Henrique Eduardo Alves deixa MDB após 52 anos no partido: “Desejo boa sorte”; entenda os motivos

Henrique Alves deixa MDB após 52 anos – Foto: Divulgação

Ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, um dos quadros históricos do MDB, deixou a sigla nesta quarta-feira 30 para se filiar ao PSB no RN.

O ex-cacique emedebista tornou-se uma figura isolada no partido e decidiu buscar novos rumos após escrever uma carta aos apoiadores. Emocionado, ele diz que avisou a Michel Temer e ao presidente da sigla, Baleia Rossi, da decisão.

“Prezadas e Prezados conterrâneos! Queridas e Queridos bacuraus!

Queria, por um milagre, que todos vocês pudessem me ver agora, escrevendo essas palavras.

Uma emoção intensa, imensa.

Um filme passando diante de meus olhos, em câmera lenta… MDB, a minha história.

1966, 56 anos de vida do MDB. 1970, início do meu caminhar.

Naqueles tempos difíceis, eu, um jovem de 21 anos, segurava a bandeira verde do MDB, com a coragem do mundo… porque aprendi cedo, com meu pai, que a luta é constante e a esperança não morre…

Nunca estive só, pois sempre esteve ao meu lado o bacurau solidário, polegar para cima, camisa verde, o abraço, o aconchego. GRATIDÃO!!!!

Construímos, ao lado de tantos companheiros, de ontem e de hoje, uma casa linda, aconchegante, fraterna e democrática.

Nesse caminhar de lutas e ideais, o reconhecimento do meu estado, que na minha décima primeira eleição, em 2010, me presenteou com a maior votação da minha história: 191 mil votos!

Nessa estrada de muito trabalho e serviços prestados, sofri também derrotas, percalços e provações, mas sem jamais esquecer minha origem e fortaleza: o ninho bacurau.

Até que Deus, com sua bênção, me deu a maior vitória no Judiciário nacional: a absolvição, por unanimidade, de uma acusação absurda. Justiça foi feita!

Do Brasil, recebi o parabéns respeitoso. Do Rio Grande do Norte, o carinho e a solidariedade pelo reconhecimento da minha inocência. Bacurau verdadeiro, livre, enfim, para voar…

Sobreveio, então, um estranho e inesperado gesto: a direção estadual do MDB não reconheceu os meus longos anos de militância no partido. Passou a não me ver, não me ouvir, não me falar. Não me querer……

Infelizmente, aquela casa que construímos se apequenou. Não falo de números, falo de sentimentos. O querer bem e fazer o bem.

Saio hoje do MDB ao qual dediquei toda a minha vida. Porque a escolha, como disse Nelson Mandela, “tem que refletir a esperança e não o medo.”

Sigo movido pela esperança que nunca me faltou.

Agradeço aos partidos Cidadania, PSB, Republicanos, PL, Avante, pelos convites tão honrosos que demonstram respeito pela nossa história e correção.

Aos que ficam, sem ressentimentos, desejo boa sorte!

Vou buscar meus caminhos de paz, porque tem muito Rio Grande do Norte pela frente!

E, na saudade abençoada do meu pai, “sem ódio e sem medo.”

Agora RN



TN/Ipespe: Fátima tem 34%; Styvenson, 13% e Ezequiel, 8%

Foto: Reprodução, Edilson Rodrigues / Agência Senado, ALRN

A primeira rodada da pesquisa eleitoral do Sistema Tribuna de Comunicação, em parceria com o  Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para as eleições de 2022 no Rio Grande do Norte aponta a liderança da governadora Fátima Bezerra (PT), que tentará a reeleição, com 34%, no cenário estimulado, percentual superior à soma dos demais nomes. Em segundo lugar aparece o senador Styvenson Valentim (Podemos) com 13% e em terceiro, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual, Ezequiel Ferreira, com 8%.

Empatados, em seguida, vêm Brenno Queiroga (Solidariedade) e Haroldo Azevedo (Patriota), com 2% e, em último, Clorisa Linhares (Brasil 35), com 1%.


No momento em que as candidaturas não estão definidas, há poucos dias do fim da janela partidária, a pesquisa mostra um grande número de eleitores indecisos, no total de 41%, que não sabem em quem votar ou declararam votos branco ou nulo,  contingente sete pontos percentuais acima do índice alcançado pela primeira colocada, a governadora Fátima Bezerra.

Já na questão espontânea, quando os pesquisadores de campo não apresentam os nomes de eventuais candidatos a governo, a parcela de indecisos é de 56%, enquanto os que pretendem votar branco e nulo alcançam 15%. Somados, têm-se um percentual de 71%. 


Na pesquisa espontânea, a governadora Fátima Bezerra também lidera com 24% das citações, seguida de Styvenson Valentim, com 3% e Ezequiel Ferreira, com 2%. Outros nomes foram citados, mas não chegaram a 1% das menções.

Tribuna do Norte



No RN, Bolsonaro crítica o sistema eleitoral e defende contagem de votos

Antes da cerimônia, Bolsonaro fez cavalgada com os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (MDR), e apoiadores. Foto: José Dias/PR 

Em discurso durante entrega da Estação Cajupiranga nessa quarta-feira (30), em Parnamirim, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a ameaçar o judiciário sobre o resultado das eleições 2022 e afirmou que haverá contagem de votos. “Povo armado jamais será escravizado. E pode ter certeza, que por ocasião das eleições, os votos serão contados no Brasil”, disse. “Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos. Nós defendemos a democracia e a liberdade e, tudo nós faremos, até com o sacrifício da vida, para que esses direitos sejam, de fato, relevantes e cumpridos em noso País”, discursou, em seguida.

Não é a primeira vez que Bolsonaro defende a contagem pública de votos. Em uma live nas redes sociais, em fevereiro deste ano, o presidente disse que “todo mundo quer eleições limpas, auditáveis e contagem pública de votos”. Antes disso, em agosto do ano passado, o mandatário se dirigiu, por meio de videochamada, a apoiadores que estavam reunidos em Brasília para um ato em defesa do voto impresso.


“Sem eleições limpas e democráticas não haverá pleito”, frisou. O presidente comentou, na ocasião, que as eleições passadas têm sinais de manipulação, sem especificar quais seriam esses sinais. “As últimas eleições estão recheadas de indícios fortíssimos de manipulação”, falou.


Além disso, nessa quarta-feira, Bolsonaro reforçou discursos que já havia proferido em outras ocasiões, como a luta do bem contra o mal, em alusão ao enfrentamento ideológico na próxima disputa eleitoral. “A luta não é da esquerda contra a direita, mas é do bem contra o mal. E o bem sempre venceu e dessa vez não será diferente”, apontou.


 Bolsonaro também criticou a governadora Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, e outros gestores pela condução da pandemia de covid-19. “Vocês não podem se esquecer o que aconteceu ao longo destes dois anos com a pandemia. Não estou falando apenas da perda de parentes e amigos,  mas da ação de muitos governadores, que barbarizaram junto à opinião pública. Pessoas que obrigaram o povo a ficar em casa”, afirmou.

Tribuna do Norte



Deputado estadual Vivaldo Costa assina ficha de filiação ao PV

O deputado Vivaldo Costa, assinou sua ficha de filiação ao PV, ao lado do presidente da sigla, o vereador por Natal Milklei Leite e do vice-presidente Maurício Gurgel, responsável pela articulação. O parlamentar deixa o PSD (Partido Social Democrático), após mudanças no diretório estadual e confirma sua pré-candidatura a deputado estadual pelo Partido Verde. A oficialização aconteceu em Natal, na tarde desta quarta-feira (30).

Vivaldo segue em busca do seu décimo mandato no legislativo estadual. O deputado, que está celebrando 50 anos de vida pública, chegará à disputa com suas bases fortalecidas e conta com o apoio de diversos prefeitos em cidades importantes, vice-prefeitos, presidentes de câmaras, vereadores, ex-prefeitos e lideranças em todas as regiões do Rio Grande do Norte. O parlamentar tem um trabalho sério na luta pelo bem comum e destinou recursos, das emendas impositivas, para diferentes municípios e regiões.

Diante da janela partidária parte dos deputados trocaram de partido. Respeitado no meio político, Vivaldo recebeu convite para ingressar no PSDB, PL, União Brasil e outras siglas, fazendo a opção do PV junto com os deputados George Soares, Eudiane Macedo e Hermano Moraes.

Em 2018, Vivaldo Costa obteve 32.638 votos sendo um dos mais votados da sua coligação. Este ano o parlamentar pretende ampliar a votação, já que segue com uma base firme e conta com novos apoios.



Lideranças se pronunciam sobre segurança pública e adequação salarial de servidores

Os deputados Nelter Queiroz (MDB), Subtenente Eliabe (SDD) e Getúlio Rêgo (DEM) se pronunciaram no horário destinado às lideranças dentro da sessão plenária da Assembleia Legislativa do RN nesta quarta-feira (30). Segurança pública e a negociação de reajuste salarial dos servidores do Ipern e policiais penais foram alguns dos temas abordados.

Primeiro a se pronunciar, o deputado Nelter Queiroz (MDB) abriu sua fala questionando o que ele classificou como “elevado número de pessoas reprovadas nos exames de vista e psicoteste no Detran” e acrescentou: “É impressionante. Nunca teve tanta reprovação como no governo atual”. O parlamentar também solicitou, ao Governo do Estado, a nomeação de um delegado da Polícia Civil para investigar os crimes e roubos em Caicó. “É impressionante a quantidade de assaltos. Um delegado só não dá conta. O povo está sem segurança pública em Caicó”, destacou.

Dando sequência aos pronunciamentos, o Subtenente Eliabe (SDD) registrou o aniversário de 75 anos de idade do Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha. “É um privilégio poder homenageá-lo, por isso apresentamos um voto de congratulações e aplausos ao arcebispo de Natal Dom Jaime nesta data”, disse. Subtenente Eliabe ainda registrou a presença de um grupo formado por policiais penais presentes nas galerias da Casa, destacando o “trabalho essencial e estratégico para garantia da ordem e segurança nas unidades prisionais no estado”.

Encerrando o horário das lideranças, o deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) falou sobre a falta de sensibilidade do governo estadual com os problemas das categorias que reivindicam seus direitos. Citou os policiais penais e destacou os pleitos dos servidores do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern). “É uma correção de tabela, que infelizmente, o governo, de forma autoritária, se isolou dos servidores e manifestou possibilidade de abertura de diálogo democrático para atender a pauta”, disse.



Ministério Público pede a suspensão de sete partidos no RN; Saiba quais

Os pedidos de suspensão dos diretórios potiguares dessas legendas se baseiam em irregularidades nas prestações de contas. Foto: Reprodução 

O Ministério Público Eleitoral ingressou com nove ações de pedido de suspensão contra os diretórios regionais de sete partidos no Rio Grande do Norte: Avante, Partido da Causa Operária (PCO), Partido da Mobilização Nacional (PMN), Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Trabalhista Cristão (PTC) e Patriota.

Os pedidos de suspensão dos diretórios potiguares dessas legendas – tecnicamente chamados de ações de suspensão de anotação de órgão partidário – se baseiam em irregularidades nas prestações de contas das eleições e dos exercícios financeiros entre 2018 e 2020.

O diretório regional do Avante não prestou as contas das eleições de 2018. Já o PTB das de 2020. Patriota e PMN não prestaram contas do exercício financeiro de 2018. O PCO do de 2019. Enquanto o PTC não prestou contas dos exercícios financeiros de 2018 e 2020. Já o PMB não cumpriu a obrigação em relação às eleições de 2020 e ao exercício financeiro de 2018.

As nove ações, assinadas pelo procurador regional Eleitoral Rodrigo Telles, apontam que as análises de todas essas prestações de contas já transitaram em julgado e, de acordo com a Resolução 23.662/21, do Tribunal Superior Eleitoral, “A suspensão (…) poderá ser requerida à Justiça Eleitoral a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar não prestadas as contas de exercício financeiro e de campanha, enquanto perdurar a inadimplência”.

Agora RN



Partido de Moro tem contas de 2018 rejeitadas por descumprir cota e terá que ressarcir R$ 1 mi

O Podemos, partido do ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sergio Moro, teve as contas de 2018 rejeitadas nesta terça-feira (29) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e será obrigado a ressarcir os cofres públicos em cerca de R$ 1,1 milhão, que devem ser atualizados.

O partido ainda foi condenado a pagar um valor adicional de R$ 83 mil, que também tem que ser atualizado, por gastos que não foram esclarecidos. Ambas as quantias têm que ser bancadas com recursos próprios.

Além disso, as cotas do fundo partidário distribuídas ao Podemos serão suspensas por dois meses. O valor atual recebido pela legenda é de R$ 3,2 milhões mensais.

O principal problema apontado foi que o partido não aplicou os 30% necessários do fundo eleitoral na cota de gênero nas eleições de 2018. Segundo parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral, foram destinados apenas 27% às candidaturas femininas pelo partido.

“Portanto, remanesce a irregularidade em relação ao percentual mínimo que deveria ter sido destinado às campanhas das candidatas”, diz o parecer. “A irregularidade alcançou o valor total de R$ 1.050.555,01, que deve ser restituído ao Tesouro Nacional”, afirma.

Além disso, não houve documentação comprobatória referente a despesas com serviços gráficos no valor de aproximadamente R$ 90 mil.

Segundo Mauro Campbell, ministro relator do caso, “o elevado valor absoluto das irregularidades constitui critério balizador para o julgamento das contas”, e por isso a reprovação.

“O partido também descumpriu o repasse de percentual mínimo de 30% dos recursos do fundo eleitoral para a cota de gênero e omitiu gastos eleitorais, que constituiu doação por fonte vedada, falha de natureza grave”, disse Campbell.

Segundo ele, as “falhas verificadas de incontroversa gravidade” são contrárias à transparência, à lisura e ao zelo no uso dos recursos públicos.

Votaram pela rejeição das contas, além de Campbell, os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Sérgio Banhos e Benedito Gonçalves. O presidente do TSE, Edson Fachin, e o ministro Carlos Horbach votaram pela aprovação com ressalva.

Todos eles, porém, decidiram que as sanções aplicadas ao partido eram necessárias.

Moro, que foi o juiz responsável pela Lava Jato e é ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), se filiou ao Podemos em novembro do ano passado com o intuito de concorrer ao Palácio do Planalto.

No ato de filiação, defendeu o legado da Lava Jato e atacou Bolsonaro, de quem teria sofrido boicote, além do ex-presidente Lula, a quem condenou e prendeu, o retirando da corrida presidencial de 2018.

“Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de ‘rachadinha’, chega de orçamento secreto. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar o povo brasileiro”, disse à época.

A presidente do Podemos é a deputada Renata Abreu (SP), cotada para disputar o Governo de São Paulo este ano.

Em São Paulo, o Podemos chegou a virar alvo de uma ação eleitoral que pedia a cassação do mandato de Abreu por suspeita de candidaturas de mulheres que, na prática, não tinham condição financeira de fazer campanha.

O partido informou que vai recorrer da decisão com base nas informações do próprio órgão técnico do tribunal e nos votos favoráveis dos ministros Edson Fachin e Horbach, que entendem que o resultado do julgamento está em dissonância com o entendimento da corte -eles votaram pela aprovação das contas com ressalvas, mas mantêm as sanções financeiras.

“Ressalte-se que as supostas irregularidades recaem apenas sobre 2,9% na prestação de contas, volume pouco expressivo diante do montante em análise”, diz o Podemos em nota.

FOLHAPRESS



Lula compara Petrobras a Jesus Cristo e diz que estatal foi ‘crucificada’

Em evento com petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (29) a política de preços da Petrobras e a escalada dos combustíveis no Brasil.

Lula disse que a estatal é estratégica para os interesses nacionais e afirmou que a companhia foi alvo de “mentiras” nos últimos anos.

Essas mentiras, na visão do ex-presidente, teriam penalizado o desenvolvimento da empresa, além de todos os trabalhadores e os dirigentes da companhia, em meio a denúncias de corrupção.

“A primeira coisa que eles fizeram para destruir a Petrobras foi contar todas as mentiras que contaram a ponto de os trabalhadores da Petrobras muitas vezes não conseguirem entrar em um restaurante, porque eram chamados de ‘ladrões’”, afirmou.

Lula disse que, assim como Jesus Cristo, a petroleira foi crucificada por “narrativas” contrárias às gestões dos governos petistas.

“O que fizeram com a Petrobras foi isso. O que fizeram com a Petrobras foi crucificar a mais importante empresa que nós tínhamos no Brasil, uma empresa que não era de petróleo, era muito mais do que isso.”

Lula, que lidera pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano, participou de um evento com a FUP (Federação Única dos Petroleiros) em um hotel de Copacabana, zona sul do Rio.

O encontro foi marcado por uma sucessão de discursos que atacaram a política de preços da Petrobras e criticaram a troca no comando da estatal.

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, recebeu na segunda-feira (28) a comunicação de que deixará o comando da companhia. Silva e Luna será substituído pelo economista Adriano Pires, atual diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

“Eu não conheço essa pessoa. Por isso, não vou falar mal do cara que assumiu. Mas vi, dos dois trechos de notícias que li hoje, que ele é lobista, e muito mais ligado às empresas estrangeiras do que às nossas. Faz parte de um grupo seleto de personalidades que não aceita que o petróleo é nosso”, afirmou Lula.

A troca de comando na estatal vem em meio à escalada dos preços dos combustíveis, que pressiona o presidente Jair Bolsonaro (PL). A disparada de itens como a gasolina e o óleo diesel foi impulsionada em março pelos efeitos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Bolsonaro deve tentar a reeleição neste ano e teme os impactos da perda do poder de compra do eleitorado. O presidente vem empilhando críticas à Petrobras e já defendeu mudanças na política de preços da estatal.

Na hora de definir os valores nas refinarias, a companhia leva em consideração o comportamento do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar.

É o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação). Essa política foi implementada no governo Michel Temer (MDB).

Pesquisa Datafolha indicou que 68% dos brasileiros atribuem ao governo Bolsonaro a responsabilidade pela alta de combustíveis.
O evento com Lula no Rio foi mediado nesta terça pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann. Gleisi criticou a gestão da Petrobras no governo Bolsonaro, dizendo que a estatal está “na mão do mercado”.

Na visão dela, a troca de comando na companhia não vai resolver a carestia dos combustíveis. Gleisi também chamou a atual política de preços de “roubo” contra o povo brasileiro.

Outras lideranças políticas participaram do encontro, incluindo o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que deve disputar o governo estadual do Rio de Janeiro.

Freixo disse que o debate envolvendo a Petrobras é “sobre interesse público”. O parlamentar afirmou que, devido à carestia do gás de cozinha, pessoas mais pobres estão tendo de se arriscar a fazer comida com lenha.

“É um debate relacionado à vida dos mais pobres.”

Já o deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), presidente da Assembleia Legislativa do Rio e pré-candidato ao Senado, criticou a escolha de Adriano Pires para o comando da Petrobras. Ele chamou a medida de “contrassenso”.

Também presente no debate, José Sérgio Gabrielli, que foi presidente da Petrobras durante os governos petistas, disse que “não há nenhuma nação grande que abandone a segurança energética”.

“A segurança energética significa não somente acesso a fontes de energia, mas também capacidade de o povo ter acesso a elas”, argumentou.

Na visão de Gabrielli, não há necessidade de “lucros tão altos” na companhia.

“Para mudar a estratégia da estatal, vamos ter de enfrentar o capital financeiro”, afirmou o ex-presidente da estatal em fala direcionada a Lula. “Será preciso uma discussão clara e aberta até com esses acionistas”, acrescentou.

A Petrobras considera que a atual política de preços é importante para garantir a saúde financeira da companhia e evitar riscos de desabastecimento no país.

A atuação da petroleira e a carestia dos combustíveis viraram temas recorrentes de manifestações de possíveis candidatos à Presidência da República.

Perguntado durante um evento no Rio de Janeiro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que também pretende disputar o Palácio do Planalto, lembrou que a paridade de preços internacionais não vem de uma lei ou de uma lógica de mercado.

“O Brasil tira um barril de petróleo por US$ 10 (R$ 47), um dos mais baixos do mundo, explode um conflito na Ucrânia, o barril passa de US$ 100 (R$ 478), e eles transferem isso para o povo.”

Caso seja eleito, ele disse que a petroleira irá revogar a paridade de preços internacionais e substituí-la por uma política de custos para colocar uma rentabilidade em linha com as empresas estrangeiras, de 6,5%.

“Bolsonaro especializou-se em entupir com mentira e enganação aquilo que é responsabilidade dele e que ele não exercita. Quem manda na Petrobras é o conselho de administração, em que o governo, em nome do acionista majoritário, diz aquela que é a estratégia da companhia.”

Já o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) considera a demissão do general Silva e Luna uma “cortina de fumaça”.

“O governo demite Silva e Luna como cortina de fumaça contra o aumento do preço dos combustíveis. A queda do preço dos combustíveis depende de uma política econômica séria e não de factoides.”

A equipe de comunicação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o tucano não iria se pronunciar sobre a troca de comando na Petrobras.

O presidente Jair Bolsonaro classificou como “coisa de rotina” a segunda demissão de um presidente da Petrobras em seu governo, após o anúncio da saída de Joaquim Silva e Luna do comando da estatal na véspera.

“É coisa de rotina, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro, depois de ser questionado pelo representante de um canal bolsonarista nas redes sociais que registra todas as manhãs suas interações com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Essa foi a primeira vez que Bolsonaro comentou a saída de Silva e Luna desde que começaram os rumores de que o presidente da estatal seria trocado.

Na segunda, o governo enviou uma lista de nomes para formar o conselho da empresa, que será votado pelos acionistas no dia 13 de abril. Nessa lista não consta Silva e Luna. O Planalto indicou o diretor-presidente do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, para o cargo.

Pires será o terceiro presidente da Petrobras em pouco mais de três anos de governo Bolsonaro. Roberto Castello Branco, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi trocado em fevereiro do ano passado, já pela irritação de Bolsonaro com o aumento dos combustíveis.

FOLHAPRESS



Governo do RN recebe primeira missão do Banco Mundial de 2022

O Governo do Rio Grande do Norte está recebendo, a partir desta segunda (28), a primeira missão do Banco Mundial de 2022, que tem como objetivo principal alinhar as ações nesta reta final do acordo de empréstimo. O gerente do Projeto Governo Cidadão junto ao Banco, Eirivelthon Lima, lidera a equipe que vai discutir ao longo da semana os rumos de iniciativas nas áreas da saúde, educação, segurança, barragens, turismo, entre outras. A missão ainda inclui visitas de campo a obras como Hospital da Mulher, Hospital Regional de Assú e RN-233.

A primeira reunião da semana foi aberta pelo secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, e contou com a participação do secretário de Infraestrutura Gustavo Coelho, que a partir da próxima semana passa a coordenar o Projeto Governo Cidadão. O momento serviu para a gestão apresentar alguns resultados de indicadores atingidos, níveis de desembolso e avaliação de risco de ações em curso.

Até o momento, na área da gestão pública, o projeto atingiu 100% dos indicadores propostos como metas, enquanto no desenvolvimento regional sustentável esse volume foi de 57%, seguido por 50% na educação e 38% na saúde. O percentual da saúde sofreu impactos diretos da pandemia de Covid-19, cenário que tem se repetido não só no RN, mas no Brasil e ao redor do mundo.

O secretário Fernando Mineiro destacou que o projeto ainda dispõe de 17% dos recursos a desembolsar, o que, na cotação atual do dólar, corresponde a cerca de R$ 400 milhões a serem aplicados até o fim do ano. Desse total, 57% já estão contratados, 22% em licitação, 15% em preparação e 5% em tramitação interna. Entre os investimentos citados, estão a recuperação da RN-233, reconstrução da barragem de Lucrécia, recuperação da segunda etapa do Distrito Irrigado do Baixo Açu (DIBA), equipamentos do Hospital da Mulher, entre outros.

“Essa missão será importante para ajustarmos cronogramas e metas e fazermos as mudanças necessárias para concluirmos o acordo de empréstimo com os investimentos aplicados e entregues à população potiguar”, destacou o secretário Fernando Mineiro.

Corroborando Mineiro, Eiriveltohon pontuou: “Iniciamos uma etapa essencial com esta missão, que é traçar nossas metas e objetivos para os próximos nove meses. Este empréstimo se encerra em 31 de dezembro de 2022 e a partir dessa missão faremos os ajustes necessários para concluir todos os investimentos nesta data”.

EDUCAÇÃO

No período da tarde houve reunião na área da Educação com foco na iniciativa que está finalizando a reforma de 40 escolas em 32 municípios do RN e beneficiando mais de 20 mil estudantes, bem como a construção de outras seis escolas no Estado já finalizadas.

Foram apontados os panoramas de execução física, financeira, da legalidade da infraestrutura no que diz respeito a licenças das obras, do processo de aquisições de bens e equipamentos e, por fim, dos indicadores dos resultados alcançados na Educação com a ação.

Até o momento, das 40 escolas beneficiárias, foram concluídas as obras de reforma e ampliação e adquiridos equipamentos de 38 unidades. Ainda no mês de abril, ocorrerá a entrega da unidade localizada no município de Marcelino Vieira. Já a de Senador Elói de Souza, que está em licitação, terá as obras concluídas até dezembro. A iniciativa recebeu recursos na ordem de R$ 90 milhões, garantidos pelo acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Quanto à construção e aparelhagem das outras seis escolas, foram aplicados mais de R$ 25 milhões também viabilizados pelo empréstimo, atendendo a mais de 2 mil alunos.

“Mais uma vez, trazemos resultados do trabalho integrado das pastas e autarquias afins com foco na mudança de realidade de nossos estudantes, entregando escolas dignas, modernas, espaçosas, seguras, totalmente equipadas e acessíveis, de forma a estabelecer um novo padrão de qualidade na rede estadual de ensino”, pontuou Mineiro.

GERENCIAMENTO FINANCEIRO

O primeiro dia da Missão de supervisão do Banco Mundial ao Governo Cidadão foi concluído com reunião de Gerenciamento Financeiro, quando foram elencados os demonstrativos Financeiros (IFR) e aprofundada as discussões sobre os desembolsos relacionados aos investimentos em toda a multisetorialidade do Projeto.

Além dos já citados, participaram deste primeiro dia de reuniões, especialistas de variadas áreas do Banco Mundial, como Esaú Pontes, Leonardo Bichara, Leonardo Nascimento, Patrícia Melo, Frederico Carvalho, Anna Roumani, María Jesús Ferreira Trujillo, Fátima Alves, Luis Dias, Katia Dubois. Ainda pelo Projeto, participaram a gerente executiva Ana Guedes, o coordenador de monitoramento do projeto Carlos Nascimento, e, remotamente, secretários das pastas diretamente envolvidas.