O agravamento da crise hídrica encareceu a conta de luz do brasileiro e muitos podem não conseguir honrar seus compromissos nos próximos meses. De acordo com a Serasa, a inadimplência em contas básicas, como energia, água e gás, representava 22,3% do total de débitos em maio, e a tendência é de crescimento com os sucessivos reajustes nos preços desses serviços.
Ao todo, são 36,9 milhões de faturas atrasadas no segmento. A alta no valor do gás de cozinha também tem pressionado a renda das famílias. “O aumento no valor das contas de luz e gás pode impactar o orçamento dos brasileiros e resultar no atraso do pagamento”, diz Nathalia Dirani, gerente da Serasa.
Em dezembro, os calotes em serviços básicos bateram recorde -o percentual foi de 23,6%, maior valor de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2018. A inadimplência nessas contas cresceu mês a mês desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, mas caiu em janeiro deste ano e ficou entre 22,2% e 22,7% nos meses seguintes. O número de maio é 0,4 ponto percentual menor que o de abril.
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a bandeira vermelha, a mais cara cobrada sobre a conta de luz, deverá subir mais de 20% em razão do baixo nível dos reservatórios de água.
Em meio à escassez de chuvas, usinas térmicas são acionadas, e a bandeira tarifária cobrada sobre o serviço de energia fica mais cara. Em junho, já está vigente a bandeira vermelha nível 2, a mais cara, que cobra R$ 6,24 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Esse valor será elevado para aproximadamente R$ 7,50.
Na semana passada, a Petrobras anunciou aumento de 5,9% no preço do gás de cozinha, décima quarta alta consecutiva no preço do produto. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no Brasil, o botijão de 13 kg custava em média R$ 85 em abril, último dado disponível. Em janeiro, o valor era de R$ 76,86.
Mesmo com o aumento nos atrasos no pagamento de serviços básicos em relação a períodos anteriores à crise sanitária, as dívidas com bancos ainda são maioria entre os negativados. Em maio, eram 49,1 milhões de faturas de crédito e outros produtos financeiros cadastradas no banco de dados da Serasa, o equivalente a 29,7% do total, aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Ao longo do ano passado, com o pagamento do auxílio emergencial e com o adiamento de parcelas promovido pelos maiores bancos, esse percentual variou entre 27,3% e 27,8%, mas voltou a subir no início deste ano.
Segundo Dirani, o brasileiro prioriza o pagamento de serviços essenciais.
“De acordo com a pesquisa ‘O Bolso dos Brasileiros’, da Serasa, 86% dos brasileiros consideram as contas básicas as mais importantes e entre aqueles que atrasaram o pagamento de alguma conta durante a pandemia, as contas básicas, como água, luz e gás são as principais prioridades caso tivessem que optar por apenas um pagamento em dia”, conta a gerente.
O aumento na conta de energia e do gás pesam ainda mais entre as famílias mais pobres.
“O aumento no valor das contas básicas afeta a toda a população brasileira, mas as pessoas com menor renda podem sentir mais esse impacto, já que, normalmente, essas são as contas priorizadas no orçamento familiar, que já vem sofrendo com a alta de produtos e serviços. Ou seja, algumas pessoas podem ter de fazer escolhas”, afirma Dirani.
Essa desigualdade pode ser percebida no recorte por região. No Norte, por exemplo, os atrasos em pagamentos de contas básicas representam 29,7% do total de débitos e ultrapassam as dívidas com bancos (22%), que lideram o ranking nacional. No Nordeste, o índice chega a 25,40%.
No Sul, a fatia da inadimplência nesses serviços é de 8,4%, a menor do país. No Centro-Oeste o percentual é de 19,9% e no Sudeste, de 23,6%. Em maio, segundo dados da Serasa, 62,5 milhões de pessoas estavam com o nome sujo, 2,3 milhões a menos que em março, quando o coronavírus chegou ao país. Apesar da queda, isso significa que quase 30% de toda a população brasileira tem dívida em atraso.
Boletim Covid-19 Hospital Regional Telecila Freitas Fontes 20/06/21 ▪️ Esse boletim é referente a pacientes internados nas últimas 24 horas no Hospital Regional do Seridó. ▪️
🖤 Óbito por COVID-19 no HRS em 20/06/21:
📍São José do Seridó – 01 📍Serra Negra – 01
🖤 Óbito por COVID-19 no HRS em 19/06/21 após a emissão do boletim:
“A fogueira tá queimando/em homenagem a São João/o forró já começou/vamos gente, rapapé neste salão”. E é no “chiado” do chinelo e no “choro” da sanfona que o projeto cultural Som sem Plugs – SSP já está nesse clima, nos preparativos para presentear o público com um lindo “Especial Junino Som sem Plugs”. O programa será lançado no dia 24 de junho, com transmissão pelo canal do projeto no YouTube e conta com grandes nomes do forró.
Seja pelo cheiro afetivo e o sabor incomparável das comidas típicas, ou pelas melodias, músicas e danças que não saem da nossa cabeça que o São João é um dos festejos mais comemorados e amados no Brasil. E, o SSP, como grande ferramenta de valorização e propagação da música potiguar para o mundo, não poderia deixar essa data passar despercebida e, entregará ao povo, o melhor desta época ao alcance de um clique.
O “Especial Junino Som sem Plugs” será um programa com exibição através do YouTube com a proposta de celebrar a música e as tradições culturais locais e da região nordeste, por meio de um material audiovisual de alta qualidade, que traz a valorização do patrimônio cultural imaterial e mostra que o forró pé de serra se faz presente e segue forte. A filmagem aconteceu na Casa do Grude, um lugar lindo e repleto de história situado no município de Extremoz/RN.
O projeto reuniu – de maneira responsável, seguindo todos os protocolos de segurança e saúde contra a Covid-19, grandes artistas do forró para celebrar o mais alegre e festivo mês do nordeste brasileiro. A edição destaca neste ano, o músico Zé Hilton do Acordeon, um dos compositores de relevância da linha de frente do forró nacional. Na Usina de Hits, divide autorias com seus parceiros de sucessos como “Tentativas em Vão”, “O que tem que ser será”, “Escravo do amor”, entre outras. Tocou com nomes como Dominguinhos, Xangai, Elino Julião, Nando Cordel, possui mais de 400 músicas e já marcou presença em importantes palcos dentro e fora do país.
Para acompanhar Zé Hilton, os cantores Briola Sales (ex-vocalista da banda Ferro na Boneca) e Socorro Lima (ex-vocalista da banda Cavalo de Pau), o sanfoneiro mossoroense Severo Ricardo e uma banda formada por jovens músicos convidados. O especial apresentará um repertório de músicas conhecidas do grande público e três composições ainda inéditas.
Um ‘balaio’ pra lá de recheado: comemoração junina na segurança da sua casa, música boa, convidados especiais e uma paisagem linda. Acesse o YouTube www.youtube.com/user/somsemplugs, se inscreve no canal e ative o sininho para receber todas as novidades, inclusive, não correr o risco de perder o lançamento do especial que contou com o apoio e parceria da Casa do Grude (Dona Sônia), Fundação Extremoz de Cultura Aldeia do Guajirú e Grupo Dunas.
Além desse programa, a Temporada 2021 do SSP, apresentada por Cosern e Instituto Neoenergia com o patrocínio do Governo do Rio Grande do Norte através da Fundação José Augusto via Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, seguirá até dezembro com uma série de realizações e produções focadas na divulgação da música potiguar e no impacto sociocultural da mesma junto aos artistas e a população. Com nove anos de existência e forte atuação, o Som sem Plugs está presente nas plataformas digitais ao alcance das suas mãos.
Mais de 200 policiais participam das buscas por Lázaro Barbosa Sousa na região de Cocalzinho de Goiás. As ações são comandadas pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), com a ajuda de equipes do Distrito Federal e das Polícias Federal e Rodoviária Federal.
De acordo com a SSP-GO, Lázaro é suspeito de cometer um quádruplo latrocínio em Ceilândia, no DF, além dos crimes em Goiás. “Nos últimos dias, o indivíduo invadiu propriedades rurais da região do entorno, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar. O PM, que foi atingido de raspão, chegou a ser levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), mas já está em casa”, informou a secretaria.
Lázaro já possui uma condenação por homicídio, na Bahia, e é também procurado no DF e em Goiás por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. A SSP-GO tem feito alertas sobre os prejuízos que notícias falsas têm causado para a investigação, segundo o chefe da pasta, Rodney Miranda.
Em coletiva de imprensa feita recentemente, Miranda disse que essas informações falsas acabam fazendo com que os investigadores “deixem de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância”.
Segundo ele, tais situações têm provocado interferências na operação. “É um problema sim. Não só essa Fake News [de que Lázaro estaria em um cemitério], como outra de que ele já havia sido baleado, que já estava morto. Tudo isso atrapalha, porque não só a nossa Inteligência, como as unidades de operação, tem que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância”, ressaltou.
Miranda disse que a situação é “complexa, grave e de difícil resolução”, mas que avanços têm sido obtidos, contando com o reforço de 20 policiais da Força Nacional de Segurança Pública.
A taxa de ocupação de leitos críticos para tratamento da covid-19 no Rio Grande do Norte, que já beirou os 100%, estava em 75,4% na manhã deste domingo (20). O dado constava na plataforma Regula RN, às 10h15. O melhor cenário era no Seridó Potiguar, com 70% das vagas ocupadas.
Na Região Metropolitana de Natal, a taxa era levemente maior, com 71,7% dos leitos ocupados. Por sua vez, o Oeste Potiguar seguia com a situação mais delicada, com 86,1% dos leitos ocupados.
Dos 26 hospitais monitorados pela plataforma, apenas seis estão operando com 100% da capacidade. Esse número já foi superior a 20. Atualmente, estão cheios: Hospital da Liga Mossoroense de Estudos e Combate Ao Câncer (Mossoró), Hospital Manoel Lucas de Miranda (Guamaré), Hospital Regional de João Câmara, Hospital Regional Helio Morais Marinho (Santo Antônio), Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal, Hospital Universitário Onofre Lopes (Natal).
Em relação à fila de espera, três pacientes estavam aguardando por uma vaga. Dos 418 leitos críticos instalados, 99 estavam disponíveis. Já outros 303 estavam ocupados e 16 estavam bloqueados. Já nos leitos clínicos, o RN estava com 231 ocupados, 178 disponíveis e 32 bloqueados, de um total de 441 leitos.
O Rio Grande do Norte recebeu no início da tarde deste domingo (20) um lote com 112 mil doses da vacina de AstraZeneca/Fiocruz. A chegada do carregamento só foi anunciada pelo governo do estado pouco tempo antes do desembarque no Aeroporto de Natal.
“Bom dia de domingo com mais vacina chegando, pessoal! Acabamos de saber que logo mais, por volta das 11h40, vai chegar ao estado um novo lote com 112.000 doses da vacina AstraZeneca”, escreveu a governadora Fátima Bezerra nas redes sociais.
De acordo com o Governo do RN, os imunizantes serão destinados para fechar o esquema vacinal de idosos e membros das forças de segurança pública que tomaram a primeira dose há cerca de três meses e agora terão o reforço garantido.
A distribuição das vacinas pela Sesap será articulada de acordo com a demanda, como ficou acertado entre as gestões estadual e municipal, garantindo a guarda das doses e a imunização completa dos potiguares dentro do tempo correto.
Desde o início da campanha, em janeiro, o Rio Grande do Norte recebeu quase 2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. O estado se aproxima da marca de 1 milhão de pessoas que receberam ao menos uma dose. Até o fim da manhã deste domingo (20), 991.369 potiguares foram alcançados pela vacinação, sendo 396.441 totalmente imunizados.
Um vazamento na Adutora do Boqueirão, no trecho próximo à comunidade de Canabrava, em Touros, foi detectado no final da manhã desse sábado (19). Com o ocorrido, fica paralisado o abastecimento nos municípios de Caiçara do Norte, São Bento do Norte, Pedra Grande e Parazinho, além de comunidades rurais desses municípios e de São Miguel do Gostoso e Touros.
A Caern já está providenciando o conserto e a previsão é que o serviço seja concluído até o meio dia desta segunda-feira (21). Logo que terminado o trabalho, o sistema será reativado, sendo preciso, no entanto, aguardar um prazo de até 48 horas para a completa normalização do fornecimento.
A companhia recomenda o uso racional da água reservada, a fim de minimizar os transtornos da ocorrência.
Da direita para a esquerda: Eliel Bezerra, Vivaldo Costa e Ismael Medeiros
Faleceu neste sábado (19) no Hospital de Jardim do Seridó o comunidador/radialista Eliel Bezerra. Prestes a completar 82 anos agora em julho, Eliel deixou um grande legado na comunicação do Rio Grande do Norte.
História:
Eliel Bezerra começou a sua função na radiofonia potiguar na Rádio Nordeste de Natal. Em 1958 quando foi instalada a Rádio Brejuí de Currais Novos pelo Desembarcador Tomaz Salustino e o seu filho Silvio Bezerra de Melo, Eliel Bezerra veio de Natal para assumir o jornalismo da emissora pioneira do Seridó.
Eliel Bezerra apresentava o Jornal Seridó Agora às 11h15min. e contava com a participação de vários correspondentes que divulgavam as notícias de suas cidades como: Arnaldo Damião de Santana do Seridó, Badóglio Araújo de Parelhas, Toscano Neto de Carnaúba dos Dantas, Clésio Souza de Acari, Gilmar Cardoso de Jardim do Seridó, José Wilson de Cruzeta, Daniel José Dantas de São Vicente, Reginaldo Toscano de Florânia, Deusteth Alípio de Santana do Matos e Walker Anôminondas de Campo Redondo.
Eliel Bezerra passou também pela Rádio Currais Novos que foi o seguimento da Rádio Brejuí, Rádio Ouro Branco de Currais Novos e Rádio Cabugi do Seridó de Jardim do Seridó, onde reside até hoje. Foi também Colunista do Diário de Natal com a coluna Sociedade do Seridó.
Especialistas médicos do Japão disseram nesta sexta-feira (18) que proibir espectadores na Olimpíada é a opção menos arriscada para se realizar os Jogos, apesar de parecerem resignados com a possibilidade da presença de torcedores nos locais de competição em plena pandemia de covid-19.
Há meses o governo e os organizadores da Tóquio 2020 postergam uma decisão sobre a permissão para espectadores locais – os torcedores estrangeiros já estão proibidos -, sublinhando seu desejo de salvar o evento em meio a uma oposição pública profunda.
O Japão tem evitado o tipo de surtos de coronavírus explosivos que abalaram muitos outros países, mas a distribuição de vacinas está lenta e o sistema médico está no limite em partes do país.
A insistência do governo em sediar os Jogos é criticada por hospitais e por sindicatos de médicos.
“Existe um risco de a movimentação das pessoas e as oportunidades de interagir durante a Olimpíada disseminarem infecções e pressionarem o sistema médico”, disseram os especialistas, liderados pelo principal conselheiro de saúde, Shigeru Omi, em um relatório divulgado nesta sexta-feira (18).
Eles disseram que realizar os Jogos sem espectadores é a opção “menos arriscada” e a desejável.
Mas os especialistas de Omi já aventam a possibilidade de os locais de competição receberem até 10 mil torcedores em áreas nas quais medidas de “quase-emergência”, como horários reduzidos de funcionamento de restaurantes, foram suspensas – o que aumentou a percepção de que a Olimpíada pode muito bem acontecer com público.
A decisão final é esperada após uma reunião entre organizadores, como a Tóquio 2020 e o Comitê Olímpico Internacional (COI), e representantes dos governos nacional e de Tóquio marcada para segunda-feira (21).
A presidente da Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, disse que, embora admita que a Olimpíada seria mais segura sem espectadores, os organizadores continuam procurando maneiras de receber torcedores com segurança nos locais de competição, assim como em outros eventos.
“Dado que outros eventos esportivos estão sendo realizados com espectadores, acho que também é trabalho da Tóquio 2020 continuar procurando maneiras de entender e diminuir os riscos de infecções na Olimpíada até termos esgotado todas as possibilidades”, disse ela em uma coletiva de imprensa após a divulgação do relatório de Omi.
Os Jogos foram adiados no ano passado por causa da pandemia. Um cancelamento definitivo custaria caro aos organizadores, ao governo de Tóquio, a patrocinadores e seguradoras.
Dor no braço, dor de cabeça, cansaço e febre são alguns dos sintomas que você pode sentir horas depois de tomar uma vacina contra a covid-19. Na verdade, são reações comuns também para outros tipos de imunizantes, como a velha conhecida vacina antitetânica.
Esses efeitos semelhantes ao de um resfriado são sinais do seu corpo formando a resposta imune e desaparecem dentro de alguns dias, apontam os médicos.
Eles alertam que isso não significa que você foi infectado e, ao mesmo tempo, tranquilizam quem não apresenta reação alguma após a vacina: isso não significa que o imunizante não fez efeito — cada corpo responde de forma diferente à vacinação.
Agora, com a vacinação avançando no Brasil — ainda que mais lentamente que o desejável —, é esperado que você passe a ouvir mais relatos de amigos e familiares que sentiram efeito leve ou moderado nas horas seguintes à aplicação do imunizante. Por quê?
Exatamente porque as vacinas estão começando a chegar a pessoas mais jovens também — e não só idosos.
Os efeitos colaterais estão sendo muito mais relatados em indivíduos mais jovens, conforme aponta João Viola, presidente do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
“Os indivíduos idosos ou mais velhos que tenham tomado a vacina têm relatado menos efeitos adversos do que os jovens.”
O imunologista viu dentro de casa o possível efeito colateral para os mais jovens, depois que a filha de 21 anos foi vacinada, e garante que esses sintomas horas depois da vacina não representam motivo algum para preocupação.
“Ela reclamou um pouquinho de febre, dor de cabeça, passou um dia meio deitada ali e melhorou. Depois, ficou ótima e não tem nada com o que se preocupar”, conta Viola.
Principais efeitos colaterais de vacina contra covid-19
Os tipos de efeitos mais recorrentes após as vacinas são semelhantes para os diferentes imunizantes contra a covid-19 (e para outros tipos de vacinas), segundo médicos.
A gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Anvisa, Suzie Gomes, aponta que 95% das reações relatadas são leves a moderadas.
“Ainda que uma pessoa sinta um pouco mais de dor de cabeça do que outra, são reações esperadas e o efeito da doença é infinitamente maior do que qualquer um desses eventos. Então, é fundamental a aplicação da primeira e da segunda doses – ou seja, o esquema completo da vacinação – para que haja o efeito esperado de imunização”, disse à BBC News Brasil.
Entre os efeitos considerados muito comuns (podem afetar mais de uma em cada dez pessoas), estão: sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematoma (manchas roxas) onde a injeção é administrada, sensação de indisposição de forma geral, sensação de cansaço (fadiga), calafrio ou sensação febril, dor de cabeça, enjoos (náusea) e dor na articulação ou dor muscular.
Efeitos considerados comuns (podem afetar até uma em cada dez pessoas) incluem inchaço, vermelhidão ou um caroço no local da injeção, febre, enjoos (vômitos) ou diarreia, sintomas semelhantes aos de um resfriado como febre acima de 38 °C, dor de garganta, coriza, tosse e calafrios.
“Os efeitos adversos pós vacinal imediatos, normalmente leves e moderados, não têm levado à necessidade de se procurar o médico. E aí a recomendação é tomar a medicação sintomática, repouso, boa alimentação, junto com hidratação, nada mais”, diz Viola, da SBI.
Em relação a medicamentos usados para combater eventuais sintomas, a Anvisa fez um alerta para que os brasileiros não façam uso indiscriminado de paracetamol.
Gomes, da Anvisa, diz que é fundamental ter uma orientação de um profissional da saúde e que não há uma recomendação geral de medicamento no Brasil.
“Buscar o farmacêutico, o médico, conversar com com enfermeiros são sempre ações importantes para evitar o uso incorreto dos medicamentos”, disse. “Nenhum medicamento é isento de riscos. Por isso a importância de ter uma orientação de um profissional de saúde que que oriente a utilização.”
Eventos adversos: quais sintomas devem despertar preocupação?
Embora seja incomum, os especialistas recomendam que, caso após cerca de três dias depois da vacina a pessoa apresente algum sintoma, deve procurar atendimento médico.
Suzie Gomes, da Anvisa, aponta que, geralmente, os eventos adversos acontecem na sua maioria até o segundo, terceiro dia.
“Então, independente de gravidade, se chegar lá no quinto dia, sexto dia, sétimo dia, continuar sentindo alguma coisa, ainda que não seja grave, que seja leve, é importante procurar a unidade de saúde para fazer um bom diagnóstico, identificar e tratar – pode ter relação com a vacina, mas pode não ter relação direta com a vacina.”
A epidemiologista Ethel Maciel, que divulgou nas redes sociais sua vacinação com o imunizante da Astrazeneca, também aponta que as reações leves são naturais.
Embora ela destaque que casos graves são raros, também defende que as pessoas devem estar alertas para algum sintoma depois desse prazo, como “inchaço nas pernas, dor no peito, dificuldade para respirar”.
“Os casos graves são raríssimos, mas é melhor que a gente tenha uma população bem informada”, diz, ao defender que as pessoas entendam quais sintomas deveriam levá-las a buscar atendimento médico.
E os Estados Unidos chegaram a interromper, em 13 de abril, a administração da vacina da Johnson & Johnson/Janssen (J&J) depois que seis mulheres com idades entre 18 e 48 anos apresentaram um tipo raro de coágulo sanguíneo aliado a baixo nível de plaquetas.
No Brasil, a Anvisa recomendou, em maio, a suspensão imediata da aplicação da vacina contra covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em grávidas, como resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas em uso no país.
A bula da vacina da Fiocruz aponta que “coágulos sanguíneos importantes em combinação com níveis baixos de plaquetas no sangue (trombocitopenia) foram observados com uma frequência inferior a 1 em 100 mil indivíduos vacinados”, o que é classificado como evento muito raro.
Informa, ainda, que a maioria dos casos muito raros de coágulos sanguíneos com níveis baixos de plaquetas no sangue foram observados nos primeiros 14 dias após a vacinação e alguns casos tiveram resultado fatal.
A recomendação é procurar atendimento médico urgente se alguns dias após a vacinação você:
sentir uma dor de cabeça grave ou persistente, visão turva, confusão ou convulsões;
desenvolver falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor nas pernas ou dor abdominal persistente;
notar hematomas incomuns na pele ou identificar pontos redondos além do local da vacinação
E, na realidade, ainda não há provas de que a vacina poderia ter causado esses eventos de trombocitopenia, segundo os especialistas.
Considerando todos os casos registrados até agora, esse risco é muito inferior ao de desenvolver trombose para pessoas que contraem a covid-19, para mulheres que tomam pílula anticoncepcional e também para fumantes, aponta Viola.
“A diferença é muito grande. O risco de se ter a covid-19 e a doença estar associada a uma trombose e evoluir para um quadro grave é muito mais alto do que o risco da vacina”, diz o presidente do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
“Se a gente analisar o uso de anticoncepcional feminino, esse risco é em torno 500 a 1.000 por milhão. Para quem fuma, o risco de tromboembolismo, associado ao tabaco, vai para em torno de 2.000 por milhão. E o tromboembolismo na doença (covid-19) é uma das causas de óbito que a gente está vendo – a estimativa é que 16% a 20% dos pacientes fazem trombose.”
Os especialistas recomendam que as pessoas tomem a vacina assim que forem chamadas e não deixem de comparecer para receber a segunda dose.
“Todos os testes clínicos que foram feitos pras mais diferentes vacinas que temos neste momento mostraram total segurança para as vacinas. As vacinas são seguras”, diz Viola.
Bons resultados da vacinação ao redor do mundo
Observar o efeito da vacinação em outros países com vacinação avançada é motivo de otimismo, segundo os especialistas.
Países que vacinaram a maioria da população – como Estados Unidos, Reino Unido e Israel – vêm demonstrando resultados significativos na redução do número de casos e, principalmente, de mortes devido à covid-19.
Epidemiologistas apontam que só a vacinação rápida, combinada com medidas restritivas, é capaz de controlar a transmissão da covid-19.
Até aqui, as vacinas têm mostrado bons resultados mesmo diante de novas variantes. E os cientistas apontam que a vacinação deve ser o mais acelerada possível – trata-se de uma corrida contra o tempo, já que o vírus está sofrendo constantes mudanças.
A intenção é impedir que o vírus continue a evoluir e, eventualmente, novas variantes se tornem ainda mais ameaçadoras que variantes anteriores.