No primeiro dia oficial de campanha, os principais candidatos ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), ficaram frente a frente nesta terça-feira (16).
Os políticos antagônicos compareceram à posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O ministro Ricardo Lewandowski será vice.
Lula e a também ex-presidente Dilma Rousseff não aplaudiram a entrada de Bolsonaro. Os dois, Temer e Sarney não se levantaram na entrada do presidente da República. Já os ministros do governo se levantaram quando Bolsonaro chegou.
Em pronunciamento na sessão plenária desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), registrou voto de pesar pelo falecimento de Marlene Galvão, no último sábado. Sobrinho e afilhado da artista plástica, o parlamentar enalteceu a trajetória de Marlene, destacando o seu legado para o Rio Grande do Norte.
De acordo com o presidente, a atuação da artista evidenciou que os laços humanos e os vínculos sociais devem convergir para a harmonia, caminho de sublimação do sentido da vida. “Por isso, Natal perde um ser humano de extraordinário valor e uma artista de grande sensibilidade. Fica-nos o alento de que se a alma não fosse imortal, a vida seria pouca coisa, e a morte não seria nada”, afirmou o deputado Ezequiel.
Ao final do pronunciamento, o parlamentar registrou ainda que Marlene Galvão é mãe de Simone, Ariane, Marcos e Janine. Avó de Sophia, Sarah e Uliana. “A todos eles, assim como aos amigos e demais familiares, deixamos os mais sinceros votos de condolências e desejos para que Deus, na sua infinita bondade, ampare os corações e almas que sofrem com a partida de Marlene Galvão”, concluiu ele.
O Rio Grande do Norte vai exportar uma cota extra de 903,45 toneladas de açúcar para os Estados Unidos até 30 de setembro deste ano. O envio adicional para o mercado internacional foi acordado após o governo dos Estados Unidos aumentar a cota de importação do produto em 90,1 mil toneladas, das quais 15,4 mil sairão do Brasil, mais especificamente das regiões Norte e Nordeste. As duas principais produtoras potiguares foram beneficiadas: a Usina Estivas, de Arez, que exportará 714,73 toneladas; e a Vale Verde, de Baía Formosa, que foi autorizada a enviar 188,72 toneladas.
Considerando que a produção de açúcar das duas usinas juntas pode chegar 230 mil toneladas por safra, a cota adicional que será exportada aos EUA não é considerada de alto volume pelos produtores, mas é uma importante via de abertura para fortalecer a ponte entre o mercado potiguar e o norte-americano, avalia o secretário de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), Guilherme Saldanha. “Isso é muito bom porque abre o mercado de exportação, são recursos advindos de outros países que entram aqui e isso é positivo para a nossa economia”, argumenta.
O aumento nas cotas de compra e venda de açúcar entre Brasil e Estados Unidos não é inédito. A operação é baseada no ano fiscal americano (1º de outubro a 30 de setembro do ano subsequente). Desta forma, em 2020, a medida também ocorreu como forma dos EUA aumentar o fornecimento no mercado doméstico e o Brasil recebeu uma cota adicional para vender 80 mil toneladas de açúcar ao mercado estadunidense. Já para o ano fiscal 2021, além do volume regular de 144,4 mil toneladas, os EUA pediram um adicional de 35,1 toneladas e agora o último extra de 15,4 mil toneladas.
O negócio prevê que o açúcar seja exportado em condições especiais dentro das cotas, com uma carga tributária menor. A medida faz com que o produto chegue com preços mais competitivos para o país importador. Os Estados Unidos atuam no mercado com cotas de importação definidas anualmente e distribuídas para diversos países, entre eles o Brasil. As cotas extras, como as que foram abertas recentemente, são solicitadas quando os outros países parceiros dos EUA não conseguem fornecer a quantidade de açúcar previamente acordada.
Dentro da cota normal anual de 144 mil toneladas, que o Brasil já mandou para os EUA, a Usina Estivas forneceu cerca de 3 mil toneladas. O superintendente da empresa, Célido Ricardo, detalha que a Estivas produz cerca de 140 mil toneladas de açúcar, distribuídas entre mercados local, regional e nacional, além de Estados Unidos e países africanos. Portanto, Célido afirma que a cota extra, oferecida ao Estado, não representa “grande progresso” para a estrutura do negócio.
“É uma quantidade bem pequena. A cota normal da usina é mais de 3 mil toneladas. A usina tem uma produção de 140 mil, 150 mil toneladas de açúcar, então 714 toneladas é uma quantidade muito pequena. Ao longo do ano fiscal dos Estados Unidos é comum que isso aconteça porque existem alguns países que não performam suas cotas, aí o governo faz essa realocação. Por exemplo, o México não consegue cumprir aí o que falta é realocado para os países que podem fornecer”, comenta Célido. A reportagem da TN não conseguiu contato com o responsável pela usina Vale Verde. Atualmente, o RN tem somente essas duas usinas que também são capazes de produzir açúcar, além do álcool. O superintendente da Usina Estivas diz que há espaço para crescimento do mercado em solo potiguar.
“Temos capacidade de expandir um pouco mais as usinas, só temos essas duas que produzem açúcar, tem ainda a do Grupo Telles [em Ceará-Mirim] que produz só álcool. Atendemos o mercado do Rio Grande do Norte, estados vizinhos, mas há espaço para crescer”, analisa.
O titular da Sape, Guilherme Saldanha, acrescenta que a abertura da cota adicional para exportação do açúcar potiguar é um indicativo do que ele chama de “bom momento”. “A gente fica feliz porque é um reflexo desse cenário positivo desse setor no Rio Grande do Norte. Temos visto o crescimento desse segmento no Estado, temos as três usinas principais, mas a gente também tem as usinas menores, que produzem sobretudo cachaças e tudo isso é muito bom para o nosso Estado”, comenta.
As prisões por não pagamento de pensão alimentícia subiram 24,6% em 2022 no Rio Grande do Norte, segundo mostram dados do Tribunal de Justiça (TJRN). Neste ano, de janeiro até 10 de agosto, foram decretadas 476 prisões, enquanto que no mesmo período do ano passado a Justiça concedeu 382 pedidos de prisões civis em todo o Estado. De acordo com especialistas ouvidos pela Tribuna do Norte, o aumento dos dados pode ser explicado por um “represamento” dos processos durante o período mais crítico da pandemia e pelo cenário econômico de desemprego e alta inflacionária.
As estatísticas dos sistemas processuais do TJRN apontam que o Estado apresentava ritmo de queda desde 2018, quando 730 pessoas foram presas por não pagar pensão de alimentos. Em 2019 o índice baixou para 671, depois 494 em 2020 e 382 no ano passado, sempre no período analisado de 1º de janeiro até 10 de agosto. As chamadas prisões civis podem durar até 90 dias e hoje há cinco pessoas custodiadas por esse motivo no sistema penitenciário potiguar, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família (Ibdfam/RN), André Franco, diz que as prisões são efetivas para o cumprimento das dívidas. “Não deveria ser [efetiva], mas infelizmente é. Não deveria chegar a esse ponto extremo. Essa coerção, que é uma atitude extrema, mobiliza o devedor e todo seu grupo familiar. As pessoas fazem um esforço concentrado para pagar aquele montante, que às vezes é alto em relação à pensão mensal. Por que não fazer esse esforço mensalmente? Normalmente as pessoas confiam que não serão presas por causa da morosidade natural do Judiciário, mas as Varas de Família de Natal são bem céleres nesse ponto”, comenta.
Franco diz ainda que a simples abertura do processo, sem o cumprimento da prisão, já é um motivo para o pagamento das dívidas. “Das 476 prisões que tivemos, outras não precisaram ser feitas porque a pessoa pagou antes. Então essa é uma medida eficaz, muito embora não seja a melhor alternativa, na minha avaliação e de vários professores da área, mas é o que nós temos hoje”, acrescenta o advogado especialista em direito da família e sucessões.
Após a prisão, o devedor pode ser solto depois que quitar a pendência. Caso a prisão ultrapasse o prazo máximo de 90 dias e a dívida não tenha sido paga, o devedor será solto e não poderá ser preso novamente no mesmo processo. Ele só poderá voltar a ser preso caso uma nova ação seja movida. “O fato dele ter sido preso não evita que vá preso de novo, desde que essa nova dívida seja relativa a um novo período, que não integrou o motivo daquela primeira prisão”, diz o presidente da Comissão Especial de Direito de Família e Sucessões da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN), Daniel Lacerda.
Há ainda quem está tentando reaver o pagamento de dívidas de pensão alimentícia mediante a prisão do devedor. É o caso da empregada doméstica Gilvaneide da Silva, 46, que há três anos enfrenta problemas com o ex-companheiro para conseguir os vencimentos para sustentar a filha de 10 anos. No início de 2019, ela abriu um processo para que o pai da criança fizesse o pagamento regular. “Eu botei na Justiça e ele começou a pagar, só que um tempo depois, em maio, ele parou de dar. Entrei novamente na Justiça”, diz Neide, como é mais conhecida.
À época, a dívida, que hoje é de R$ 7.250, era de cerca de R$ 2.500, conta Neide. Na segunda tentativa da doméstica resolver a situação na Justiça, foi feito um acordo com o devedor para conciliar o pagamento regular da pensão com a dívida em uma espécie de parcelamento, mas que não foi cumprido. “Ele só pagou uma parcela de R$ 512 e uma pensão de R$ 160, aí parou de dar de novo”, conta.
Depois dos novos atrasos, Neide decidiu pedir a prisão por não pagamento do compromisso. Segundo ela, o devedor não foi preso devido a um erro documental no processo, mas há a possibilidade da prisão ser decretada ainda neste mês. “No dia 27 agora vamos ter uma resposta em relação a isso. Eu descobri o local onde ele trabalha porque ele me mandou uma mensagem, dizendo que tinha perdido o trabalho, mas ele não perdeu o emprego, continua lá ainda”, afirma.
Perda de renda não é motivo para não pagar O presidente da Comissão Especial de Direito de Família e Sucessões da OAB-RN, Daniel Lacerda, explica que a mera perda de renda do devedor não pode ser motivo para não fazer os depósitos. “Se você não tem mais condições de pagar aquele patamar que foi fixado anteriormente, por acordo ou decisão judicial, é dever de quem deve pagar fazer uma revisão porque o assunto sempre pode ser revisto pela Justiça quando há alteração das condições”, afirma.
“O que não pode é não ter mais a condição e não revisar, só quer tentar resolver isso na execução, aí não tem como. A execução é para o período que ele devia, se não revisou, a Justiça fatalmente vai decretar a prisão civil da pessoa. O campo para se discutir a impossibilidade de não pagar não é a execução, a pensão é que tem que ser revisada”, diz o advogado.
A partir do atraso da primeira parcela, a pessoa que se sentir lesada já pode ingressar com um processo na Justiça, orienta a OAB-RN. De acordo com o presidente da Comissão de Direito de Família e Sucessões, Daniel Lacerda, não há necessidade de esperar três meses ou mais para provocar a Justiça. Lacerda detalha que existem duas formas de se cobrar o pagamento da pensão alimentícia na Justiça: pelo rito que pode levar o devedor à prisão ou como se fosse uma dívida comum, que pode ser quitada com expropriação de bens.
“A primeira é a forma mais gravosa, onde muitas vezes, devido às justificativas, o devedor vai preso por até 90 dias. Outra forma é pelo rito comum, como se fosse uma dívida qualquer, que não vai buscar a prisão civil. Nesse caso, a parte vai buscar a expropriação de bens, bloqueio de carros, imóveis, penhora em conta bancária, desconto de percentual diretamente na folha de pagamento do empregador ou de órgão público ao qual ele está vinculado. Existem essas duas formas, vai caber ao credor a escolha por uma delas”, explica Daniel Lacerda.
Prisões por falta de pagamento de pensão (dados relativos ao período de janeiro a 10 de agosto): 2022 – 476
2021 – 382
2020 – 494
2019 – 671
2018 – 730
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJRN) e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou os bens declarados pelos candidatos ao governo do Rio Grande do Norte que registraram sua candidatura. Os valores dos patrimônios informados vão de zero a R$ 1,2 milhão.
O candidato Fábio Dantas (SDD) é o mais rico, tendo informado um patrimônio de R$ 1.257.069,75, o que significa um aumento de 119,18% em oito anos. Esse valor é quase o dobro do registrado por ele em 2014, quando foi candidato a vice-governador na chapa de Robinson Faria (PL). Naquele ano, a declaração foi de R$ 573.515,55.
Este ano, Fábio Dantas declarou ter dois apartamentos que somam mais de R$ 1 milhão. O segundo item de maior valor declarado é um terreno no valor de pouco mais de R$ 72,1 mil. Além de veículo automotor avaliado em R$ 45 mil, há ainda uma caderneta de poupança de quase R$ 43 mil e quotas de capital no valor de R$ 8 mil.
Candidata à reeleição, a governadora Fátima Bezerra (PT) teve, em quatro anos, aumento de 21,16% em seu patrimônio. Segundo o documento, protocolado no sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do TSE, ela possui R$ 978.641,19 em bens, valor maior que o informado em 2018, quando a gestora disse ter R$ 807.668,42.
Parte dessa diferença se deve a uma caderneta de poupança que soma R$ 426,1 mil. Em seguida, vem um veículo automotor terrestre avaliado em R$ 155 mil e duas casas, uma no valor de R$ 115 mil e outra de R$ 100 mil. Ela informou ainda ter dois terrenos, sendo um de R$ 70 mil e outro de R$ 60 mil. Ambos constavam há quatro anos no sistema do TSE. Há uma aplicação de renda fixa de cerca de R$ R$
17,7 mil e R$ 34,7 mil em Fundo de Longo Prazo e Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Styvenson Valentim (Podemos) viu seu patrimônio aumentar em 88,92%, em quatro anos. Teve um acréscimo de R$ 64.912,72, conforme sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. Em 2018, quando disputou a reeleição para o Senado, ele tinha R$ 73 mil. Agora, possui R$ 137.912,72.
Em 2018, Styvenson declarou R$ 60 mil em poupança para construção ou aquisição de bem imóvel, um veículo automotor terrestre avaliado em R$ 9 mil e, por último, um depósito bancário em conta corrente de R$ 4 mil. Já em sua ficha de candidatura para o pleito de outubro, o candidato declara ter caderneta de poupança R$ 83 mil, além de quatro aplicações de renda fixa que juntas totalizam cerca de R$ 55 mil.
Por outro lado, três candidatos não declararam bens: Nazareno Neris (PMN), Danniel Morais (PSOL) e Rodrigo Vieira (DC).
Clorisa empobreceu 99,78% em dois anos
Enquanto os primeiros colocados nas pesquisas registraram aumento de seu patrimônio nos últimos quatro anos, a candidata Clorisa Linhares (PMB), declarou ter um patrimônio de apenas R$ 1.797,79 no registro de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O valor é extremamente inferior ao registrado por Clorisa em 2020, há apenas dois anos, quando foi candidata à Prefeitura de Grossos e informou à Justiça ter bens que somavam R$ 824.172,58.
Ou seja, conforme as declarações da candidata bolsonarista ao governo do Estado, em dois anos, ela perdeu 99,78% do seu patrimônio. Em números absolutos, Clorisa viu escorrer das suas mãos o montante de R$ 822.374,79.
Na declaração mais recente, Clorisa informou ter um depósito em conta corrente no valor de R$ 1.444,66, além de R$ 200 em aplicações e investimentos, R$ 135,31 em aplicações de renda fixa e R$ 17,82 em cadernetas de poupança.
Seu vice, Erick Guerra (Patriota), declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 19.086,81 em bens: um veículo de R$ 15 mil, além de dinheiro em conta corrente.
Rosália Fernandes manteve quantia registrada em 2020
Candidata do PSTU ao governo do RN, Rosália Fernandes declarou patrimônio de R$ 210 mil. O valor é o mesmo informado em 2020, quando ela disputou a prefeitura de Natal e disse à Justiça Eleitoral ter um apartamento avaliado em R$ 170 mil e um veículo de R$ 40 mil. Sua vice, Socorro Ribeiro (PSTU), declarou patrimônio de R$ 234 mil, sendo uma casa de R$ 200 mil e um terreno de R$ 34 mil.
As declarações trazem valores de imóveis, terrenos, veículos, aplicações financeiras, depósitos em contas no país, entre outros bens. O portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do TSE traz ainda dados pessoais informados pelos candidatos, como cor/raça, ocupação, limite legal de gastos da campanha e a proposta de governo. Também estão disponíveis dados dos candidatos a presidente, vice-presidente, senador e suplentes e deputados federal, estadual e distrital.
Parque eólico Cumaru em São Miguel do Gostoso, RN — Foto: Divulgação
Em 10 anos, aprodução de energia eólica cresceu 1.702% no Rio Grande do Norte, segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O estado saiu de 375,15 MW de capacidade de produção em 2012 para 6.762 MW em 2022, ou 6,7 GW.
Naquele ano, o estado tinha 12 parques eólicos funcionando, com 248 turbinas em operação. Uma década depois, já são 220 parques espalhados pelo estado, com 2.696 torres. A previsão de especialistas, é de um novo cenário na próxima década, com a operação de parques eólicos em alto-mar.
Os dados foram levantados pelo g1 dentro da página especial dos 10 anos do portal no Rio Grande do Norte.
Atualmente, a energia gerada pela força dos ventos representa 90,5% da produção de energia no estado, considerando-se as demais matrizes energéticas, como energia solar, hidrelétrica e biomassa. O RN é o maior produtor de energia eólica do país.
O estado estava entrando no mercado de produção de energia eólica em 2012. Após o primeiro leilão, realizado pelo governo federal três anos antes, em 2009, os primeiros parques eólicos contratados pelo mercado regulado pelo governo começavam a operar naquele ano.
O presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Darlan Santos, trabalhava na equipe da Petrobras que instalou quatro parques eólicos em 2012 no estado. Uma década depois, ele lembra alguns dos entraves que o setor enfrentava no início.
“Como esse mercado estava iniciando no Brasil, uma dificuldade era a mão de obra. Era muito difícil encontrar mão de obra especializada para trabalhar na implantação desses parques e no desenvolvimento dos projetos. Era muito comum chegar a um canteiro de obras e encontrar profissionais de outros países. Era difícil encontrar as próprias máquinas, não tinha muitos fabricantes no Brasil. Outra dificuldade era encontrar fornecedores para a cadeia produtiva, para compra de concreto, aço, a logística de transporte. Tudo estava de desenvolvendo”, afirma.
Ao longo de uma década, os gargalos foram reduzidos e a economia de pequenos municípios do Rio Grande do Norte se desenvolveu em torno da cadeia produtiva, com geração de empregos nos serviços para atender as empresas e trabalhadores da área.
Instituições como o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CT-Gás ER), ligado ao Senai, e o Instituto Federação do Rio Grande do Norte (IFRN) criaram cursos de formação técnica e superior na área.
O CT-Gás começou a oferecer cursos voltados para a energia eólica em 2014. De acordo com o instituto, mais de 3,3 mil profissionais passaram pelo local.
Se em 2012 o estado tinha cerca de 24.193 empregos no setor, o número saltou para 137.154 ao longo dos 10 anos.
Um dos potiguares empregados no setor é o engenheiro eletricista Marcus Souto, que atualmente atua como gerente de projetos de uma empresa que auxilia na construção de parques eólicos.
O coordenador de desenvolvimento energético da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Hugo Fonseca, ressalta outra mudança que ocorreu ao longo da década foi o desenvolvimento tecnológico do setor.
“Nós saímos de máquinas que chegavam de 500 a 800 KW e passamos para máquinas acima de 6 MW de potência instalada. Então nós tivemos um aumento significativo na potência das máquinas nesses dez anos, permitindo que a fonte eólica ganhasse competitividade principalmente da matriz elétrica brasileira, permitindo ser a segunda fonte de maior importância para o sistema elétrico nacional”, diz.
Outro ponto destacado por ele é a mudança na regulação do mercado, como a criação do mercado livre, em que as empresas produzem e vendem energia livremente, fora do sistema regulado pelo governo, em que a união compra energia.
“Isso foi fundamental. Hoje em dia a contratação de projetos de geração de energia eólica é maior no Mercado Livre que no Mercado Regulado. Isso veio justamente da capacidade de você regular e criar novos mercados. Como houve também um avanço na parte da legislação ambiental, permitindo que a fonte, ao longo dos anos, pudesse se tornar mais sustentável”, considerou.
Próxima década
Os especialistas já apontam tendências para os próximos 10 anos. Para Hugo Fonseca, uma das tendências é o crescimento da “hibridização”, em que um parque deverá contar com produção de mais de um tipo de energia ao mesmo tempo, como a energia eólica e solar, ou eólica e hidrogênio verde. A produção de energia em alto-mar é outra tendência – a energia eólica offshore.
“Vamos ter um aumento significativo da potência. Espera-se que essas máquinas novas, nos próximos 10 anos, vão passar de 6,3 MW para 15 MW, principalmente para fornecer para o mercado eólico offshore. Vamos ter um salto tecnológico na próxima década, com máquinas maiores e potências também cada vez maiores”, afirma Hugo Fonseca.
O Brasil ainda não tem regulamentação sobre a energia offshore. Outro gargalo é a falta de infraestrutura logística para atender o setor, como portos e navios capazes de atender a demanda da indústria. Para Darlan Santos, do Cerne, embora o setor offshore ainda enfrente esses entraves, é uma tendência praticamente inevitável.
As empresas já realizam estudos e ele acredita que os primeiros parques poderão começar a ser instalados no fim da década atual. O estado já tem 8 projetos para parques offshore, com estimativa de 1.090 aerogeradores e capacidade instalada de 15,8 GW.
“A gente mantém a curva de crescimento da energia eólica, a curva de energia solar também está crescendo, e a gente ainda vai ter a energia eólica offshore e a produção de hidrogênio verde. Eu sempre falo que a região do Nordeste será a maior produtora de energia limpa do país, e o Rio Grande do Norte será um expoente. Esse parque produtor de energia vai se tornar um ponto de atração de investimentos para a indústria, pode transformar a região em um polo industrial, onde ela vai consumir uma energia limpa e mais barata. Estou falando de emprego, renda, qualificação profissional, aumento da arrecadação dos estados e municípios. Eu vejo um ciclo muito positivo”, considera.
Em 10 anos, a população do Rio Grande do Norte cresceu, mas passou a ter menos jovens e mais idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre 2012 e 2021, toda a população das faixas etárias entre 0 e 29 anos ficou menor. Esse público representava 1,773 milhão de pessoas em 2012 e chegou 1,599 milhão no ano passado – uma queda de 9,8%.
Por outro lado, a população potiguar cresceu em todas as faixas etárias acima dos 30 anos.
Somente o público idoso, acima dos 60 anos passou de 352 mil pessoas em 2012 para 494 mil no ano passado – um aumento superior a 40%.
O grupo que teve maior queda foi o de crianças entre 0 e 4 anos. Em uma década, o número de pessoas nessa faixa caiu 18,2% – passou de 269 mil para 220 mil.
Já o grupo que mais cresceu foi a população entre 55 e 59 anos, que aumentou 70,7%, passando de 113 mil para 193 mil.
Na década, o número de moradores do estado cresceu 7,8% – um aumento de 258 mil pessoas – segundo dados do IBGE. O estado saltou de 3.302.720 habitantes em 2012 para 3.560.903 em 2021.=
O número de novos moradores do estado é próximo ao de habitantes de uma cidade como Parnamirim – o terceiro maior município potiguar, que tem 272 mil cidadãos.
Para o professor Ricardo Ojima, do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o envelhecimento da população potiguar segue uma tendência mundial.
De acordo com ele, isso acontece devido a mudanças em padrões comportamentais da sociedade ao longo das últimas décadas, o que refletiu na diminuição do número de filhos nas famílias.
“Desde os anos 1980 e 1990, a região Nordeste e o Rio Grande do Norte já vêm mostrando redução do número de nascimentos. Por outro lado, nas outras faixas da população, a mortalidade vem caindo. Então mais gente permanece na população e menos gente está entrando na base da pirâmide etária. Hoje você tem aquela pirâmide etária com a base mais estreita e a maior parte da população concentrada na faixa de idade ativa, adulta. Num segundo momento, com o processo de envelhecimento e a manutenção dessa redução de nascimentos, a pirâmide praticamente vai inverter de posição, com número de idosos cada vez mais expressivo”, explica o professor.
Ojima aponta que na década de 1960, a taxa média de fecundidade era de 6 filhos por mulher. Atualmente, a mesma taxa é menor que dois. Para que a população se mantivesse pelo menos com a proporção atual, seria necessário que cada uma gerasse duas crianças ao longo da vida.
“A mudança é reflexo de fatores como um maior grau de escolaridade das mulheres, maior inclusão delas no mercado de trabalho, a urbanização e também um maior custo de vida. São fatores que levaram as famílias a terem menos filhos”, considerou.
Ainda de acordo com Ojima, a expectativa dos cientistas que estudam os movimentos populacionais, a tendência é que a partir de 2046 o Rio Grande do Norte passe a viver um decrescimento, ou seja, a redução da sua população.
O especialista alerta que o maior envelhecimento da população deverá demandar mudanças em pontos importantes como previdência social e a saúde pública.
“Além de mudanças no sistema previdenciário, um maior envelhecimento da população também vai demandar mais investimentos em saúde. A população mais idosa precisa de tratamentos mais intensivos e caros. Portanto, o teto de gasto do poder público, que prevê o congelamento dos recursos para a saúde nos próximos anos, precisará ser revisto. Mesmo com decrescimento da população, o gasto com saúde vai aumentar”, ressalta.
A Abrasel no RN promove em 2022 a 7ª edição da Festa do Camarão – o evento celebra um dos maiores símbolos da cultura gastronômica potiguar, o ingrediente que é a estrela dos principais restaurantes do estado, o camarão.
A Festa do Camarão acontece entre os dias 18 de agosto a 12 de setembro e durante as datas, os restaurantes participantes oferecem pratos inéditos e exclusivos a preços promocionais. O tema deste ano é ‘Nossas Raízes’ e as casas participantes devem utilizar ingredientes que remetem à ancestralidade do Rio Grande do Norte – utilizando as bases da culinária indígena.
Representatividade e cultura através da gastronomia
Cada região do país tem uma comida que a representa, um símbolo de sua gastronomia para o restante do país, que a diferencia e enaltece. Assim como o Tutu e o Frango com Quiabo estão para Minas Gerais, o Churrasco para o Rio Grande do Sul, o Arroz de Cuxá está para o Maranhão, podemos afirmar que o Camarão é a cara do Rio Grande do Norte e símbolo da nossa ancestralidade.
Mais que uma simples referência, comer camarão é uma tradição herdada da grande tribo tupi dos potiguares, ou potiguaras, que na língua nativa significa “comedor de camarão” (Poti = “camarão” + guar = “comedor”).
A Festa do Camarão tem como propósito relembrar e celebrar essa cultura firmada através dos nossos pratos, além de se firmar como celebração-símbolo da cidade de Natal, tal qual os grandes festivais como a Chocofest em Gramado (RS), Festival Folclórico de Parintins (AM), Festa da Uva de Caxias do Sul (RS), ou até mesmo o carnaval em cidades como Salvador (BA), Recife e Olinda (PE) e Rio de Janeiro (RJ), por exemplo.
Essas festividades marcam a história de uma região e remontam às suas origens. Esse é o objetivo da Abrasel junto à Festa do Camarão: fazer de Natal destino certo para turistas e apreciadores do camarão; uma data para encontros e degustação no calendário oficial de eventos da cidade – com muita cultura, regionalidade e troca de experiências.
A tradicional Festa de Nossa Senhora da Guia chegou ao seu encerramento levando milhares de pessoas às ruas da cidade, no final da tarde de segunda-feira (15). Para o padre Emanuel, pároco da padroeira de Acari, a avaliação é positiva diante de tantos acontecimentos que o município viveu, tanto na parte religiosa e social.
A missa de encerramento foi presidida pelo Bispo Dom Antônio Carlos, após a procissão, em frente da Basílica Menor de Nossa Senhora da Guia. A festa de agosto é considerada a terceira maior da diocese e acontece em data fixa de 05 a 15.
A festa de Nossa Senhora da Guia, em Acari, chegou ao seu encerramento nesta segunda-feira (15). Foram noites de muita alegria no pavilhão, onde várias bandas e atrações se apresentaram. No último domingo (14), véspera dos festejos e Dia dos Pais, o cantor Amazan abriu a noite tocando o tradicional forró com os seus sucessos: Benedita Aparecida, É hoje que eu só chego amanhã, entre outros.
O que o poeta não esperava é que em meio ao show fosse surpreendido pela sua filha mais nova Letice com um singelo cartaz revelando que o mesmo será pai novamente. Agora já são 10 filhos.
Após o show de Amazan, quem levou o público ao delírio foi o seu filho, Luan Estilizado. De pai para filho, Amazan fez uma participação especial e foi homenageado por Luan no palco. Esta foi a primeira vez que no Dia dos Pais os dois sanfoneiros cantaram juntos em um evento público.