Fiocruz vê cenário promissor, mas alerta que pandemia não acabou

Diante da queda nos indicadores de monitoramento da pandemia a nível nacional, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) classificou hoje (24) o cenário atual como bastante promissor, mas destacou que as desigualdades do país criaram diferentes realidades até mesmo dentro de um mesmo município. A análise foi publicada no boletim do Observatório Covid-19, que frisa ser equivocado pensar em redução de leitos, testagem e uso de máscara no país como um todo.

“Embora o cenário geral seja bastante promissor, tanto pela tendência de queda dos principais indicadores como pelo avanço na cobertura vacinal, além da chegada de medicamentos para o tratamento da covid-19, é importante sublinhar que a pandemia ainda não acabou”, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “Não é possível pensar na mitigação da pandemia no Brasil como um todo utilizando indicadores globais do país sem um olhar atento para outras escalas. Enquanto houver descontrole dos indicadores em um único município a pandemia não terminará”.

A Fiocruz afirma que a pandemia acentuou desigualdades estruturais no país, e que a partir dela é possível observar, no mínimo, a existência de dois Brasis, um do Norte e outro do Sul. O boletim compara São Paulo e Rio Grande do Sul a Maranhão e Pará, e afirma que os estados do Sul e Sudeste estiveram sempre acima da média nacional de vacinação e já mostram ter passado do pico de infecções da variante Ômicron. Os estados do Norte e Nordeste, por outro lado, ainda podem estar atravessando o pico de casos e têm curvas de óbitos ainda em movimento de alta.

“É equivocado, portanto, pensar em estratégias homogêneas de recuo na provisão de leitos e insumos para unidades de média e alta complexidade, assim como reduzir a indução da testagem em massa e o desincentivo ao uso de máscaras no país como um todo”.

Carnaval

A recomendação dos pesquisadores é a manutenção de medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos mesmo em ambientes abertos onde possa ocorrer maior concentração e aglomeração de pessoas. Nesse contexto, o boletim cita o Carnaval. “Que festas ou bailes em casas, clubes ou outros ambientes só sejam realizadas com comprovante de vacinação”.

Para a Fiocruz, o enfrentamento do cenário atual da pandemia exige combinar políticas de combate às fake news com busca ativa dos não vacinados pela Atenção Primária à Saúde. Também são sugeridas estratégias de ampliação de horário das unidades de saúde e campanhas de vacinação nas escolas, atingindo crianças, pais e professores. Outro ponto que deve ser avaliado são políticas públicas que considerem a exigência de passaporte vacinal nos locais de trabalho, para trabalhadores de empresas privadas e públicas, além de motoristas de transporte de pessoas, como ônibus, táxis e aplicativos.

A média diária de novos casos de covid-19 no período de 6 a 19 de fevereiro foi de 120 mil casos, o que representa queda de 0,3% em relação às duas semanas anteriores. Os óbitos se mantiveram em um patamar considerado alto, com 860 mortes por dia em média, uma quantidade 0,2% maior que entre 23 de janeiro e 5 de fevereiro. 

“Apesar das dificuldades de acesso a dados de teste (muitos estados não apresentam dados recentes), percebe-se uma ligeira redução no índice de positividade dos testes, isto é, a proporção dos testes de diagnóstico por RT-PCR realizados que apresentam resultados positivos. Portanto, se espera para as próximas semanas uma redução também dos indicadores que mais preocupam a população e os serviços de saúde: a mortalidade e a internação em UTI [unidade de terapia intensiva] por covid-19”. 

Letalidade em queda

A Fiocruz destaca que, com o avanço da vacinação, a taxa de letalidade por covid-19 no Brasil alcançou valores baixos e compatíveis com os padrões internacionais, de cerca de 0,8%, após vários meses oscilando entre 2% e 3%. Esse percentual poderia cair ainda mais com a ampliação da vacinação em regiões de baixa cobertura vacinal e com a aplicação de doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis. A letalidade mede o percentual de pessoas diagnosticadas com a doença que foram a óbito, o que é diferente de mortalidade, que é a relação entre o número de mortos e o total de habitantes de uma região.

“Ao mesmo tempo em que começam a cair os indicadores de transmissão nas capitais e regiões metropolitanas, a difusão do vírus em direção a regiões com baixa cobertura de vacinação e precária infraestrutura de serviços de saúde pode gerar quadros epidemiológicos perigosos, com um aumento de casos graves e mesmo óbitos nas próximas semanas”.

Na avaliação apresentada no boletim, a letalidade será um dos fatores que vão definir a mudança da covid-19 de pandemia para endemia, quando a doença será considerada parte do cotidiano. Eles argumentam que quando a ocorrência de formas graves que requerem internação seja suficientemente pequena para gerar poucos óbitos e não criar pressão sobre o sistema de saúde, será possível dizer que se trata de uma doença para a qual é possível assumir ações de médio e longo prazos sem precisar contar com estratégias de resposta rápida.

Apesar da queda na letalidade, ela ainda é maior na população idosa. A onda de casos causada pela variante Ômicron fez com que as internações e óbitos voltassem a se concentrar na população de idade mais avançada, o que a Fiocruz relaciona à proteção conferida à toda a população adulta pelas vacinas. Por outro lado, a baixa cobertura vacinal das crianças segue como uma preocupação.

“Trata-se de um grupo com intensa interação social com outros grupos, contribuindo de forma importante para a dinâmica da transmissão da doença. Além disso, elas se tornaram particularmente vulneráveis por estarem cercadas de pessoas já com esquema vacinal completo, ou em curso, tornando-se alvo do vírus, que não encontra nelas barreiras para a sua multiplicação”, explica o boletim, que acrescenta casos graves de covid-19 em crianças podem levar a um colapso na saúde com maior facilidade, “uma vez que há uma histórica baixa disponibilidade de leitos de UTI neonatal e principalmente de CTI pediátrico no país”.



Covid-19: 105,7 mil casos e 816 mortes são registradas em 24 horas

Nas últimas 24 horas, foram registrados 105.776 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Conforme levantamentos de secretarias estaduais e municipais de saúde, foram notificadas também 816 mortes em decorrência de complicações associadas à doença.

Com as novas estatísticas, o total de brasileiros que pegaram covid-19 ao longo da pandemia subiu para 28.351.327. Ontem, o painel de informações da pandemia mantido pelo Ministério da Saúde trazia 28.245.551 casos acumulados.

A quantidade de casos em acompanhamento de covid-19 está em 2.199.923. O termo é dado para designar casos notificados nos últimos 14 dias que não tiveram alta nem evoluíram para morte.

Ainda há 3.116 mortes em investigação. Isso acontece quando há o registro de óbito do paciente, mas ainda não se sabe se a causa foi covid-19 – o que demanda exames e procedimentos posteriores.

Até hoje, 25.505.984 pessoas se recuperaram da covid-19. O número corresponde a 90% dos infectados desde o início da pandemia.

Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (22). Nele, são consolidadas as informações enviadas por secretarias municipais e estaduais de saúde sobre casos e mortes associados à covid-19.

Os números, em geral, são menores aos domingos, segundas-feiras e nos dias posteriores a feriados em razão da redução de equipes para a alimentação dos dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, em geral, há mais registros diários pelo acúmulo de dados.

Estados
Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento está São Paulo, com 163.493 óbitos. Em seguida, vem o Rio de Janeiro (71.347), Minas Gerais (59.139), Paraná (42.105) e Rio Grande do Sul (37.978).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.962), Amapá (2.098), Roraima (2.125), Tocantins (4.093) e Sergipe (6.230).

No caso do Rio Grande do Norte, o estado potiguar 8.020 mortes pela covid-19 e 472.107 casos acumulados da doença desde o início da pandemia. 

Vacinação
Até hoje, foram aplicados 380,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 171,2 milhões com a 1ª dose e 155,7 milhões com a 2ª dose ou dose única. Outros 48,5 milhões já receberam a dose de reforço.



Covid-19: três dores no corpo que podem estar relacionadas à Ômicron

De acordo com o médico Charu Dutt Arora, do Instituto Asiático de Ciências Médicas, na Índia, a tempestade de citocinas desencadeada pela Covid-19 pode resultar em múltiplas dores. Sendo que tal ocorre porque a substância está ligada à inflamação e à ativação dos receptores de dor, explica um artigo publicado pelo jornal Metrópoles. 

Para o clínico três locais do corpo em especial estão mais suscetíveis a experienciar estas dores. Nomeadamente, os incômodos mais comuns verificam-se na região lombar e na cabeça – respectivamente 20% e 65% dos pacientes infectados com a variante Ômicron no Reino Unido experienciam os sintomas, acordo com as informações do aplicativo de monitoramento da doença Zoe COVID Symptom Study App.

Adicionalmente, outra dor que aflige os infectados, mas menos frequentemente, é nos joelhos.

Arora refere que a dor muscular pode resultar da inflamação provocada pelas citocinas, e consequentemente pode sentir dor nos ligamentos.

Entretanto, o ortopedista Peter Whang, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, confirma que de fato muitos pacientes com Covid-19 estão a reportar dores nos joelhos.

Recordamos que os sintomas mais comuns do novo coronavírus continuam a ser corrimento nasal, dor de garganta, fadiga e espirros. Caso a dor lombar, de cabeça ou nos joelhos surja em conjugação com um desses sinais, recomenda-se que faça o teste de detecção da Covid-19.



Pesquisa Covid-19: mais de 59% dos Municípios relatam resistência à vacinação infantil

Mais de 59% dos Municípios relatam enfrentar a resistência da população quanto à vacinação de crianças com idade entre 5 e 11 anos. A informação foi levantada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com a aplicação da 35ª edição da pesquisa sobre a situação da Covid-19 nos Municípios. O levantamento ouviu 2.193, o que representa 39,4% dos Municípios, entre os dias 14 e 17 de fevereiro.

Ainda em relação à vacinação desse público, 2,3% dos gestores ouvidos afirmaram que houve reações adversas graves em crianças que tomaram a vacina contra o coronavírus. Já 94,4% não registraram reações graves e 3,3% prefeituras não responderam a essa questão. A vacinação para este grupo teve início em 98,9% das cidades ouvidas pela pesquisa. Em 19 Municípios a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos ainda não teve início.

O levantamento também abordou a falta do imunizante para crianças de 5 a 11 anos de idade. Em 11,2% dos Municípios, faltou a vacina destinada para este público. Outros 87% não registraram a falta do imunizante.

Carnaval

Sobre as festas de carnaval, a pesquisa identificou que 46,1% das prefeituras cancelaram todas as festas públicas e privadas. Já 24,5% cancelaram a realização de festejos públicos, mas mantiveram as privadas. Por outro lado, 25,1% dos Municípios ainda não decidiram sobre a realização ou não das festas. Em apenas 3,3% o Carnaval ocorrerá normalmente, com a promoção de festas públicas e privadas.

Óbitos, internações e testes

A não ocorrência de mortes pela doença foi informada pela maioria dos Municípios que participaram da pesquisa: 61,8%. Em 16,3%, houve registro de aumento no número de óbitos, em 13,2% os números se mantiveram estáveis, e 5,7% registraram queda nas mortes. As internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por conta da Covid-19 não ocorreram em 56,9% dos Municípios, se mantiveram estáveis em 20,2% e em alta em 9,9%. As taxas de internação em UTI registraram queda em 9,4% dos Municípios. Quanto às internações em leitos normais, 39,4% dos Municípios não tiveram registro, 28,3% apontaram estabilidade, 16,7% aumento e 4% queda de registro de internações.

A falta de testes rápidos para a detecção da doença foi registrada por 14% dos Municípios. Já para 85,3%, a testagem da população continuou a ocorrer normalmente.

Veja o levantamento completo aqui



Ivermectina: Universidade começa a testar remédio em pacientes com Covid-19

O Instituto de Pesquisas Clínicas Duke (DCRI), ligado à Universidade Duke, em parceria com a Universidade Vanderbilt, ambas nos EUA, incluíram doses mais altas de ivermectina em um estudo em andamento que visa avaliar o uso de remédios já existentes contra casos leves e moderados de Covid-19.

Além da ivermectina, um antiparasitário, estão sendo testados também a fluticasona — um medicamento normalmente utilizado para prevenir e tratar a asma —, e a fluvoxamina — um inibidor seletivo de recaptação de serotonina, usado para tratamento de depressão.

Na nova fase do estudo, os pesquisadores querem testar os efeitos da dose de 600 mcg/kg diariamente por seis dias contra o coronavírus. A ivermectina, usada para tratar infecções parasitárias, não é aprovada pelo FDA para tratar Covid-19 e só deve ser tomada como parte de um ensaio clínico, como o ACTIV-6.

Os cientistas já fecharam as inscrições para a análise de uma dose menor do medicamento, com um programa de 400 mcg/kg diariamente por três dias.

O ACTIV-6 quer inscrever até 15 mil pessoas de todo o Estados Unidos. Para participar é preciso ter mais de 30 anos, ter testado positivo para Covid-19 nos últimos 10 dias e ter pelo menos dois sintomas da doença por não mais de sete dias. Os sintomas incluem fadiga, dificuldade em respirar, febre, tosse, náusea, vômito, diarreia, dores no corpo, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, sintomas nasais e/ou nova perda do paladar ou do olfato.

Segundo Susanna Naggie, pesquisadora principal do DCRI e supervisora do estudo clínico em andamento, mostraram potencial para tratar a Covid-19 em ambulatórios, mas “precisam ser avaliados em um ensaio clínico maior, mais rigoroso e randomizado para determinar eficácia e segurança”. De acordo com Naggie, mais remédios serão adicionados ao estudo com o passar do tempo.



Ocupação de leitos Covid volta a cair no RN e chega a 58,5% nesta quinta-feira

O Rio Grande do Norte registra, nesta semana, um declínio na taxa de ocupação de leitos para tratamento da covid-19. Nesta quinta-feira (17), em consulta realizada às 11h, a plataforma Regula RN apontava 58,5% dos leitos críticos ocupados em todo o estado potiguar. Na primeira semana de fevereiro, essa ocupação chegou a alcançar um percentual superior a 90%. 

Especificando por regiões, nesta quinta-feira, a ocupação é maior a Metropolitana, com 59,6% de ocupação. Na região Oeste, a ocupação chega a 58,5%, enquanto que np Seridó a situação é de 40% de leitos críticos ocupados.

Esse cenário representa um total de 250 pessoas internadas no serviço público de saúde do RN. Desse total, 210 tratam a covid-19, sendo 99 em leitos críticos e 111 em leitos clínicos. Enquanto isso, 40 estão internados tratando outras patologias, sendo 13 em leitos críticos e 27 em leitos clínicos. 

A fila de espera também diminuiu na última semana. Neste momento, há apenas três pacientes aguardando por um leito crítico e dois na fila por um leito clínico. Na primeira semana do mês, essa espera chegou a, respectivamente, 25 e 17 pacientes. Ao todo, o estado potiguar tem, nesta quinta-feira, 110 leitos disponíveis, sendo 60 de UTI e 110 de enfermaria.



Com aumento de casos em 10 anos, RN alerta para diagnóstico precoce e prevenção da sífilis

O Rio Grande do Norte, nos últimos 10 anos, registra aumento de 1.212% no registro de casos de sífilis adquirida, de 489% no número de casos de sífilis em gestante e de 124% na identificação de casos de sífilis congênita. 

Esses são os dados do boletim epidemiológico da doença, divulgado nesta terça-feira (15), pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do Programa Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais da Subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica.

Diante desse cenário epidemiológico, o Programa Estadual IST/AIDS e Hepatites Virais recomenda que os municípios ampliem a realização de ações educativas e preventivas, assim como o rastreamento da sífilis, por meio da testagem rápida, que é uma importante abordagem de saúde pública para identificação nas pessoas assintomáticas. 

“O acréscimo observado no número de casos no RN, está relacionado ao avanço do estado na busca ativa de casos, através da ampliação da testagem, que possibilita o diagnóstico e tratamento precoce dos usuários”, explicou Gislainhy Pires, responsável técnica do Programa Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais.

O teste rápido é essencial ao diagnóstico precoce da sífilis, viabilizando um tratamento mais rápido, de modo a minimizar a transmissão e os possíveis danos à saúde do portador da doença, além de contribuir para a redução dos casos de sífilis congênita, por meio da detecção da gestante infectada durante o pré-natal.

Dessa forma, o Programa Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais solicitou ao Ministério da Saúde um aumento no quantitativo fornecido de testes rápidos de sífilis, para incrementar ainda mais as ações de promoção e prevenção em todo o RN.

Sífilis

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, causada pelo Treponema pallidum, que pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas irreversíveis, em longo prazo, quando não tratada precocemente. É transmitida predominantemente por via sexual e vertical (da mãe para o bebê durante a gestação). 

O tratamento da sífilis precisa ser acompanhado por exames clínicos e laboratoriais, para avaliar a evolução da doença, e deve ser estendido às parcerias sexuais. A sífilis é uma infecção curável, com tratamento gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e relativamente simples, porém não confere imunidade protetora, ou seja, as pessoas poderão ser reinfectadas se forem expostas novamente.

Prevenção 

A transmissão sexual pode ser evitada com o uso de camisinha masculina ou feminina e a transmissão vertical é passível de prevenção quando a gestante infectada é tratada adequadamente durante o pré-natal.

O Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais chama a atenção para os riscos e consequências do sexo sem proteção, reforçando a importância do uso do preservativo, que é o método mais seguro para prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV, a sífilis, a herpes genital, a gonorreia, as hepatites virais e o HPV, assim como para evitar uma gravidez não planejada. 

Dados

O Rio Grande do Norte, entre 2011 e 2021, apresentou 11.220 casos confirmados de sífilis adquirida, 5.505 de sífilis na gestação e 4.687 de sífilis congênita. Nesse período, percebe-se que a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 2,6 vezes (de 5,2 para 13,6 casos por mil nascidos vivos).

A taxa de detecção de sífilis em gestantes cresceu 6,8 vezes (de 3,9 para 26,6 casos por mil nascidos vivos) e a taxa de detecção de sífilis adquirida elevou-se 11,9 vezes, passando de 5,1 para 61,1 casos por 100 mil habitantes.

Sífilis adquirida

Entre 2011 e 2021, a maioria dos casos de sífilis adquirida foi identificada na 7ª região de saúde (55,4%) e o município de Natal concentrou 41,9% do total de casos do estado.

Em 2021, foram notificados 2.177 casos de sífilis adquirida, representando um aumento de 44,3% em comparação ao ano anterior. Os maiores percentuais de casos foram identificados nos municípios de Natal (44,5%), Mossoró (12,2%), Nísia Floresta (8,8%) e Parnamirim (5,4%) e Ceará-Mirim (4,2%).

Nos últimos 10 anos, houve um incremento de 1.212% no registro de casos de sífilis adquirida e a taxa de detecção aumentou de 5,1 casos para 61,1 casos por 100 mil habitantes em 2020, revelando um crescimento de 1.098%.

Sífilis em gestante

No RN, entre janeiro de 2011 a dezembro de 2021, a maioria dos casos sífilis em gestantes foi identificada na 7ª região de saúde (51,8%) e o município de Natal concentrou 37,2% do total de casos do estado.

Nesse período, observa-se um aumento de 489,3% no registro de casos de sífilis em gestante e a taxa de detecção mostrou um expressivo crescimento, passando de 3,9, em 2011, para 26,6 casos/mil nascidos vivos em 2021, representando um incremento de 583%. 

Esse aumento pode estar relacionado à ampliação do acesso ao diagnóstico na atenção básica, às mudanças nos critérios técnicos de definição de sífilis em gestante no final de 2017 e melhorias nos registros de notificação.

A taxa de detecção do estado, em 2020, foi de 20,9 casos/mil nascidos vivos superior ao observado no Nordeste (15,6 casos/mil nascidos vivos) e inferior à do Brasil, que apresentou uma taxa de 21,6 casos/mil nascidos vivos nesse ano.

Em 2021, foram notificados 1102 casos de sífilis em gestantes, representando um aumento de 15,9% em comparação a 2020. Os maiores percentuais de casos foram identificados nos municípios de Natal (41,1%), Mossoró (7,5%), Parnamirim (4,5%) e Extremoz (2,9%). 

Dos 167 municípios, 48 (28,7%) apresentaram taxa de detecção superior à do estado e 45 (26,9%) não registraram casos de sífilis em gestante.

Sífilis congênita

No Rio Grande do Norte, entre 2011 e 2021, foram notificados 4.687 casos de crianças com sífilis congênita. A maioria dos casos foi identificada na 7ª região de saúde (59,2%) e o município de Natal concentrou 44,7% do total de casos do estado.

No período, observa-se um incremento de 124,2% no registro de casos de sífilis congênita e a taxa de incidência de sífilis congênita, mostrou um crescimento de 162%, passando 5,2 casos, em 2011, para 13,6 casos/mil nascidos vivos em 2021.

A taxa de incidência de sífilis congênita no estado, em 2020, foi 11,6 casos por mil nascidos vivos, valor superior à taxa do Nordeste e do Brasil, que apresentaram 7,7 casos/mil nascidos vivos nesse ano.

Em 2021, foram notificados 565 casos de sífilis congênita, revelando um aumento de 6,9% em comparação com o ano anterior. Com exceção da 3ª, 4ª e 5ª região de saúde, as demais apresentaram crescimento no registro de casos. Dos 167 municípios, 45 (26,9%) apresentaram taxa de incidência superior a do estado e 80 (47,9%) não registraram casos de sífilis congênita.

Confira aqui o Boletim Epidemiológico da Sífilis e a Nota de Alerta emitida pela Sesap, por meio do Programa Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais da Subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica.



RN soma 463 mil casos e 7.957 mortes por covid-19

O Rio Grande do Norte chegou aos 463.152 casos de covid-19 e 7.957 óbitos provocados pela doença desde o início da pandemia. Os números foram atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap-RN), em boletim epidemiológico nesta quarta-feira (16).

Nas últimas 24 horas, o estado confirmou 1.179 casos e seis mortes. Os falecimentos foram registrados em Natal (3), Jardim do Seridó (1), Coronel Ezequiel (1) e Brejinho (1).

De acordo com os dados, o RN ainda tem 2.749 casos considerados suspeitos e 890.777 já descartados. Além disso, são 427.513 casos recuperados e 27.682 pacientes em acompanhamento.

Em relação às mortes, a secretaria de Saúde investiga 1.536 óbitos e já descartou 1.099. A pasta faz a atualização diária dos casos da covid-19 no estado.

O Regula RN mostrava, nesta quarta-feira, às 14h50, a taxa de ocupação de leitos críticos no estado era de 60,3%, com todas as regiões em números próximos. O maior índice era no Oeste, com 62,3% de ocupação. No Seridó, era 60%. Na Região Metropolitana de Natal, era 59,4%.



Atendimentos SUS para os usuários da Unidade da Liga em Caicó serão retomados a partir desta quarta-feira, 16

O prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, esteve em reunião na tarde desta terça-feira, 15, em Natal, com a Superintendência da Liga Contra o Câncer.

“Após um trabalho e esforço imensos da nossa gestão, informamos que a partir desta quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022, estão retomados todos os atendimentos SUS da Unidade da Liga em Caicó para os usuários de de nossa cidade e das pactuações”, destacou o prefeito. As consultas eletivas não estavam acontecendo, mas os pacientes oncológicos não deixaram de ser atendidos neste período.

Dr. Tadeu fez questão de enfatizar o esforço de seus secretários de saúde e finanças: “Evaneide Nóbrega, da saúde, e Salmo Batista, das finanças, foram incansáveis e dedicados nesta tarefa e cumpriram a missão de resolvermos esse problema”, afirma.

O atual prefeito de Caicó lembrou que boa parte dessa dívida não é de sua gestão: “lembrar também que boa parte dessa dívida herdamos da gestão passada, que apesar terem recebidos recursos vultosos em 2020, deixaram os débitos com a Liga se acumularem”, esclareceu Dr. Tadeu.



Pesquisadores brasileiros preparam o 1º anticoncepcional masculino

Pesquisadores brasileiros da Unesp, Universidade Paulista, descobriram dois novos alvos que, finalmente, vão tornar viáveis a criação do primeiro anticoncepcional masculino.

O foco do projeto é a EPPIN, sigla em inglês para inibidor de protease epididimária, cuja função principal é modular a motilidade dos espermatozoides, ou seja, dificultar sua capacidade de nadar até o óvulo.

O estudo também demonstra a viabilidade de usar camundongos como modelo para testes in vivo. Os resultados foram publicados na revista Molecular Human Reproduction.

Alvo é o espermatozóide

Cientistas e a indústria farmacêutica procuram desenvolver anticoncepcionais masculinos que consigam impedir a mobilidade do espermatozoide, porque é mais difícil chegar a um fármaco para impedir a produção do gameta masculino.

“O grau de complexidade da produção do espermatozoide é maior que o da produção do óvulo feminino. O processo de espermatogênese dura cerca de dois meses e ocorre de forma contínua”, explica Erick José Ramo da Silva, professor do Depto de Biofísica e Farmacologia do Instituto de Biociências de Botucatu e um dos autores do artigo científico.

“Se fosse produzido um contraceptivo masculino que impedisse a produção do espermatozoide, o medicamento demoraria de três a quatro meses para apresentar efeito a partir do momento em que um homem começasse a usá-lo”, completa.

“Com a clivagem feita pela protease PSA, o espermatozoide pode nadar, o que chamamos de motilidade progressiva, e penetrar nas camadas mais externas do óvulo, em um movimento conhecido como motilidade hiperativada”, detalha o pesquisador.

Esse processo de clivagem de proteínas pela PSA ocorre no trato reprodutor feminino, entre cinco e dez minutos após a ejaculação.

“Até o momento em que a PSA atua, o único mecanismo que está levando o espermatozoide em direção ao óvulo é a ejaculação. Ele não precisa de motilidade antes dessa etapa e por isso salva energia para percorrer todo o restante do caminho até o útero”, acrescenta.

Resultados promissores

Na pesquisa conduzida na Unesp, os camundongos receberam três tipos de anticorpos para verificar se eles se ligavam à EPPIN e bloqueavam a motilidade dos espermatozoides.

Ao se ligarem à molécula-alvo, os anticorpos mostraram em que domínios da proteína deveria haver uma intervenção para reduzir ou impedir a motilidade do espermatozoide.

Ao verificar a motilidade dos espermatozoides, foi constatada a sua redução, o que comprova que ambas as regiões apresentam inibidores de protease que regulam a motilidade e que podem ser alvo de novos fármacos.

Ou seja, a pesquisa mostrou ser possível desenhar moléculas que se liguem a essas duas regiões e não apenas à C-terminal, impedindo a mobilidade dos espermatozoides.

A pesquisa também aponta quais sequências da cadeia de 133 aminoácidos que formam a EPPIN devem ser o alvo de quem pensa em desenvolver um anticoncepcional masculino que atue na motilidade dos espermatozoides.

Por fim, ela comprova que é possível usar camundongos como modelos para testes in vivo, o que pode tornar a pesquisa pré-clínica mais simples, rápida e barata.

Agora, Ramo da Silva vai coordenar uma equipe que procurará desenhar pequenas sequências de aminoácidos capazes de se ligar à EPPIN de forma semelhante à da semenogelina e testá-los para ver se interrompem a motilidade espermática.

Para isso, já existe uma parceria com pesquisadores de Portugal e do Reino Unido.

Só Notícia Boa com informações da Agência FAPESP