Alerta: especialistas defendem restrição ao uso de celular nas escolas
Em audiência pública realizada na Comissão de Educação (CE) nesta segunda-feira (18), especialistas defenderam a restrição ao uso do celular nas escolas. Esta foi a segunda audiência da CE sobre o tema.
O primeiro debate ocorreu na terça-feira passada (12), quando os especialistas apontaram que não existe solução fácil para os desafios impostos pelo uso das modernas tecnologias digitais no ambiente escolar. Em setembro, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que prepara um projeto de lei para proibir o uso dos aparelhos pelos estudantes de escolas públicas e privadas.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE), que solicitou a audiência (REQ 99/2024), foi quem dirigiu o debate. Ele disse que o assunto é prioridade entre os especialistas de educação, no governo e nas famílias. Segundo o senador, o assunto vai além de ser de esquerda ou de direita e deve ser tratado de forma urgente, pois os riscos do uso indevido dos celulares já são conhecidos. Girão ainda afirmou que é possível perceber muitas crianças e adolescentes isolados, sozinhos, envolvidos em redes sociais e até em apostas nos celulares.
— Muitas famílias estão juntas, mas isoladas por conta dessa pandemia que é o celular. Hoje, já existe clínica de desintoxicação de celular. Acredito que está na hora de uma ação efetiva — declarou Girão.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) admitiu que podem existir alguns “adolescentes bravos” com o debate sobre o uso dos celulares nas escolas. Ela disse, porém, que o tema é importante e tem movimentado tanto as famílias quanto o Legislativo e o Executivo. Segundo a senadora, municípios e estados estão se adiantando, debatendo e decidindo sobre o uso do celular nas escolas. Damares completou que o Senado também precisa se posicionar.
— Vamos tomar juntos uma decisão que será a melhor para os alunos, para as famílias e para os educadores. Não podemos tomar uma decisão sem trazer as famílias para o centro do debate. Os filhos pertencem aos pais e não ao Estado — afirmou a senadora.