meio da página do Enem na internet.

Enem digital

A partir deste ano o Enem terá duas modalidades de provas, as impressas, com aplicação prevista para os dias 1º e 8 de novembro, e as digitais, para os dias 22 e 29 de novembro. O participante que optar por fazer o Enem impresso não poderá se inscrever na edição digital e, após concluir o processo, não poderá alterar sua opção.

A estrutura dos dois exames será a mesma. Serão aplicadas quatro provas objetivas, constituídas por 45 questões cada, e uma redação em língua portuguesa. Durante o processo de inscrição, o participante deverá selecionar uma opção de língua estrangeira – inglês ou espanhol.

Neste ano, será obrigatória a inclusão de uma foto atual do participante no sistema de inscrição, que deverá ser utilizada para procedimento de identificação no momento da prova. O valor da taxa de inscrição é de R$ 85 e deverá ser pago até 28 de maio.

Isenção de taxa

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), todos os participantes que se enquadrarem nos perfis especificados nos editais, mesmo sem o pedido formal, terão isenção da taxa. A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital e se aplica, inclusive, aos isentos em 2019 que faltaram aos dois dias de prova e não tenham justificado ausência.

Portanto, no ato da inscrição para o Enem 2020, terão isenção de taxa os candidatos que estejam cursando a última série do ensino médio este ano, em qualquer modalidade de ensino, em escola da rede pública declarada ao Censo da Educação Básica; tenham feito todo o ensino médio em escolas da rede pública ou como bolsistas integrais na rede privada e tenham renda per capita familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarem estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem membros de família de baixa renda e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que requer renda familiar per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

A consulta aos resultados dos pedidos de recurso para a isenção de taxa de inscrição do Enem, os interessados devem acessar a Página do Participante, no aplicativo ou no site do Enem, e conferir as informações.

Acessibilidade

A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep visa dar atendimento especializado aos participantes que necessitarem. Para facilitar a compreensão no momento da inscrição, os atendimentos específicos (gestantes, lactantes, idosos e estudantes em classe hospitalar) foram incluídos na denominação “especializado”. As solicitações para esses atendimentos também deverão ser feitas entre 11 e 22 de maio. Os resultados serão divulgados em 29 de maio. Para os pedidos que forem negados, está prevista uma fase para apresentação de recursos. O resultado final estará disponível no dia 10 de junho.

Os pedidos de tratamento por nome social serão feitos entre 25 e 29 de maio, com previsão de divulgação dos resultados em 5 de junho. O período para apresentação de recursos será entre 8 e 12 de junho e a disponibilização dos resultados finais em 18 de junho.



Bolsonaro compara Maranhão à Venezuela após lockdown

O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a endurecer a circulação de pessoas como forma de evitar o aumento abrupto dos casos de covid-19

O presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao lockdown adotado no estado do Maranhão por decisão da Justiça, como forma de conter o avanço do coronavírus. Em uma publicação no Twitter, neste domingo (10), ele compartilhou um vídeo e comparou a situação econômica dos maranhenses com a dos venezuelanos.

As imagens mostram um policial militar dentro de um ônibus abordando pessoas e exigindo que elas mostram em comprovação de que estão indo trabalhar. Caso não a tenham, são proibidas de seguir viagem. A autoria e as circunstâncias em que o vídeo foi gravado, no entanto, são desconhecidas.

O governador do estado, Flávio Dino, reagiu. Também no Twitter, afirmou: 

“Bolsonaro inicia o domingo me agredindo e tentando sabotar medidas sanitárias determinadas pelo Judiciário e executadas pelo Governo. E finge estar preocupado com o desemprego. Deveria então fazer algo de útil e não ficar passeando de jet ski para ‘comemorar’ 10.000 mortos.”

O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a endurecer a circulação de pessoas como forma de evitar o aumento abrupto dos casos de covid-19 e, consequentemente, uma alta da demanda por atendimento médico que não poderia ser absorvida pelo sistema de saúde.

A capital, São Luís, e outros três municípios da região metropolitana tiveram determinação judicial para implantar medidas rigorosas à circulação de pessoas, que passaram a vigorar em 5 de maio. O estado já não tem mais leitos de UTI disponíveis desde o fim de abril.

Até ontem, o Maranhão registrava 6.765 casos confirmados de covid-19, com 355 óbitos. A taxa de mortalidade é de 50 pessoas por milhão de habitantes e está entre as mais elevadas do país.

Restrições semelhantes foram adotadas na Itália, na Espanha e na França para evitar que as pessoas saíssem de casa sem necessidade.

R7



Armado, Roberto Jefferson ameaça “comunistas” e faz sugestão de golpe contra o STF

Na publicação que acompanha a imagem, na qual segura uma arma, Roberto Jefferson diz que está se preparando para “o bom combate”

O ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, usou as redes sociais, neste sábado (9), para sugerir que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demita os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ainda divulgou uma foto na qual segura uma arma e ameaça “combater os comunistas”.

O chefe do Executivo não tem poder para exonerar magistrados da Suprema Corte.https://twitter.com/blogdojefferson/status/1259084784694943751?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1259084784694943751&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.metropoles.com%2Fbrasil%2Fpolitica-brasil%2Farmado-roberto-jefferson-ameaca-comunistas-e-sugere-golpe-contra-o-stf

Na publicação que acompanha a imagem, na qual segura uma arma, Roberto Jefferson diz que está se preparando para “o bom combate”.

Metrópoles



Presidente vê Moro ‘candidatíssimo’ e teme enfrentar seu ex-ministro em 2022

A ideia do presidente, manifestada por assessores presidenciais, era deixar Moro na Justiça e tentar enfraquecê-lo separando da pasta a Segurança Pública, área considerada importante palanque eleitoral para a próxima disputa presidencial

Na semana passada, dias após a saída de Sergio Moro do governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma constatação em uma conversa reservada sobre o agora ex-ministro da Justiça: “É candidatíssimo”.

No diálogo, que foi relatado à Folha, Bolsonaro disse ter certeza de que Moro tem pretensões políticas e que será seu adversário na eleição presidencial de 2022. Para o presidente, antes mesmo de decidir sair do governo, o ex-juiz já planejava uma candidatura presidencial.

Por isso, Bolsonaro tinha receio de indicar Moro para uma das duas vagas no STF (Supremo Tribunal Federal) que serão abertas durante o seu mandato. Apesar de ter sinalizado ao então ministro que seu nome era favorito, Bolsonaro disse a deputados aliados que o ex-juiz poderia usar o cargo como um palanque eleitoral.

Mais de uma vez, o chefe do Executivo afirmou a pessoas próximas que Moro aproveitaria a função de destaque para votar contra os interesses de Bolsonaro, fazendo uma espécie de contraponto público ao seu futuro adversário. Além disso, a hipótese aventada por Bolsonaro era a de que Moro atuasse pela condenação do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), primogênito do presidente e investigado por participar de um suposto esquema de “rachadinha” no Rio de Janeiro.

E que Moro pudesse avançar sobre o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), identificado em inquérito sigiloso conduzido pelo STF como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news. O presidente já manifestou receio de que Carlos, o filho mais próximo dele, seja alvo de operação policial.

Para evitar as duas hipóteses, dizem auxiliares presidenciais, Bolsonaro não se esforçou em chegar a um acordo para manter Moro no governo. Na noite anterior ao pedido de demissão, o então ministro ainda tentou dialogar com o presidente, para que chegassem a um meio-termo na indicação do próximo diretor-geral da Polícia Federal. Bolsonaro recusou a conversa.

Publicamente, Moro sempre negou ter interesse em disputar cargos eletivos. Ele deixou a pasta da Justiça com uma série de acusações de que o presidente queria interferir em investigações da Polícia Federal, especialmente as que miram os filhos dele.

O modo como ele pediu demissão reforçou a avaliação de Bolsonaro sobre seu ex-aliado e o fez vê-lo como uma das principais ameaças à sua reeleição em 2022. De acordo com deputados bolsonaristas, o presidente avalia que Moro se projetou como uma alternativa no campo da direita pela possibilidade de arregimentar o apoio de parcela do eleitorado do presidente.

Bolsonaro tem afirmado que o cenário mais favorável para ele é ter um oponente principal, no segundo turno, de esquerda ou de centro-esquerda. O cálculo feito por ele é simples: há hoje um eleitor cativo que garante 30% dos votos. O restante necessário para uma vitória viria da rejeição a candidatos de esquerda ou de perfis progressistas ou antiliberais. A aliados Bolsonaro deixou bem clara essa preocupação e foi esse um dos motivos que levaram a um desgaste na relação com Moro.

Embora a saída do ex-juiz tenha se concretizado apenas na última semana, o clima estava ruim desde ao menos agosto do ano passado. Apesar dos desentendimentos, Bolsonaro resistia em indicá-lo ao STF ou mesmo simplesmente demiti-lo. Ao longo dos últimos meses, aliados sugeriram ao presidente que o indicasse para a corte, livrando-se do ex-juiz. Com receio de colocá-lo em um posto de projeção política, Bolsonaro ignorava o conselho.

A ideia do presidente, manifestada por assessores presidenciais, era deixar Moro na Justiça e tentar enfraquecê-lo separando da pasta a Segurança Pública, área considerada importante palanque eleitoral para a próxima disputa presidencial.

Mantendo Moro sob sua guarda, ele conseguiria tutelar o ministro dentro de sua equipe. Fora do governo, Bolsonaro perderia o controle sobre os passos do ex-aliado. Mesmo assim, o clima dentro do governo nunca foi bom, e Bolsonaro relatou nos últimos dias ter se sentido aliviado com a saída de Moro.

O presidente considerava o ex-ministro muito vaidoso e seu estilo introspectivo não o agradava. As pessoas mais próximas a Bolsonaro ganharam sua confiança demonstrando abertura e descontração. Ele definiu o ex-juiz muitas vezes como “chato”. Antes da demissão de Moro, Bolsonaro já havia reclamado do ex-ministro e pedido que ele defendesse o governo, por exemplo, de acusações de má gestão no combate ao coronavírus.

No dia em que anunciou que deixaria o governo, Moro explicou que era contrário à saída de Maurício Valeixo da direção da Polícia Federal e que Bolsonaro queria colocar um nome próximo da família na chefia da corporação. E que, além disso, havia dito que queria relatórios de inteligência da PF e também indicado resistência a investigações contra seus filhos.

O ex-ministro mostrou troca de mensagens que indicam que o presidente queria substituir o comando da Polícia Federal, entre outros motivos, devido ao inquérito das fake news que corre no STF e que teria como alvo deputados bolsonaristas. As acusações levaram à abertura de um inquérito pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República.



Vendas do Dia das Mães devem encolher aproximadamente 60% devido à pandemia

Segundo o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, o comércio deverá registrar retração em todos os estados durante a data

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a crise provocada pelo novo coronavírus vai acarretar uma queda histórica do volume de vendas no varejo, no Dia das Mães de 2020. Em comparação com o ano passado, a entidade projeta um encolhimento de 59,2% no faturamento real do setor na data, considerada a segunda mais importante no calendário varejista brasileiro.

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a projeção de queda para o Dia das Mães por causa da pandemia ficou acima das perdas estimadas para a Páscoa (-31,6%). “O Dia das Mães deste ano ocorrerá em meio ao fechamento de segmentos importantes para a venda de produtos voltados para a data, como vestuário, lojas de eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos. Já a Páscoa tem como característica a venda de produtos típicos em segmentos considerados essenciais, como supermercados, que permaneceram abertos desde o início do surto de covid-19”, disse, em nota.

De acordo com a CNC, o ramo de vestuário e calçados é o que apresenta a maior expectativa de encolhimento durante o Dia das Mães, com queda de 74,6%, seguido pelas lojas especializadas na venda de móveis e eletrodomésticos, com perda de 66,8%, e pelo segmento de artigos de informática e comunicação, com retração de 62,5%.

Segundo o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, o comércio deverá registrar retração em todos os estados durante a data. “São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, unidades da Federação que respondem por mais da metade das vendas voltadas para o Dia das Mães, tendem a registrar perdas de 58,7%, 47,4% e 46,6%, respectivamente”, afirmou. Em termos relativos, três estados do Nordeste deverão registrar as maiores perdas: Ceará (-74,2%), Pernambuco (-73,5%) e Bahia (-66,2%).

Agência Brasil



Gol acumula prejuízo de R$ 2,2 bilhões no 1º trimestre

A expectativa é que os dados auditados, segundo a Gol, sejam publicados no próximo dia 15

Com a malha aérea fortemente afetada pela pandemia da covid-19, a Gol reportou no primeiro trimestre de 2020 prejuízo líquido de R$ 2,261 bilhões ante lucro líquido de R$ 35,2 milhões em igual período de 2019. Esses dados não incluem a participação minoritária da Smiles.

A empresa divulgou números não auditados nesta segunda-feira, 4, uma vez que os auditores independentes contratados para fazer a avaliação do balanço pediram mais prazo. A expectativa é que os dados auditados, segundo a Gol, sejam publicados no próximo dia 15.

A companhia afirmou que terá caixa suficiente para passar a turbulência da pandemia do coronavírus até o fim do ano, “assumindo que não teremos uma piora nas condições do mercado”. A conta da Gol leva em consideração uma queima de caixa de R$ 9 milhões por dia para o segundo semestre de 2020.

No documento divulgado pela empresa, em que o foco deveria ser o período de janeiro a março, as estimativas para os desafios do segundo trimestre se sobressaíram. Esses números, destacou a empresa, não incluem os R$ 3 bilhões que a empresa deve receber pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na linha de crédito prometida pelo governo para proteger a liquidez das aéreas de maior porte.

Segundo a Gol, uma série de iniciativas ajudará a empresa a manter seu nível de liquidez em torno de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre. “O acionista controlador (que possui 60% de participação) não reduziu suas participações acionárias e também não indicou possíveis novas infusões de capital”, disse.

Diante da crise com a pandemia, a Gol disse estar trabalhando intensamente para reduzir sua queima de caixa, que estava na casa dos R$ 22 milhões por dia no fim de março. A estimativa da empresa era de fechar o segundo trimestre com queima de caixa por dia na casa dos R$ 12 milhões.



1.500 pessoas já se ofereceram para se infectar com coronavírus

Ainda de acordo com a organização, há 76 vacinas contra a Covid-19 sendo desenvolvidas atualmente, 71 em estágio pré-clínico e 5 em fase clínica

Quando Josh Morrison decidiu recrutar voluntários dispostos a se infectar com Covid-19 não imaginava que a procura seria tão alta, muito menos de pessoas nascidas no Brasil.

Em pouco menos de um mês, 6.000 voluntários, 1.500 deles brasileiros, se inscreveram para participar dos chamados desafios humanos, nos quais indivíduos saudáveis são infectados com uma determinada doença para receber uma vacina ou um tratamento ainda não aprovado.

Formado em direito na Universidade Harvard, nos EUA, o americano de 34 anos fundou a plataforma 1 Day Sooner em 30 de março, depois de ler artigo na revista científica The Journal of Infectious Diseases sobre experimentos que poderiam acelerar a produção de vacinas contra a Covid-19.

“Moro em Nova York e a situação aqui é bem ruim” – nesta terça (28), eram mais de 292 mil casos e 17 mil mortes no estado. “A ideia de poder acelerar esse processo de vacina foi muito significativa para mim”, afirmou Morrison à Folha. O objetivo do americano é criar um grupo de pessoas confiantes e aptas a participar, caso esses estudos aconteçam nos próximos meses.

A inscrição online na plataforma fundada por Morrison é apenas a primeira demonstração de interesse do voluntário. Nesta semana, ele explica, serão enviados estudos acadêmicos para que as pessoas se informem sobre o tema e os riscos dos possíveis testes, além de questionários para que a equipe conheça os perfis.

Segundo Morrison, os inscritos são de 52 países, a maioria é jovem, de 20 a 35 anos, com ensino superior completo, mas há casos de pessoas com 50 e até 80 anos. No entanto especialistas afirmam que o desafio humano deve ser feito apenas com pessoas jovens e saudáveis e, mesmo assim, há riscos.

Considerados situação-limite, os estudos de desafios humanos começaram a ser cogitados por cientistas diante da busca por soluções contra a Covid-19, que já infectou mais de 3 milhões de pessoas no mundo todo e matou mais de 213 mil.

O processo de desenvolvimento de uma vacina normalmente leva muito tempo, com diversas fases que incluem testes in vitro e em animais antes de experimentos em humanos. Há cientistas que preveem entre 12 e 18 meses para a produção de uma vacina eficaz, mas há especialistas que afirmam que mesmo esse prazo pode ser considerado recorde.

No artigo do Journal of Infectious Diseases que chamou a atençao de Morrison, pesquisadores afirmam que os desafios humanos podem acelerar a aprovação de uma vacina contra o novo coronavírus, encurtando a terceira e última fase do processo, geralmente a mais demorada.

Nessa etapa, milhares ou centenas de milhares de voluntários são recrutados para o teste. Parte deles recebe a vacina e parte, um placebo. Essas pessoas ficam expostas à infecção natural e, em até dois anos, os cientistas verificam a eficácia da vacina.

No desafio humano, são infectadas menos pessoas, em ambiente controlado, acelerando esses testes. Os riscos dos desafios humanos são mais baixos quando se trata de doenças conhecidas, o que não é o caso da Covid-19.

No site do 1 Day Sooner, os organizadores afirmam que o desafio humano expõe deliberadamente os participantes à infecção com o objetivo de estudar e testar vacinas ou tratamentos e que esse tipo de experiência foi usada durante epidemias de influenza, malária, febre tifoide, dengue e cólera.

Eles ponderam os “riscos incertos” no caso da nova pandemia e dizem que os voluntários ficariam isolados em uma estrutura hospitalar e seriam monitorados para não transmitir a doença para o resto da população, com possibilidade de atendimento médico rápido, caso necessário.

Em março, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que 3,4% dos casos confirmados de Covid-19 resultam em morte, mas essa taxa pode ser maior, já que vários países não tem alta capacidade de testagem, o que gera subnotificação de diagnósticos. Ainda de acordo com a organização, há 76 vacinas contra a Covid-19 sendo desenvolvidas atualmente, 71 em estágio pré-clínico e 5 em fase clínica.​



Mega-Sena: Prêmio acumula e passa a ser de R$ 50 milhões

Na quina, 32 apostadores ganharam R$ 83.236,06. Os 2.791 ganhadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 1.363,33

Nenhum apostador acertou os seis números da Mega-Sena sorteados nesse primeiro sábado de maio (02) no Espaço Loterias Caixa, no terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo. Os números sorteados no concurso 2.257 foram: 18 – 21 – 30 – 31 – 34 – 51.

Na quina, 32 apostadores ganharam R$ 83.236,06. Os 2.791 ganhadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 1.363,33. A estimativa de prêmio do próximo concurso, na próxima quarta-feira (5) é de R$ 50 milhões para quem acertar as seis dezenas da Mega-Sena. 

As apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio em lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$4,50.



Coronavírus é mais letal em regiões de periferia

Mortes por Covid-19 divididas por etnia e idade Foto: Editoria de Arte

A epidemia que foi trazida ao Brasil pelas classes média e alta, pressionando a rede particular de hospitais, agora abate a periferia das grandes cidades do Brasil, com potencial de causar um estrago maior do que o registrado até aqui.

Na última semana, o GLOBO ouviu de médicos, infectologistas, acadêmicos, moradores de bairros pobres e autoridades à frente da luta contra o coronavírus um diagnóstico similar: o próximo pico vai castigar com ainda mais força a parcela da população que historicamente sofre com a desigualdade social, não conta com saneamento básico e depende da rede pública de saúde. Em São Paulo, cidade que teve o primeiro paciente e a primeira morte e que acumula o maior número de casos, a doença hoje já é bem mais presente e letal na periferia.

— Se separarmos os bairros de São Paulo em três grupos, de acordo com a renda, observaremos que a mortalidade é bem menor nos distritos mais ricos, enquanto persiste nos de renda intermediária e baixa — afirma Paulo Lotufo, epidemiologista da USP.

Os índices de evolução da doença na maior cidade da América Latina ilustram o desafio que o país tem pela frente. O distrito que registra recorde de vítimas fatais pelo coronavírus em São Paulo éBrasilândia, o sétimo mais populoso da cidade, o quinto com a pior taxa de emprego formal e o segundo com a maior proporção de domicílios em favelas. Até sexta-feira, foram 81 mortes. Em uma única semana de abril, os casos fatais cresceram 50%.

Na última quarta-feira, a reportagem conversou com moradores e líderes comunitários da região. Assim como em outras áreas da capital, as ruas estavam movimentadas. Principal arma usada hoje na luta contra a doença, o isolamento social é realidade distante.

— Vamos pagar o preço da nossa desigualdade. E quem vai pagar a maior parte dessa conta serão os mais pobres, que não têm condições de ficar em casa, não têm saneamento, não têm nem sequer como lavar as mãos porque a água não chega — afirma o médico sanitarista Ivan França Jr, da USP.

Pretos e pardos

Um dado do boletim epidemiológico da prefeitura de São Paulo ilustra o impacto da desigualdade. Até 17 de abril, a cidade registrava 14 mortes de pessoas com menos de 20 anos — todas em bairros pobres da cidade. Os números mostram que a pandemia mata mais pretos e pardos. As chances de morte entre pretos é 62% maior que a dos brancos. Comparando os pardos com os brancos, a chance de morte é 23% maior. O risco é inversamente proporcional à renda. Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas (R$ 2.796) é 73,9% superior ao de pessoas pretas ou pardas.

Na capital paulista, entre as pessoas na faixa de 40 a 44 anos, o risco de morrer por coronavírus nos bairros mais pobres é dez vezes maior do que nas regiões mais ricas. A taxa de mortalidade entre pessoas abaixo de 60 anos segue a mesma lógica. Bairros como Campo Limpo, Parelheiros, Itaim Paulista e São Miguel Paulista, todos entre os com menor Índice de Desenvolvimento Humano na cidade, apresentam a maior taxa de mortalidade nessa faixa etária. No outro extremo, Pinheiros, Vila Mariana e Santo Amaro apresentam os menores índices.

— Isolamento dentro de casa como panaceia é um sonho de classe média. É preciso uma resposta global, social. O sistema de saúde tem que usar o teste ativamente para ir atrás dos casos. O teste é para saber onde a doença está e contê-la, sobretudo nas áreas mais pobres. Vamos esperar as pessoas nas unidades de saúde ou usar o teste como instrumento de contenção da epidemia? — questiona França Jr.

No Rio, números e relatos revelam um aprofundamento desse abismo. As taxas de letalidade chegam a 21% na Zona Oeste — onde ficam Santa Cruz, Sepetiba e Paciência —, e 13,7% na área da Maré, Penha, Ramos e Manguinhos. Mas na Barra da Tijuca e Zona Sul, onde a doença foi inicialmente registrada, têm taxas de 8,5% e 7,4%, respectivamente.