O Ministério da Saúde assinou na última sexta-feira, 6, um aditivo para a compra de mais 750 mil doses de vacinas Coronavac produzidas pelo Instituto Butantan e deve assinar um novo acordo nos próximos dias para garantir a compra de 2,6 milhões de doses no total.
Segundo a pasta, as primeiras doses serão utilizadas para dar continuidade à vacinação de crianças entre 3 e 11 anos. Os imunizantes devem ser entregues na próxima semana e serão distribuídos a todos os Estados e ao Distrito Federal de maneira isonômica, conforme as solicitações de cada ente federativo e do cálculo de público-alvo em cada região.
Em comunicado, o Ministério da Saúde informou que segue em tratativas com laboratórios para garantir imunizantes para atender ao público infantil o mais breve possível, e que a vacina contra covid-19 será incorporada ao calendário de rotina do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Mais de 136 mil crianças, entre cinco e 11 anos, estão aptas a receber a terceira dose da vacina contra a covid-19, em todo o Rio Grande do Norte. Os dados são da plataforma RN Mais Vacina e servem de alerta para pais e responsáveis garantirem a qualidade da imunização.
A D3 deve ser aplicada com o intervalo de 120 dias da última dose. Somente em Natal, 24.477 já podem ser vacinadas. Em Mossoró, esse quantitativo é de 12.827 crianças.
Veja lista de cidades com crianças aptas a receberem a D3:
Cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19. A Rede Nacional de Dados em Saúde mostra ainda que mais de 30 milhões de pessoas não receberam a segunda dose do reforço, enquanto 19 milhões de pessoas não buscaram sequer a segunda dose do esquema vacinal primário.
Esta semana, a recém-empossada ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembrou que a pandemia não acabou e reforçou a importância de se completar o esquema vacinal contra a doença.
“A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição”, disse, ao destacar que o país responde por 11% das mortes por covid-19 no mundo, apesar de representar 2,7% da população global.
Segundo a pasta, estudos científicos revelam que a proteção vacinal desenvolvida contra a covid-19 é mais alta nos primeiros meses, mas pode apresentar redução. Com a dose de reforço, a proteção contra o vírus volta a ficar elevada. Por isso, a proteção adicional é considerada indispensável.
“Neste cenário, o Ministério da Saúde ressalta que é fundamental buscar uma unidade de saúde mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação contra a covid-19 e outras doenças.”
Cobertura vacinal
Até o momento, 163 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou a dose única da vacina contra a covid-19, o que representa 79% da população. Quanto à primeira dose de reforço, 102,5 milhões foram aplicadas. Já a segunda dose de reforço – ou dose adicional – soma 45,2 milhões de aplicações.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o primeiro medicamento injetável de uso semanal para sobrepeso e obesidade. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda (2).
Chamada Wegovy (semaglutida 2,4mg), a injeção é produzida pela farmacêutica Novo Nordisk e tem o mesmo princípio ativo do medicamento Ozempic, indicado para diabetes tipo 2 e que já tem aprovação no Brasil.
A semaglutida desempenha algumas ações no organismo que colaboram na perda de peso. Uma é aumentar a sensação de saciedade e reduzir o apetite.
A aprovação se baseou em resultados de estudos clínicos que envolveram mais de 4.500 pessoas no mundo. O remédio levou a uma redução média de 17% do peso corporal nos pacientes em cerca de 17 meses —1 a cada 3 participantes do estudo chegou a perder 20%. Os voluntários que fizeram parte do grupo controle, com uso de placebo, perderam apenas 2,4% de peso corporal.
Nos Estados Unidos, a semaglutida estava aprovada pela agência reguladora americana (FDA) desde o final de 2021 e tem um preço de tabela de US$ 1.349 (cerca de R$ 6.000).
A substância tornou-se muito popular nas redes sociais a partir de outubro do ano passado, após o bilionário Elon Musk atribuir o seu emagrecimento a ela, e chegou a faltar nas farmácias americanas.
No Brasil, ainda não há uma data definida de quando a medicação chegará às farmácias e nem de quanto custará. Segundo a Novo Nordisk, é preciso aguardar a finalização de processos, como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
O curraisnovense Lauro Bezerra será diretor-administrativo do Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, em Mossoró. A unidade será inaugurada nesta quinta-feira (29) e representa um marco para a saúde potiguar.
De acordo com o Governo do Estado, a escolha se deu com base em critérios técnicos. Lauro terá o desafio de conduzir a administração da maior unidade da rede estadual de saúde e mudar a realidade da assistência à saúde da mulher e materno-infantil no Rio Grande do Norte.
“São dois nomes com um amplo histórico de anos de competência e trabalho no âmbito da saúde”, avaliou a chefe do poder Executivo estadual em encontro que contou com a presença do secretário estadual da Saúde, Cipriano Maia, e a adjunta, Lyane Ramalho.
Lauro Gabriel Bezerra Santos é formado em Enfermagem pela FACISA/UFRN (2017), Especialista em Micropolítica da Gestão e Trabalho em Saúde pela UFF (2018), Especialista em Saúde Pública (2019), mestrando em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde pela UFRN. Foi enfermeiro na Atenção Básica e no CAPS Maria Vênus Cunha de Currais Novos (2018), deste 2019 está na Coordenadoria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Cirurgião cardiovascular do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), Waldo Pinheiro Daniel se tornou expoente em método minimamente invasivo, durante encontro do corpo docente internacional das três principais sociedades em cirurgia torácica do mundo – Europa, Estados Unidos e América Latina -, em que ele elencou a técnica minimamente invasiva de revascularização do miocárdio multiarterial sem circulação extra-corpórea.
O especialista foi escalado para multiplicar o procedimento na Conferência de Cirurgia Cardiovascular para a América Latina, realizada no período de 1º a 3 de dezembro, em Cartagena, na Colômbia.
Segundo o Huol, a Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva (CCMI) é uma alternativa ao método convencional, que exige incisão no osso esterno do paciente, de aproximadamente 25 centímetros, para que o cirurgião possa visualizar o coração.
No método aplicado pelo médico Waldo não há a necessidade de serrar qualquer osso, pois é feita através de uma pequena e discreta incisão, de aproximadamente 4 a 8 centímetros no espaço entre as costelas. Daí se dizer que é minimamente invasivo.
“O procedimento é realizado com uma micro câmera inserida no paciente para que o cirurgião tenha uma visão ampliada do coração, e assim possa realizar os procedimentos com mais segurança”, detalha o especialista.
Não é uma técnica criada hoje: Waldo Daniel faz uso do procedimento minimamente invasivo há pelo menos 17 anos, caminhando lado a lado com os estudos e pesquisas de países mais desenvolvidos na área, aperfeiçoando e reunindo casos da sua efetividade.
Vantagens da técnica
“Considerando que se trata de uma pequena incisão, sem serrar qualquer osso, a CCMI diminui o risco de infecção, reduz fortemente o trauma cirúrgico, acelera a recuperação do paciente, permite o retorno às atividades cotidianas em curto prazo, além de agregar benefícios estéticos. No resultado final, a cirurgia fica praticamente imperceptível, impactando na autoestima e recuperação emocional, pois não há aquela grande cicatriz estigmatizante da cirurgia tradicional, com corte vertical entre as mamas. É uma vantagem para todos os pacientes, especialmente para as mulheres, que poderão continuar usando seus decotes, biquínis, sem qualquer cicatriz evidenciando a intervenção cirúrgica”, explica o especialista.
Outra vantagem é que na técnica minimamente invasiva raramente há necessidade de transfusão sanguínea, pois a perda sanguínea é acentuadamente inferior à cirurgia convencional.
A Liga Contra o Câncer realiza nesta sexta-feira (23) sua primeira cirurgia usando o método de Enucleação Endoscópica Prostática com Holmium Laser (HoLEP), um método inovador e minimamente invasivo. O procedimento acontece na unidade hospitalar Policlínica.
A cirurgia é indicada para pacientes que apresentam Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), um aumento da glândula da próstata. O procedimento é realizado via transuretral, sem corte ou incisões, usando um aparelho que permite a passagem da fibra laser, e apresenta melhores resultados que o RTU de próstata. Entre os benefícios estão o menor tempo de internação, redução de risco de sangramento durante o procedimento e no pós operatório, risco mínimo de impotência e uma queda da taxa recidiva.
“É uma técnica inovadora, um grande ganho em tecnologia para a Liga e realizada por urologistas. Serão feitas escalas com os médicos para que o equipamento seja levado para o hospital de referência, que é a Policlínica, para que as cirurgias sejam feitas em determinados períodos”, explica Karol Almeida, gerente comercial da Liga. De acordo com ela, os procedimentos devem acontecer com regularidade, seguindo a demanda clínica da instituição, usando equipamento fornecido pela Sinergia Médica.
Mais casos confirmados, novas variantes, redução de mortes, queda nas internações e avanço da vacinação. Esse foi o cenário da covid-19 no Rio Grande do Norte em 2022. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) e compilados pela Tribuna do Norte mostram que de janeiro a dezembro deste ano, o estado registrou redução de 82,3% nos óbitos e um crescimento de 39,3% no diagnóstico de novos casos frente ao mesmo período de 2021. Em números absolutos, neste intervalo, as mortes despencaram de 4.668 para 823. Já os casos subiram de 246.661 para 343.605. Especialistas destacam vacinação e projetam 2023.
A médica infectologista Marise Reis diz que os dados refletem o impacto positivo da vacinação. “O surgimento de variantes foi um fenômeno que aconteceu internacionalmente e teve repercussão por aqui. No entanto, o fato de termos investido em vacinação da população trouxe esse impacto positivo que foi essa grande redução. Então assim, como é que se tem um aumento significativo no número de casos e isso não repercute nas mortes? Por causa da vacina. A gente tem uma proporção vacinada em um nível que nos assegura isso”, destaca a profissional.
O epidemiologista Ion de Andrade reforça que os resultados de 2022 no âmbito do combate à pandemia confirmam uma lógica científica. “É o que as vacinas previam antes mesmo delas serem aplicadas. Isso confirma o que foi antecipado pelos laboratórios produtores, que mostraram que as vacinas tinham um efeito sobre a gravidade e um efeito menor sobre a transmissibilidade. Então, o ocorrido no ano de 2022 com o aumento do número de casos e diminuição do número de óbitos tem a ver com o perfil previsto nos protocolos das vacinas”, complementa o médico e pesquisador.
O RN hoje está com a taxa de ocupação de leitos críticos em 59,6%, com 31 pacientes internados em leitos críticos e outros 27 em leitos de enfermaria. Ao todo, o Estado tem hoje 154 leitos instalados, sendo 66 críticos e 88 clínicos, de acordo com o Regula RN. “No pico da pandemia, nós chegamos a ter 430 pacientes internados em UTI e agora nesse último pico, entre novembro e dezembro, nós chegamos a ter no máximo 45 pacientes internados em UTI com covid-19. Então, é outro indicativo positivo porque a vacina reduziu o internamento e consequentemente reduziu o óbito”, destaca Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN).
Quanto à vacinação, a porcentagem garante certa tranquilidade à Saúde do Estado, mas Comitê de Especialistas da Sesap reforça que a população procure completar o esquema vacinal. São 95% da população vacinada com a primeira dose (D1) e 87% com a segunda dose (D2). Além de 55% de vacinados com a primeira dose de reforço (D3) e apenas 24% com a segunda dose de reforço (D4).
A subcoordenadora de Vigilância Sanitária da Sesap, Diana Rêgo, diz que a campanha de imunização contra a covid-19 foi a maior da história. “Foi a maior campanha de vacinação que o Brasil já teve e hoje fazemos uma avaliação do esforço e dedicação dos profissionais que atuaram nesse processo”, destaca. Para 2023, os especialistas ouvidos pela Tribuna do Norte alertam para a possibilidade de um novo repique sazonal no início do ano, que deve trazer um aumento nas infecções, mas com uma repercussão de menor impacto nos óbitos. “Devemos ficar atentos. Há uma nova onda surgindo na China e teremos a possibilidade de lidar com novas variantes surgindo. Fatalmente vão surgir novas variantes e forma de nos protegermos, para além de todos os cuidados que as pessoas já sabem, é vacinar”, destaca a médica e pesquisadora da UFRN Marise Reis.
O diretor do LAIS, Ricardo Valentim, acrescenta que o Estado não deve ter grandes explosões de casos. “Muito provavelmente a gente vá ter o que a gente teve agora no final do ano. Vamos ter pequenas subidas e rápidas descidas. O pico desta vez ocorreu em 4 de dezembro, quando tivemos cerca de 1 mil casos, sendo que na época da variante ômicron a gente chegou a ter 12 mil casos. A gente também terá a introdução de vacinas de nova geração, que são vacinas bivalentes que protegem contra a primeira versão do vírus e também contra as variantes”, destaca Valentim.
Estado planeja ampliar vacinação A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do Programa Estadual de Imunizações, reuniu gestores e técnicos da área para traçar estratégias de avanço da vacinação no próximo ano. A ideia é reforçar a imunização contra a covid-19 nos públicos que ainda não tomaram as doses D3 e D4, além de conscientizar os pais para a imunização das crianças. “Fazemos apelo à população para que tome a vacina, pois viveremos momentos de aumento da circulação do vírus e precisamos proteger principalmente idosos, crianças e imunossuprimidos”, ressalta Diana Rêgo, subcoordenadora de Vigilância Sanitária.
O aprimoramento da plataforma RN Mais Vacina também é outro objetivo da pasta para o ano que vem. Lançado em janeiro de 2021, em parceria com o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN, o sistema promoveu maior controle e transparência à campanha contra a covid-19. Em 2022 passou a incorporar outras campanhas e a partir de 2023 incluirá a vacinação de rotina e informações úteis aos usuários a respeito da necessidade de proteção contra as doenças.
Desde o lançamento a plataforma contabiliza 10 milhões de doses registradas, sendo 8,3 milhões de doses contra a Covid-19 e mais de 1 milhão da campanha de influenza 2022. Foram emitidos mais de 15 milhões de cartões digitais de vacinação. No RN+Vacina estão cadastrados mais de 90% da população do Rio Grande do Norte. Fernando Lucas, do LAIS, lembrou o início da operação do sistema, que alcançou 3 milhões de acessos na semana do lançamento, em 18 de janeiro de 2021. “Em 2022 tivemos o desafio de incluir outras campanhas e agora estamos nos preparando para incluir a vacinação de rotina”, pontuou.
China preocupa OMS O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta quarta-feira (21), que a entidade está “muito preocupada” a respeito de como a situação da covid-19 se desenvolve na China, “com crescentes relatos de doença grave”, conforme o país relaxa medidas para conter o vírus. Durante entrevista coletiva, Tedros Adhanom disse que a OMS continua a apoiar os esforços de Pequim para vacinar pessoas de mais risco pelo país e que continuará a oferecer seu apoio para cuidados clínicos e a proteção do sistema de saúde local.
“A fim de ter uma avaliação de risco abrangente da situação no local, a OMS precisa de informação mais detalhada sobre gravidade da doença, entradas em hospitais e pedidos por apoio de unidades de terapia intensiva”, comentou Adhanom. Na coletiva, a autoridade disse também ainda esperar que a China compartilhe dados e conduza estudos requisitados, “e os quais continuamos a requisitar”. Segundo ele, todas as hipóteses sobre as origens do vírus que provocou a pandemia continuam sobre a mesa.
Tedros Adhanom disse que “certamente, estamos em posição muito melhor na pandemia da covid-19 que um ano atrás”, quando começava a onda de casos da Ômicron, com alta forte em casos e mortes. Desde o pico do fim de janeiro, o número de mortes semanais reportadas pelo vírus recuou quase 90%, notou. Ele ainda disse esperar que essa emergência de saúde “seja declarada encerrada” em algum momento de 2023, não especificado.
Covid no RN 2020 – 146,3 mil casos e 3,1 mil mortes;
2021 – 246,6 mil casos e 4,6 mil mortes;
2022 – 343,6 mil casos e 823 mortes.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap).
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) é a primeira instituição do país a conquistar a liberação para cultivo controlado e processamento da planta cannabis para fins de pesquisa científica. A autorização foi aprovada, por unanimidade de votos, nessa quarta-feira (14 ), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Instituto do Cérebro (ICe-UFRN) conduzirá os projetos de pesquisa para avaliação da eficácia e da segurança de combinações da substância.
A UFRN vem trabalhando no processo para aprovação da liberação há cerca de dois anos junto à Anvisa, órgão conhecido pelos rigorosos processos de controle sanitário e que tem por finalidade promover a proteção da saúde da população. Apesar dos avanços nas pesquisas conduzidas em todo o mundo, no Brasil ainda não havia instituições de ensino e pesquisa que pudessem realizar o cultivo de cannabis para geração de dados científicos. O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, considera, nesse sentido, que a aprovação constitui um progresso relevante na história da produção de conhecimento científico do país sobre o tema. “Representa um passo importante para o avanço das pesquisas desenvolvidas na UFRN e um marco histórico para a ciência brasileira”, avalia o docente.
Do ponto de vista prático, a Anvisa autorizou que a UFRN possa importar, armazenar e germinar sementes da planta cannabis, bem como cultivá-la, por meio de sistema controlado, na modalidade indoor (ambiente fechado). A deliberação da Agência levou em consideração o estabelecimento de requisitos de segurança e controle adequados para a realização das atividades que envolvam o cultivo controlado pela UFRN. Para tanto, além de realizar a comprovação documental, a Universidade recebeu visita às instalações do Instituto do Cérebro (ICe-UFRN), para verificar as condições de infraestrutura e a capacidade técnico-científica.
O Instituto do Cérebro (ICe-UFRN) conduzirá projetos de pesquisa pré-clínica para avaliação da eficácia e segurança de combinações de fitocanabinóides, no manejo de sinais e sintomas associados a distúrbios neurológicos e psiquiátricos. “Já conheço o trabalho da UFRN, acompanho a vida acadêmica e sei da força da Universidade no Nordeste e em todo país. A expectativa era muito boa, mas hoje foi muito importante conhecer o trabalho feito aqui porque a Anvisa dialoga, constantemente, com as universidades e os institutos de pesquisa, visto que nosso trabalho é forjado na ciência”, disse o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, na ocasião da visita, em outubro deste ano.
Já como relator da matéria para avaliar a liberação na Anvisa, Alex Campos, destacou que “trataremos aqui de ciência, mais especificamente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Não estamos falando de importação de conhecimento, mas sim de sua geração, de inovação, de pesquisa e desenvolvimento nacionais”.
Ciência As plantas de cannabis produzem, como metabólitos secundários, um conjunto de compostos conhecidos como fitocanabinoides. Essas moléculas possuem afinidade farmacológica por muitos receptores biológicos, modulando a bioquímica e a excitabilidade de diversos tipos celulares, especialmente no sistema nervoso.
O professor do ICe-UFRN, Claudio Queiroz, explicou que os estudos clínicos já demonstraram segurança e eficácia de um desses fitocanabinoides, o canabidiol (CBD), no controle de crises refratárias. Entretanto, os mecanismos neurofisiológicos responsáveis pelos efeitos terapêuticos do CBD são ainda desconhecidos. “Além disso, pouco se sabe sobre o efeito dos fitocanabinoides sobre outros tipos de epilepsias, bem como o potencial de outros fitocanabinoides, como o CBN e o CBG, que não possuem propriedades psicoativas, sobre a excitabilidade neuronal e a frequência de crises”, esclareceu.
Diante desse cenário, o docente considera que para responder a essas perguntas é necessário o cultivo da planta, para ter acesso aos compostos nas concentrações e proporções controladas para as investigações. Ainda segundo Queiroz, a autorização da Anvisa trará grandes contribuições por possibilitar a ampliação de conhecimento sobre a produção, pela planta, de fitocanabinoides, bem como por permitir a realização de pesquisa básica e testes sobre os efeitos desses fitocanabinoides, quando administrados isoladamente ou combinados, em modelos animais de epilepsia, autismo, zumbido, estados afetivos e funções cognitivas, avaliando sua segurança e eficácia.
Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apontam para um crescimento de aproximadamente 40% nos registros de casos de HIV/Aids da última década no Rio Grande do Norte.
Cerca de 11 mil pacientes realizam tratamento para a doença no Estado. Segundo os números da Sesap, nos últimos 10 anos, observa-se no RN um crescimento de 39,5% no registro de casos. Esse aumento é ainda mais substancial quando se trata das gestantes infectadas pelo HIV: 74%. Os óbitos também se tornaram mais ocorrentes em 19,4%.
Só na capital potiguar, segundo informações publicadas no último boletim epidemiológico da Prefeitura de Natal, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até agosto de 2022, 1.482 novos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), desses, 304 casos foram de HIV/Aids. A taxa de mortalidade de Aids adulto no município de Natal, no mesmo período, aumentou 41,6%, quando comparado ao ano anterior.
O infectologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Claudio Penido Campos Jr, explica que o diagnóstico precoce de infecção pelo vírus HIV é fundamental. “Quando iniciado logo, o tratamento é capaz, na maioria dos casos, de tornar o indivíduo indetectável, ou seja, ele não vai mais transmitir o vírus, tampouco desenvolver Aids, e o mais importante: vai levar uma vida normal”, afirma.
O relatório anual de 2022 do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado em setembro deste ano, mostra que o número de casos de pessoas que vivem com HIV, no Brasil, dobrou nos últimos 20 anos, e 12% do total desconhecem que têm o vírus.
Em números absolutos, o relatório estima que 400 mil adultos e crianças viviam com HIV no Brasil em 2002. Vinte anos depois, são 960 mil. O documento inclui o Brasil entre os 38 países do mundo com estimativas de aumento de novas infecções por HIV e que impactam no progresso global de redução de casos.
O Dia Mundial de Combate à Aids foi comemorado em 1º de dezembro e tem por função alertar toda a sociedade sobre essa doença. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e é celebrada anualmente desde 1988, no Brasil.