Iniciada há três semanas, a greve dos professores da rede pública de ensino do Rio Grande do Norte ainda não tem data para acabar nem perspectiva de acordo com o Governo do Estado. A paralisação da categoria, que começou no último dia 6 de março pela implementação do reajuste do piso de 14,95% (R$ 4.420,55), tem uma taxa de adesão de aproximadamente 60%. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN) reclama de falta de diálogo com a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC) e cobra uma resposta do Estado. Greve já dura 19 dias e superou a paralisação do ano passado.
Procurada pela Tribuna do Norte, a titular da pasta, Socorro Batista, não quis gravar entrevista e se limitou a dizer, por meio do gabinete, que “não tem novidades a apresentar”. A postura do Governo vem causando indignação entre os professores, que aprovaram um calendário de manifestações para esta semana. “Não tivemos nenhuma resposta até agora, apresentamos nossa contraproposta e até agora nada. Fizemos a assembleia e os professores reafirmaram a necessidade de continuar a greve”, detalha Fátima Cardoso, coordenadora-geral do Sinte.
O silêncio do Governo, analisa Fátima Cardoso, pode ter relação com a crise da segurança do Estado, que enfrenta uma onda de ataques. “Mesmo assim queremos uma agenda com a governadora”, complementa. O Sinte aguarda manifestação do Governo sobre uma contraproposta. Os professores reivindicam o pagamento integral do novo piso para todos os profissionais, com implementação a partir de abril e acerto do retroativo (janeiro, fevereiro e março) para os meses de agosto, setembro e outubro. Governo já sinalizou que não há viabilidade financeira para atender a demanda.
De acordo com a própria SEEC, a greve afeta uma comunidade de 197 mil alunos e 20 mil professores. Pelo menos três propostas do Governo – para pagar o novo piso de forma escalonada e implementar o retroativo nas folhas de 2024 – já foram recusadas pelos professores. Fátima Cardoso diz que a onda de violência acabou interrompendo a construção da greve, mas que os trabalhadores permanecem mobilizados. “Essa questão atrapalhou muito, mas estamos na luta para que tenhamos uma solução imediata”, reforça a sindicalista.
A “construção da greve” refere-se aos movimentos da categoria dentro das escolas para explicar os motivos da greve para gestores e pais de aluno, além de manifestações na rua e publicações nas redes sociais em defesa do piso. Os sindicalistas começam a semana com um ato para cobrar audiência com o governo, na frente da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC), na segunda-feira (27).
Na terça-feira (28), a categoria se reúne na sede do Sinte e em seguida faz panfletagem no Midway Mall. Na quarta (29) é esperada a apresentação de um estudo do Departamento Intersindical e Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese). No dia seguinte, os professores voltam às ruas para um “faixaço” próximo ao terminal rodoviário e encerram a semana, na sexta-feira (31), com uma nova assembleia na Escola Estadual Winston Churchill para definir a continuação do movimento grevista.
Em reunião nessa terça-feira (21), entidades e instituições de ensino público decidiram pela volta das atividades presenciais. Em nota, o retorno das aulas será na segunda-feira (27). No entanto, a decisão pode ser revogada caso o cenário de segurança pública no RN piore.
Considerando a análise a partir do contexto local, os municípios em que escolas estaduais suspenderam as aulas, deverão retornar na segunda-feira, 27 de março. No que se refere às Universidades, o retorno será gradativo conforme comunicado de cada Instituição, com indicativo de retorno pleno na segunda-feira dia 27 de março. Participaram da reunião a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), União dos dirigentes Municipais da Educação (Undime-RN), Governo do Estado e Federação dos Municípios do RN (Femurn).
No entanto, a UFRN realizou outra reunião nesta quarta-feira (22) para oficializar a data das atividades na próxima segunda-feira, 27. A instituição irá observar o cenário de segurança pública no RN e a oferta do transporte público para comunicar qualquer mudança na decisão.
Confira nota da UFRN
“Considerando a avaliação apresentada nessa terça-feira, 21 de março, pela Polícia Militar e Polícia Civil, em reunião com a Secretaria de Estado da Educação e com representantes da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), das escolas particulares, da Federação dos Municípios (Fermurn) e das Instituições de Ensino Superior (Ufersa, IFRN e Uern), e após diálogo com as Direções de Centro, Institutos e Unidades Acadêmicas, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informa o retorno das atividades presenciais para a próxima segunda-feira, 27 de março, de forma a preservar a segurança da comunidade universitária. A Universidade continuará acompanhando a situação junto às autoridades competentes e, caso as condições de segurança e de oferta de transporte público não estejam normalizadas, emitirá um novo comunicado.”
Através de nota emitida nesta segunda-feira (20), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informou que as atividades presenciais seguem suspensas na universidade. A suspensão é consequência da onda de atos criminosos que tomou o território potiguar desde a madrugada de terça (14), e também da quantidade insuficiente de ônibus que circulam pela capital.
Ainda segundo o comunicado, a instituição não deu prazos para o retorno das atividades presenciais no Campus. Portanto, ainda não há previsão clara para a retomada das atividades.
Leia a nota na íntegra:”A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informa que as atividades presenciais seguem suspensas, visando preservar a segurança da comunidade universitária e em virtude da limitação da oferta dos serviços de transporte público. A Instituição está acompanhando a situação com as autoridades competentes e, quando o retorno for possível, emitirá um novo comunicado”.
Inicialmente previsto para esta terça-feira (21), as aulas de toda a rede municipal de ensino de Natal foram adiadas devido aos ataques registrados na cidade. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Educação (SME), por meio de comunicado oficial. O começo do período letivo foi remarcado para o dia 29 de março.
A nova data para o começo das aulas no ano letivo de 2023 vai ser avaliada permanentemente pela secretaria, a depender das condições de segurança verificadas. Devido à onda de atentados, as matrículas para os estudantes novatos permanecem prorrogadas nas unidades de ensino.
O adiamento prejudica o ensino de mais de 57 mil estudantes, distribuídos nas 146 unidades escolares da capital potiguar.
A decisão atendeu recomendações da Ronda Ostensiva de Proteção Escolar (ROPE) e da Guarda Municipal de Natal ao considerar a realidade de insegurança do município, que tem registros de ataques desde a última terça-feira (14), quando ataques passaram a ser perpetrados por criminosos.
“É importante ressaltar que a decisão acima leva em consideração, como prioridade, a segurança de todos os trabalhadores da Rede Municipal de Ensino de Natal e dos estudantes atendidos nas unidades de ensino”, diz o comunicado da SME.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informa que as atividades presenciais seguem suspensas, visando preservar a segurança da comunidade universitária e em virtude da limitação da oferta dos serviços de transporte público.
A Instituição está acompanhando a situação com as autoridades competentes e, quando o retorno for possível, emitirá um novo comunicado.
A Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN) manterá as aulas suspensas nesta segunda-feira, 20, quando irá expedir uma nota oficial informando à comunidade universitária e à sociedade em geral um novo posicionamento da instituição, que vai depender do quadro de segurança no Estado.
A decisão de manter a paralisação foi tomada em reunião do reitor, professor José Daniel Diniz de Melo, com o vice-reitor, Hênio Ferreira de Miranda, e os diretores de centros, como o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), além de representantes de outros setores.
A avaliação da reunião foi a de que a realidade ainda não oferece segurança aos servidores, que estão também com as atividades suspensas, mas especialmente aos alunos, que dependem na maioria do transporte público.
Os ônibus são os alvos preferenciais dos ataques e dos incêndios, tanto na capital quanto no interior, de onde vêm alunos para o campus central ou se dirigem para os outros campis da UFRN, como Santa Cruz, Caicó e Currais Novos e a Escola Agrícola de Jundiaí.
Formaturas
As formaturas de alunos concluintes do semestre passado (2022.1), que estavam programadas para ocorrer este mês, no Auditório Otto de Brito Guerra, na Reitoria, também foram adiadas. Algumas ainda não têm novas datas definidas para ocorrer.
As colações de grau, por exemplo, dos cursos de Artes Visuais, Dança, Design, Teatro e Psicologia, prevista para acontecer na sexta-feira, 17, assim como dos cursos de Letras (Língua Portuguesa, LIBRAS, Língua Espanhola e Literaturas, Inglês e Francês), previstas para ocorrer na segunda-feira, 20, foram adiadas e ainda estão sem uma agenda.
Outros cursos que tiveram suas formaturas adiadas, e ainda se encontram sem uma data prevista para ocorrer, são: Audiovisual, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Ciências Sociais, todos também do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).
Novas datas para esses cursos, que estão sendo analisadas como muito prováveis de ocorrer, são os dias 10, 11 e 12 de abril. Mas isso vai depender ainda do quadro de violência e insegurança que se abateu sobre o Estado. Caso esse quadro persista, os alunos concluintes poderão colar grau apenas por ato administrativo.
Começaram nesta terça-feira (07) e vão até a próxima sexta-feira (10), as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Por meio do programa, o governo federal paga as mensalidades de estudantes de graduação em instituições privadas de ensino superior. Segundo o Ministério da Educação (MEC), serão oferecidas 67 mil vagas no primeiro semestre, de um total de 112 mil para este ano.
Para fazer a inscrição o interessado deve acessar Portal Único de Acesso ao Ensino Superior que também reúne informações e resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os candidatos terão que indicar três opções de cursos de graduação.
Critérios
Para pleitear o financiamento, o estudante deve ter feito o Enem de 2010 a 2022, com média nas notas igual ou superior a 450, e não pode ter zerado a redação. Os candidatos também precisam comprovar renda familiar mensal bruta de até três salários mínimos por pessoa.
Estudantes que têm bolsa parcial do Prouni podem participar do processo seletivo do Fies e financiar a parte da mensalidade não coberta pela bolsa, desde que se enquadrem nas condições previstas no edital do processo seletivo vigente.
Consulta
Para verificar as instituições e opções de vagas disponíveis, basta acessar o Portal Acesso Único, clicar no botão “Consultar oferta de vagas”. Serão exibidas as vagas disponíveis por estado, município, nome do curso, conceito do curso no MEC e, opcionalmente, é possível escolher a instituição de ensino e o local de oferta.
Calendário Fies 2023/1º semestre Inscrições: 7 a 10 de março Resultados (pré-selecionados): 14 de março Complementação das inscrições dos pré-selecionados: 15 a 17 de março Convocação da lista de espera: 21 de março a 18 de maio
Os professores que se formam em cursos presenciais saem mais preparados do que aqueles que fazem a graduação à distância. Essa é a opinião de 90% dos docentes do Rio Grande do Norte entrevistados na pesquisa da ONG Todos Pela Educação.
Desse total, 58% concordam totalmente com a afirmação e outros 32% concordam em parte. Já 7% discorda em parte e 3% discorda totalmente.
O estudo foi realizado pelo Instituto Península e o movimento Profissão Docente, em uma parceria com o Itaú Social, e analisou as respostas de 6.775 entrevistados, entre julho e dezembro de 2022 em todo o Brasil. Todos são funcionários de escolas públicas municipais e estaduais, do ensino fundamental I ao ensino médio.
No país, 84% do docentes concordam que profissionais formados em cursos presenciais estão melhor preparados. O dado acende um alerta, já que atualmente 61,1% dos concluintes dos cursos voltados à formação no Brasil são oriundos de cursos à distância.
Também sobre a preparação para a profissão, a pesquisa aponta ainda que 31% dos professores que atuam no Rio Grande do Norte dizem que os atuais cursos de pedagogia e licenciaturas estão preparando bem os professores para o início da profissão e que 52% deles dizem que não receberam orientação específica em seu primeiro ano de docência.
Outros dados da pesquisa no RN:
Apenas 8% concordam (1% totalmente e 7% em parte) que, no Brasil, os professores são tão valorizados quanto médicos, engenheiros e advogados.
96% dos professoressinalizam que gostariam de participar mais do desenho de políticas e programas educacionais de sua rede de ensino.
94% concordam totalmente que o que traz mais satisfação na profissão é quando percebem que os alunos estão aprendendo.
8 em cada 10 entrevistados concordam que, se pudesse decidir novamente, ainda escolheriam ser professor
95% dos professores concordam (73% totalmente e 22% em parte) que a progressão na carreira deve vir através da melhoria da prática pedagógica
Cerca de 34% dos professores discordam, totalmente ou em parte, que seus planos de carreira atendem suas expectativas de crescimento profissional
Já os desafios no dia a dia das escolas mais elencados pelos professores do RN foram:
o desinteresse dos estudantes pelas aulas (27%) e
a defasagem de aprendizagem dos estudantes (25%).
Os professores entrevistados no estado disseram ainda que as principais ações que a Secretaria de Educação deveria priorizar nos próximos anos, entre 10 medidas elencadas pela pesquisa, são: promover programas de reforço e recuperação para os estudantes (21%), melhorar as condições de infraestrutura das escolas (20%) e oferecer apoio psicológico aos professores e estudantes (15%).
Apesar da maioria concordar que profissionais formados em cursos presenciais são mais bem-preparados, em pedagogia (que prepara profissionais para a educação infantil), há faculdades com notas baixíssimas “caçando” alunos com mensalidades abaixo de R$ 200.
Número de cursos de pedagogia EAD mais do que triplicou em 10 anos — Foto: Arte/g1
Nesta reportagem, publicada em 2022, o g1 explica quais são os principais problemas dos cursos de formação de professor:
Há um crescimento desenfreado de cursos com aulas à distância, com a maioria dos alunos em EAD, em uma graduação que exigiria mais prática e contato presencial em sala.
As aulas são extremamente teóricas e não preparam os profissionais para a realidade das escolas.
Os mecanismos de avaliação de qualidade são falhos, somados à falta de regulação na abertura/fechamento de cursos.
Existe a preponderância de uma lógica mercantil, em que mensalidades baixas, promoções e ligações de televendas para angariar mais alunos sobrepõem-se à preocupação com a qualidade acadêmica.
O resultado da primeira chamada sai no dia 7 de março e as matrículas, com a comprovação das informações da inscrição, deverão ser realizadas entre 7 e 16 de março. Já o resultado da segunda chamada será divulgado em 21 de março, com matrículas entre 21 e 30 de março.
Nesta edição, serão disponibilizadas 288.112 bolsas no total, sendo 209.758 integrais e 78.354 parciais.
Para quem não for selecionado nas chamadas regulares, o programa oferece ainda a oportunidade de participar da lista de espera. Para isso, o estudante deve manifestar o interesse nos dias 5 e 6 de abril. A divulgação do resultado da lista de espera e as matrículas ocorrerão de 10 a 19 de abril.
O que é o ProUni
O ProUni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior, para cursos de graduação e sequenciais de formação específica.
Para se inscrever é preciso que o candidato tenha feito uma das duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no caso 2021 ou 2022, e tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média nas notas e não tenha tirado zero na redação. Outras exigências são não ter tirado zero na redação e não ter participado do Enem na condição de treineiro. No caso do participante ter feito as duas últimas edições do Enem, será considerado aquele com a melhor média de notas.
Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.
O público-alvo do programa é o estudante sem diploma de nível superior. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica. Nesse caso, não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos.
Tribuna do Norte | Com informações da Agência Brasil.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) inicia o ano letivo 2023 na segunda-feira (6) com um orçamento de custeio de R$ 89,5 milhões e uma dívida de aproximadamente R$ 11 milhões com fornecedores. O orçamento para manter a instituição funcionando é 12,3% menor quando comparado ao do ano passado – cerca de R$ 12,6 milhões a menos. Para 2022, foi aprovado um orçamento de R$ 102,2 milhões, mas no meio do ano, houve um corte de R$ 11,8 milhões, restando assim cerca de R$ 90,4 milhões. Para 2023 o cenário é ainda pior porque o orçamento programado ainda fica abaixo do que restou para 2022 após os cortes. Para assistência estudantil, a verba também caiu. Passou de R$ 30,5 milhões para R$ 29,5 milhões.
“A situação é de preocupação ainda maior do que a gente tinha”, analisa o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo. O cenário se agravou no meio do ano, lembra Melo. “À época eu dizia que a universidade não iria fechar as portas porque isso não pode acontecer, mas que a universidade não conseguiria pagar suas obrigações com o corte que houve no meio do ano”, explica. A redução fez com que a UFRN não conseguisse arcar com o orçamento pensado inicialmente, o que resultou em uma dívida de R$ 11,8 milhões. A maior parte dos débitos é referente ao fornecimento de energia elétrica.
Além das contas de energia, o orçamento de custeio abrange pagamento de contratos de terceirizados e outros serviços essenciais para que a instituição funcione. “O que está programado na LOA [Lei Orçamentária Anual] para este ano é R$ 89.530.000, uma redução de R$ 12.677.000 em relação ao orçamento de 2022, que era R$ 102.207.000”, detalha o reitor. Apesar do cenário crítico, ele diz que tem “um pouco de esperança” porque aguarda uma suplementação de R$ 1,75 bilhão prometida pelo Ministério da Educação (MEC) para o orçamento das instituições de ensino federais do País. A previsão, segundo diz, é de que até o dia 15 deste mês, o MEC anuncie como será a distribuição dos recursos.
A expectativa é de que a federal do Rio Grande do Norte receba até R$ 40 milhões, que seriam repartidos entre os orçamentos de custeio e de assistência estudantil. “Significa que a gente teria o orçamento de 2019, que é um ano importante porque foi o último ano de atividades antes da pandemia. E agora nós retomamos as aulas presenciais integrais. Esse valor daria para retomar o orçamento de 2019 com uma correção de 7,17%”, diz Daniel.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reuniu-se na quarta-feira, (1°), com o Ministério da Educação (MEC) para discutir sobre o orçamento das universidades federais. Na ocasião, a representação dos reitores destacou a situação crítica das instituições de ensino prevista para 2023, bem como solicitou com urgência a liberação orçamentária, com o intuito de efetuar o reajuste das bolsas estudantis.
A Diretoria da Andifes reforçou, ainda, a importância do reajuste nas bolsas dos estudantes e explicou que a medida exige a suplementação de verba das universidades.
Nesse sentido, solicitou a liberação dos R$ 1,75 bilhões para as instituições de ensino, visto que o montante já se encontra no MEC. Com esse valor total, será possível retornar ao que foi recebido pelas universidades em 2019, com correção parcial da inflação – período que serve como referência de funcionamento pleno das instituições antes da pandemia de covid-19.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE questionou o MEC sobre prazos e valores a serem recebidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Reajuste de bolsas aguarda “resposta” do MEC
Devido à complexidade da peça, o orçamento da UFRN é dividido em “custeio” e “assistência estudantil”. O montante destinado para pagamentos assistenciais, como bolsas e auxílios, fica em um “pote” separado do custeio. Para 2023, a verba aprovada para este fim foi de R$ 29,5 milhões, valor menor do que o de 2022: R$ 30,5 milhões. O impasse é que neste ano a universidade será obrigada a gastar mais e com um orçamento mais enxuto. Isso porque as bolsas estudantis (graduação e pós) foram reajustadas.
“Por isso é urgente que tenhamos essa resposta positiva do MEC”, cobra o reitor José Daniel. Na pós-graduação, as bolsas são pagas por Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Já na graduação, o CNPq custeia uma parte com uma contrapartida da UFRN, além das bolsas de pesquisa, extensão, monitoria e apoio técnico.
A urgência pelos recursos da suplementação se agrava com a isonomia entre as bolsas, argumenta José Daniel Diniz Melo. Com o reajuste das bolsas “próprias” da UFRN, o valor vai passar de R$ 400 para R$ 700. “Não é justo que o estudante que recebe uma bolsa de iniciação científica direto do CNPq vai receber R$ 700 e o estudante que faz o mesmo trabalho receber R$ 400 pela UFRN. Não é justo isso. Entendemos que é fundamental aumentar o valor. Entendemos que todas as bolsas devem ter o mesmo valor”, diz.
A questão agora é o “quando” as bolsas serão reajustadas. A resposta depende do posicionamento do MEC sobre como será feita a distribuição dos R$ 1,75 bilhão, dos quais R$ 1,5 bilhão ficará para custeio e os outros R$ 250 milhões para investimentos em todas as instituições do Brasil. José Daniel explica que ainda não há definição a respeito da forma do repasse (integral ou parcial).
“Sabemos que isso causa uma expectativa nos alunos. Não posso dizer que vai ser agora nesse mês e depois criar uma expectativa frustrada. O que eu gostaria de dizer para os estudantes é que imediatamente após manifestação do MEC nós implementaremos. O que o ministro [Camilo Santana] disse ontem [quinta-feira] é que, até o início da segunda quinzena desse mês, o MEC deverá informar as universidades o quanto virá de orçamento. Tão logo isso aconteça nós não perderemos tempo para efetivar os repasses aos estudantes”, afirma.
Cadastramento de novos alunos começa hoje
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza, a partir das 8h desta sexta-feira (3), o cadastramento virtual dos convocados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu 2023). Os candidatos devem enviar os documentos até as 23h59 do sábado (4), por meio do endereço www.sigps.ufrn.br, utilizando a conta gov.br. Eventuais retificações estarão disponíveis no dia 6 de março. A lista de documentos necessários e outras informações constam em edital, que pode ser acessado no site Sisu-UFRN.
O cadastramento é estendido a todos os aprovados dentro do número de vagas, tanto para o primeiro quanto para o segundo período letivo. A matrícula será realizada de forma automática, portanto, os convocados na primeira chamada que estiverem com a documentação validada já poderão participar das aulas no início do período letivo 2023.1, no dia 6 de março. De acordo com a pró-reitora de Graduação da UFRN, Maria das Vitórias de Sá, as primeiras providências a serem tomadas pelo candidato devem ser a leitura do edital do Sisu na UFRN e a organização da documentação necessária.
A UFRN disponibiliza 7.136 vagas para ingresso por meio do Sisu 2023, distribuídas entre 4.852 para o primeiro semestre e 2.284 para o segundo semestre. As vagas eventualmente não ocupadas após a primeira chamada serão preenchidas na segunda chamada do Sisu, mediante a utilização da lista de espera disponibilizada pelo Ministério da Educação (MEC). Os interessados em participar da lista de espera devem confirmar interesse até 8 de março, no site www.sisu.mec.gov.br. Os classificados na segunda chamada da UFRN deverão realizar o cadastramento entre os dias 16 e 17 de março, e possíveis retificações serão feitas no dia 20.
Orçamento de custeio UFRN
*2019: R$ 115 milhões
*2020: R$ 115 milhões
*2021: R$ 115 milhões
*2022: R$ 102,2 milhões – R$ 11,8 milhões (corte) = R$ 90,4 milhões